Estudo pretende indicar nova alternativa de associação de terapias para tratar pacientes
SÃO CARLOS/SP - As disfunções temporomandibulares (também conhecidas como Disfunção da ATM ou DTM) são condições musculoesqueléticas que acometem as estruturas relacionadas com a articulação temporomandibular, a própria articulação (ATM) e algumas estruturas envolvidas na mastigação e na fala e, frequentemente, está associada a condições como enxaqueca, dores cervicais e outras condições dolorosas. De acordo com as pesquisas de prevalência destas condições, o público mais afetado são mulheres, com idade entre 20 e 40 anos. Os tratamentos da Fisioterapia mais utilizados incluem aparelhos (laser, TENS e outros), além de terapias com agulhamento a seco, terapia manual e a instrução para a realização de exercícios. Uma pesquisa de doutorado em Fisioterapia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pretende comparar o efeito de um Programa de Educação em Ciência sobre a Dor aplicado em pacientes com as disfunções de forma concentrada (duas sessões) ou mais prolongada (seis sessões).
O estudo é conduzido pela doutoranda Juliana Spavieri, sob orientação de Thaís Cristina Chaves, docente do Departamento de Fisioterapia da UFSCar. A pesquisadora explica que a disfunção temporomandibular é uma condição com uma alta prevalência, estando entre as maiores causas de dores na região orofacial. "Além disso, causa grande desconforto nos indivíduos e podem levar a absenteísmo, isolamento social, entre outros prejuízos comuns entre pacientes com condições dolorosas crônicas", destaca. Diante disso, o estudo vai oferecer tratamentos com base na Educação em Ciência sobre a Dor, terapia manual e exercícios. "O principal benefício de participar de um Programa de Educação em Ciência sobre a Dor é a capacitação de cada indivíduo para gerenciar, da melhor forma possível, a sua condição dolorosa", explica.
A partir de resultados de estudos realizados previamente no mesmo grupo da pesquisa atual, a expectativa é obter uma melhora significativa e duradoura em aspectos relacionados às disfunções temporomandibulares. "A aplicação destes resultados será refletida em uma recomendação de mais uma alternativa de associação de terapias para a abordagem desta condição, que ainda não tem um tratamento que seja efetivo para todos os casos clínicos que se apresentam para os profissionais da saúde responsáveis pelo manejo destes indivíduos", define Spavieri sobre a aplicação dos resultados da pesquisa.
Voluntários
Para realizar a pesquisa são convidadas pessoas voluntárias com idades entre 18 e 60 anos e que tenham disfunção temporomandibular dolorosa há pelo menos três meses. Os participantes passarão por avaliações (no início e após o tratamento), além de oito sessões de tratamento com fisioterapeuta. Cada sessão tem duração de, aproximadamente, 90 minutos e todas serão realizadas de forma presencial, no Departamento de Fisioterapia, na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar. Pessoas interessadas em participar do estudo, podem entrar em contato pelo WhatsApp (16) 98255-8766 ou preencher este formulário (https://bit.ly/3CDzKrv).
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética da UFSCar (CAAE: 77273924.9.0000.5504).