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GAZA/JERUSALÉM - Os militares israelenses disseram neste domingo que continuariam a permitir que os moradores de Gaza evacuassem para o sul e centenas de milhares de pessoas já haviam se mudado, enquanto suas tropas se preparavam para um ataque terrestre à Faixa de Gaza controlada pelo Hamas em retaliação para ataques sem precedentes.

Israel prometeu aniquilar o grupo militante Hamas depois que os seus combatentes invadiram cidades israelenses atirando em homens, mulheres e crianças e fazendo reféns, no pior ataque contra civis na história do país.

Cerca de 1.300 pessoas foram mortas no ataque inesperado, e imagens de vídeo de celulares e relatos de serviços médicos e de emergência sobre atrocidades nas cidades e kibutzes invadidos aprofundaram o sentimento de choque de Israel.

Israel respondeu submetendo Gaza ao bombardeamento mais intenso que alguma vez viu, colocando o pequeno enclave, onde vivem 2,3 milhões de palestinianos, sob cerco total e destruindo grande parte das suas infra-estruturas.

As autoridades de Gaza disseram que mais de 2.300 pessoas foram mortas, um quarto delas crianças, e quase 10 mil ficaram feridas. As equipes de resgate procuraram desesperadamente por sobreviventes dos ataques aéreos noturnos. Um milhão de pessoas teriam deixado suas casas.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está na região tentando garantir a libertação de 126 reféns que Israel diz terem sido levados de volta a Gaza pelo Hamas e evitar que a guerra se espalhe.

Blinken disse que teve uma reunião “muito produtiva” com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman em Riad no domingo e que viajaria mais tarde para o Egito, cuja passagem de Rafa é agora vista como a principal porta de entrada para a ajuda chegar a Gaza.

A violência em Gaza tem sido acompanhada pelos confrontos mais mortíferos na fronteira norte de Israel com o Líbano desde 2006, aumentando o receio de que a guerra se espalhe para outra frente.

O Irão, inimigo regional de Israel, que apoia o Hamas, elogiou o ataque do Hamas a Israel, mas negou qualquer envolvimento. A sua missão na ONU afirmou na noite de sábado que se os “crimes de guerra e genocídio” de Israel não fossem interrompidos imediatamente, “a situação poderia sair do controlo” e ter consequências de longo alcance.

O Hamas disse num comunicado que e o Irão “concordaram em continuar a cooperação” para alcançar os objetivos do grupo.

O conselheiro de segurança nacional do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alertou no sábado o grupo militante libanês Hezbollah, também apoiado pelo Irã, para não tomar medidas que possam levar à "destruição" do Líbano.

Os confrontos na fronteira de Israel com o Líbano, até agora limitados, recomeçaram no domingo, quando combatentes do Hezbollah lançaram um míssil contra uma aldeia fronteiriça israelita, matando uma pessoa e ferindo outras três. Os militares israelenses disseram que estavam atacando o Líbano em retaliação.

A Síria, que também faz fronteira com Israel e tem ligações com o Irão, acusou Israel de realizar ataques contra os seus aeroportos, enquanto Israel acusou o Irão de tentar contrabandear armas através da Síria.

 

LUTA PARA SAIR

No meio dos esforços diplomáticos para conter a guerra, as condições dentro de Gaza – onde a água, a energia e os fornecimentos médicos foram cortados – continuaram a deteriorar-se.

O Ministério da Saúde palestino disse na manhã de domingo que 300 pessoas, a maioria crianças e mulheres, foram mortas e mais 800 ficaram feridas em Gaza durante as últimas 24 horas.

A única rota de saída de Gaza que não estava sob controlo israelita era um posto de controlo com o Egipto em Rafah.

O Egito afirma oficialmente que seu lado está aberto, mas o tráfego está interrompido há dias por causa dos ataques israelenses. Fontes de segurança egípcias disseram que o lado egípcio estava a ser reforçado e que o Cairo não tinha intenção de aceitar um influxo maciço de refugiados.

