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ISRAEL - Dez palestinos morreram na quinta-feira (26) em uma incursão do Exército de Israel por Jenin, Cisjordânia, que deixou um dos maiores números de mortos dos últimos anos no enclave palestino, ocupado por Israel.

Entre os mortos estava uma idosa, e 20 pessoas ficaram feridas durante a operação militar no campo de refugiados da cidade, localizada no norte da Cisjordânia ocupada, informou o Ministério da Saúde palestino.

Pouco depois da meia-noite, dois foguetes foram lançados da Faixa de Gaza em direção ao território israelense, segundo testemunhas e fontes da segurança locais. De acordo com Israel, eles foram interceptados por seu sistema de defesa aérea.

Israel respondeu aos foguetes com um bombardeio contra vários pontos de Gaza, informaram as Forças Armadas. Fontes da segurança do enclave palestino informaram que não houve feridos.

A Autoridade Palestina classificou a incursão pela Cisjordânia como um massacre e anunciou que não irá mais cooperar com Israel em matéria de segurança.

Os Estados Unidos lamentaram essa decisão por parte do órgão dirigido por Mahmud Abbas. "Obviamente, não achamos que este seja o passo correto neste momento", disse Barbara Leaf, a principal diplomata americana para o Oriente Médio.

Desde o início do ano, até 30 palestinos, civis ou membros de grupos armados, morreram em incidentes de violência envolvendo as forças de segurança e também cidadãos civis de Israel.

Um porta-voz militar israelense disse que o Exército realizou "uma operação antiterrorista" contra a organização armada Jihad Islâmica, envolvida em vários ataques contra Israel.

Antes de se retirar, as forças israelenses "jogaram deliberadamente granadas de gás lacrimogêneo" na ala pediátrica de um hospital de Jenin, "o que provocou a asfixia de algumas crianças", denunciou a ministra da Saúde palestina, Mai Al Kaila.

"Ninguém disparou gás lacrimogêneo deliberadamente contra um hospital [...], mas a operação ocorreu não muito longe de um hospital e é possível que o gás lacrimogêneo tenha entrado por uma janela aberta", disse um porta-voz do Exército israelense à AFP, rejeitando as acusações palestinas.

Além disso, as forças de segurança israelenses mataram outro palestino nesta quinta em Al Ram, perto de Jerusalém. As circunstâncias deste óbito não foram detalhadas.

 

- 'Suspeitos' -

Durante a incursão em Jenin, os soldados israelenses dispararam contra vários "terroristas" em uma troca de tiros, afirmou o Exército israelense, e entraram em um prédio onde havia "suspeitos", acrescentou.

"A resistência está por toda parte e está preparada para o próximo confronto caso o governo fascista [israelense] e seu exército criminoso continuem atacando nosso povo, nossa terra e nossos lugares sagrados", disse Tariq Salmi, porta-voz da Jihad Islâmica.

No final da manhã, efetivos do serviço de emergência trabalhavam entre os escombros, no campo de Jenin, onde as paredes de vários prédios estavam enegrecidas pelos incêndios, apurou um fotógrafo da AFP.

Uma das vítimas se chamava Majeda Obeid, uma mulher de 61 anos, e sua filha contou à AFP como ela faleceu durante a operação militar israelense.

"Quando terminou de rezar, olhou pela janela por um momento e, então, foi atingida por uma bala no pescoço. Seu corpo tombou contra a parede e depois caiu sobre o chão", disse Kefiyat Obeid, de 26 anos.

O acampamento de Jenin, criado em 1953, é como uma cidade dentro da cidade e abriga cerca de 20 mil refugiados, segundo a UNRWA, agência da ONU encarregada dos refugiados palestinos

O Exército israelense, que ocupa a Cisjordânia desde 1967, realiza operações quase diárias nesse território palestino, principalmente no norte, nos setores de Jenin e Nablus, redutos de grupos armados palestinos.

"O Exército israelense destrói tudo e atira em tudo que se move", disse o vice-governador de Jenin, Kamal Abu Al Rub, acrescentando que os moradores vivem "em estado de guerra".

Segundo a Cruz Vermelha, a retirada de muitos feridos foi difícil, disse a ministra Al Kaila.

