Jornalista/Radialista
Entre janeiro e março, elevação foi de 25,4% em comparação ao mesmo período do ano passado, aponta FecomercioSP
SÃO PAULO/SP - Nos três primeiros meses de 2023, o faturamento do turismo apontou ganho de R$ 8,2 bilhões, crescimento 25,4% maior em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em março, o ganho do segmento foi o melhor resultado para o mês desde 2015: R$ 18,5 bilhões, o que representa alta de 14,6% no comparativo anual. A maior variação foi vista no setor de transporte aéreo, 29,8% no contraponto anual. O faturamento alcançou pouco mais de R$ 6 bilhões, o mais alto para o mês da série histórica, iniciada em 2011.
De acordo com informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o número de passageiros transportados no terceiro mês do ano aumentou 15,5%. Esses viajantes pagam, em média, 50% a mais para viajar quando comparado aos valores praticados há um ano, situação que contribuiu para a elevação do faturamento. No período, a segunda variação mais expressiva foi a de transporte aquaviário, que aumentou 17,6%. Contudo, o faturamento foi de apenas R$ 52 milhões, o que gera efeito nulo para o desempenho total. Apesar disso, é clara a solidez do crescimento do segmento. Além disso, nota-se que há espaço para investimentos dos empresários, seja no transporte de pessoas, seja no turismo náutico, revela a FecomercioSP. Transporte terrestre também apresentou alta relevante: 8,7%, registrando faturamento de R$ 3,1 bilhões, o maior para o mês da série histórica.
De acordo com a Entidade, além da recuperação da demanda no pós-pandemia, há um grupo maior de consumidores que utilizam ônibus nas viagens, frente ao elevado preço das passagens aéreas. O setor de serviços de alojamento e alimentação avançou 9,5% em março, registrando R$ 5,1 bilhões. O grupo de aluguel de veículos, agências e operadoras de turismo apontou crescimento anual de 8,2% e faturou R$ 2,9 bilhões no mês.
Expectativas
A FecomercioSP destaca que a desaceleração na variação geral do turismo é natural e não deve ser entendida como uma contenção no setor, uma vez que as comparações têm bases elevadas.
Para avançar mais, será necessária uma conjuntura econômica mais favorável. As famílias têm recuperado as condições econômicas, graças a uma inflação mais amena e um mercado de trabalho mais aquecido, permitindo a expansão de gastos com viagens.
Por parte das empresas, também em decorrência de uma inflação mais estável, há mais investimentos em viagens corporativas e eventos. O problema está na taxa de juros no País, que freia consumo e investimentos. A expectativa é que o Banco Central (Bacen) reduza a Selic no fim do ano, por isso, a tendência é que os efeitos dessa decisão sejam sentidos somente em 2024, afirma a Federação.
Assim, diante de crédito mais barato e facilitado, mais empregos e inflação controlada, o ambiente se torna mais que adequado para empresas e consumidores ampliarem as despesas no turismo.
Nota metodológica
O estudo é baseado nas informações da Pesquisa Anual de Serviços e dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números são atualizados mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o turismo. Para as atividades que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do turismo no total.
BRASÍLIA/DF - Os governadores de Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro se reuniram na quarta-feira (24), em Brasília, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para apresentar uma série de propostas que flexibilizam as regras do Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O argumento é que as perdas de arrecadação no último ano frustraram a capacidade dos estados de honrarem os compromissos com a União.
Entre os pedidos, está a ampliação de 9 para 15 anos do prazo máximo de permanência no programa e uma redução no indexador de correção da dívida, entre outros ajustes. Os estados também pedem a possibilidade de ampliar o espaço sobre as receitas próprias para a contratação de operações de crédito a serem usados no pagamento de passivos, como precatórios (dívidas do governo reconhecidas em caráter definitivo pela Justiça), além de realização de investimentos em áreas como infraestrutura, por exemplo.
