SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa desenvolvida por cientistas da Universidade do Texas A&M (EUA) e do IFSC/USP propõe uma alternativa promissora para combater as superbactérias hospitalares, um dos maiores desafios da medicina moderna. O estudo mostrou que a combinação de terapia fotodinâmica — que usa luz e corantes especiais — com antibióticos tradicionais potencializa o efeito dos medicamentos e pode até reduzir a necessidade de doses elevadas.
A pesquisa teve como alvo a Klebsiella pneumoniae, bactéria comum em infecções hospitalares graves, especialmente em pacientes com pneumonia associada à ventilação mecânica. Altamente resistente a diversos antibióticos, essa bactéria é uma das principais causas de mortes por infecção hospitalar em todo o mundo.
Koteswara Rao Yerra e Vanderlei Salvador Bagnato, autores do estudo, testaram o uso de dois corantes — azul de metileno e fotoditazina — ativados por luz vermelha de LED. Essa técnica, chamada terapia fotodinâmica antimicrobiana, gera moléculas reativas de oxigênio que danificam as células bacterianas. Sozinha, a terapia teve efeito moderado. Mas, quando combinada com antibióticos como ciprofloxacino, gentamicina e ceftriaxona, o resultado foi surpreendente: a bactéria foi praticamente eliminada.
Segundo o estudo, a associação da luz com o azul de metileno foi a mais eficaz, resultando em uma redução de até seis vezes na carga bacteriana em comparação ao uso isolado dos medicamentos. “A luz age como uma espécie de ‘abridor de caminho’, tornando as bactérias mais vulneráveis aos antibióticos”, explicam os cientistas.
Além de aumentar a eficiência dos tratamentos, a técnica pode diminuir a dose necessária de antibióticos, o que reduziria efeitos colaterais e ajudaria a conter o avanço da resistência bacteriana — um problema que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica como uma das maiores ameaças à saúde pública global.
O que são superbactérias hospitalares
As chamadas superbactérias são micro-organismos que desenvolveram resistência a vários tipos de antibióticos, tornando o tratamento de infecções muito mais difícil. Essa resistência surge, em grande parte, pelo uso incorreto ou excessivo de antibióticos — como quando são tomados sem prescrição médica, interrompidos antes do tempo indicado ou usados para tratar doenças virais, como gripes e resfriados.
Nos hospitais, o problema se agrava porque os pacientes já estão debilitados e frequentemente precisam de procedimentos invasivos, como cateteres, sondas e ventilação mecânica, que podem servir de porta de entrada para esses microrganismos. Ambientes hospitalares com limpeza inadequada e falhas no controle de infecções também favorecem a disseminação das superbactérias.
Como evitar a propagação
A prevenção é a principal forma de combate às superbactérias. Isso inclui medidas simples e eficazes, como: 1) Higienizar as mãos regularmente com água e sabão ou álcool em gel; 2)Usar antibióticos apenas com prescrição médica e seguir corretamente o tempo e a dose indicados; 3) Evitar o uso desnecessário de antibióticos para infecções leves ou virais; 4) Garantir boas práticas de limpeza e desinfecção em hospitais e clínicas; 5) Isolar pacientes infectados, quando necessário, para impedir a transmissão.
Os pesquisadores acreditam que a combinação entre luz e antibióticos poderá ser aplicada, futuramente, em infecções localizadas, como feridas, úlceras e infecções respiratórias. Por já empregar substâncias e equipamentos usados em ambiente clínico, a proposta tem potencial para chegar rapidamente à prática médica.
“Trata-se de uma forma inteligente de reaproveitar tecnologias seguras e conhecidas para enfrentar um dos maiores desafios da saúde pública”, destaca o Prof. Vanderlei Bagnato.
O estudo, publicado na revista “Antibiotics”, reforça a importância da inovação no uso de terapias combinadas e aponta um caminho promissor para um futuro com tratamentos mais eficazes e menos dependentes de antibióticos potentes.
Confira o artigo original deste estudo - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2025/11/antibiotics-14-00766-v2-am.pdf
SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos lançou nesta quinta-feira (23/10), no Paço Municipal, dois Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e instituições de ensino e pesquisa. Os projetos IntegraSanca e SHQV (Saúde Hidrossanitária e Qualidade de Vida) têm como foco a aplicação de ciência e tecnologia na gestão pública e no monitoramento ambiental.
