Jornalista/Radialista
SÃO CARLOS/SP - A Câmara Municipal de São Carlos sediou, na última quinta-feira (21/08), a audiência pública que concluiu o ciclo de escutas da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) 2025. O encontro teve como objetivo consolidar o Plano de Aplicação de Recursos (PAR) do município, que definirá como serão investidos os R$ 1,7 milhão anuais destinados à cidade pelo programa federal.
A sessão foi presidida pela vereadora Raquel Auxiliadora (PT), presidente da Comissão de Cultura, e contou com a presença do secretário municipal de Cultura e Turismo, Leandro Severo, que representou o prefeito Netto Donato, da diretora do Departamento de Artes e Cultura, Mariana Navarro, e de Letícia Gomes, representante do Fórum Cultura na Pauta, que reúne fazedores de cultura da cidade.
De acordo com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SMCT), os recursos poderão ser aplicados em diversas áreas, como produção artística, preservação do patrimônio, pesquisa, difusão cultural, eventos, obras, reformas, manutenção e acessibilidade em espaços culturais.
O secretário Leandro Severo destacou que a discussão no Legislativo garante transparência e participação popular. “Esse processo democratiza as decisões, fortalece a parceria com a sociedade e assegura critérios claros para a aplicação dos recursos, compromisso do governo do prefeito Netto Donato”, afirmou.
Severo lembrou ainda que a construção do PAR contou com diferentes etapas de consulta, incluindo grupos de trabalho do Conselho de Cultura, conferências e a audiência pública. O documento final será encaminhado ao Ministério da Cultura, que deverá aprovar o plano para que os recursos possam ser liberados.
Para a vereadora Raquel Auxiliadora, a legislação federal representa um avanço no financiamento cultural. “A participação popular e dos fazedores de cultura é essencial para definir como São Carlos irá aplicar os recursos federais. Isso fortalece a democratização da política cultural no município”, destacou.
Já a diretora Mariana Navarro explicou que o PAR detalha a destinação orçamentária e as ações a serem realizadas. Segundo ela, 25% dos recursos serão destinados ao programa Cultura Viva, 5% a custos operacionais e os demais 70% ao fomento, obras, aquisições e subsídios. “É um processo estruturante para o fortalecimento da gestão cultural democrática”, ressaltou.
Também participaram da audiência a secretária adjunta de Cultura, Valéria Mazola, o secretário adjunto de Turismo, Hicaro Alonso, além de diretores e servidores da SMCT.
SÃO CARLOS/SP - Um grupo de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em colaboração com o Departamento de Engenharia Biomédica da Texas A&M University (EUA) e do Departamento de Química da Universidade de Coimbra (Portugal), está desenvolvendo um tratamento inovador contra a pneumonia causada por bactérias resistentes a antibióticos – um dos maiores problemas atuais da saúde mundial.
A doença é grave, atendendo a que só em 2021 a pneumonia foi responsável por mais de dois milhões de mortes no mundo. Entre os agentes mais perigosos está a bactéria Klebsiella pneumoniae, comum em hospitais e que pode causar infecções difíceis de tratar, já que muitos antibióticos não fazem mais efeito contra ela.
Como funciona o tratamento
O método estudado é conhecido como terapia fotodinâmica (TFD), que pode ser explicada de forma muito simples. Primeiro, aplica-se um corante especial no organismo, seguindo-se a aplicação de uma luz sobre a região infectada. A combinação faz com que o corante libere partículas capazes de destruir as bactérias sem prejudicar as células humanas.
Nos testes em laboratório, a técnica conseguiu eliminar totalmente a bactéria. Mas havia um problema: dentro dos pulmões existe uma camada natural chamada “surfactante pulmonar”, que protege os alvéolos durante a respiração. Essa camada acabava “aprisionando” o corante e diminuindo a eficácia do tratamento.
