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ISRAEL - Uma pessoa morreu e ao menos 17 ficaram feridas na segunda-feira (15) em ataques na região central de Israel. As autoridades afirmaram que os dois suspeitos, palestinos e moradores da Cisjordânia ocupada, entraram em território israelense de maneira ilegal.

O ataque ocorreu na cidade de Ra'anana, localizada a 20 km de Tel Aviv, por volta das 13h30 no horário local (9h30 em Brasília). Segundo a polícia, os criminosos roubaram um carro e atropelaram pedestres em três locais. Eles ainda esfaquearam civis. Os suspeitos moram na região de Hebron, na Cisjordânia, e foram detidos pela polícia após o atentado.

O hospital Meir, em Kfar Saba, informou que uma mulher de aproximadamente 70 anos chegou à unidade em estado grave e morreu apesar dos esforços de ressuscitação. Em relatório inicial, os serviços de resgate disseram que ao menos outras 13 pessoas tinham sido atropeladas e que duas delas estavam em estado grave. Mais tarde, o número de feridos aumentou para 17.

Pelo menos sete crianças e adolescentes foram atingidos, de acordo com o jornal The Times of Israel. Um adolescente de 16 anos passava por cirurgia, sedado e entubado, devido a um traumatismo craniano.

Avi Bitton, comandante da polícia, descreveu o caso como um "atentado terrorista muito grave" e disse que a inteligência não descarta a participação de mais pessoas. Dezenas de policiais patrulhavam e faziam buscas na região de Ra'anana após os crimes.

Os suspeitos foram identificados como Mahmoud Zidat, 44, e seu sobrinho Ahmed Zidat, 25. Segundo investigação preliminar da polícia, mencionada pelo jornal israelense Haaretz, o suspeito esfaqueou uma mulher e assumiu o controle do carro dela. O suspeito perdeu o controle do veículo após atropelar as primeiras vítimas, mas ainda conseguiu roubar outro carro, com o qual continuou a atropelar pedestres.

As tensões em Israel e nos territórios palestinos aumentaram desde o ataque do Hamas no dia 7 de outubro, no qual terroristas mataram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram mais de 200, a maioria civis, em território israelense, de acordo com balanço de Tel Aviv.

Em resposta, Israel declarou guerra e faz bombardeios diários que devastam grande parte da Faixa de Gaza, matando mais de 24 mil pessoas, segundo o Ministério da Saúde local, e expulsando quase toda a população de 2,3 milhões de palestinos de suas casas. Um "bloqueio total" imposto por Tel Aviv restringiu o fornecimento de alimentos, combustível e medicamentos ao território.

 

 

POR FOLHAPRESS

ISRAEL - Israel intensificou na segunda-feira (8) os bombardeios no sul da Faixa de Gaza, atingindo cerca de 30 alvos do Hamas, segundo Tel Aviv, após as Forças Armadas do país afirmarem ter "concluído o desmantelamento" da estrutura militar do grupo terrorista na região norte do território palestino.

As ofensivas indicam uma nova fase na guerra iniciada em 7 de outubro, quando extremistas da facção romperam barreiras e assassinaram aproximadamente 1.200 pessoas em Israel. O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse ao americano The Wall Street Journal que as forças do país passarão para uma "etapa menos intensa" no norte de Gaza, enquanto ações "mais direcionadas" se concentrarão nas regiões central e sul do território.

O governo de Israel disse em nota que a transição começaria em breve, mas sem estabelecer uma data. Segundo o New York Times, autoridades israelenses disseram sob condição de anonimato que esperam concluir a transição até o fim de janeiro, mas que o cronograma pode mudar.

"A guerra mudou de etapa", afirmou o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari. "Mas a transição será feita sem nenhuma cerimônia. Não são anúncios dramáticos."

Autoridades americanas disseram esperar que a nova fase da guerra concentre missões de grupos menores das forças de elite israelense, que entrariam e sairiam dos centros populacionais de Gaza para encontrar e matar líderes do Hamas, resgatar reféns e destruir túneis, segundo o New York Times.