Na sexta-feira, os militares israelitas disseram aos residentes da metade norte da Faixa de Gaza, que inclui o maior colonato do enclave, a Cidade de Gaza, para se deslocarem imediatamente para sul.

No sábado, disse que garantiria a segurança dos palestinos que fogem em duas estradas principais até as 16h (13h GMT). No domingo, disse que continuaria a permitir que os habitantes de Gaza evacuassem para o sul, e centenas de milhares de pessoas o fizeram.

O Hamas disse às pessoas para não saírem, dizendo que as estradas não eram seguras. Ele disse que dezenas de pessoas foram mortas em ataques a carros e caminhões que transportavam refugiados na sexta-feira. A Reuters não conseguiu verificar esta afirmação de forma independente.

"Não podíamos sair. Disseram para irmos para o sul, mas não tem transporte... Houve um engarrafamento. Alguns carros foram bombardeados por ataques aéreos. Durante a noite, as crianças me abraçam e começam a chorar e gritar dizendo: 'Salve-nos, salve-nos'. Como podemos salvá-los?", disse Fadi Daloul, morador de Gaza, que estava abrigado com sua família em uma escola.

Alguns habitantes de Gaza prometeram ficar, lembrando-se da “Nakba”, ou “catástrofe”, quando muitos palestinianos foram forçados a abandonar as suas casas durante a guerra de 1948 que acompanhou a criação de Israel.

Israel diz que o Hamas está impedindo as pessoas de saírem para usá-las como escudos humanos, o que o Hamas nega.

 

 

Por Nidal Al-Mughrabi e Emily Rose / REUTERS

 

ISRAEL - O exército israelita ordenou esta madrugada que 1,1 milhões de pessoas que vivem na Faixa de Gaza abandonem as suas casas nas próximas 24 horas e procurarem refúgio no Sul deste enclave palestiniano. Este aviso pressupõe a intenção de uma invasão de larga escala por parte das forças israelitas, com o Hamas a recusar evacuar os civis, garantindo que os palestinianos não vão abandonar as suas casas e cidades.

A ONU alertou entretanto que deslocar 1,1 milhões de habitantes pode criar uma "situação catastrófica" em Gaza, onde a situação humanitária se degradou desde o cerco imposto por Israel, escasseando agora a comida, a água e com falta também de eletricidade. Também o rei da Jordânia, Abdullah II, apontou a gravidade de deslocar milhões de pessoas, lembrando que a guerra não deve atingir os países vizinhos.

Abdullah II recebeu esta manhã Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, com este oficial a entrar-se também com o Presidente palestiniano, Mahmud Abbas. Em seguida, Blinken vai passar pelo Qatar, Bahrain, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egipto, para debater este conflito com os líderes da região.

No Irão, uma grande manifestação de apoio aos palestinianos marcou esta manhã a capital Teerão, com milhares de pessoas a gritar "abaixo Israel" e "abaixo os Estados Unidos. O ministros dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir Abdollahian disse durante uma visita ao Líbano que os norte-americanos estão a cometer "um enorme erro" ao permitir que Israel destrua a Palestina e que cabe aos Estados Unidos "controlar" os israelitas.

 

 

Por: RFI

ISRAEL - Israel intensificou nesta terça-feira (10) os ataques aéreos à Faixa de Gaza. O ministro da Defesa israelense informou que prepara uma ofensiva total, inclusive terrestre, à região.

“Começamos a ofensiva pelo ar, depois iremos também pelo solo. Estamos controlando a área desde o Dia 2 e estamos na ofensiva. Isso só vai se intensificar”, disse Yoav Gallant. 

O Hamas revida os ataques com disparo de foguetes e ameaça executar mais de 150 reféns se Israel continuar a bombardear casas de civis palestinos. 

Os membros do gabinete político do Hamas, Jawad Abu Shammala, e Zakaria Abu Maamar, foram mortos em um ataque aéreo em Khan Younis, de acordo com uma autoridade do Hamas, conforme reportagem da Agência Reuters. Foram os primeiros líderes do Hamas mortos desde que Israel começou a atacar o grupo. 