Para superar esse desafio, os cientistas combinaram o corante com uma substância chamada Gantrez, um tipo de polímero seguro para uso médico, que funciona como um “carregador”, ajudando o corante a atravessar a barreira natural dos pulmões e a alcançar as bactérias.
Com essa combinação, o número de microrganismos foi reduzido em milhares de vezes, mesmo na presença da barreira pulmonar. Ou seja, a técnica mostrou que pode funcionar também em condições mais próximas da realidade do corpo humano.
A pesquisadora do IFSC/USP, Drª Fernanda Alves, que está desenvolvendo esses estudos no Texas A&M University (EUA), e que é a primeira autora do artigo científico publicado recentemente na revista científica internacional “Pathogens”, salienta que a cada quinze segundos, aproximadamente, uma pessoa morre de pneumonia no mundo. “Isso acontece, principalmente, porque os antibióticos já não são eficazes contra muitas bactérias super-resistentes. Nesse cenário, a terapia fotodinâmica surge como uma alternativa promissora no combate às infecções. Cada passo para torná-la clinicamente aplicável traz novos desafios. O mais recente foi vencer a barreira natural dos pulmões: o surfactante. Com a adição do Gantrez ao tratamento, conseguimos resultados muito animadores, que nos deixam esperançosos para as próximas etapas — primeiro em modelos animais e, depois, em estudos clínicos. Esses avanços mostram que ainda temos motivos para acreditar na vitória contra os microrganismos resistentes”, destaca a cientista.
Impacto para os pacientes
Embora os testes ainda estejam na fase de laboratório, os resultados trazem esperança. Se confirmada em estudos com animais e, depois, com pacientes, a terapia poderá se tornar uma alternativa aos antibióticos em casos de pneumonias graves e resistentes.
Segundo os autores do estudo, esse é um passo importante no combate às chamadas “superbactérias”, que já representam uma das maiores ameaças à saúde pública no século XXI.
Assinam este estudo os pesquisadores: Fernanda Alves - 1ª autora (IFSC/USP - Texas A&M University); Isabelle Almeida de Lima (IFSC/USP - Texas A&M University); Lorraine Gabriele Fiuza (IFSC/USP - Texas A&M University); Zoe Arnaut (Universidade de Coimbra); Natalia Mayumi Inada (IFSC/USP - Texas A&M University) e Prof. Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC/USP - Texas A&M University).
Confira o artigo no link - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2025/08/pathogens-14-00618.pdf
Monitoramento eletrônico e operação conjunta elevam efetividade das ações contra essa prática ilegal nas praças da Eixo SP
ITIRAPINA/SP - A aplicação de multas por evasão de pedágio nas rodovias sob gestão da Eixo SP Concessionária de Rodovias vem registrando aumento nos últimos meses. Entre fevereiro e julho, o número de autuações emitidas pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER-SP) cresceu mais de 200%. Somente nos últimos dois meses, foram aplicadas mais de 3,5 mil multas.
O objetivo da operação é coibir uma prática ilegal que compromete os investimentos realizados na malha viária e coloca em risco a segurança dos usuários. A evasão de pedágio é classificada como infração grave pelo Código de Trânsito Brasileiro (artigo 209), sujeita a multa de R$ 195,23 e acréscimo de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Para identificar os infratores, todas as 21 praças de pedágio da Eixo SP contam com o sistema Nevada, tecnologia equipada com câmeras inteligentes que registram imagens em 360 graus de todos os veículos em passagem. O funcionamento é automático. Assim que o veículo entra na área de cobrança, câmeras registram a placa e a situação do semáforo de pedágio. Se houver passagem com sinal vermelho e o sistema não identificar um TAG válido, a imagem é enviada automaticamente ao DER-SP para emissão do auto de infração.
Além disso, o sistema Nevada também detecta outras irregularidades como placas encobertas, adulteradas ou ausentes, acionando a Polícia Rodoviária para as medidas cabíveis.
