Rapidez no atendimento foi essencial para salvar a vida de Bolsonaro
Equipe do Jornal Nacional entrou no hospital em Juiz de Fora, onde o candidato do PSL à presidência foi operado.
A equipe do Jornal Nacional entrou no hospital em Juiz de Fora, onde Jair Bolsonaro foi operado, e mostra como a rapidez no atendimento foi essencial para salvar a vida do candidato.
Cerca de dez minutos após o atentado, o candidato Jair Bolsonaro deu entrada no serviço de urgência. A doutora Eunice acompanhou todos os procedimentos.
“Ele chegou em estado de pré-choque, com risco para a vida e foi imediatamente levado para uma sala vermelha de estabilização de pacientes graves”, explicou a diretora médica e técnica da Santa Casa de Juiz de Fora, Eunice Dantas.
Ele ficou na sala vermelha menos de dez minutos, segundo a médica. Depois de estabilizado, Bolsonaro foi levado para uma sala para fazer exames de imagens: ultrassonografia do abdómen e uma tomografia.
“Os exames mostraram que tinha um sangramento importante no abdômen, o que indicava que ele tinha que ir para cirurgia de imediato”, disse a médica.
No centro cirúrgico, no 14º, andar, foi uma corrida contra o tempo.
Bolsonaro foi submetido a uma anestesia geral. Os médicos tiveram que usar drogas para aumentar a pressão, que estava muito baixa.
Os médicos fizeram um corte longitudinal no abdômen até o púbis. Bolsonaro recebeu quase dois litros de sangue devido a uma intensa hemorragia interna. Os médicos identificaram e costuraram três perfurações no intestino delgado.
Também encontraram uma lesão grave do intestino grosso, na região do colón transverso - a faca atravessou uma parte do intestino de lado a lado. Isso provocou uma contaminação do abdômen pelas fezes que vazaram.
Os médicos fizeram então um procedimento chamado ressecção: eles cortaram um pedaço de cerca de dez centímetros do intestino grosso, a parte atingida, e realizaram uma colostomia - ligaram uma parte do intestino à parede do abdômen para criar um novo trajeto para as fezes e gases, que ficam armazenadas numa bolsa externa.
Eram 15h40, quando Jair Bolsonaro levou a facada. Ele estava na região central de Juiz de Fora. O candidato foi levado por seguranças para uma padaria, onde colocou um pedaço de pano em cima do ferimento, e depois seguiu às pressas, num carro particular, para a Santa Casa de Misericórdia.
A distância entre os dois pontos é de pouco mais de um quilômetro. Do lugar do atentado até o hospital não se passaram mais de dez minutos.
“A extração dele, com a rapidez que foi, foi essencial para ele ter sobrevivido. Cinco minutos mais, ele teria morrido”, disse Eduardo Bolsonaro, filho do candidato.
O candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro, general Hamilton Mourão, também falou sobre o atentado.
“Vamos deixar que a polícia investigue o caso, o elemento que realizou o atentado está preso. Ele que seja submetido ao devido processo legal e condenado ou não à pena que tenha que cumprir. Eu acho que dessa forma que a gente preserva o nosso bem maior, que é a estabilidade do país e o sistema democrático que tanto prezamos”.
Jair Bolsonaro passou a noite na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa, de Juiz de Fora, ao lado da mulher, Michele, dos filhos e amigos. Apesar da ordem de repouso, o candidato do PSL chegou a gravar um vídeo comentando o atentado.
Durante a madrugada, foi avaliado por equipes médicas de hospitais paulistas. Numa reunião, pouco antes das 8h, decidiram que ele seria transferido para São Paulo. Meia hora depois, deixou Juiz de Fora.
Fonte:G1