Síria e Líbano 

Forças israelenses atiraram morteiros contra a Síria nesta terça-feira. Informações, de acordo com a Agência Reuters, é que uma facção palestina havia disparado três foguetes contra Israel. 

Os israelenses também responderam com mísseis aos disparos de foguetes vindos do Líbano. Segundo a força de segurança israelense, 15 foguetes saíram do sul do Líbano, sendo que quatro foram interceptados e dez caíram em áreas abertas, de acordo com reportagem da TV Brasil.  

Os episódios elevam a preocupação para uma escalada da violência com a entrada de grupos extremistas no confronto, como o Hezbollah, do Líbano. 

Mortos  

Estima-se que mais de 1,8 mil pessoas morreram desde o início do conflito entre Israel e Hamas, sendo mil em Israel e 830 na Faixa de Gaza. A maioria das mortes é de civis. 

Ao menos 200 mil palestinos deixaram suas casas e comunidades tentando escapar das consequências da contraofensiva de Israel contra o grupo Hamas na Faixa de Gaza, no Oriente Médio.  Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), o número de palestinos deslocados já representa quase 10% dos cerca de 2,2 milhões de pessoas que vivem em Gaza – um estreito pedaço de terra de cerca de 41 quilômetros de comprimento por 10 quilômetros de largura, banhada pelo Mar Mediterrâneo e controlada pelo Hamas. 

Comunidade internacional 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta terça-feira que o país vai garantir que Israel possa se defender dos ataques. De acordo com ele, pelos menos 14 norte-americanos estão entre os mortos no conflito, e outros são mantidos prisioneiros pelo Hamas.  "Esse é um ato de pura maldade", disse Biden.

A Suécia informou que irá suspender a ajuda aos territórios da Palestina.  Os Emirados Árabes Unidos anunciaram o envio imediato de US$ 20 milhões para os palestinos.  Já o governo alemão diz que pôr fim ao apoio ao povo palestino seria um erro.  

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza alertou que a falta de suprimentos médicos vai levar os hospitais locais à uma "situação catastrófica". A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ajuda humanitária urgente à região e apelou à libertação imediata de todos os reféns.  

A Organização Mundial da Saúde solicita a criação de um corredor humanitário para levar bens à população que vive na Faixa de Gaza. O governo de Israel recusou um pedido para levar alimentos e suprimentos médicos para a Faixa de Gaza, disse Hussein Al-Sheikh, secretário-geral do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), na terça-feira (10).

Brasil  

Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da EBC, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que está em viagem oficial ao Camboja, reafirmou a posição diplomática do governo brasileiro sobre o conflito no Oriente Médio.   

"A posição do Brasil é de que os atos violentos devem ser interrompidos, deve haver uma cessação de hostilidades. E, evidentemente, que nós condenamos a violência e o derramamento de sangue", destacou o chanceler, ao comentar que vem mantendo conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a escalada de violência na Faixa de Gaza, e também sobre a operação de repatriação de cidadãos brasileiros. 

Este mês de outubro, o Brasil ocupa a presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Uma reunião de emergência foi realizada no fim de semana, convocada pela presidência temporária brasileira, mas não houve consenso. 

Ainda no fim de semana, em nota, o Palácio do Itamaraty defendeu o compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. 

 

 

 

* Com informações da TV Brasil, Agência Reuters e do repórter Pedro Rafael Vilela, da Agência Brasil 

FRANÇA - Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido e Itália pediram na segunda-feira (9) ao Irã para “não estender o conflito” para fora de Gaza, após o ataque do Hamas contra Israel, informou a Presidência francesa.

“Pedimos a outros grupos extremistas, ou a qualquer Estado que possa tentar se aproveitar da situação, o Irã em particular, que não busque explorar a situação com outros fins, nem estender o conflito”, ressalta o comunicado conjunto divulgado pela Presidência francesa.

 

 

AFP

UCRÂNIA - Pelo menos 51 pessoas, incluindo uma criança, morreram em um bombardeio russo, enquanto participavam de um velório em uma aldeia na região de Kharkiv, no leste da Ucrânia, um ataque com o qual uma funcionária da ONU se disse "horrorizada".