 

- Visita de Blinken -

A ministra palestina convocou uma "reunião de emergência" com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"O que está acontecendo em Jenin e em seu campo é um massacre perpetrado pelo governo de ocupação israelense", disse Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina.

O secretário-geral da Liga Árabe denunciou um "massacre sangrento" perpetrado "sob as ordens diretas de [o primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu", que retornou à chefia de governo do Estado judeu no fim do ano passado.

O Departamento de Estado americano anunciou hoje que o titular da pasta, Antony Blinken, viajará para Israel e Cisjordânia na semana que vem, para "reduzir as tensões" entre ambos os lados.

 

 

AFP

JERUSALÉM – Israel apelou ao papa Francisco, ao chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas nesta quarta-feira para auxiliarem no retorno de quatro cidadãos detidos na Faixa de Gaza por mais de sete anos.

O gabinete do ministro das Relações Exteriores Eli Cohen disse que ele enviou cartas de apelo depois que o grupo islâmico palestino Hamas, que governa Gaza, divulgou um vídeo do prisioneiro Avera Mengistu, que entrou no enclave e cuja família diz que sofre de doença mental.

Outro civil israelense está detido em Gaza depois de entrar em circunstâncias semelhantes em 2015, assim como dois soldados israelenses que desapareceram durante uma guerra com o Hamas em 2014 e foram declarados mortos pelo Exército.

Em suas cartas, Cohen descreveu a situação de Mengistu como “uma violação grosseira do direito humanitário internacional, sem informações sobre seu estado de saúde, sem meios de comunicação com a família ou visitas da Cruz Vermelha”, disse o Ministério das Relações Exteriores.

A divulgação do vídeo na segunda-feira parecia ser um esforço do Hamas para pressionar Israel a uma troca de prisioneiros. Israel disse que está explorando negociações indiretas com o Hamas para recuperar os quatro, sem especificar o que pode oferecer em troca.

 

 

Por Dan Williams / REUTERS

ISRAEL - A Força Aérea de Israel anunciou que realizou ataques aéreos durante a noite do sábado (3) e madrugada deste domingo (4), contra locais do movimento islâmico Hamas, na Faixa de Gaza, após o lançamento de foguetes atribuído ao movimento palestino, em direção ao território israelense.

Na noite de sábado, os militares israelenses relataram o lançamento de foguetes da Faixa de Gaza contra Israel, o primeiro em um mês.

A troca de disparos ocorreu quando a Jihad Islâmica, uma das facções armadas palestinas na Faixa de Gaza, ameaçou Israel com represálias pela morte de dois de seus líderes na quinta-feira, em Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada.

Em resposta, na madrugada de domingo, "aviões de guerra das Forças de Defesa de Israel atacaram um local de fabricação de armas pertencente à organização terrorista Hamas", afirmou o exército israelense em um comunicado.

"Além disso, o exército alvejou um túnel terrorista do Hamas no sul da Faixa de Gaza", acrescentou o comunicado.

Fontes de segurança em Gaza relataram dois ataques no sul do enclave de 2,3 milhões de pessoas, um em um campo de treinamento militar em Khan Younis e outro em uma área desabitada perto de Rafah.

Esses ataques não deixaram feridos, segundo fontes médicas palestinas.

Pelo menos 49 palestinos, entre combatentes e civis, incluindo crianças, foram mortos entre 5 e 7 de agosto durante um confronto entre o exército israelense e o grupo Jihad Islâmica em Gaza, um enclave sob bloqueio israelense desde 2007.

 

 

FOLHA de S.PAULO

DUBAI - Quatro pessoas foram condenadas à morte nesta quarta-feira pelo Judiciário do Irã por supostamente cooperar com o serviço de inteligência israelense e cometer sequestros, informou a agência de notícias semioficial Mehr.

A República Islâmica há muito acusa o arqui-inimigo Israel de realizar operações secretas em seu solo. Teerã acusou recentemente os serviços de inteligência israelenses e ocidentais de planejar uma guerra civil no país, agora dominado por alguns dos maiores protestos antigovernamentais desde a Revolução Islâmica de 1979.

Mehr nomeou os quatro acusados ​​e, referindo-se a Israel, disse que eles foram "condenados à morte pelo crime de cooperação com os serviços de inteligência do regime sionista e por sequestro".

