Há cem anos, o mundo comemorava o armistício que decretou o fim da Primeira Guerra Mundial, o conflito mais letal da história até então.
Enquanto o som das bombas, aviões, dirigíveis, metralhadoras, canhões e tanques de guerra deixava de ser ouvido em boa parte da Europa, o mundo tentava se reorganizar diante de duas heranças dos combates: o esfacelamento de grandes impérios da Europa e da Ásia e um novo padrão de conflitos, a guerra em escala industrial.
A Primeira Guerra teve a participação de 70 países. Cerca de 70 milhões de combatentes estiveram nos campos de batalha, acompanhados de tecnologias até então nunca usadas em grande escala.
As estratégias militares, porém, não acompanharam os avanços tecnológicos, o que contribuiu ainda mais para a letalidade da guerra, que causou cerca de 10 milhões de mortes e deixou cerca de 20 milhões de feridos.
Seu fim, marcado pelo armistício de 11 de novembro e a assinatura do Tratado de Versalhes, determinou uma mudança radical na geopolítica mundial.
O conflito foi o que mais mudou o mapa da Europa na Era Moderna, com a extinção de quatro impérios: Alemão, Austro-Húngaro, Otomano e Russo.
Também deixou suas marcas nos mapas do Norte da África e, de forma decisiva, no Oriente Médio.
Duas heranças que, poucos anos depois, alimentaram a segunda grande guerra e, um século depois, ainda ecoam nos conflitos contemporâneos.
A partir de hoje, o portal R7 publica uma série de reportagens que apresentam a Primeira Guerra e suas consequências, que reverberam até hoje.
Uma guerra que começa, contraditoriamente, com o progresso e a bonança dos primeiros anos do século XX.
*Por: Cristina Charão e Eugenio Goussinsky, do R7