Jornalista/Radialista
BRASÍLIA/DF - Com investimentos de R$ 85 milhões, o resultado do edital Ecoforte Redes 2024, destinado a fortalecer a agricultura familiar de base agroecológica no país, foi anunciado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Fundação Banco do Brasil (FBB).

O edital foi lançado em julho de 2024 e recebeu 165 propostas, das quais 36 foram consideradas habilitadas, com representantes em todas as regiões do país (cinco na Amazônia Legal, 12 no Nordeste, dez no Sul, oito no Sudeste e uma no Centro-Oeste). Outras cinco redes (duas no Nordeste e três no Sudeste) formarão cadastro de reserva e poderão ser convocadas em caso de não contratação das proponentes habilitadas ou de suplementação orçamentária por parte dos financiadores.
Os beneficiados são projetos territoriais destinados a fortalecer as redes de agroecologia, extrativismo e produção orgânica. O objetivo é ampliar a escala de produção e a oferta de alimentos e produtos saudáveis, contribuindo para a promoção da transição agroecológica e da resiliência dos ecossistemas, além da geração de renda para as famílias agricultoras.
“Os investimentos viabilizarão aumento da escala de produção de alimentos saudáveis e ampliação do seu consumo pela população, com objetivo de garantir a segurança alimentar e nutricional, ao mesmo tempo em que contribuem para a resiliência climática nas localidades atendidas”, explicou a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.
Cada rede selecionada é composta, no mínimo, por três organizações produtivas da agricultura familiar, incluindo povos indígenas, integrantes de comunidades remanescentes de quilombos rurais, pescadores artesanais, aquicultores familiares, extrativistas e demais povos e comunidades tradicionais.
Coordenado pelo governo federal, o Programa de Fortalecimento e Ampliação das Redes de Agroecologia, Extrativismo e Produção Orgânica (Ecoforte) é considerado a principal ação da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO). O primeiro edital foi lançado em 2014.
AGÊNCIA BRASIL
BRASÍLIA/DF - Os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) registrados nas primeiras 24 semanas epidemiológicas de 2025 foram 30% superiores aos notificados no mesmo período do ano passado. Isso aumenta o alerta para o inverno, que começou oficialmente na última sexta-feira (20), já que muitos vírus respiratórios circulam mais nesse período, aumentando a quantidade de infecções e de casos graves.
"No inverno as pessoas ficam mais dentro de casa, nos escritórios, andam no transporte público com as janelas fechadas. Isso aumenta a proximidade das pessoas, e a maioria das infecções respiratórias se transmite por gotículas. Quando a gente tosse, fala, espirra, essas gotículas podem cair perto do olho, do nariz e da boca de outras pessoas e contaminá-las. Ou também podem cair na superfície, aí a pessoa toca e leva para o rosto sem perceber", explica a infectologista e professora do Instituto de Educação Médica, Silvia Fonseca.
Dois fatores que também contribuem para este quadro são a irritação das vias respiratórias, por causa do frio e do tempo seco, que assim ficam mais vulneráveis à infecções, e uma característica do vírus Influenza, causador da gripe, que o torna mais transmissível e mais replicável no organismo humano em baixas temperaturas.
Dados do Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vêm mostrando o aumento de infecções por influenza. Considerando todos os mais de 103 mil casos graves de síndrome respiratória já contabilizados este ano pelo boletim, quase 53 mil tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus. Desses, cerca de 27% foram causados por algum tipo de influenza A ou B. Mas de meados de maio a meados de junho, a incidência de influenza subiu para mais de 40%.
Entre os dados de mortalidade, a influenza se destaca nas duas análises. Metade das quase 3 mil mortes causadas por SRAG, após infecção por algum vírus, ocorreu após uma infecção por gripe. Essa proporção sobe para 74,6% quando são consideradas apenas os óbitos com diagnóstico positivo para vírus respiratório registrados nas últimas quadro semanas.
Para a infectologista Silvia Fonseca, a percepção de que a gripe é uma doença leve ainda compromete a principal forma de prevenção dessas mortes. “O vírus influenza pode evoluir rapidamente para quadros de insuficiência respiratória, infecções pulmonares e internações prolongadas, especialmente em idosos e pacientes com doenças crônicas. A vacinação anual é a forma mais eficaz de reduzir esse risco”, afirma a professora de medicina.
De acordo com o painel da vacinação do Ministério da Saúde, até esta sexta-feira (20), menos de 40% do público-alvo tinha se vacinado contra a influenza este ano. A campanha começou na maior parte do país em abril, justamente para imunizar as pessoas mais vulneráveis antes do período de maior circulação da doença. O imunizante protege contra os subtipos A H1N1 e A H3N2 e B e tem grande eficácia contra casos graves e óbitos.