O bombardeio ocorreu por volta das 13h15 locais (7h15 no horário de Brasília) em Groza, uma aldeia de 330 habitantes no nordeste do país, disse o governador regional, Oleg Synegubov, no Telegram.

O ministro ucraniano do Interior, Igor Klymenko, afirmou que as vítimas se reuniram para assistir a uma cerimônia em homenagem a um morador falecido. O bombardeio também destruiu uma loja no mesmo prédio.

Segundo ele, cerca de 60 pessoas compareceram ao evento e entre os 51 mortos havia uma criança de seis anos, informou, acrescentando que o número de vítimas pode aumentar.

"Encontraram o meu filho sem cabeça, sem braços, sem pernas, sem nada. Identificaram-no por seus documentos", contou Volodimir Mukhovaty, de 70 anos, que buscava sua esposa e sua nora.

"Vivi 48 anos com minha esposa. Não vou durar muito tempo sozinho", disse ele, com poucas esperanças.

Várias partes de corpos não identificados foram colocados ao lado de dois balanços. Enquanto isso, as equipes de resgate continuaram procurando por possíveis sobreviventes nos escombros.

 

- "Atrocidades russas" -

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, atualmente na Espanha para uma reunião com dirigentes europeus, denunciou este "crime russo manifestamente brutal".

O chefe de Estado publicou a imagem de uma mulher ajoelhada ao lado do que parece ser um cadáver, com vários corpos ao seu redor.

A coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia, Denise Brown, declarou-se "horrorizada" com o ataque. "As imagens vindas desta aldeia, onde vivem pouco mais de 300 pessoas, são absolutamente horríveis", escreveu Brown em nota.

O ministro ucraniano da Defesa, Rustem Umerov, por sua vez, afirmou que o bombardeio é a prova de que a Ucrânia precisa de mais defesas aéreas "para se proteger do terror".

As forças russas tomaram grandes partes do território na região de Kharkiv nos primeiros dias da invasão à Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022.

Desde então, o Exército ucraniano recuperou grande parte do território fronteiriço durante uma ofensiva-relâmpago lançada no final do ano passado.

Mas Kharkiv continua sendo alvo de bombardeios frequentes, o que fez com que autoridades regionais recentemente ordenassem a retirada de moradores de algumas áreas desta localidade.

Com este ataque, "as atrocidades russas atingiram um nível ainda mais nefasto", declarou nesta quinta-feira o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.

"Ataques intencionais contra civis são crimes de guerra", disse ele na rede social X (ex-Twitter).

O bombardeio também foi condenado pelos Estados Unidos. "É terrivelmente pavoroso para o povo da Ucrânia", reagiu a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em uma coletiva de imprensa.

"Os ataques contra os civis e as infraestruturas civis são proibidos pelo direito internacional humanitário e devem parar imediatamente", afirmou Stéphane Dujarric, porta-voz da ONU.

 

 

AFP

RÚSSIA - Muitos desertores russos não têm sequer passaporte e estão na lista internacional de procurados. Sem documentos, eles tentam a vida no exterior. DW conversou com três deles.Enquanto Munique ferve em clima de Oktoberfest, encontramos “Vasily” num parque tranquilo nos arredores da cidade. Na Alemanha há quase um mês, foi um dos primeiros desertores russos a entrarem legalmente no país.

Ainda que se sinta seguro na Alemanha, o jovem diz temer pela família deixada para trás – motivo pelo qual prefere esconder seu nome verdadeiro. Na Rússia, onde é procurado pelas autoridades, ele pode pegar até 15 anos de prisão por deserção.

 

“Não luto contra meu próprio povo”

Vasily é artilheiro. Ele estudou na academia militar e serviu o Exército por vários anos. Mas há muito decepcionado com a instituição, ele tentou abandonar as Forças Armadas – sempre em vão. Até que a Rússia atacou a Ucrânia e ele recebeu ordens para ir para o front.

