Obra apresenta análise da formação e das transformações do preconceito linguístico
SÃO CARLOS/SP - "A voz do povo: uma longa história de discriminações" é o título da obra que está sendo lançada por Carlos Piovezani, docente do Departamento de Letras (DL) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e que foi publicada pela Editora Vozes.
O livro apresenta uma história dos discursos de discriminação da fala e da escuta populares. Para traçar essa trajetória de discriminações das práticas populares de linguagem, a obra examina um amplo e variado conjunto de fontes, que vai desde a Antiguidade greco-latina até o Brasil atual. Trata-se, portanto, de uma análise da formação e das transformações do preconceito linguístico.
"A ideia do livro surgiu entre o final de 2016 e o início de 2017, quando eu estava fazendo um estágio de pós-doutorado na École des Hautes Études en Sciences Sociales [EHESS] em Paris, com financiamento da Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo]. Naquela ocasião, o professor Yves Cohen, da EHESS, me convidou para proferir uma palestra no Seminário "Pour une histoire politique des sens" [Para uma história política dos sentidos]. Preparei originalmente um texto para servir de base à minha conferência. Ao perceber que o texto inicial já ultrapassava 40 páginas, pensei em expandi-lo e transformá-lo em um pequeno livro a ser publicado no Brasil", conta Piovezani.
Além de um prefácio do professor Jean-Jacques Courtine, da Université de la Sorbonne Nouvelle, e de uma apresentação do professor Marc Angenot, da McGill University, do Canadá, o livro conta com capítulos distribuídos em três partes: Ouvir a voz do povo; Breve genealogia da voz e da escuta populares; e Retratos de um porta-voz popular na mídia brasileira.
A obra se vale de conceitos, tais como os de língua, discurso, fala pública popular, escuta popular da fala pública e metalinguagem da emancipação popular, que são explicados de modo que mesmo o leitor não familiarizado com os campos da Análise do Discurso, da História das Ideias Linguísticas e da História das Sensibilidades poderá compreendê-los. Além disso, há uma série ampla e variada de análises de discursos que discriminam os sujeitos das classes populares e, principalmente, seus meios de expressão e de interpretação. Essa série de análises compreende desde o exame de compêndios de retórica, passando pelo estudo de textos da grande mídia brasileira, até a interpretação de pichações em muros das cidades.
"Uma das mais importantes conclusões do livro é: a história das discriminações da fala pública popular ao mesmo tempo conserva quase intacto um conjunto de preconceitos que deslegitimam as práticas populares de linguagem ao longo de séculos e na passagem de um continente a outro e assiste a movimentos de críticas e de recusas desses preconceitos, sobretudo, desde o surgimento da noção de soberania popular no bojo do pensamento iluminista", conclui o autor. O livro pode ser adquirido no site da Editora Vozes (www.livrariavozes.com. br).
O livro apresenta uma história dos discursos de discriminação da fala e da escuta populares. Para traçar essa trajetória de discriminações das práticas populares de linguagem, a obra examina um amplo e variado conjunto de fontes, que vai desde a Antiguidade greco-latina até o Brasil atual. Trata-se, portanto, de uma análise da formação e das transformações do preconceito linguístico.
"A ideia do livro surgiu entre o final de 2016 e o início de 2017, quando eu estava fazendo um estágio de pós-doutorado na École des Hautes Études en Sciences Sociales [EHESS] em Paris, com financiamento da Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo]. Naquela ocasião, o professor Yves Cohen, da EHESS, me convidou para proferir uma palestra no Seminário "Pour une histoire politique des sens" [Para uma história política dos sentidos]. Preparei originalmente um texto para servir de base à minha conferência. Ao perceber que o texto inicial já ultrapassava 40 páginas, pensei em expandi-lo e transformá-lo em um pequeno livro a ser publicado no Brasil", conta Piovezani.
Além de um prefácio do professor Jean-Jacques Courtine, da Université de la Sorbonne Nouvelle, e de uma apresentação do professor Marc Angenot, da McGill University, do Canadá, o livro conta com capítulos distribuídos em três partes: Ouvir a voz do povo; Breve genealogia da voz e da escuta populares; e Retratos de um porta-voz popular na mídia brasileira.
A obra se vale de conceitos, tais como os de língua, discurso, fala pública popular, escuta popular da fala pública e metalinguagem da emancipação popular, que são explicados de modo que mesmo o leitor não familiarizado com os campos da Análise do Discurso, da História das Ideias Linguísticas e da História das Sensibilidades poderá compreendê-los. Além disso, há uma série ampla e variada de análises de discursos que discriminam os sujeitos das classes populares e, principalmente, seus meios de expressão e de interpretação. Essa série de análises compreende desde o exame de compêndios de retórica, passando pelo estudo de textos da grande mídia brasileira, até a interpretação de pichações em muros das cidades.
"Uma das mais importantes conclusões do livro é: a história das discriminações da fala pública popular ao mesmo tempo conserva quase intacto um conjunto de preconceitos que deslegitimam as práticas populares de linguagem ao longo de séculos e na passagem de um continente a outro e assiste a movimentos de críticas e de recusas desses preconceitos, sobretudo, desde o surgimento da noção de soberania popular no bojo do pensamento iluminista", conclui o autor. O livro pode ser adquirido no site da Editora Vozes (www.livrariavozes.com.