"Com a orientação do serviço de inteligência sionista, essa rede de bandidos estava roubando e destruindo propriedades públicas e privadas, sequestrando pessoas e obtendo confissões falsas", acrescentou.

Três outras pessoas foram condenadas a penas de prisão entre cinco e 10 anos por supostamente cometerem crimes como agir contra a segurança nacional, ajudar em sequestros e possuir armas ilegais, afirmou.

 

 

Reportagem da Redação de Dubai / REUTERS

RÚSSIA - O presidente russo, Vladimir Putin, pediu desculpas ao primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, na quinta-feira (5), pelas declarações dadas por seu chanceler, que afirmou que Adolf Hitler teria "sangue judeu", informou o governo de Israel.

"O primeiro-ministro aceitou as desculpas do presidente Putin pelos comentários de [Serguei] Lavrov e agradeceu por ter esclarecido sua postura sobre o povo judeu e a memória do Holocausto", destacou o governo em nota.

Lavrov afirmou que no último domingo que o fato do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, ser de origem judaica não o impedia de comandar um regime "neonazi", como afirma a Rússia, que utiliza desse argumento para justificar a invasão na Ucrânia, iniciada em fevereiro.

"Posso me equivocar, mas Hitler também tinha sangue judeu", afirmou Lavrov.

Suas declarações, que remetem a rumores desmentidos regularmente por historiadores, provocaram a indignação de Israel.

Israel, que desde o inicio do conflito trata de manter uma delicada neutralidade entre Kiev e Moscou, convocou no dia seguinte o embaixador russo para exigir esclarecimentos.

"Os comentários do ministro Lavrov são escandalosos, imperdoáveis e um horrível erro histórico", afirmou na segunda-feira o ministro israelense de Relações Exteriores, Yair Lapid.

Bennett também denunciou as "mentiras" de Lavrov e declarou:

"O uso do Holocausto do povo judeu como uma ferramenta política deve cessar imediatamente".

As declarações do ministro russo também foram condenadas por Alemanha, Estados Unidos e Ucrânia.

A Ucrânia considerou insuficientes as desculpas de Putin.

"Insisto no fato de que o antissemitismo existe há muito tempo na elite russa", disse o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, para quem Lavrov deveria pessoalmente "apresentar suas desculpas públicas perante os judeus de todo o mundo".

A Rússia multiplicou as críticas contra Israel inclusive depois das declarações de Lavrov, agravando a polêmica.

Na terça, a diplomacia russa reiterou os comentários de Lavrov e acusou Israel de "apoiar o regime neonazista de Kiev". E destacou que "a história, infelizmente, conhece exemplos trágicos de cooperação entre judeus e nazistas".

Na quarta, a porta-voz da chancelaria russa afirmou que "mercenários israelenses" lutam na Ucrânia junto ao batalhão de Azov, um regimento fundado por militantes de ultradireita antes de ser integrado nas forças regulares da Ucrânia.

Na conversa desta quinta-feira, Putin e Bennett evocaram a importância do 9 de maio, quando a Rússia comemora a vitória sobre o nazismo e que permite "honrar a memória de todas as vítimas" da Segunda Guerra Mundial, "incluindo as vítimas do Holocausto", segundo o comunicado israelense.

 

 

AFP

JERUSALÉM - Pelo menos três pessoas morreram em um ataque na cidade de Elad, na região central de Israel, na quinta-feira,05, afirmaram autoridades de saúde.

A polícia afirmou que o incidente, que aconteceu enquanto os israelenses celebravam o dia da independência, parece ser um ataque terrorista, e estabeleceu bloqueios em estradas para tentar capturar os agressores, que aparentemente fugiram do local.

Em um pronunciamento na televisão, o prefeito de Elad pediu que os moradores fiquem em casa enquanto as forças de segurança estejam trabalhando.

O serviço de ambulâncias Magen David Adom afirmou que três pessoas foram mortas e que outras duas ficaram gravemente feridas.

Há uma onda de ataques nas ruas de Israel nas últimas semanas. Antes de Elad, palestinos e membros da minoria árabe de Israel mataram 15 pessoas, incluindo três policiais e um segurança, em ataques em Israel e na Cisjordânia ocupada destinados principalmente a civis.