“Eles disseram: 'Prepare-se, já estamos quase sem homens'”, recorda. Mas ele se recusou: “Sou de origem ucraniana”, disse na ocasião ao seu superior. “Meu pai é ucraniano, não vou lutar contra meu próprio povo.”

Apesar de todas as ameaças do superior, Vasily não foi para o front. Mas tampouco foi exonerado de sua unidade. Assim como ele, outros desertores também relataram à DW sobre a dificuldade em deixar o Exército mesmo antes de 21 de setembro de 2022, quando o presidente Vladimir Putin anunciou uma mobilização parcial. Depois disso, dizem, tornou-se completamente impossível. As penalidades por deixar o quartel sem permissão e por deserção foram aumentadas para dez e 15 anos de prisão, respectivamente.

“Não tinha saída. Recebi uma ligação do comando e eles disseram: 'Ou você vai para a guerra ou abriremos um processo criminal contra você. Então você vai para trás das grades, de onde será enviado para a guerra do mesmo jeito.'” Vasily decidiu então fugir da Rússia.

 

Viktor: “Era simplesmente impossível recusar”

De acordo com estimativas da organização Go by the Forest, que ajuda russos que não querem ser convocados para a guerra, mais de 500 desertores deixaram o país desde que a mobilização foi anunciada. E esses são apenas os que procuraram os ativistas de direitos humanos. O número real é provavelmente muito maior.

A maioria desses homens foge para o Cazaquistão ou para a Armênia. Um deles é o oficial de comunicações “Viktor”, que também prefere não revelar seu nome verdadeiro. Ao contrário de Vasily, no entanto, ele acabou participando das operações militares russas contra a Ucrânia.

Por meio de uma chamada de vídeo a partir da capital do Cazaquistão, Astana, Viktor afirma que também tentou sair do Exército. Mas em fevereiro de 2022 foi chamado para participar de um exercício na península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia. Logo em seguida, em 24 de fevereiro, sua unidade participaria da invasão russa.

“Eles nos acordaram às 5h da manhã, nos alinharam em colunas e disseram: 'Vamos lá!' Mas isso sem dizer para onde estávamos indo. Naquele momento, era simplesmente impossível recusar. Se você corresse para frente, levava tiro dos ucranianos, e se corresse para trás, era pego pelo próprio povo”, lembra Viktor.

Ele mesmo esteve em território ucraniano até meados de 2022. “Vi prisioneiros de guerra executados e inclusive as ordens [para tal] do comandante da unidade.” Mas garante: “No nosso país não houve nada parecido com o que aconteceu em Bucha.” Viktor afirma ter tomado conhecimento dos massacres de civis na Ucrânia pela primeira vez no fim de abril de 2022, quando conseguiu acessar a Internet. “Depois disso, repensei muita coisa.”

 

Yevgeny: “Estou pronto para ser julgado”

Yevgeny, oficial de uma unidade especial, também foi enviado à fronteira com a Ucrânia em fevereiro de 2022 para realização de exercícios militares. De origem pobre, o jovem havia recebido do Exército a promessa de ascensão social.

“Esperávamos e acreditávamos que não haveria guerra”, diz, ao lembrar daquele fatídico fevereiro de 2022. “Achávamos que Putin era um assassino e ladrão, mas não um fanático que iniciaria uma guerra. Mas eis que as coisas se revelaram diferentes.”

Em 24 de fevereiro, sua unidade cruzou a fronteira com a Ucrânia e chegou até Brovary, perto de Kiev. “Para nós, foi tudo muito triste. Em 30 de março quase toda uma companhia morreu”, diz, em alusão aos combates. “Quando estávamos perto de Kiev, não fizemos prisioneiros pois não havia como levá-los para a Rússia, então eles foram mortos,” Mas acrescenta que o lado ucraniano lidou com a situação da mesma forma.

Yevgeny nega envolvimento nos assassinatos. “Estou pronto a responder em tribunal. Minha consciência está limpa. Sim, eu lutei, sim, eu atirei, mas também fui alvejado e também quero viver.”

