Jornalista/Radialista
SÃO CARLOS/SP - Uma equipe da UFSCar recebeu menção honrosa na categoria Aplicações para Políticas Públicas do Prêmio MapBiomas, durante o MapBiomas User Summit, no último dia 7 de julho, em São Paulo. O projeto premiado apresenta uma plataforma digital que mapeia cerca de 40 mil hectares com potencial de restauração dentro de unidades de conservação do estado de São Paulo.
A menção honrosa foi concedida ao projeto "Plataforma de Áreas Restauráveis em Unidades de Conservação do Estado de São Paulo", desenvolvido pelos pesquisadores da UFSCar Paulo Guilherme Molin, professor do Centro de Ciências da Natureza (CCN) do Campus Lagoa do Sino, Paulo André Tavares, egresso da Universidade, e Patrick Faria Fernandes, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Uso dos Recursos Renováveis (PPGPUR) do Campus Sorocaba, todos vinculados ao Programa Biota/Fapesp. São também coautores deste trabalho pesquisadores da FIA/USP, da empresa Bioflore e da Fundação Florestal de São Paulo.
A plataforma é uma ferramenta digital que identifica e disponibiliza áreas dentro das unidades de conservação paulistas com potencial para restauração ambiental. Entre os dados apresentados estão: classificação do tipo de área e vegetação existente; uso do solo e declividade; distância de rodovias e viveiros; potencial de regeneração natural e aptidão para restauração ativa.
Foram mapeados cerca de 40 mil hectares com capacidade de restauração em áreas protegidas do Estado. A plataforma funciona como um verdadeiro catálogo aberto que pode ser utilizado por órgãos governamentais, entidades públicas e privadas, e pela sociedade em geral para embasar projetos de restauração socioambiental.
Essa iniciativa se apoia em pesquisas anteriores, como o projeto NewFor - Compreendendo florestas restauradas para o benefício das pessoas e da natureza, vinculado ao Programa Biota/Fapesp, e ao Centro de Ciência para o Desenvolvimento - Estratégia Mata Atlântica. Juntos, esses estudos contribuíram para a robustez técnica e científica da plataforma, permitindo cruzamento de mais de 90 camadas de dados georreferenciados com base em inteligência artificial e fontes oficiais.
A plataforma é implementada pela Fundação Florestal, vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, e já foi apresentada até na COP 29 da ONU, demonstrando sua relevância em fóruns nacionais e internacionais. Ela está disponível ao público por meio do endereço plataforma.fflorestal.sp.gov.br.
"Este novo reconhecimento ressalta a capacidade da Universidade de transformar ciência e geotecnologia em soluções aplicáveis e impactantes para conservação e políticas públicas no Brasil", destaca Molin.
O Prêmio MapBiomas
Criado pela Rede MapBiomas em parceria com o Instituto Ciência Hoje, o Prêmio MapBiomas chegou à sua sétima edição em 2025 com o objetivo de reconhecer projetos que utilizam os dados MapBiomas para promover soluções inovadoras em conservação ambiental, manejo sustentável, combate às mudanças climáticas e políticas públicas.
"Projetos como este da UFSCar exemplificam a aplicação dos dados MapBiomas para transformação socioambiental em áreas protegidas, estimulando restauração florestal, conectividade ecológica e mitigação de mudanças climáticas no estado de São Paulo", conclui Molin.
SÃO CARLOS/SP - Um projeto de lei em discussão na Câmara Municipal de São Carlos busca tornar obrigatória a capacitação em primeiros socorros para professores e funcionários de escolas e outros estabelecimentos frequentados por crianças no município. A iniciativa, de autoria do vereador Dé Alvim, visa garantir que profissionais estejam preparados para agir em situações de emergência, potencialmente salvando vidas infantis.
A proposta do vereador Dé Alvim foi motivada pela trágica história de Lucas Begalli, um garoto de 10 anos que faleceu em 2017 após engasgar durante um passeio escolar. O incidente ressaltou a importância de ter pessoas capacitadas para agir nos primeiros momentos críticos antes da chegada do socorro especializado.
De acordo com o projeto, anualmente, uma parcela dos profissionais envolvidos no cuidado com crianças deverá participar de cursos sobre primeiros socorros preventivos e emergenciais. A quantidade exata de treinamentos necessários em cada instituição dependerá do porte da escola ou estabelecimento. Instituições educacionais do setor público serão habilitadas por órgãos municipais e estaduais para a formação continuada de seus funcionários, enquanto as instituições privadas deverão contratar profissionais especializados para ministrar os treinamentos obrigatórios.