Também dizem acreditar que o número de tropas israelenses no norte de Gaza caiu para menos da metade dos cerca de 50 mil soldados que estavam na região no mês passado, durante o auge da campanha.

Embora Israel tenha a intenção de reduzir o escopo da ofensiva, o premiê Binyamin Netanyahu voltou a descartar o fim da guerra no domingo (7). Ao dar início à reunião semanal do gabinete de guerra, ele afirmou que os enfrentamentos seguirão até que o país tenha alcançado todos os seus objetivos, incluindo a "eliminação completa" do Hamas e das ameaças militares em Gaza, além da devolução ou resgate dos reféns ainda mantidos em cativeiros.

Já nesta segunda, Tel Aviv disse ter atingido "alvos significativos" do Hamas em ataques feitos por caças. Os alvos incluíram instalações subterrâneas, depósitos de armas e outras infraestruturas do Hamas. As ações ajudaram as forças que estão "manobrando na área a continuar lutando", disse comunicado divulgado pelo governo.

Uma incursão militar no sul de Israel teria descoberto um túnel usado por terroristas próximo a uma escola de Khan Yunis, maior cidade da região sul do território. Armas, explosivos, equipamentos para comunicação e documentos teriam sido apreendidos em outras infraestruturas localizadas ao lado de residências civis.

Segundo o Times of Israel, durante a operação, vários foguetes foram disparados contra as tropas, que, em resposta, direcionaram fogo de tanques e um ataque aéreo contra a célula terrorista responsável. Em outra região de Khan Yunis, as tropas se envolveram em batalhas com terroristas escondidos na cidade, direcionando ataques de drones enquanto caças as apoiavam pelo alto.

O Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, disse nesta segunda que 73 palestinos foram mortos em Gaza nas últimas 24 horas. Ainda segundo o órgão, no total mais de 23 mil pessoas morreram em ataques atribuídos a Israel desde o começo da guerra, e ao menos 58 mil ficaram feridas.

Sob pressão internacional em razão desses óbitos, de civis em sua maioria, autoridades israelenses anunciaram no dia 1º a retirada de parte de suas tropas de Gaza. Embora a maioria dos soldados deva voltar à vida civil, relatos na imprensa israelense sugerem que pode haver um deslocamento de efetivo para reforçar a fronteira norte com o Líbano, onde tropas com frequência trocam fogo com extremistas do Hezbollah, grupo extremista islâmico que assim como o Hamas é patrocinado pelo Irã.

As escaramuças diárias ficaram mais tensas depois de 2 de janeiro, quando Israel matou Saleh al-Arouri, o número dois da ala política do Hamas, em um ataque com drone no sul de Beirute, território controlado pelo Hezbollah. O grupo extremista jurou vingança, e o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que Tel Aviv tentava arrastar o Líbano para a guerra contra os palestinos.

Apesar das ameaças, outro comandante do Hezbollah foi morto em um ataque atribuído a Israel nesta segunda. Líderes da facção o identificaram como Wissam al-Tawil, um dos chefes da força de elite do grupo Radwan. Eles disseram que ele e outro combatente foram atingidos em um bombardeio na região de Majdal Selm, no sul libanês.

Ataques israelenses já mataram mais de 130 combatentes do Hezbollah em território libanês desde o começo da guerra contra o Hamas, em 7 de outubro. Outros 19 foram mortos na Síria. A facção, contudo, tem evitado expandir o conflito -o último combate aberto entre ambos os lados ocorreu em 2006. Mas os acontecimentos recentes aumentam o temor de que a guerra Israel-Hamas se espalhe.

Na semana passada, Gallant, o ministro da Defesa israelense, disse que há "um curto espaço de tempo para que se chegue a um entendimento diplomático" com o Hezbollah. Antes, o líder do grupo extremista, xeque Hassan Nasrallah, havia dito ser inevitável uma resposta a Tel Aviv após o ataque do dia 2 na capital libanesa.

Os Estados Unidos e aliados do G7, o grupo que reúne algumas das principais economias do mundo, estão buscando uma saída rápida da fase militar do conflito de Gaza, disse a Itália em comunicado nesta segunda, enquanto o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e os seus homólogos da União Europeia rodam o Oriente Médio numa tentativa de arrefecer a crise.