 

Medo de ser extraditado para a Rússia

Após o fracasso da ofensiva russa perto de Kiev, a unidade de Yevgeny foi transferida para Donbass. Para fugir de lá, ele deu um tiro na própria perna. “Nós nos ferimos perto das posições ucranianas e dissemos que haviam sido os ucranianos a atirar em nós. Acreditaram em nossa história e nos levaram para um hospital na Rússia.”

Em meados de agosto de 2022, Viktor recebeu licença. De volta ao quartel, tentou pedir baixa, mas não conseguiu fazê-lo antes de a mobilização ser anunciada. Ambos os oficiais acabaram fugindo para o Cazaquistão. Mas por serem alvos de processos criminais na Rússia, eles não conseguem nenhum emprego oficial no país. Temendo a extradição para a Rússia, nem mesmo chips de celulares ou contas bancárias eles têm em seus nomes.

 

Solicitação de vistos humanitários para desertores russos

Viktor vislumbra três opções para si: França, Alemanha ou Estados Unidos. “Porque esses países emitem documentos de viagem temporários. Afinal de contas, nenhum de nós tem passaporte.” Ele já entrou em contato com essas e outras embaixadas de países ocidentais várias vezes, mas até agora sem sucesso.

“Em maio de 2022, o Ministério do Interior da Alemanha disse que os desertores do Exército russo receberão status de refugiados, pois a deserção é entendida como um ato político contra a guerra e, portanto, a perseguição também constitui perseguição política”, explica Rudi Friedrich, diretor executivo da associação Connection. Com sede em Offenbach, ela faz campanhas internacionais para objetores de consciência.

Juntamente com outras ONGs, ela pede ao Parlamento Europeu e aos Estados-membros da União Europeia que protejam quem se recusa a lutar em nome de Putin, através, por exemplo, da concessão de vistos humanitários, pois asilo só é possível solicitar na própria Alemanha.

Mas sem passaporte e visto, isso é quase impossível para os desertores, aponta Friedrich. Por isso é preciso proteger quem assume um alto risco pessoal e não quer lutar e nem participar dos crimes dessa guerra.

 

Os caminhos dos desertores russos para a Europa

Vasily é um dos primeiros desertores a conseguirem ir do Cazaquistão para a Europa ocidental sem passaporte, tendo conseguido emprego como programador numa empresa de TI na Alemanha. A embaixada alemã no Cazaquistão emitiu para ele uma permissão de viagem temporária para estrangeiros com visto de trabalho. Não foi fácil encontrar uma empresa que aceitasse um desertor sem passaporte, admite Vasily. Mas o mais difícil foi deixar o Cazaquistão.

Na primeira vez que tentou, ele foi retirado do avião após ser reconhecido no sistema do banco de dados internacional de indivíduos procurados. Vasily conta como sua filha de cinco anos correu para todos os funcionários da fronteira pedindo que “deixassem o papai sair”. No dia seguinte, graças a seu advogado, Yernar Koshanov, ele conseguiu deixar o país. “Aparentemente há certas condições sob as quais isso é possível”, comenta, sem dar detalhes: “Há uma saída.”

Agora quase estabelecido, Vasily fala com entusiasmo sobre seu novo trabalho como desenvolvedor de jogos. Ele é grato à Alemanha por ter emitido o visto e ao Cazaquistão por ter permitido que emigrasse. Apesar dos riscos para sua família, ele decidiu tornar pública sua história de deserção, para que outros também tenham a chance de escapar dessa guerra sangrenta.

“Digo a todos os desertores, a todos os que estão na frente de batalha e estão desesperados: Tudo é possível. Não é preciso lutar e agir contra sua consciência. Vocês podem se recusar a participar desses crimes.”

 

 

REVISTA PLANETA

UCRÂNIA - A defesa aérea ucraniana afirmou nesta quinta-feira (28) que destruiu 31 de 39 drones lançados durante a noite em um “ataque em larga escala” da Rússia contra as regiões de Odessa Mykolaiv, no sul do país.

“O trabalho da defesa aérea foi muito eficaz. Mais de 30 drones foram destruídos”, afirmou Natalia Gumenyuk, porta-voz do comando sul das Forças Armadas da Ucrânia.