O professor Emanuel Carrilho, do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), coordenador do CCD-SHQV, afirmou que a iniciativa representa a consolidação da vocação científica e tecnológica do município. “São Carlos já recebeu diversas denominações ao longo dos anos, como capital da tecnologia e do conhecimento. Agora, com essa parceria, temos a oportunidade de transformar essas ideias em prática. É um trabalho que começa agora, mas que tem um longo caminho pela frente. São cinco anos de projeto, com possibilidade de prorrogação, dependendo dos resultados e da vontade política de dar continuidade”, disse.
A professora Kalinka Castelo Branco, vice-diretora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP) e coordenadora do IntegraSanca, destacou que o centro trará ganhos tanto para os servidores públicos quanto para os cidadãos. “Os funcionários da Prefeitura que lidam com sistemas e dados terão mais autonomia e segurança na tomada de decisões, pois saberão que estão trabalhando com informações confiáveis. Para o cidadão, haverá um ambiente digital integrado, onde os dados estarão organizados e acessíveis, facilitando o uso dos serviços públicos. É uma forma de devolver à sociedade o investimento feito na universidade, aplicando o conhecimento científico em benefício direto da população”, explicou.
O secretário adjunto de Cidade Inteligente, Cristiano Pedrino, afirmou que os centros representam uma mudança na forma como a gestão pública utiliza dados. “Com a integração das bases de dados e o uso de inteligência artificial, será possível antecipar demandas, otimizar recursos e melhorar a entrega de serviços. A proposta é transformar informações dispersas em ferramentas de planejamento e resposta rápida, com impacto direto na prestação de serviços e na qualidade das decisões administrativas”.
Ações preventivas - A gerente de operações de tratamento de água e esgoto do SAAE, Leila Patrizzi, destacou que o monitoramento hidrossanitário permitirá ações preventivas e maior controle sobre a qualidade da água e do esgoto. “A coleta e análise sistemática dos resíduos urbanos vai apoiar ações de saúde pública e orientar políticas com base em evidências. Isso representa uma nova forma de enxergar o território e agir com mais precisão”.
O presidente do SAAE, Derike Contri, reforçou que a participação da autarquia no projeto representa um avanço na gestão dos serviços públicos. “O SAAE fica muito feliz em poder participar dessa inovação, que não é só para São Carlos, mas pode servir de modelo para outras cidades. O gestor poderá utilizar os dados do esgoto para entender o que está acontecendo em termos de saúde pública e tomar decisões mais acertadas. É uma mudança importante na forma como se faz gestão”.
O presidente da Câmara Municipal, Lucão Fernandes, avaliou que a parceria entre universidades e poder público encurta o caminho entre as demandas da população e as soluções técnicas.
“Essa parceria traz conhecimento e encurta uma trajetória que poderia ser longa para o prefeito, especialmente em relação às necessidades que o poder público precisa atender. Com o apoio das universidades e dos centros de pesquisa, esse caminho se torna mais curto, e quem ganha com isso é a população”.
O prefeito Netto Donato afirmou que os projetos marcam uma nova etapa na relação entre a Prefeitura e as instituições de pesquisa. “A comunidade sempre cobrou mais integração entre as universidades e a cidade. Hoje, temos um trabalho concreto sendo realizado em conjunto com USP, UFSCar, Embrapa, parques tecnológicos e a Fapesp. Um projeto voltado à saúde e outro à gestão pública, com impacto direto na vida dos cidadãos e na estrutura da administração municipal. Estamos plantando uma semente que vai florescer nos próximos anos. É uma parceria que também fortalece o SAAE para as próximas décadas”.
Os dois centros de pesquisa lançados em São Carlos - o IntegraSanca e o SHQV (Saúde Hidrossanitária e Qualidade de Vida) - fazem parte do 4º edital do programa Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) da Fapesp, que aprovou 33 novos projetos em todo o estado de São Paulo. Juntos, esses dois centros sediados no município receberão aproximadamente R$ 19,6 milhões em investimentos ao longo dos próximos cinco anos.
O IntegraSanca, voltado à modernização da gestão pública por meio da integração de dados e uso de inteligência artificial, contará com um orçamento de R$ 9,6 milhões. Já o SHQV, que tem como foco o monitoramento da saúde pública e do meio ambiente por meio da análise de esgoto, terá cerca de R$ 10 milhões destinados à sua execução. Com essa nova rodada de apoio, o programa da Fapesp passa a financiar 83 centros voltados à solução de problemas concretos da sociedade paulista, totalizando um investimento de R$ 256 milhões.
Também participaram da solenidade os vereadores Moisés Lazarine e Dé Alvim.
SÃO CARLOS/SP - Você já parou para pensar de onde vem a energia que acende a luz da sua casa, carrega o celular ou movimenta o motor de um carro? Tudo isso é possível graças a um fenômeno descoberto no século XIX por Michael Faraday: a chamada Lei de Faraday, que explica como o movimento de campos magnéticos pode gerar eletricidade.