Blinken se reuniu com autoridades dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita nesta segunda, antes de seguir para Israel. Ele busca, segundo Washington, dar início a esforços de paz que são necessários para evitar uma propagação do conflito.

O americano iniciou um esforço diplomático de cinco dias no Oriente Médio por Jordânia e Qatar no domingo (7), em sua quarta visita à região desde os ataques de 7 de outubro. "Este é um momento de profunda tensão. Trata-se de um conflito que pode facilmente se transformar em uma metástase, causando ainda mais insegurança e sofrimento", afirmou Blinken.

 

 

POR FOLHAPRESS

ISRAEL - Dezenas de palestinos foram mortos ou feridos em ataques de Israel na madrugada de hoje na Faixa de Gaza, quando o conflito com o Hamas entra no seu 90.º dia, divulgou a imprensa local.

Segundo a agência oficial de notícias palestina Wafa, "dezenas de cidadãos, incluindo crianças e mulheres, morreram" devido aos ataques israelenses que continuam intensos "por terra, mar e ar".

Pelo menos 14 pessoas morreram e outras ficaram feridas num ataque à casa de uma família palestina que também acolhia deslocados internos na cidade de Khan Yunis, no sul do enclave, onde Israel intensificou as suas operações nas últimas semanas.

Os caças israelenses também "bombardearam zonas agrícolas" no oeste de Khan Yunis, matando seis pessoas.

As forças israelenses atacaram também a sede do serviço médico de emergência do Crescente Vermelho palestino em Khan Yunis, causando uma morte e vários feridos. Um ataque semelhante neste local dias atrás já tinha resultado na morte de cinco pessoas.

Os ataques também continuam no centro de Gaza - em pontos como o campo de refugiados de Al-Maghazi ou a cidade de Al-Masdar -, provocando a morte de dezenas de pessoas e muitos feridos, segundo a agência de notícias palestina.

Há "ainda pessoas desaparecidas sob os escombros", sublinhou a Wafa.

O número de mortos nos ataques israelenses a Gaza desde o início da guerra, há quase três meses, ultrapassa os 22.300, incluindo 9.600 crianças e pelo menos 6.750 mulheres, estimando-se que existam cerca de 7.000 pessoas desaparecidas, provavelmente mortas sob os escombros dos edifícios da Faixa de Gaza.

A ofensiva militar israelense deixou um cenário de devastação quase total em Gaza, afetada por uma grave crise humanitária devido à escassez de alimentos, água potável, produtos básicos e combustível devido à limitação israelense à entrada de ajuda humanitária como medida de pressão sobre o Hamas.

 

 

POR NOTÍCIAS AO MINUTO BRASIL

ISRAEL - Vice-chefe do escritório político do Hamas, Saleh al-Arouri foi morto na noite de terça-feira (2) em Beirute em um ataque de Israel. A informação foi confirmada por três pessoas com conhecimentos sobre o assunto à agência de notícias Reuters –questionado, o Exército de Tel Aviv não respondeu.

Apesar de estar oficialmente ligado à ala para assuntos políticos da organização palestina, Arouri era conhecido por ter envolvimento com assuntos militares.

 

Futuro da Faixa de Gaza

Nesta mesma terça-feira, o chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, disse que está aberto a ideia de que um único governo palestino administre a Cisjordânia ocupada e Gaza –território controlado pelo grupo terrorista.

"Recebemos inúmeras propostas de iniciativas acerca da situação interna [palestina] e estamos abertos à ideia de um governo nacional para a Cisjordânia e Gaza", declarou ele.

O Hamas controla a Faixa de Gaza desde que venceu as eleições palestinas de 2006, que foram seguidas por fortes confrontos com o partido Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina Mahmud Abbas. As múltiplas tentativas de reconciliação entre as duas facções fracassaram, e a popularidade de Abbas como chefe da Autoridade Palestina na Cisjordânia caiu.

A questão de quem governará Gaza está de volta à mesa desde a eclosão da guerra entre o Hamas e Israel, cujo governo prometeu destruir o movimento palestino.