As quatro unidades da Federação possuem dívida elevada com o governo federal, constituída ao longo de décadas. Desses estados, Goiás, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul já estão com seus planos de recuperação em vigor, enquanto Minas Gerais teve o seu pedido de adesão aprovado, mas ainda aguarda a homologação do plano de recuperação por parte da União.
“No ano passado, a União, através das leis [complementares] 192 e 194, tirou parte substancial da nossa arrecadação. Os estados perderam bilhões de reais. Não apenas os bilhões de reais em receita financeira, como os nossos resultados fiscais ficaram comprometidos. Estamos discutindo alternativas para contornar isso”, explicou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
Em junho de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro, as leis complementares 192 e 194 impuseram um teto de 17% ou de 18% (dependendo do estado) para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, energia, telecomunicações e transporte público. Anteriormente, havia estado que cobrava mais de 30% de ICMS sobre os combustíveis. O ICMS é um tributo estadual e a redução das alíquotas máximas impactou fortemente o caixa dos estados.
Durante a tramitação das leis, os parlamentares inseriram um artigo obrigando a União a compensar as perdas de arrecadação do ICMS, mas o governo de então vetou o dispositivo, que depois acabou sendo derrubado pelo Congresso, obrigando o governo a pagar alguma compensação aos entes federados. Em março deste ano, União e estados finalmente fecharam o acordo para a compensação das perdas, no valor de R$ 26,9 bilhões, a serem pagos até 2026.
“Nós fomos vitimados por decisões que mudaram a estrutura de arrecadação dos estados. Em Goiás, combustíveis, energia e comunicações significam 39% da arrecadação do estado”, afirmou o governador goiano, Ronaldo Caiado.
“Ninguém está pedindo perdão nem qualquer tipo de condição de não pagamento. É poder ajustar para que os estados não fiquem com um torniquete que torne inviável cumprir suas missões junto às suas populações”, acrescentou Leite.
Indexador
Outro pedido de mudança é em relação ao valor de correção das dívidas dos estados com a União, atualmente feitos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) + 4% ao ano ou pela Taxa Selic, que está 13,75% ao ano, o que for maior.
‘Isso também é um garrote nos estados. Está na carga que a gente colocou para ele [Haddad] a diminuição desse indexador, para que seja vinculada ao PIB [Produto Interno Bruto]”, afirmou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. Segundo ele, o atual indexador torna a dívida praticamente impagável. “Nossa dívida hoje, no Rio de Janeiro, por exemplo, no mesmo tempo que ela aumentou 2.000%, o ICMS só cresceu 700%. Então, a dívida vai ficando impagável todo ano”, relatou.
De acordo com os governadores, os pedidos foram bem recebidos pelo ministro da Fazenda e serão agora analisados pela área técnica do governo federal. “Fomos muito bem atendidos, o ministro Haddad está sensível às nossas solicitações”, destacou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema.
Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil
ASSUNÇÃO - O Palmeiras está com a vaga encaminhada para o mata-mata da Libertadores. Na quarta-feira (24), o Verdão foi até o Estádio General Pablo Rojas, em Assunção, para encarar o Cerro Porteño. A equipe comandada por Abel Ferreira saiu do Paraguai com uma vitória tranquila na bagagem: placar de 3 a 0 na partida válida pela quarta rodada da fase de grupos do torneio internacional.
A partida em 'La Olla Azulgrana' foi movimentada. Báez foi expulso no primeiro tempo após dar solada em Artur, enquanto Richard Ríos tomou cartão vermelho na etapa final após deixar o braço no rosto de Cardozo Lucena. Além das duas expulsões: Artur teve grande atuação, com dois gols; Rony deu duas assistências e marcou o terceiro tento alviverde, quebrando próprio jejum; e, por fim, Jailson voltou a ser utilizado pelo técnico português do Palmeiras.