Benefícios
Segundo Fábio Souza, gerente executivo de Operações e Tecnologia da Eixo SP, a intensificação da fiscalização já apresenta resultados positivos. “O pedágio é fundamental para que possamos manter as estradas em boas condições e investir em obras e serviços que ajudam a garantir a segurança dos usuários. Quando um motorista se evade, ele não só comete uma infração, como prejudica toda a coletividade, pois compromete os investimentos que beneficiam a todos”, afirma.
Com o avanço da tecnologia e o reforço das ações de fiscalização, a expectativa da concessionária e das autoridades de trânsito é reduzir de forma expressiva as ocorrências de evasão. A medida busca não apenas garantir a igualdade na cobrança, mas também assegurar a manutenção de serviços essenciais e a segurança de todos os motoristas que trafegam pelas rodovias.
Consultor da Céleres aponta super safra e alta nos estoques americanos como principais fatores. O cenário exige cautela e ações estratégicas para as próximas safras
SÃO CARLOS/SP - O cenário global do milho segue desafiador e deve impactar diretamente o produtor brasileiro nos próximos ciclos. De acordo com Enilson Nogueira, analista de mercado da Céleres Consultoria, um dos fatores é o aumento da oferta dos americanos, confirmado por dados recém-divulgados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que projetam produtividade média do milho em 188,8 bushels por acre (1 acre = 4.046,86 m² ou 0,405 hectare) e colheita de 16,742 bilhões de bushels (ou 425,3 milhões de toneladas) do grão.
Além disso, os estoques finais americanos, que devem ser de 53,8 milhões de toneladas, também pressionam as cotações internacionais. Para o especialista, a leitura para este segundo semestre é de que os preços internacionais, em função dos fatores citados, devem permanecer apertados. “Este cenário reforça ainda mais o desafio para 2026, que deve ser mais um ano em que o produtor precisará olhar com muita atenção para o elemento da geração de margem”, destaca.
Custos e planejamento
Segundo Nogueira, o planejamento já começa a ganhar corpo entre os produtores que estão fechando os custos para a safra de verão e, sobretudo, para a de inverno do ciclo 2025/26. “Acho importante reforçar os desafios que teremos para o próximo ciclo. Isso passa, em primeiro lugar, por uma busca de eficiência operacional e produtiva, ou seja, produzir mais com menos — e também por ganhos de assertividade na gestão. Uma boa estratégia de compra de insumos e de comercialização do milho será fundamental”, explica.
Pressões internas
Além da pressão internacional, fatores domésticos também exigem atenção. Entre eles, a elevação dos juros no Brasil, que encarece o crédito para o setor rural. “Estamos com juros elevados, e o segmento agrícola não ficou de fora desse movimento de alta. Portanto, é preciso muito cuidado com financiamentos e investimentos não planejados, ou que não apresentem retorno claro”, reforça Nogueira.
Outro ponto estratégico é o câmbio. A moeda brasileira, que tem se mantido na faixa de R$ 5,40 a R$ 5,50 por dólar, ainda assegura competitividade nas exportações de grãos. No entanto, uma eventual valorização pode comprometer as margens. “O câmbio segue sendo um aspecto central. Ainda temos um nível atrativo de preços quando olhamos para soja, milho e outras culturas. Porém, a possibilidade de valorização do real exige atenção no planejamento de vendas, na geração de margens e na gestão de caixa do produtor rural no ciclo de 2026”, pontua o analista da Céleres.
Eficiência como chave
Para Nogueira, a palavra-chave para o sucesso no próximo ciclo é eficiência. “Um aspecto importante, dentro da ideia de eficiência, é que justamente em períodos de margens menores a necessidade de ‘produzir mais com menos’ ganha relevância”, afirma. Assim, segundo ele, é necessário fomentar entre os produtores a utilização das tecnologias disponíveis, buscar ganhos de produtividade e se posicionar bem do ponto de vista do pacote tecnológico. “Isso será um diferencial para atravessar esse período de margens extremamente apertadas”, conclui.
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