Os Estados Unidos insistem que os palestinos devem fazer parte da administração do pós-guerra, mas o futuro papel da ANP, órgão instituído após os Acordos de Oslo como um governo de transição até a criação de um Estado palestino até hoje inexistente, permanece incerto.

No discurso de Haniyeh, transmitido pela rede Al-Jazeera, o chefe do Hamas também se referiu às negociações sobre uma possível segunda trégua nos combates.

Um cessar-fogo anterior abriu caminho para que quase metade dos 250 reféns sequestrados em Israel em 7 de outubro fossem libertados por militantes de Gaza. Pelo menos 129 pessoas continuam em cativeiro.

"Os prisioneiros do inimigo serão libertados apenas nas condições estabelecidas pela resistência", declarou Haniyeh, sem dar maiores detalhes.

 

 

POR FOLHAPRESS

ISRAEL - Os dois meses da guerra que se desenrola em Gaza deixaram mais profissionais da imprensa mortos na região do que a cifra dessas vítimas registrada nos últimos 30 anos, mostram dados do Comitê para a Proteção dos Jornalistas, que investiga esses casos.

De acordo com a mais recente atualização da base de dados, publicada nesta segunda-feira (11), 63 jornalistas e outros funcionários da mídia morreram em Israel e nos territórios palestinos ocupados -designação adotada pela ONU para a Cisjordânia e a Faixa de Gaza- desde o último 7 de outubro, quando a facção terrorista Hamas invadiu o sul israelense.

Como comparação, de 1992, ano em que o CPJ dá início ao seu levantamento em todo o mundo, até antes de eclodir o atual conflito, 25 jornalistas haviam sido mortos na região.

A preocupação com as condições de trabalho da mídia em meio à guerra tem crescido ao redor do mundo. Entre organizações que trabalham em defesa do setor prevalece a interpretação de que ataques indiscriminados em Gaza e os constantes cortes de energia e acesso à internet no território palestino impossibilitam o exercício da imprensa livre e, mais, expõem jornalistas ao risco de morte.

No início de novembro, a ONG Repórteres Sem Fronteiras formalizou queixa ao Tribunal Penal Internacional (TPI), baseado em Haia, pedindo que seu corpo técnico avalie como crimes de guerra a morte de ao menos oito jornalistas palestinos e um israelense desde o início do atual conflito.

A organização justifica que os ataques contra jornalistas palestinos correspondem ao que o direito internacional humanitário considera crimes de guerra porque, mesmo dirigidos a alvos militares legítimos, como afirma Tel Aviv, causaram danos excessivos e desproporcionais aos civis.

Ainda no pedido ao TPI, a RSF afirma que as instalações de ao menos 50 veículos de comunicação que atuavam em Gaza foram destruídas, total ou parcialmente, desde 7 de outubro.

De acordo com a base de dados do CPJ, o dia mais mortal desta guerra para os profissionais de comunicação foi o próprio 7 de outubro, quando seis jornalistas foram mortos. Já o segundo teria sido 18 de novembro, com ao menos cinco vítimas.

Além dos 63 mortos, outros 11 jornalistas ficaram feridos, e três estão desaparecidos. A maioria dos que morreram é palestina (56), seguida por 4 israelenses e 3 libaneses.

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O comitê afirma ainda que ao menos 19 jornalistas foram presos nesse período e descreve o que chama de uma série de agressões, ameaças, ataques cibernéticos e tentativa de censura contra esses profissionais.

Ainda nesta segunda-feira (11), a rede qatari Al Jazeera acusou Israel de ter alvejado a casa de um de seus jornalistas em Gaza, Anas al-Sharif, e matado seu pai. Tel Aviv não se manifestou.

Mesmo antes de o atual conflito eclodir, Israel e os territórios palestinos ocupados já apresentavam desafios no que diz respeito à manutenção da liberdade de imprensa.

Na última edição do índice anual da Repórteres Sem Fronteiras que mede o quesito em 180 países e regiões, Israel aparece na 97ª posição, e a Palestina, na 156ª. Para comparação, o Brasil é 92o.