Outra demanda crucial do projeto é que todos os locais frequentados por crianças possuam kits completos e apropriados para primeiros socorros infantis, visivelmente disponíveis, juntamente com um certificado indicando quais funcionários estão capacitados para lidar com situações emergenciais.
Se aprovado, o projeto de lei concederá às instituições educacionais um prazo de 120 dias para se ajustarem às novas normas. O vereador Dé Alvim justifica que a proposta se baseia em legislações federais e estaduais preexistentes, mas foi adaptada para atender às necessidades específicas de São Carlos. "Nossa intenção é prevenir incidentes trágicos como o ocorrido com o Lucas. Quando se trata da proteção das nossas crianças, devemos estar sempre atentos", declarou o legislador.
O relato do garoto Lucas emocionou muitas pessoas no país, mostrando como o conhecimento básico em primeiros socorros pode fazer a diferença na hora de salvar vidas. Agora, São Carlos tem a oportunidade de se tornar um local mais seguro para suas crianças, assegurando que professores e monitores estejam prontos para agir quando necessário.
Estudo é conduzido entre UFSCar e Universidade de Turim
SÃO CARLOS/SP - Os departamentos de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade de Turim (UniTo), na Itália, estão conduzindo uma pesquisa que busca avaliar a saúde individual e a qualidade dos relacionamentos afetivo-sexuais de mulheres lésbicas, homens gays e pessoas bissexuais. Para isso, estão convidando esse público para participação, através de um questionário online.
"Em relação à saúde individual, os principais aspectos a serem investigados dizem respeito a como os participantes percebem as emoções e os sentimentos em si mesmos e nas demais pessoas, e como se sentem em relação à própria identidade sexual", define a mestranda Renita de Cássia do Santos Freitas, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi) da UFSCar e responsável pelo trabalho. "Quanto à qualidade dos relacionamentos afetivo-sexuais, buscamos avaliar comportamentos que podem ou não ter ocorridos no último ano ou na última relação, como a divisão de forma justa das contas e o uso de apelidos", completa.
O estudo é desenvolvido sob a supervisão do professor Fabiano Koich Miguel, do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar. A parceria com a UniTo teve início a partir de uma Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (Bepe), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), concedida a Renita Freitas para estágio na universidade italiana.
Participação
Estão sendo convidadas, para participarem do estudo, pessoas lésbicas, gays e bissexuais com 18 anos ou mais, residentes em qualquer região do Brasil, nos mais diversos modelos, formas e vínculos de se relacionar como, por exemplo, encontros sem compromisso, monogâmicos, não monogâmicos, a distância, relações virtuais ou uniões estáveis.
Para participar, basta responder ao formulário disponível em https://tinyurl.com/
Prevenção promove qualidade de vida às famílias multiespécies, sustentabilidade ao setor e colabora com a saúde pública
SÃO PAULO/SP - Prevenir é melhor do que remediar – o sábio ditado popular aplica-se também à saúde animal e segue mais verdadeiro do que nunca. Em um cenário em que os pets vivem mais e fazem parte do núcleo familiar, crescem as demandas por bem-estar e longevidade, e a medicina veterinária preventiva emerge como pilar estratégico não apenas para responsáveis (tutores) e profissionais, mas para todo o ecossistema de saúde.
Ao antecipar doenças e promover hábitos mais saudáveis para os animais de estimação, a prevenção reduz custos, melhora resultados terapêuticos e fortalece o vínculo entre responsáveis e médicos-veterinários. Mais do que uma tendência, trata-se de uma necessidade alinhada também ao conceito de Saúde Única (One Health), que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental.
O que é medicina veterinária preventiva?
Consultas veterinárias regulares, exames de rotina, monitoramento da saúde bucal, acompanhamento nutricional, vacinação e vermifugação com protocolos personalizados, controle de parasitas, avaliação de comportamento, orientações sobre atividade física e enriquecimento ambiental, além de suporte ao envelhecimento saudável, são algumas das práticas que compõem a medicina veterinária preventiva. Essa rotina contribui para a identificação precoce de condições de saúde que muitas vezes não apresentam sintomas evidentes, como insuficiência renal, distúrbios endócrinos, obesidade, alterações oculares, doenças cardíacas e articulares. O diagnóstico antecipado possibilita intervenções mais eficazes, com menores impactos à saúde e melhor qualidade de vida para os pacientes.
Além disso, práticas preventivas personalizadas, como a medicina baseada em genética, exames de rastreio de comorbidades, fisioterapia preventiva e de suporte e técnicas integrativas já são realidade em muitos hospitais e clínicas veterinárias brasileiras, promovendo saúde integral e individualizada para cada pet.