Embora seja a base de tecnologias essenciais, como geradores, motores, transformadores, carregadores sem fio e até fogões de indução, essa lei costuma ser difícil de entender em sala de aula. Afinal, como visualizar algo que não podemos ver a olho nu, como o campo magnético ou a corrente elétrica?
Foi pensando nisso que pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) desenvolveram uma solução criativa e acessível: um aparelho simples, baseado em um pequeno chip chamado ESP32, capaz de mostrar em tempo real como a eletricidade nasce a partir da variação de um campo magnético.
A ciência na tela do computador
No experimento, os alunos acompanham os dados diretamente no Excel, um programa usado no dia a dia de muitas escolas e até mesmo em casa. À medida que o teste acontece, surgem gráficos que mostram como uma bobina (um enrolado de fio condutor) influencia a outra. Assim, fica claro: quando a corrente elétrica de uma bobina muda, o campo magnético também muda — e isso faz com que apareça eletricidade na segunda bobina.
De forma simples, os estudantes podem “ver a lei de Faraday em ação”, algo que antes ficava restrito a fórmulas no quadro e explicações abstratas.
Para os alunos mais novos, essa proposta tem um efeito imediato: desperta curiosidade e motivação. Ao verem a ciência acontecendo diante dos olhos, muitos passam a se interessar mais por física e tecnologia. Isso ajuda a combater a ideia de que essas matérias são difíceis ou inacessíveis.
Além disso, a experiência incentiva a aprendizagem ativa. Em vez de apenas decorar fórmulas, os jovens participam do processo, testam hipóteses, analisam resultados e entendem como a teoria se conecta ao mundo real. Esse tipo de aprendizado fortalece o raciocínio lógico, a criatividade e até a capacidade de resolver problemas no dia a dia.
Benefícios também para as escolas
Para as escolas, o experimento traz vantagens práticas. O sistema é barato, portátil e fácil de implementar, não exige laboratórios sofisticados nem equipamentos caros. Assim, instituições com menos recursos também podem oferecer aos alunos atividades experimentais de qualidade.
Outro ponto positivo é a integração com diferentes disciplinas. Professores de física, matemática e até tecnologia da informação podem usar o mesmo recurso para trabalhar conceitos de forma conjunta, dentro da proposta de ensino conhecida como STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
Com isso, as escolas conseguem enriquecer suas aulas, modernizar o ensino e preparar melhor os estudantes para os desafios do futuro, incentivando vocações científicas e tecnológicas desde cedo.
Para os professores, a maior conquista está em transformar um conteúdo considerado complicado em algo palpável e intuitivo. Ao invés de apenas decorar conceitos, os alunos interagem com o fenômeno, enxergam os resultados na tela e entendem, de maneira prática, por que a eletricidade funciona daquele jeito.
O projeto, apoiado por agências como CAPES, FAPESP e CNPq, mostra que não é preciso equipamentos caros ou complexos para despertar o interesse dos jovens pela ciência. Com criatividade e ferramentas acessíveis, é possível transformar a forma de ensinar, aproximando a física do cotidiano e ajudando a formar uma nova geração de alunos mais curiosos, críticos e preparados para o mundo.
Assinam este artigo, publicado na revista científica internacional “Physics Education”: Bruno Trebbi, Jéssica F. M. dos Santos, Antenor Petrilli e Luiz Antonio de Oliveira Nunes.
Confira o artigo científico relativo a este estudo no link a seguir - https://iopscience.iop.org/article/10.1088/1361-6552/ae03fe
BRASÍLIA/DF - Um possível impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), perdeu apoio entre os brasileiros, mostra pesquisa Genial/Quaest divulgada na quarta-feira, 17. Segundo o levantamento, 52% dos entrevistados são contra a medida, enquanto 36% defendem o afastamento do ministro.
Os números representam uma queda significativa no apoio popular pela saída do magistrado em relação ao último levantamento. Em agosto, 46% eram favoráveis ao impeachment e 43% contrários. Ou seja, o apoio ao afastamento de Moraes recuou dez pontos percentuais no período.
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas, com 16 anos ou mais, entre os dias 12 e 14 de setembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, com nível de confiança de 95%.
A queda na adesão ao impeachment coincide com o julgamento da ação penal sobre a trama golpista, relatada por Moraes. No último dia 11, a Primeira Turma do STF condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes.
O afastamento de Moraes é uma pauta considerada prioritária entre aliados de Bolsonaro. O último pedido foi protocolado em 12 de agosto e contou com a assinatura de 37 congressistas, 24 deles filiados ao PL.