Sobre Israel, a ONG afirma que o cenário midiático foi "desestabilizado após a ascensão ao poder de um governo que ameaça a liberdade de imprensa", referindo-se à coalizão do premiê Binyamin Netanyahu, que retornou à chefia do país no fim de 2022 com guinada à ultradireita.

Já sobre os territórios palestinos ocupados, a organização afirma que jornalistas são vítimas de violações de liberdade de imprensa tanto por parte do que chama de "forças de ocupação israelenses" quanto por parte da Autoridade Nacional Palestina (que controla a Cisjordânia) e do Hamas (no poder na Faixa de Gaza).

Antes desta guerra, o caso mais notório de morte de uma trabalhadora da imprensa na região foi o da repórter palestino-americana Shireen Abu Akleh. Mesmo usando um colete azul que a identificava como membro da imprensa, ela foi morta durante uma operação do Exército de Israel na cidade de Jenin, na Cisjordânia. Ela trabalhava para a Al Jazeera. Investigação independente da ONU apontou que Shireen foi atingida por um disparo das forças de Tel Aviv.

O Estatuto de Roma e as Convenções de Genebra, documentos que balizam as leis sobre conflitos -e, portanto, também servem como base para caracterizar o que é um abuso ou um crime de guerra-, fornecem proteção jurídica aos profissionais de imprensa, ainda que não detalhem sua atuação.

Especialistas em direito humanitário internacional afirmam que o ponto-chave está no Protocolo Adicional 1 das convenções, segundo o qual jornalistas estão sujeitos a todos os direitos e proteções concedidos a civis nos conflitos armados. Desta forma, não devem nem podem ser alvos indiscriminados dos ataques.

 

 

POR FOLHAPRESS

JERUSALÉM - O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, condenou na terça-feira a violência contra palestinos por parte de colonos judeus na Cisjordânia, dizendo que em um Estado de Direito apenas a polícia e os militares têm o direito de usar a força.

"Há, infelizmente, violência por parte de extremistas que devemos condenar", disse Gallant em coletiva de imprensa, horas depois de os Estados Unidos terem anunciado que iriam impor proibições de vistos a indivíduos envolvidos em minar a paz, a segurança ou a estabilidade na Cisjordânia ocupada.

A Cisjordânia, um dos territórios onde os palestinos buscam a criação de um Estado, tem vivido uma onda de violência nos últimos meses, no contexto da expansão dos assentamentos judaicos e de um impasse de quase uma década no processo de paz apoiado pelos EUA.

“Em um Estado de Direito, e Israel é um Estado de Direito, o direito de usar a violência pertence apenas àqueles que são certificados para fazê-lo pelo governo, no nosso caso são as FDI (Forças de Defesa de Israel), a polícia israelense, o Shin Bet (serviço de segurança)”, disse Gallant.

“Ninguém mais tem autoridade para usar a violência”, acrescentou.

 

 

Reportagem de Emily Rose / REUTERS

ISRAEL - A violência na guerra de Israel contra o Hamas recrudesceu na segunda-feira (4), três dias após o fim da trégua nos combates iniciados após o mega-ataque do grupo terrorista palestino, em 7 de outubro.

O foco, como estava anunciado, foi o sul da Faixa da Gaza, região que foi relativamente poupada durante a primeira fase da guerra, concentrada no setor que engloba a capital homônima e o norte do território governado pelo Hamas desde 2007.

Segundo diversas testemunhas relataram a agências de notícias, dezenas de tanques israelenses Merkava invadiram a região fronteiriça perto de Khan Yunis, cidade que na véspera havia recebido uma ordem de retirada de civis por parte de Tel Aviv.

Ela, que abrigava parte do grupo de brasileiros que conseguiu sair e ser repatriado no mês passado, foi objeto daquilo que a Unicef chamou de "maior bombardeio na região na guerra", nas palavras do porta-voz do fundo para a infância da ONU James Elder.

Uma grande cratera deu lugar a um edifício na cidade. Israel afirmou ter feito 200 ataques aéreos lá e em Deir al-Balah, cidade no centro de Gaza que também estava fora da zona inicial de operações terrestres. Houve bombardeios também na capital e em Jabalia, maior campo de refugiados da região, ao norte, e o corte nas comunicações naquelas regiões.