Com o resultado, o Verdão chegou aos nove pontos em seu grupo na Libertadores. O time brasileiro está na vice-colocação, atrás do Bolívar — a pontuação é a mesma, mas os bolivianos têm vantagem no saldo de gols. Cerro Porteño e Barcelona de Guayaquil estacionaram nos três pontos. Nessa situação, tanto Palmeiras quanto Bolívar só não se classificam para as oitavas caso sofram goleadas nas rodadas finais — mesmo assim, um deles já está garantido no mata-mata, visto que ainda há o confronto direto entre as equipes pela frente.
Na próxima rodada do Grupo C da competição continental, o Palmeiras recebe o Barcelona de Guayaquil às 21h30 (de Brasília) em 7 de junho, uma quarta-feira. No dia anterior, às 23h30, o Cerro Porteño vai até a altitude de La Paz para encarar o Bolívar.
Os comandados de Abel Ferreira, no entanto, voltam suas atenções para a Série A do Campeonato Brasileiro — já que a próxima partida do Alviverde é neste fim de semana, às 18h30 do domingo, contra o Atlético-MG no Estádio do Mineirão.
O jogo — A partida começou com alguns lapsos de atenção de jogadores do Palmeiras — Luan, que furou bola a ser afastada na defesa e Rony, em lance promissor no ataque — e com o Cerro Porteño atacando mais, com maior posse de bola.
O Verdão, entretanto, apostava nos contra-ataques — principalmente em saídas com velocidade de Rony e Dudu. Foi um início de jogo mais estudado, apoiado nas estratégias de cada time. Mas isso mudou aos 14 minutos da etapa inicial.
Na entrada da área, Báez solou Artur e levou a chuteira à canela do atleta alviverde. Andrés Matonte inicialmente aplicou o cartão amarelo mas, após receber recomendação do VAR e checar o lance nos replays, expulsou o defensor do time mandante. Facundo Sava precisou mudar a disposição tática da equipe paraguaia e 'sacrificou' Carrizo — que foi substituído pouco depois, para a entrada de Rivas.
Aos 24, Zé Rafael aproveitou erro na saída de bola do Cerro e completou belo desarme. O camisa 8 serviu Rony em profundidade e o 'Rústico' só rolou para Artur, livre no contra-ataque. O ex-Bragantino chegou chutando, de primeira, no ângulo de Jean: 1 a 0.
Em busca do segundo tento, o Palmeiras voltou a assustar Jean aos 28 e 33 minutos. Na primeira chance, Zé Rafael arriscou bomba e obrigou ótima defesa do goleiro; na segunda, Gustavo Gómez cabeceou forte após cobrança de falta e, de novo, parou no arqueiro.
Pouco depois, Rony recebeu belo passe em profundidade de Zé Rafael — mérito também para Raphael Veiga, que fez a movimentação — e invadiu a área. No entanto, o atacante do Verdão, cara a cara com Jean, chutou por cima do gol. Foi aos 44, entretanto, que o 'Rústico' perdeu sua grande chance na etapa: após aproveitar rebote de chute forte e rasteiro de Veiga, o camisa 10, com o gol aberto e sem goleiro, chutou para fora.
2º tempo
Logo aos cinco minutos, Gabriel Menino tabelou bonito com Rony perto da área rival — no entanto, o volante não definiu a jogada rapidamente e, mesmo com a oportunidade de devolver boa bola ao camisa 10, foi desarmado. Na jogada proveniente disso, Churín cabeceou bola perigosa em direção ao gol de Weverton.
Aos 12, a dupla Rony-Artur voltou a funcionar. Depois de troca de passes na intermediária — de Mayke para Menino, de Menino para Dudu —, o 'Baixola' acionou Rony em profundidade, pela lateral, e o camisa 10 achou Artur dentro da área: 2 a 0.
A boa vantagem palestrina quase foi posta a perder quando Luan cometeu erro bizarro, recuou muito mal para Weverton e praticamente deu uma assistência para Churín. O atacante deu um pequeno toque na bola para tirar o arqueiro do Verdão da jogada, mas a bola passou raspando a trave.