Apesar da pressão, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), já deixou claro que não pretende pautar pedidos de impeachment contra ministros do STF. Aliados de Bolsonaro chegaram a protocolar uma representação por quebra de decoro parlamentar contra Alcolumbre em razão dessa recusa.
De olho em 2026, uma das prioridades dos bolsonaristas é conquistar maioria no Senado. Assim, acreditam que conseguirão viabilizar o avanço dos pedidos de impeachment na Casa.
por Estadao Conteudo
SÃO PAULO/SP - Sete em cada dez estudantes brasileiros do ensino médio usuários da internet utilizam ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa, como o ChatGPT e o Gemini, para realizar pesquisas escolares. Apesar disso, poucos deles (apenas 32% do total) receberam alguma orientação nas escolas sobre como utilizar de forma segura e responsável essa tecnologia.

As informações fazem parte da 15ª edição da pesquisa TIC Educação, que foi divulgada na manhã de hoje (16) pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O núcleo foi criado para implementar projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), que é o responsável por coordenar e integrar as iniciativas e serviços da internet no país.
Nesta primeira coleta de dados, 37% dos estudantes de ensino fundamental e médio disseram usar esse tipo de ferramenta na busca de informações. Entre os alunos dos anos finais do ensino fundamental, a proporção sobe para 39% e entre os estudantes do ensino médio chega a 70%.
"O dado evidencia novas práticas de aprendizagem adotadas pelos adolescentes”, explicou Daniela Costa, coordenadora do estudo.
“Tais recursos requerem novas formas de lidar com a linguagem, de pensar a curadoria de conteúdos e de compreender a informação e o conhecimento”, ressaltou.
Segundo ela, as escolas já estão se adaptando a esse novo uso e passando a debater com os pais o uso de IA Generativa pelos alunos.
De acordo com dados da pesquisa, as regras sobre o uso de IA generativa por alunos e professores nas atividades escolares já é pauta de reuniões dos gestores com professores, pais, mães e responsáveis.
"68% dos gestores escolares dizem que realizaram reunião com professores e outros funcionários e 60% com pais, mães e responsáveis sobre o uso de tecnologias digitais nas escolas. Regras sobre o uso de celulares nas instituições foram uma das principais pautas desses encontros, mas regras sobre o uso de ferramentas de IA pelos alunos ou pelos professores são citadas por 40% dos gestores”, explicou.
Apesar de a maioria dos estudantes brasileiros de ensino médio já usar ferramentas de IA Generativa em seus trabalhos escolares, poucos deles (apenas 32% do total) receberam alguma orientação nas escolas sobre como utilizar essa tecnologia, o que seria extremamente importante, defendeu a coordenadora do estudo.
“O principal ponto é que essas práticas de busca de informações baseadas em IA trazem novas demandas para as escolas no que diz respeito a orientar os alunos sobre a integridade da informação, a autoria e sobre como avaliar fontes de informação", destacou a coordenadora.
"Além disso, é importante também que os alunos saibam como se valer desses recursos para construir o próprio conhecimento e ampliar as suas estratégias de aprendizagem, além de receber uma resposta pronta e considerá-la como única resposta possível, a mais adequada ou a verdadeira”, disse, em entrevista à Agência Brasil.
Esta foi a primeira vez que a TIC Educação investigou os recursos adotados pelos estudantes na realização de pesquisas escolares. O levantamento foi feito entre agosto do ano passado e março deste ano por meio de entrevistas realizadas com 945 gestores e 864 coordenadores em 1.023 escolas públicas e privadas. A pesquisa também ouviu 1.462 professores e 7.476 alunos, tanto de escolas rurais quanto urbanas de todo o país. Os resultados estão disponíveis no site do levantamento.
A pesquisa TIC Educação foi realizada enquanto estava sendo promulgada a Lei 15.100, de janeiro deste ano, que passou a restringir o uso de dispositivos móveis, como celulares nas escolas.
Apesar disso, a pesquisa já começou a demonstrar a mudança de uso nas regras de aparelhos celulares dentro das escolas. Em 2023, por exemplo, 28% das instituições proibiam o uso do telefone celular pelos alunos e 64% permitiam o uso apenas em alguns espaços e horários. Em 2024, a proporção de escolas que não permitem o uso do dispositivo aumentou para 39%, enquanto a permissão em alguns espaços e horários diminuiu para 56%.
"Os indicadores confirmam a tendência de redução de uso de telefones celulares pelos alunos, especialmente entre os estudantes de escolas localizadas em áreas rurais (de 47% para 30%), de escolas municipais (de 32% para 20%) e particulares (de 64% para 46%)”, explicou a coordenadora da pesquisa TIC Educação.