Com o ataque por terra, Israel fecha o cerco usando blindados contra as posições do Hamas no sul, para onde diversas de suas lideranças podem ter fugido enquanto o norte era virtualmente obliterado. Segundo estudo da Universidade Estadual de Oregon (EUA), até 65% do norte da Faixa de Gaza pode ter tido prédios destruídos até o fim da trégua, enquanto no sul isso varia de 12% a 19%.

A cúpula do Hamas, contudo, vive em confortável exílio no Qatar, país que mediou a trégua de sete dias encerrada na sexta (1º). No processo, foram trocados 109 reféns tomados pelo Hamas em outubro por 240 mulheres e menores de idade palestinos presos sem condenação em cadeias israelenses. Ainda há cerca de 110 a 130 reféns, mas um número incerto deles morreu.

O cessar-fogo temporário deu um respiro diplomático para Israel, sob pressão generalizada por causa da violência de sua ação em Gaza, mas encerrava um paradoxo: o Hamas precisa ter reféns para seguir barganhando. Além disso, do ponto de vista militar, a extensão da trégua dava fôlego para os palestinos se reorganizarem.

Tel Aviv está sendo agora bastante criticada por seu plano para tentar mitigar as perdas civis na nova fase da guerra, já que o sul concentra a população desde que os israelenses deram um ultimato para quem morava no norte deixar a área antes da invasão. Ao todo, 75% dos 2,3 milhões de habitantes deixaram suas casas.

O governo de Binyamin Netanyahu criou 620 zonas numeradas na área, dando um alerta de algumas horas para que os moradores procurem um ponto em que, em tese, não haverá bombardeios. Nesta segunda, relatos da rede qatari Al Jazeera mostravam que isso era apenas no papel, dado que havia ataques em ao menos uma das áreas próximas de Khan Yunis.

Soma-se a este cenário o fato de que, mais uma vez, a Faixa de Gaza está sob um apagão de conectividade, segundo a companhia palestina de telecomunicações, a PacTel. "Lamentamos informar que todos os serviços de telecomunicações foram perdidos em Gaza devido ao corte nas principais rotas de fibra óptica", disse a empresa. A PalTel também disse que suas equipes atuam "implacavelmente, por todos os meios disponíveis, para restaurar os serviços".

Além disso, há a quase impossibilidade prática de os civis se retirarem a tempo sempre, além do risco de esse ser um processo de deportação forçada a se tornar permanente, como gostaria a direita religiosa aliada a Netanyahu.

Nesta segunda, as Forças de Defesa de Israel negaram esse objetivo, afirmando que a ideia é evitar mais mortes. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, cujos números são usualmente aceitos pela ONU apesar de ser do Hamas, morreram quase 500 pessoas de domingo (3) para cá, totalizando 15.899 vítimas na guerra.

O Egito, vital nos arranjos da trégua ao ceder a passagem de Rafah, no sul de Gaza, para a saída de reféns, voltou a pedir que Israel garanta a entrada de ajuda humanitária na região por aquele ponto. A saída de estrangeiros e seus parentes na região também está travada: estão na fila 86 pessoas, a maioria palestina, cadastradas pelo Itamaraty.

 

NORTE SEGUE COM ATAQUES

A violência segue em outras áreas, particularmente na fronteira norte de Israel. Lá, o aliado do Hamas Hezbollah disparou diversos mísseis e foguetes nesta segunda, sem deixar danos. Aviões de Tel Aviv bombardearam postos do grupo xiita libanês, que como seus parceiros palestinos é bancado pelo Irã, em troca.

No mar Vermelho, onde no domingo um destróier americano abateu três drones disparados contra si por rebeldes pró-Irã do Iêmen, o Comando Central dos EUA afirmou não ter dúvida de que as ações estão sendo orquestradas por Teerã e prometeu respostas pontuais a cada uma delas.