Outra infecção mortal que pode ser prevenida com vacina é a da covid-19. Apesar da incidência entre os óbitos causados por vírus ter caído, ela ainda foi de 30,9% nas 24 semanas epidemiológicas contabilizadas este ano. E nas últimas quatro semanas, enquanto os testes positivos para covid-19 foram apenas 1,6% de todos os casos graves causados por vírus, a proporção entre as mortes ficou em 4,2%, o que comprova a letalidade do coronavírus, especialmente em idosos.
Entre as crianças, permanece a preocupação com o vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite, uma inflamação que atinge as estruturas mais finas dos pulmões e que pode causar a morte, especialmente entre menores de 2 anos. Há vacina contra o VSR para idosos e grávidas – que transmitem anticorpos para o recém-nascido – mas apenas em clínicas particulares. O Ministério da Saúde já anunciou a incorporação da vacina para as gestantes no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir do segundo semestre.
O período de maior circulação do VSR começa no outono e já dá sinais de queda, conforme o boletim Infogripe, mas os casos ainda são numerosos. Considerando todo o ano de 2025, ele foi o patógeno mais prevalente, diagnosticado em 45,3% dos casos graves causados por vírus. O VSR também foi responsável por 13% das mortes com diagnostico positivo registradas nas últimas quatro semanas.
A professora de Enfermagem da Faculdade Estácio Andréia Neves de Sant'Anna lembra que as normas de etiqueta respiratória ainda são válidas e ajudam a diminuir a propagação dos vírus: evitar aglomerações e ambientes fechados; lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel; usar lenço descartável para higiene nasal; cobrir o nariz e boca ao espirrar ou tossir; evitar tocar olhos, nariz e boca; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados e evitar contato próximo com pessoas com sintomas gripais.
Além disso, Andréia reforça que repouso, alimentação equilibrada, e bastante hidratação, podem ajudar o organismo a se recuperar mais facilmente.
AGÊNCIA BRASIL
BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na segunda-feira (23) um decreto que cria o Prêmio Nacional da Educação para reconhecer os esforços das redes municipais para melhorar a qualidade da educação básica. O anúncio foi feito durante reunião com o ministro da Educação, Camilo Santana, no Palácio do Planalto.
"O objetivo é premiar as cidades e estados que atingirem as metas de creches, alfabetização de crianças, escolas em tempo integral e ensino técnico profissionalizante", escreveu o presidente em postagem nas redes sociais.
"Acreditamos que uma educação pública de qualidade exige atuação conjunta do governo federal, estados e municípios. E é para isso que estamos trabalhando", acrescentou Lula.
Os detalhes sobre o prêmio não foram informados, mas, segundo Camilo Santana, deve ser concedido a estudantes, professores, gestores, prefeitos e outras autoridades responsáveis por projetos educacionais. O decreto ainda será publicado no Diário Oficial da União (DOU). A data da premiação está prevista para o dia 11 de agosto, Dia Nacional do Estudante.
AGÊNCIA BRASIL
ARARAQUARA/SP - A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH) apresentou, nesta segunda (23), os cadernos temáticos do Plano de Desenvolvimento Urbano e Habitação (PDUH) de 2040 para a Macrorregião de Presidente Prudente, Araçatuba, Marília, Bauru e Araraquara. O objetivo destes encontros é orientar as políticas públicas e investimentos no Estado de São Paulo nos próximos 15 anos. O evento foi transmitido online para 220 municípios e foi o último de quatro, realizado para divulgar o andamento dos trabalhos.
O plano é estruturado a partir de três eixos: Urbanismo e Habitação Social, Infraestrutura e Mobilidade e Meio Ambiente e Mudança do Clima. A partir deles, foram criados seis cadernos técnicos: Vulnerabilidades Socioterritoriais, Dinâmica Econômica, Dinâmica Ambiental, Dinâmica Urbana, Transporte e Infraestrutura. O próximo passo será a construção dos cadernos regionais, a serem discutidos por todo o Estado com municípios, órgãos setoriais, academia e sociedade civil.
O encontro foi conduzido pela diretora de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Maria Claudia Pereira, que destacou a relevância do trabalho, desenvolvido em duas vertentes, tanto na atualização do Plano Estadual de Habitação 2011-2023, como ao entrar, agora, no novo campo de ação da SDUH, que passou a englobar, além das ações habitacionais do Estado, o desenvolvimento urbano. “Nesse sentido, a CDHU também ampliou suas ações para poder atuar, não só no planejamento habitacional, mas também no desenvolvimento urbano”, disse a diretora. “Trouxemos para essa reunião, de uma forma sintética, um pouco do conteúdo dos cadernos técnicos, primeira etapa do PDUH 2040, e sua importância para o desenvolvimento dos recortes regionais”, afirmou. “Com a conclusão dos cadernos temáticos, queremos que eles sirvam como base e que sejam úteis para os municípios pensarem no seu planejamento, para o Estado direcionar os seus investimentos e, principalmente, para uma visão melhor de toda a sociedade envolvida no desenvolvimento urbano e habitacional”.