Israel respondeu fazendo operações e prisões em vilas e cidades palestinas, o que provocou conflitos e levou o número de palestinos mortos pelas forças israelenses desde o início do ano para pelo menos 40. As vítimas incluem membros de grupos militantes armados, agressores solitários e pessoas que apenas estavam nos locais.

 

 

Reportagem de Ari Rabinovitch / REUTERS

ISRAEL - O ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, criticou nesta segunda-feira (2) a declaração do chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, de que Hitler "tinha sangue judeu" e convocou o embaixador russo para pedir "esclarecimentos".

Desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro, Israel tenta manter um delicado equilíbrio entre Kiev e Moscou, mas as palavras de Lavrov provocaram indignação.

"O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apresenta este argumento: como o nazismo pode estar presente (na Ucrânia) se ele é judeu?", disse Lavrov, de acordo com uma transcrição no site de seu ministério. E acrescentou: "Posso estar equivocado, mas Hitler também tinha sangue judeu".

"Os comentários do ministério Lavrov são escandalosos, imperdoáveis e um horrível erro histórico", afirmou Lapid, antes de anunciar a convocação do embaixador da Rússia em Israel.

O presidente do Yad Vachem, memorial israelense do Holocausto, Dani Dayan, também criticou as declarações de Lavrov como "comentários infundados, delirantes e perigosos que merecem ser condenados".

Em um discurso no fim de março para os integrantes do Parlamento de Israel, Zelensky pediu ao país que tomasse uma decisão de apoio à Ucrânia contra a Rússia e solicitou o envio de armas.

Israel forneceu equipamentos de proteção à Ucrânia, mas não enviou armas recentemente ao país, segundo funcionários do governo.

 

 

AFP

IRÃ - O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, advertiu nesta segunda-feira Israel contra qualquer ação que tenha seu país como alvo, em um discurso aos militares por ocasião do Dia do Exército em Teerã.

"Devem saber que se tentarem adotar a mínima ação contra a nação iraniana, o objetivo de nossas Forças Armadas será o centro do regime sionista", declarou Raisi em referência a Israel.

O presidente iraniano afirmou na quinta-feira que o Irã não permitiria a Israel, grande inimigo do regime de Teerã, colocar em perigo a segurança da região por meio de outro país, incluindo o Iraque.

Em março, o Irã disparou mísseis balísticos contra Erbil, capital da região autônoma do Curdistão iraquiano. Dois civis ficaram levemente feridos.

A Guarda Revolucionária, exército ideológico do Irã, confirmou o lançamento dos mísseis e alegou que tinham como alvo um "centro estratégico" usado por Israel.

O governador de Erbil, Omed Khoshnaw, negou a existência de centros israelenses na região".

“A grande potência de nossas Forças Armadas não os deixará tranquilos", alertou Raisi nesta segunda-feira.

Teerã anunciou no fim de janeiro a intenção de parar de utilizar o complexo conhecido como Tesa, em Karaj, ao oeste da capital, alvo de um ataque em 2021 que os iranianos atribuíram a Israel.

DUBAI - Israel está participando de um imenso exercício naval liderado pelos Estados Unidos no Oriente Médio, pela primeira vez ao lado de Arábia Saudita e Omã, dois países com os quais não tem relações diplomáticas apesar da normalização dos laços com alguns países do Golfo.

O Exercício Marítimo Internacional 2022 (IMX 22) inclui cerca de 60 países e acontece em meio a tensões intensificadas no Golfo após ataques de mísseis aos Emirados Árabes Unidos pelo movimento Houthi do Iêmen, alinhado ao Irã, incluindo um ataque frustrado que tinha como alvo uma base que hospedava forças norte-americanas.

Israel normalizou as relações com os Emirados Árabes e o Barein em 2020, por causa de temores compartilhados em relação ao Irã, e realizou pela primeira vez uma simulação naval com os dois países em novembro.

Mas essa é a primeira vez que Israel participou de um exercício IMX, e publicamente ao lado da Arábia Saudita, país com o qual não mantém relações diplomáticas.

Os vizinhos Kuweit e Catar, que também não possuem laços formais com Israel, não participaram do exercício, de acordo com informações da Marinha norte-americana.