Os EUA enviaram dois grupos de porta-aviões e reforçaram suas bases na região para apoiar Israel na guerra, sinalizando ao Irã e a seus aliados que irá agir caso haja uma escalada. Até aqui, deu certo, embora os incidentes envolvendo forças americanas tenham crescido em número e gravidade.

 

 

POR FOLHAPRESS

ISRAEL - A trégua na guerra entre Israel e os terroristas do Hamas chegou ao fim nesta sexta-feira (1º), às 2h (5h no horário local), e o Exército israelense anunciou ter retomado as operações de combate, enquanto um jornalista da AFP observava ataques aéreos e de artilharia na cidade de Gaza.

“O Hamas violou a pausa operacional e, além disso, disparou contra o território israelita”, afirmou o Exército em um comunicado, acrescentando que “retomou o combate contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza”.

Desde o dia 24 de novembro, quando o acordo mediado pelo Catar entrou em vigor, 107 reféns deixaram os cativeiros na Faixa de Gaza e retornaram para suas famílias. Em contrapartida, o governo israelense libertou cerca de 300 palestinos que mantinha em prisões pelo país.

Nessa trégua em mais de 50 dias de guerra, mulheres e crianças tiveram a preferência para retornar para suas famílias.

Das 240 pessoas sequestradas no ataque terrorista de 7 de outubro, 130 aguardam as negociações para serem libertadas — há inclusive um brasileiro nessa situação.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, viajou para Israel na quinta-feira (30) e fez um apelo para uma nova extensão da trégua.

"Está claro que queremos que este processo continue avançando", declarou o diplomata americano, após uma reunião com os líderes israelenses e da Autoridade Palestina. "Queremos um oitavo dia [de trégua] e além", acrescentou.

A Casa Branca, juntamente com parceiros na região, tenta libertar os cidadãos dos EUA que estão nas mãos do Hamas. Apenas uma criança de 4 anos e uma americana com cidadania israelense foram soltas nos últimos dias.

 

 

Do R7, com informações da AFP

ISRAEL - A trégua entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza será prorrogada por mais um dia, até sexta-feira (1º), confirmou o Catar, mediador deste acordo. O último cessar-fogo chegou ao fim às 2h (7h no horário local) desta quinta-feira (30).

“Os lados palestino e israelense chegaram a um acordo para estender a trégua humanitária na Faixa de Gaza por mais um dia sob as mesmas condições prévias, que são um cessar-fogo e a entrada de ajuda humanitária”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al Ansari.

O governo de Israel também confirmou que recebeu uma nova relação de nomes de reféns que devem ser libertados após a extensão da trégua.

“De acordo com os termos propostos, Israel recebeu recentemente uma lista de mulheres e crianças”, afirmou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, sem especificar o número de pessoas que serão soltas.

A suspensão dos ataques começou em 24 de novembro. No mesmo dia, o primeiro grupo, composto de 13 reféns, foi libertado. Como parte do acordo, o governo israelense libertou 39 prisioneiros palestinos.

No total, 102 pessoas sequestradas, principalmente mulheres e crianças, deixaram os cativeiros subterrâneos na Faixa de Gaza e retornaram para suas famílias.

EUA e Catar atuaram como mediadores para tentar ampliar o período de suspensão das ofensivas. O objetivo era tanto garantir a soltura de mais reféns como assegurar o envio de ajuda humanitária.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, desembarcou em Tel Aviv horas antes do fim da trégua para dialogar com os dirigentes israelenses.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu que a retomada dos ataques por terra e por ar seria imediata assim que o acordo chegasse ao fim.

“Nos últimos dias ouvi uma pergunta: depois de esgotada essa fase de devolução de nossos sequestrados, Israel voltará a lutar? A minha resposta é um inequívoco sim”, afirmou Netanyahu ao ser questionado sobre o futuro do conflito.

A guerra teve início em 7 de outubro, quando um ataque terrorista do Hamas massacrou 1.200 pessoas e houve o sequestro de 240 civis e militares.

 

 

Do R7

ISRAEL - Dafna e Ela Elyakim, de 15 e 8 anos, respectivamente, ainda são jovens, mas viveram o suficiente para conhecer a maldade do mundo. Feitas reféns pelos terroristas Hamas e libertadas no último domingo (26), elas contaram a avó as atrocidades que ouviram durante os dias no cativeiro. As três se reencontraram no Centro Médico Infantil Schneider, pouco depois de serem libertadas do cativeiro e terem retornado a Israel.