A diretora também destacou o crescimento demográfico, mais intenso no interior, além das mudanças climáticas, que têm acirrado uma série de problemas ao longo dos anos. “A questão da segurança hídrica é uma das mais relevantes para o desenvolvimento regional e para a qualidade de vida da população”, disse. “Embora a região metropolitana de São Paulo não tenha apresentado uma taxa de crescimento populacional alta, esse crescimento tem acontecido em outras regiões, como em Bauru e Araraquara, por exemplo”, apontou. “Mas, diante desse crescimento, como estão as condições ambientais? É uma região com pouca cobertura de florestas e possibilidade alta de incêndios em áreas protegidas”, completou.
As discussões dos encontros regionais têm mostrado a importância de um olhar atento às diferentes escalas de planejamento urbano. A cada novo nível de análise — do Estado às regiões, municípios e até dos bairros — surgem informações e demandas distintas, que exigem soluções específicas. “Não é a mesma informação quando você aproxima o olhar”, destacou Maria Teresa Diniz, diretora de Projetos e Programas da CDHU, que trouxe para o debate a importância das reflexões feitas em cada um dos encontros regionais. “Entender para que serve cada escala e como elas devem ser utilizadas no planejamento e nos projetos urbanos é essencial para garantir um desenvolvimento equilibrado”, disse. “Quanto mais dados a gente tem, mais ansiosos ficamos. Não podemos nos afogar em informações nem estabelecer correlações equivocadas”, alertou. O objetivo, segundo a diretora, é cruzar e usar os dados de forma estratégica, para projetar soluções que atendam às necessidades atuais e futuras das regiões.
Um ponto apontado por Maria Tereza foi o aprendizado com os erros cometidos em grandes centros como São Paulo. Apesar de o ritmo de crescimento urbano hoje ser mais moderado, o desafio é não repetir práticas que geraram problemas estruturais. “Temos a oportunidade, nas cidades que estão se desenvolvendo agora, de não cometer os mesmos erros. É preciso buscar o que deu certo e evitar as falhas”, afirmou. “Entre os avanços conceituais que devem nortear os novos projetos estão o desenho urbano mais integrado, a melhoria do sistema viário e da mobilidade, a valorização dos espaços públicos e a preservação do meio ambiente. A ideia é conectar e não separar”, completou.
A apresentação foi desenvolvida em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), que presta apoio técnico ao plano. O consultor da Fundação, Marcelo Ignatios, destacou o desafio em organizar esse vasto conjunto de dados — que inclui desde saneamento, clima, vulnerabilidades geológicas até índices de acidentes de trânsito e condições da malha viária — para permitir que municípios possam planejar seu desenvolvimento de forma mais eficiente. “O objetivo é que as cidades trabalhem com evidências concretas, mapeadas e quantificadas, seja para expandir a infraestrutura, seja para aproveitar melhor os terrenos e recursos já existentes”, afirmou. “Todo esse material compõe um atlas voltado ao PDUH, que oferece mapas temáticos e dados preliminares, a serem aprimorados com a divulgação dos novos números do Censo do IBGE, para orientar o planejamento urbano e as estimativas por demanda habitacional”, completou. O projeto também prevê atualizações contínuas, à medida que novas informações forem disponibilizadas por diferentes secretarias estaduais e demais órgãos.
Sobre o PDUH 2040
O PDUH é um instrumento de planejamento do desenvolvimento urbano e da habitação no Estado de São Paulo, que visa a reconhecer as dinâmicas e necessidades dos municípios e regiões para orientar políticas e investimentos públicos, consolidando o papel articulador do Estado.
A atualização do PDUH busca informar e capacitar os municípios e regiões pelo fortalecimento de quatro eixos de atuação: Urbanismo e Habitação Social, Infraestrutura e Mobilidade e Meio Ambiente e Mudança do Clima, em diversas escalas, para o estabelecimento de cidades seguras, resilientes, inclusivas, prósperas e sustentáveis.
Para o seu pleno desenvolvimento, o PDUH 2040 prevê a configuração de banco de dados geoespacializado, de plataforma colaborativa e monitoramento de metas e parâmetros internacionais de desenvolvimento sustentável (Nova Agenda Urbana e ODS-ONU). Prevê, ainda, a elaboração de análises temáticas e integradas, além de índices para o subsídio de tomada de decisão no planejamento.
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