fbpx

Acesse sua conta de usuário

Nome de usuário *
Senha *
Lembrar de mim
 

Exclusivo: Engenheiros especialistas explicam como é feito um ‘piscinão’ para combater enchentes

Escrito por  Jan 23, 2020

SÃO CARLOS/SP - O jornalista Ivan Lucas, conseguiu com exclusividade informações técnicas sobre a construção de reservatórios para enchentes, mais popularmente conhecidas como ‘Piscinões’.  Pois um debate nas redes sociais se aflora, onde alguns dizem serem favoráveis, outros contrários. Assim sendo, através desta reportagem vamos tentar esclarecer tecnicamente sobre a construção destes reservatórios.

Reservatórios para a retenção de água são construídos no Brasil desde a década de 1990 como solução para reduzir o efeito de enchentes e inundações em áreas urbanas. Esse tipo de infraestrutura, alternativa ao aumento da canalização de rios ou córregos, tem indicação sempre que um sistema de drenagem falha e gera alagamentos em uma cidade consolidada.

“Especialmente em locais densamente ocupados e com redes de drenagem já implantadas, há poucas opções para aumento da capacidade da rede de drenagem”; os piscinões são úteis por permitirem manobrar os volumes de chuva pelo controle das vazões que entram e saem de suas estruturas.

Os piscinões são construídos no Brasil desde a década de 1990. O piscinão protege as áreas a jusante de onde está instalado, de forma que não adianta construí-lo próximo à foz, assim como não é efetivo colocá-lo na cabeceira da bacia.

PROJETO E DIMENSIONAMENTO DE PISCINÕES

Os desafios por trás do projeto e construção de piscinões está a identificação do terreno ideal para receber o reservatório. “O piscinão protege as áreas a jusante de onde está instalado, de forma que não adianta construí-lo próximo à foz, assim como não é efetivo colocá-lo na cabeceira da bacia”.

Os piscinões são dimensionados a partir de cálculos hidrológicos para determinar qual volume precisa ser retido. Conhecido este volume, parte-se para localizar a área, que muitas vezes precisa ser desapropriada.

Em função das características do projeto, os piscinões podem ganhar funções complementares, além de reservar água. Podem, por exemplo, contribuir para a revitalização de espaços degradados e agregar áreas verdes e de recreação.

Os piscinões permitem manobrar os volumes de chuva pelo controle das vazões que entram e saem de suas estruturas.

Projeto do reservatório Guamiranga

PISCINÃO GUAMIRANGA

Com capacidade para acumular 850 mil m³ de água das chuvas, o maior piscinão do Estado de SP foi entregue em fevereiro / 2017, na zona leste da capital paulista. Localizado ao lado do rio Tamanduateí, o reservatório Guamiranga começou a ser construído em 2012 para minimizar o risco de inundações nos bairros da Vila Prudente e Mooca. Consumindo investimentos de R$ 160 milhões, ele retém as águas do rio Tamanduateí na hora do pico da tempestade, liberando-a depois que passam as chuvas.

*Construído pelo DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), o complexo será operado e mantido pela administração municipal.

Ao todo, o reservatório ocupa uma área de 70 mil m² onde, nos anos 1950, havia um parque industrial. Tal particularidade exigiu a realização de um trabalho de descontaminação do terreno que incluiu o monitoramento de toda a área, o controle de águas superficiais e subterrâneas, a implantação de postos de monitoramento de emissão de gases e a análise do material removido para aterros específicos. Entre os desafios por trás do projeto e construção de piscinões está a identificação do terreno ideal para receber o reservatório.

A grande profundidade do piscinão Guamiranga exigiu a execução de 05 linhas de tirantes com comprimento e capacidade variáveis.

A construção do piscinão, que tem profundidade máxima de 22 m, foram escavados 875 mil m³. As contenções verticais em concreto armado foram executadas em paredes diafragma. “A grande profundidade do piscinão Guamiranga exigiu a execução de 05 linhas de tirantes com comprimento e capacidade variáveis”, os taludes do reservatório foram revestidos com concreto projetado.

A infraestrutura é dividida em três células de captação, reserva e escoamento de água, com túnel de 103m para interligar as áreas 1 e 2. Também conta com quatro comportas e dois stop logs (comportas verticais) laterais de entrada de água, além de 06 bombas de recalque, cada uma com capacidade para 850 litros por segundo.

O projeto do piscinão deve prever defesas para as estruturas de captação.

LIMPEZA CRÍTICA

Um aspecto especialmente complicado na operação dos piscinões diz respeito à manutenção desse tipo de infraestrutura. Isso porque, em geral, os escoamentos urbanos trazem uma quantidade considerável de sedimentos e resíduos sólidos que se acumulam nas estruturas de captação e no interior do reservatório.

Para minimizar o problema, o projeto do piscinão deve prever defesas para as estruturas de captação e para as eventuais bombas hidráulicas utilizadas no escoamento de saída do reservatório. “É necessário também prever acessos para manutenção, com a possibilidade de entrada no reservatório de caminhões e equipamentos de grande porte”.

Recomenda-se o uso de equipamentos de automação das comportas e bombas, assim como o acionamento remoto para o melhor aproveitamento dos piscinões.

Os reservatórios precisam ser operados de forma inteligente, de modo que o armazenamento seja acionado no momento adequado. “Para isso, vale lançar mão de tecnologia de monitoramento em tempo real do rio, do reservatório e das condições meteorológicas locais”, recomendado, também, o uso de equipamentos de automação das comportas e bombas, assim como o acionamento remoto para o melhor aproveitamento dos piscinões.

E.T: Aproveitar água da chuva é solução para economia e redução de enchentes.

*Por: Marcelo Gomes Miguez – Engenheiro-civil, doutor em Engenharia Civil na área de Recursos Hídricos. É professor dos Programas de Engenharia Ambiental e de Engenharia Urbana da Escola Politécnica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

*Por: José Rodolfo Scarati Martins – Engenheiro-civil, doutor em Engenharia Hidráulica pela Universidade de São Paulo. É professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo).

*Por: Manoel Horário Guerra – Engenheiro civil, é diretor de Obras do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo).

Última modificação em Terça, 21 Abril 2020 14:27
Henrique

Website.: https://www.cybernauta.com.br/
E-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Nosso Facebook

Calendário de Notícias

« Fevereiro 2025 »
Seg. Ter Qua Qui Sex Sáb. Dom
          1 2
3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28    
Aviso de Privacidade

Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.