"Os terroristas disseram a elas: 'Nós sabemos onde vocês moram e vamos matar vocês se contarem onde foram mantidas prisioneiras'", afirmou a avó das meninas à TV estatal israelense Kan 11. Ela acrescentou que as netas ainda estavam muito assustadas.

Dafna e ela voltaram de férias da Turquia em 6 de outubro, um dia antes do ataque terrorista que marcou a história de Israel. No dia seguinte, foram levadas pelo Hamas em um carro que pertencia ao pai delas, Naam, que também foi capturado pelos terroristas e continua em cativeiro.

A comida fornecida a Dafna e Ella era simples: principalmente arroz, macarrão e feijão. No início, a caçula se recusava a comer, mas a irmã mais velha aconselhava: "Se você não comer todos os dias, acabará morrendo de fome. Precisamos voltar para casa".

A violência no cativeiro não foi só psicológica, mas também física. A prima de Eitan Yahalomi, de 12 anos, outra criança feita refém pelos terroristas do Hamas, contou ao jornal israelense Yedioth Ahronoth que ele "sofreu horrores". Eles o teriam espancado e o forçado a assistir a vídeos do ataque de 7 de outubro, em que 1.200 israelenses foram brutalmente assassinados. As crianças não podiam chorar, caso contrário eram ameaçadas.

No Hospital Ichilov, onde Eitan foi tratado, a avó do menino, Esther Yahalomi, relatou que ele passou 16 dias sozinho em um quarto fechado. Depois, os terroristas o transferiram para um local com um grupo de pessoas de Nir Oz, um dos kibutzim atacados. Ele voltou "mais magro", "sem sorrir", mas aparentemente saudável.

"Apesar de tudo por que Eitan passou, ele mostrou sua maravilhosa personalidade no cativeiro — e essas são histórias de mães que estavam lá. Ele ajudou as crianças pequenas, desenhou com elas, as abraçou e se certificou de que estivessem bem", afirmou Esther.

 

Trauma

Thomas Hand, pai de Emily, de 9 anos, outra criança libertada nesta semana do cativeiro em Gaza, contou em entrevista à CNN que Emily perdeu muito peso e estava muito pálida. Este não foi, porém, o aspecto mais chocante percebido durante o reencontro.

O pai destacou a maneira como a filha se acostumou a falar o mais silenciosamente possível, conforme os terroristas a forçavam no cativeiro. Na primeira noite após ter sido solta, ela cobriu a cabeça e chorou silenciosamente, como se não pudesse extravasar.

"Ontem à noite, ela chorou até que seus olhos ficassem vermelhos, ela não conseguia parar. Ela não queria nenhum consolo; acho que ela esqueceu como ser consolada. Ela se enfiou debaixo do cobertor, cobriu a cabeça e chorou silenciosamente", afirmou Hand, que esperou até que Emily estivesse pronta para abraçá-la. "Ela é uma criança muito determinada, muito forte, eu sabia que seu espírito a levaria por isso."

Em um primeiro momento, Hand imaginava que Emily tinha morrido de forma rápida e indolor, depois que ela desapareceu durante o ataque-surpresa do Hamas e seu corpo não foi prontamente encontrado. Cerca de um mês depois, ele descobriu que, na realidade, a filha era uma das centenas de pessoas mantidas reféns pelo grupo terrorista palestino.

Em entrevista à agência de notícias Reuters, Hand compartilhou os vários planos que tinha com Emily. Ele afirmou que, assim que a filha estivesse em casa, se certificaria de levá-la ao próximo show da Beyoncé e ao parque da Disney.

"Vou gastar todo o meu dinheiro, cada centavo que tenho para dar a ela diversão para compensar tudo o que ela perdeu e tudo o que ela está passando", disse o pai, lutando contra as lágrimas. "Vou dar o mundo a ela."

 

 

Do R7, com informações da AFP e Reuters

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