A palestra da ABRAz busca apresentar os conceitos de uma vivência espiritualizada para o enfrentamento das demências
SÃO CARLOS/SP - A ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer ) sub-regional São Carlos realiza uma nova rodada de palestra voltada ao cuidador dos pacientes com demência. Nesse mês, o convidado é o médico oncologista Luiz Agenor PolettoGazzi que irá abordar o tema ‘Espiritualidade no enfrentamento de doenças: A finitude da vida’.
“O propósito na abordagem desse tema é entender os conceitos da finitude da vida e como a espiritualidade nos ajuda a passar [por esse momento] de uma maneira tranquila. Podemos observar que os pacientes têm uma dificuldade em lidar com as limitações, justamente por ter perdido o contato com uma visão maior de vida”, explica o médico.
Segundo Gazzi, a essência desse bate-papo é propor uma reflexão ao cuidador sobre a espiritualidade e como ela pode ser uma aliada no enfrentamento da doença. “Muitas vezes temos algo maior a considerar do que simplesmente a nossa vida resumida, exclusivamente, ao momento que nós estamos”, contextualiza o médico.
A palestra será realizada na terça-feira (17), às 19h15 no Auditório da Santa Casa de São Carlos -Rua Paulino Botelho de Abreu Sampaio, 573- Portaria 1.As atividades da ABRAz são gratuitas e abertas aos interessados em conhecer sobre a demência e seus reflexos no paciente, familiares e cuidadores.
A ABRAz dentro da sua missão, oferece apoio social, emocional e informativo a familiares, cuidadores, bem como estudantes e profissionais da área da saúde e ao público interessado em conhecer sobre a Doença de Alzheimer e outras demências.
A coordenadora da ABRAZ sub-regional São Carlos, Ana Cláudia Trombella Barros explica que o grupo de apoio que se reúne sempre na terceira terça-feira do mês, aborda temas variados relacionados à demência como diagnóstico, tratamento e cuidados cotidianos.
“Mas a essência dessas ações é oferecer a quem cuida da pessoa com demência -cuidador e familiar- uma rede de apoio para amenizar os efeitos da sobrecarga vivenciada no exercício da função, que muitas vezes gera estresse, ansiedade e depressão”, explica. “O objetivo maior é proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente, cuidador e familiar”, pontua Ana Cláudia.
Dados de 2018 da Associação Internacional de Alzheimer (ADI), apontam que perto de 50 milhões de pessoas no mundo vivem com demência, 60 a 70% delas em decorrência da Doença de Alzheimer. Em 2030 esse número deverá saltar para 82 milhões e para 132 milhões em 2050. Estima-se que a cada 3,2 segundos um novo caso de demência é detectado no mundo e a previsão é de que em 2050 haverá um novo caso a cada segundo. No Brasil, são estimados 55 mil novos casos de demências todos os anos, sendo atualmente cerca de 1,2 milhão de casos.
Os dados, segundo a ADI, tornam-se mais alarmantes considerando-se que 2/3 da população desconhece o diagnóstico, não acessando o tratamento adequado e sofrendo as repercussões negativas da doença não tratada.