Pouco depois, após dar duas assistências, chegou a hora de Rony acabar com o próprio jejum de gols. O 'Rústico' recebeu lindo passe em profundidade de Luan, driblou Jean em velocidade e só tocou a bola para o fundo das redes.
Quando o jogo já entrava no clima de morosidade, natural pela elasticidade do placar, Andrés Matonte resolveu expulsar Richard Ríos. O jogador do Verdão foi empurrado por Cardozo Lucena e, na queda, deixou o braço no rosto do rival.
Na reta final de jogo, Luan voltou a falhar na saída de bola palmeirense e entregou bola de graça para Churín, mas o atacante do Cerro Porteño parou em nova defesa de Weverton. Morales, no último lance da partida, também perdeu gol.
BUENOS AIRIES - O Corinthians ficou no 0 a 0 com o Argentinos Juniors nesta quarta-feira, em jogo válido pela quarta rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. No Estádio Diego Armando Maradona, o Timão perdeu a chance de alcançar a segunda colocação do grupo E, algo que aconteceria com uma simples vitória.
Com esse resultado, o Corinthians chegou aos quatro pontos, na terceira colocação do grupo E. O Argentinos Juniors lidera a chave, com oito unidades, enquanto o Independiente del Valle está na segunda posição, com seis. O Livepool-URU está na lanterna e possui os mesmos quatro pontos que o Timão, mas com menor saldo de gols.
Agora, o Corinthians volta a campo contra o Fluminense, no próximo domingo, às 16 horas (de Brasília). O jogo é válido pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro e será disputado na Neo Química Arena.
Pela Libertadores, o Timão enfrenta na próxima rodada o Independiente del Valle, no dia 7 de junho. A partida ocorrerá no Equador, às 19 horas. Já o Argentinos Juniors recebe o Liverpool-URU no mesmo dia, em mesmo horário.
O jogo
O primeiro tempo, no geral, foi de domínio do Argentinos Juniors. A equipe teve o controle da posse de bola e pressionou o Corinthians quando não tinha a posse, forçando erros dos jogadores do Alvinegro. Mesmo assim, a primeira grande chance do jogo foi do Timão, com o zagueiro Murillo. Aos oito minutos, o defensor recebeu cruzamento de Bruno Méndez e, sozinho, finalizou por cima da meta adversária.
A equipe mandante foi responder aos 23 minutos, em finalização de Cabrera que passou raspando a trave do goleiro Carlos Miguel, após cobrança de escanteio. Aos 37, Matheus Bidu quase fez gol contra ao tentar cortar cruzamento rasteiro na pequena área, mas o arqueiro do Timão interveio.
Uma notícia ruim para o Corinthians foi a lesão de Paulinho, que sentiu dores no joelho esquerdo. O jogador caiu no gramado já pedindo alteração e foi flagrado no banco de reservas, com bolsa de gelo no local. O camisa 15 vinha de duas partidas como titular na equipe de Vanderlei Luxemburgo.
O segundo tempo começou em ritmo morno, com o Argentinos Juniors mantendo o controle, mas arriscando muito pouco. O Corinthians manteve sua postura defensiva, com duas linhas de quatro em bloco recuado. Assim como na primeira etapa, a primeira grande chance foi do Timão: Yuri Alberto recebeu cruzamento de Matheus Bidu e cabeceou por cima do gol defendido por Arias.
O Argentinos Juniors seguia tendo o domínio das ações até a expulsão do atacante Thiago Nuss, aos 30 minutos. O jogador deu uma cotovelada em Roni e inicialmente recebeu apenas cartão amarelo, mas depois foi retirado de campo pelo árbitro Carlos Ortega.
Com um a mais, o Corinthians passou a se soltar ao ataque e apostou em bolas alçadas na área, mas teve pouco sucesso. O Argentinos seguiu competindo e não cedeu campo mesmo em desvantagem numérica. Nenhum ataque conseguiu ser eficiente e o placar não foi alterado.
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