SÃO CARLOS/SP - A pressão para uma quarentena também na indústria de São Carlos aumentou nesta segunda-feira (23) depois que foram formalizadas, junto à Prefeitura, as solicitações de intervenção imediata do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e do vereador Roselei Françoso (REDE), nomeado pela presidente da Ordem dos Advogados de São Carlos, Ariadne Leopoldino Margarido, para presidir a Comissão Especial dos Assuntos do COVID-19 da 30ª Subseção da OAB São Carlos.
Em entrevista à uma Rádio de São Carlos nesta segunda (23), o prefeito Airton Garcia disse que irá reunir a equipe para avaliar a proposta. O presidente da Câmara Municipal, Lucão Fernandes, também em entrevista à rádio, afirmou que apoia a medida porque existe um risco muito grande ao manter as pessoas num mesmo local. “O momento é sério e grave para todos”, avaliou Lucão.
No documento enviado à Prefeitura, Roselei destaca que o Ciesp São Carlos criou um comitê para acompanhar a crise, suspendeu as reuniões da diretoria e recomendou ações para reduzir os riscos de contaminação. “Mas, infelizmente, essas medidas são insuficientes, precisamos entrar em quarentena. Não há outra alternativa, segundo as autoridades de saúde”, observou o parlamentar.
De acordo com o presidente do Sindicato, Vanderlei Strano, o momento é de guerra contra o vírus e de preservação da vida dos trabalhadores. “Muitos empresários estão nos procurando para encontrar uma maneira de reduzir os prejuízos durante a paralisação”, explicou. “Estamos buscando um equilíbrio entre trabalhadores e empresários”, detalhou.
“A solução é amarga, mas necessária. O objetivo é parar por meio do diálogo, mas se for preciso iremos para a justiça e orientaremos os trabalhadores a ficarem em casa”, frisou. Vanderlei disse ainda que esse é o entendimento de todos os sindicatos do município com os quais conversou.
Para Roselei, proteger os trabalhadores e seus familiares é uma forma de preservar o Sistema Único de Saúde da cidade. “Profissionais da saúde dizem que a cada dia em que as pessoas ficam aglomeradas, aumenta consideravelmente o número de infectados. Nossas unidades não suportarão”, salientou.
“Não há dúvidas de que enfrentaremos a maior crise econômica da história e que os empresários são tão vítimas quanto os trabalhadores, mas primeiro precisamos cuidar da saúde da nossa população e por mais dura que seja essa decisão é preciso apoia-la”, destacou.