“Na prática clínica, frequentemente são detectadas alterações nos exames de pets que, aos olhos do responsável, estavam perfeitamente saudáveis. Muitas doenças renais, hepáticas, cardíacas e endócrinas evoluem de forma silenciosa e só apresentam sinais quando estão em estágio avançado. A medicina preventiva permite ao veterinário agir antes que a doença comprometa a qualidade de vida do animal”, explica a médica-veterinária e country manager da VetFamily no Brasil, Stella Grell.
Benefícios para as famílias multiespécies
“Animais que recebem cuidados preventivos tendem a ser mais saudáveis, ativos e felizes. Isso reflete diretamente no convívio diário, fortalecendo o vínculo entre pets e familiares e promovendo um ambiente mais harmonioso em casa”, destaca Stella. Doenças não diagnosticadas ou falta de tratamento adequado podem contribuir para alterações no comportamento, como agressividade, ansiedade e depressão, afetando a qualidade de vida do pet e a relação com seus responsáveis e com outros animais.
Para os responsáveis, a medicina preventiva também traz benefícios emocionais. Saber que seu animal está saudável e bem cuidado reduz a ansiedade e o estresse associados a problemas de saúde, a uma possível perda precoce do pet e a gastos não previstos.
Embora essencial, a medicina veterinária preventiva ainda encontra barreiras em responsáveis que não compreendem que um check-up regular custa muito menos do que tratar uma doença avançada — e pode ser a diferença entre meses de sofrimento e uma vida saudável e ativa. “Prevenir é sempre mais econômico do que tratar. Um check-up anual, por exemplo, pode custar menos de 50% de uma diária de internação emergencial. A vacinação em dia evita doenças graves como cinomose, parvovirose, leptospirose e rinotraqueíte, que exigem internações prolongadas e riscos à vida dos animais”, argumenta Stella.
Protagonismo veterinário
Do ponto de vista da gestão veterinária, a medicina preventiva traz previsibilidade financeira, fidelização de clientes e diferenciação no mercado. “Clínicas e hospitais que estruturam programas de prevenção conseguem reduzir emergências, manter o fluxo constante de atendimentos e se posicionar como centros de saúde de confiança”, destaca o médico-veterinário e diretor comercial da VetFamily no Brasil, Fabiano de Granville Ponce.
Para que a medicina preventiva se torne a norma — e não a exceção —, é fundamental ampliar o repertório de conhecimento técnico entre os profissionais e investir na formação de uma cultura de cuidado contínuo. Ferramentas como prontuários eletrônicos, programas de fidelidade, tratamentos inovadores e educação continuada são aliados importantes para implementar uma estrutura de medicina veterinária preventiva de forma escalável e sustentável.
A VetFamily, comunidade internacional criada por médicos-veterinários, tem como objetivos fomentar o segmento veterinário por meio de parcerias estratégicas que facilitem o desenvolvimento técnico e administrativo dos médicos-veterinários e promovam o acesso a soluções, tecnologias, produtos, medicamentos e vacinas de ponta. “A prevenção é uma das estratégias mais eficazes para a sustentabilidade das clínicas e hospitais veterinários e para o fortalecimento do vínculo com os responsáveis. Por isso, a VetFamily, em parceria com a indústria farmacêutica e com os membros da comunidade, promove a medicina preventiva e investe em campanhas de saúde com o intuito de informar e auxiliar responsáveis na detecção precoce de doenças e na necessidade de prevenção, além, é claro, de ressaltar a real importância do médico-veterinário na saúde coletiva”, esclarece Ponce.
O impacto sistêmico da prevenção
A medicina veterinária preventiva também desempenha papel educativo e prático na saúde pública e ambiental. O controle de parasitas, a vacinação e o uso racional de antimicrobianos não apenas protegem os animais, mas evitam a propagação de zoonoses e colaboram no combate à resistência antimicrobiana — um dos maiores desafios globais em saúde atualmente.
“A prevenção na veterinária está intrinsecamente ligada ao conceito de Saúde Única. Cada vacina aplicada, cada responsável orientado, cada protocolo de bem-estar implementado nas clínicas tem um reflexo direto na saúde da sociedade como um todo”, reforça Ponce.
A medicina veterinária preventiva não é apenas uma ferramenta de cuidado: ela é uma estratégia ética, econômica e técnica para garantir mais anos de vida saudável aos pets, mais tranquilidade aos responsáveis e mais relevância para o profissional veterinário. Prevenir é, cada vez mais, a melhor forma de cuidar.
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