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Carioca vai à praia, apesar de decreto proibir aglomerações

Escrito por  Mar 14, 2020

RIO DE JANEIRO/RJ - Nem mesmo o medo do coronavírus e de um decreto que proíbe a aglomeração de pessoas na cidade foram suficientes para impedir milhares de cariocas de ir à praia neste sábado, 14,de sol, no último fim de semana do verão.

Banhistas afirmam que ainda é cedo para evitar o banho de mar e que o ambiente aberto e ventilado não representa risco de contrair a Covid-19.

Na sexta-feira, 13, o governador do estado, Wilson Witzel, editou um decreto fechando espaços públicos, como cinemas e teatros, e chegou a dizer que a Polícia Militar poderia evacuar as praias, se fosse necessário, para impedir aglomerações de pessoas. Porém, o hábito de pisar na areia ou de caminhar no calçadão está arraigado na cultura do carioca e será difícil de ser modificado.

“Nós estamos ao ar livre, com muito vento. Acho que isso não é uma coisa legal neste momento. Pode ser que haja necessidade. Caminhar faz parte da minha vida. Se eu não fizer isso, como eu vou ficar? A praia não é uma aglomeração em que as pessoas entram em contato toda hora”, disse o engenheiro João Antunes Moreira, que caminhava pelo calçadão de Ipanema enquanto tomava uma latinha de cerveja.

Apesar do medo gerado em vários países pelo coronavírus, muitos turistas podiam ser vistos pela orla carioca, sem demonstrar maiores preocupações. Nenhuma pessoa usando máscara foi avistada pela reportagem, em pouco mais de uma hora de trabalho na praia.

“No Líbano, o governo fechou as praias, os ginásios, as escolas e os shopping centers, mas aqui no Brasil eu não acho que será possível retirar todas essas pessoas da praia. Eu mesmo não estou com medo, tanto é que estou aqui. Cheguei faz três dias e vou ficar mais duas semanas”, disse o bancário libanês Oussama Hraiv, que ainda pretende ir a São Paulo, Salvador e Fernando de Noronha.

Para os que trabalham na praia e dependem de banhistas e turistas para sobreviver, a medida do governo, de evacuar as praias, não parece uma ideia de fácil execução. “Eu acho impraticável, porque já basta o calor que a gente tem dentro de casa. Ficar impossibilitado de se refrescar no mar, vamos viver uma penitência social. Acho que morre mais gente de bala perdida do que de coronavírus”, disse o pintor Fábio Fragoso, que expõe telas coloridas no calçadão de Ipanema.

* Por AGÊNCIA BRASIL

Última modificação em Terça, 21 Abril 2020 14:27
Henrique

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