O Barein hospeda a sede da Quinta Frota da Marinha dos EUA, assim como algumas das operações da Centcom, uma organização que reúne a coordenação militar norte-americana no Oriente Médio. Israel foi incluído na Centcom no ano passado.

 

 

Por Lisa Barrington / REUTERS

ISRAEL - Na colina de Katzrin, em meio a uma paragem idílica, escavadeiras preparam o terreno para construir um novo bairro para famílias de classe média. O objetivo? Povoar de israelenses a colina anexada do Golã, onde milhares de sírios continuam residindo.

Em uma decisão "sem precedentes", da qual se vangloria o primeiro-ministro Naftali Bennett, o governo israelense aprovou um plano em 26 de dezembro para dobrar em cinco anos o número de colonos no Golã ocupado.

Esta região, situada no noroeste de Israel, foi tomada da Síria em 1967 e anexada há 40 anos. É um território estratégico por seus recursos hídricos.

Aprovado pelo governo, o orçamento de um bilhão de shequels (cerca de 316 milhões de dólares) permitirá construir 10.000 novas moradias nas Colinas de Golã anexadas, um terço das quais serão erguidas na de Katzrin. 

No total, chegarão 23.000 habitantes israelenses adicionais a esta região do Golã.

"Após anos de guerra civil na Síria, todo mundo sabe que o Golã é tranquilo e verde", disse Bennett, enquanto evocava um lugar "incrível" para viver, "com ar fresco, espaço e boa qualidade de vida". 

Chegou o "momento" de Israel povoar ainda mais as Colinas de Golã, cuja soberania foi reconhecida em 2019 pelos Estados Unidos, assegurou.

- Soldados e pastagens -

Embora Israel e Síria continuem oficialmente em guerra, este território ocupado ficou em grande parte esquecido, pois a linha do cessar-fogo tem estado tranquila desde o armistício de 1974. 

Mas a situação na região ficou tensa com o conflito sírio, iniciado em 2011.

"Em 20 ou 30 anos, a população de Katzrin passará de cerca de 9.000 pessoas hoje para 50.000 ou 60.000", assegura, com um sorriso, o prefeito de Katzrin, Dimi Apartzev, enquanto elogia o plano do governo de Bennet, que prevê transformar a demografia do Golã.

A colônia, situada entre vinhedos e colinas verdes, espera atrair israelenses em busca de tranquilidade e moradia barata no lugar dos colonos ideológicos, ou seja, que querem viver na região por razões políticas.

Cerca de 250.000 colonos israelenses vivem atualmente nas Colinas de Golã, juntamente com 23.000 drusos, sírios com status de residência em Israel.

"Hoje, pela primeira vez, o número de colonos é superior ao número de residentes" no Golã, observa Nazih Brek, um urbanista do Centro al-Marsad para os direitos humanos, um instituto que documenta a ocupação do Golã sírio.

"Historicamente, Israel usou as colinas e a presença civil para ampliar sua ocupação militar. Ambas estão interconectadas", explica à AFP no povoado druso de Majdal Shams, 40 km ao norte de Katzrin, separada do assentamento por amplas pastagens, algumas das quais são áreas militares onde os soldados israelenses treinam.

- Crise de identidade -

O projeto de desenvolver colônias no Golã não terá impacto direto nos residentes sírios "porque o confisco de terras foi concluído tão rápido quanto a ocupação israelense" das Colinas de Golã sírias, disse Brek.

Mas poderia, sim, ter repercussões na identidade da minoria drusa.

Para Hany Zahwah, jovem universitário que mora no povoado druso de Buqata, entre Majdal Shams e Katzrin, sua geração enfrenta uma crise de identidade com a "israelização" do Golã anexado.

Ao longo dos últimos anos, Hany viu vários de seus amigos optarem pela nacionalidade israelense, o que contraria a tradição das últimas décadas de manter uma forte identidade síria, às custas de ter unicamente o status de residente em Israel e não de cidadão.

Segundo Hany, Israel também tem "usado a carta religiosa", enfatizando na religião drusa por considerar no mesmo nível os drusos residentes em Israel e os do Golã anexado, a fim de "neutralizar" a identidade síria destes últimos.

 

 

AFP

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