“O inimigo não para de atacar, não cessa a pressão e a busca de novas táticas, principalmente com o uso de ataques em larga escala”, acrescentou.

Ela disse ainda que “as consequências do ataque estão sendo esclarecidas porque realmente foi grande”.

O Estado-Maior ucraniano afirmou em sua atualização diária que a Rússia “atacou novamente a Ucrânia com ‘drones kamikazes’, utilizando 39 drones de ataque do tipo Shahed-136/121”, e 31 deles foram “destruídos pelas forças e recursos da defesa aérea”.

As tropas russas atacam com frequência as regiões às margens do Mar Negro que abrigam portos importantes para o comércio marítimo.

Os ataques aumentaram desde julho, quando a Rússia abandonou o acordo que permitia à Ucrânia exportar sua produção de grãos pelo Mar Negro.

 

 

AFP

UCRÂNIA - Ataques aéreos e bombardeios russos mataram seis pessoas na Ucrânia e causaram "danos significativos" à infraestrutura do porto de Odesa, no Mar Negro, e a instalações de armazenamento de grãos, disseram autoridades ucranianas na segunda-feira (25).

Os ataques aéreos fazem parte de uma campanha para dificultar a exportação de produtos pela Ucrânia, grande produtora de grãos, desde que Moscou desistiu de um acordo em meados de julho que havia permitido os embarques ucranianos pelo Mar Negro e ajudado a combater uma crise global de alimentos.

Oleh Kiper, governador da região de Odesa, disse que as instalações atingidas continham quase mil toneladas de grãos e que os corpos de dois homens foram encontrados sob os escombros de um armazém onde os alimentos eram armazenados.

Os militares da Ucrânia disseram que 19 drones Shahed de fabricação iraniana e 11 mísseis de cruzeiro foram abatidos durante a noite, a maioria deles direcionados à região de Odesa. As instalações de armazenamento de grãos que foram destruídas foram atingidas por dois mísseis supersônicos, disse Kiper.

O Ministério da Energia disse que os danos às redes elétricas cortaram a energia de mais de mil consumidores na região, uma lembrança dos ataques aéreos que, às vezes, deixaram milhões de ucranianos sem aquecimento e luz no frio congelante do último inverno.

Um homem de 73 anos e uma mulher de 70 foram mortos em um ataque aéreo separado na cidade de Beryslav, na região sul de Kherson, segundo as autoridades.

O chefe administrativo da cidade – o principal centro da região – disse mais tarde que dois moradores da cidade haviam morrido e outros dois ficaram feridos em um bombardeio russo.

O Ministério da Defesa da Ucrânia disse que o último ataque aéreo foi "uma tentativa patética" de retaliar um ataque ao quartel-general da marinha russa do Mar Negro na sexta-feira (22).

Ao anunciar a última entrega de armas, Zelenskiy disse que os tanques Abrams já haviam chegado à Ucrânia e estavam sendo preparados para entrar em ação.

"Sou grato aos nossos aliados por cumprirem os acordos. Estamos buscando novos contratos e expandindo nossa geografia de suprimentos", disse Zelenskiy, que visitou os Estados Unidos na semana passada.

O contra-ataque da Ucrânia incluiu a intensificação de seus ataques que, segundo Moscou, atingiram alvos na Rússia e na Crimeia, a península tomada e anexada por Moscou em 2014.

O Ministério da Defesa da Rússia disse hoje que suas defesas aéreas abateram drones sobre a parte noroeste do Mar Negro, sobre a Crimeia e sobre as regiões russas de Kursk e Belgorod. Não foram mencionadas mortes.

Kiev afirma que os ataques aéreos contra instalações portuárias e de grãos têm o objetivo de impedir a exportação para o mundo, e os comerciantes globais acompanham de perto a situação por medo de mais interrupções nos mercados mundiais.

A Ucrânia está transportando cada vez mais grãos ao longo do rio Danúbio, por estrada e por trem, e estabeleceu um "corredor humanitário" que abraça a costa do Mar Negro para transportar grãos para os mercados africanos e asiáticos. Os dois primeiros navios que transportam grãos para usar o corredor deixaram o porto de Chornomorsk, no Mar Negro, na semana passada.

 

 

Agência Brasil

UCRÂNIA - A Rússia executou um novo ataque em larga escala contra a região de Odessa, no sul da Ucrânia, onde as autoridades relataram nesta segunda-feira (25) que uma mulher ficou ferida e danos materiais consideráveis.

Moscou, ao mesmo tempo, afirmou que derrubou vários drones lançados por Kiev contra a Crimeia, península anexada pela Rússia, e duas regiões de seu território.

A Rússia "atacou a região de Odessa com drones e dois tipos de mísseis", afirmou o governador Oleg Kiper no Telegram. Ele mencionou várias ações, incluindo um ataque contra uma "instalação portuária".

Uma civil "foi ferida em uma onda de choque", acrescentou.

O exército ucraniano afirmou que a Rússia utilizou 19 drones Shahed de fabricação iraniana e dois mísseis supersônicos Onyx no ataque contra Odessa.

Outros 12 mísseis Kalibr foram lançados "com trajetórias complexas em diferentes áreas", segundo o exército, que também citou a presença de um submarino.

Todos os drones e 11 mísseis Kalibr foram derrubados pela defesa antiaérea, segundo o exército.

O balneário de Odessa sofreu danos "consideráveis" que provocaram um incêndio, rapidamente controlado, em um hotel.

Dois dos 11 mísseis Kalibr destruídos sobrevoavam as regiões de Mykolaiv (sul) e Kirovograd (centro), mas a maioria foi detectada na região de Odessa, afirmou o exército.

Um projétil Onyx atingiu um depósito de grãos, que estava vazio, no porto, afirmou Natalya Gumenyuk, porta-voz do exército, que citou um ataque em "larga escala".

A queda de escombros atingiu outros armazéns e estabelecimentos comerciais nos subúrbios da cidade

As tropas russas atacam com frequência esta região do sul da Ucrânia, no Mar Negro, que abriga instalações portuárias vitais para o comércio marítimo.

Os ataques aumentaram desde julho, quando Moscou abandonou o acordo de grãos que permitia a Kiev exportar de maneira livre sua produção agrícola.

No domingo, no entanto, um segundo cargueiro de grãos ucranianos chegou a Istambul através de um corredor marítimo implementado por Kiev no Mar Negro, apesar das ameaças de Moscou de bombardear os navios que entram ou zarpam da Ucrânia.

A cidade de Kryvy Rih, na região de Dnipropetrovsk, também foi atacada no domingo à noite, informaram as autoridades locais.

O governador Serguiï Lysak afirmou que a defesa antiaérea "funcionou contra os drones inimigos".

O comandante militar de Kryvy Rih, Oleksander Vilkul, anunciou que um drone foi derrubado e os destroços provocaram um incêndio, que não deixou vítimas.

 

- Drones derrubados na Rússia -

O ministério da Defesa da Rússia anunciou no Telegram que quatro drones ucranianos foram destruídos na península anexada da Crimeia e no noroeste do Mar Negro.

Além disso, dois drones foram derrubados na região de Kursk (sul). "Não há vítimas, mas um prédio administrativo foi atingido", afirmou o governador regional Roman Starovoyt.

Na região vizinha de Briansk, ao norte, o governador Alexander Bogomaz citou três drones ucranianos derrubados, dois deles no distrito de Surazh, sem mencionar vítimas ou danos.

 

 

AFP

SEBASTOPOL - O quartel-general da frota russa no Mar Negro, em Sebastopol, na península anexada da Crimeia, estava em chamas depois de ser atingido por um bombardeio ucraniano, e ao menos um militar morreu no ataque, informaram as autoridades russas.

“Prosseguem os esforços para extinguir o incêndio no quartel-general da frota”, informou no Telegram o governador designado pela Rússia para o distrito de Sebastopol, Mikhail Razvojaiev.

O Ministério russo da Defesa russo anunciou que um militar morreu no bombardeio com mísseis.

 

 

AFP

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