Segundo ela, essa mesma tendência é observada nas escolas particulares, que vêm diminuindo o uso de tecnologias digitais, inclusive nos espaços escolares. “A proporção de escolas particulares com disponibilidade de acesso à internet na sala de aula passou de 70% em 2020 para 52% em 2024”, disse Daniela à Agência Brasil.
A pesquisa também apontou que quase a totalidade das escolas brasileiras (96% do total) possui acesso à internet. Esse acesso cresceu principalmente nas instituições municipais (que passaram de 71% de acesso em 2020 para 94% em 2024) e nas escolas rurais (que passou de 52% para 89% nesse mesmo período).
No entanto, embora a conectividade tenha crescido, as desigualdades nesse acesso permanecem presentes. Se nas escolas estaduais, 67% dos alunos utilizam a internet para fazer atividades solicitadas pelos professores, na rede municipal, a proporção é de apenas 27%.
No caso das instituições de educação básica municipais, por exemplo, 75% dispõem de, pelo menos, um espaço com conexão à Internet para uso dos alunos, mas apenas 51% delas têm computadores para atividades educacionais e 47% contam com acesso à Internet e dispositivos para os estudantes.
“O acesso à internet tem se disseminado entre as escolas de ensino fundamental e médio”, diz a coordenadora do estudo.
Em 2020, 52% das escolas rurais contavam com acesso à rede, proporção que passou para 89% na edição 2024.
"No entanto, a disponibilidade de dispositivos digitais, como computadores, ainda é um grande desafio para as instituições, especialmente nas escolas rurais e municipais de pequeno porte. Entre 2022 e 2024, a presença de ao menos um computador para uso dos alunos nas escolas rurais diminuiu, passando de 46% para 33%”, explicou.
Para ela, essas desigualdades só poderão ser reduzidas a partir de “melhor entendimento sobre o papel das tecnologias digitais nos processos de ensino e aprendizagem” e também com “iniciativas que permitam a equalização de oportunidades entre os estudantes de diferentes contextos”.
Além disso, a pesquisa revelou que, nos últimos anos, caiu o número de professores que participaram de formação voltada ao uso de tecnologia digital nos processos de ensino e de aprendizagem. Se em 2021, cerca de 65% dos professores dizia ter feito algum curso de formação sobre tecnologia digital, em 2024 esse número caiu para 54%. A queda foi ainda maior entre os professores da rede pública municipal, que passou de 62% em 2021 para apenas 43% no ano passado.
Para a coordenadora do estudo, o acesso dos professores a cursos de formação, apoio e atualização seria essencial, “especialmente em um contexto de mudanças nas formas de lidar com a aprendizagem, como a inserção de tecnologias emergentes – entre elas a IA, nas práticas pedagógicas”.
Essa formação também é importante porque permitiria que os professores orientassem melhor seus alunos para o uso seguro, crítico, responsável e criativo das tecnologias digitais. Segundo Daniela, esse foi um dado comprovado pela pesquisa: a maior parte dos docentes que realizaram desenvolvimento profissional (67% do total) mencionou que a atividade contribuiu para melhor orientar os alunos sobre o uso dessas tecnologias.
AGÊNCIA BRASIL
SÃO CARLOS/SP - Um grupo de pesquisadores do Brasil – com participação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) - e da Suécia encontrou uma nova forma de tornar o tratamento do câncer de mama mais eficaz e menos agressivo. A técnica inovadora combina o uso de minúsculas partículas de ouro com uma tecnologia parecida com “microcanudos” invisíveis a olho nu, capazes de injetar essas partículas diretamente dentro das células doentes.
Essas partículas de ouro, que são tão pequenas que só podem ser vistas com equipamentos especiais, têm a capacidade de transformar luz em calor. Quando iluminadas, aquecem a célula onde estão e destroem, seletivamente, as células cancerosas — esse processo é chamado “terapia fototérmica”. O problema é que, no método tradicional, essas partículas nem sempre chegam ao lugar certo dentro das células, o que diminui bastante sua eficiência.
É aí que entra o grande diferencial da nova abordagem: o uso de estruturas microscópicas chamadas “nanocanudos”. Para se entender melhor, imagine canudinhos super finos, invisíveis, que atravessam a parede da célula e conseguem levar a partícula de ouro exatamente onde ela deve agir. Com a ajuda de pequenos impulsos elétricos, os cientistas conseguiram colocar muito mais partículas dentro das células cancerosas — cerca de 10 vezes mais do que o método tradicional.
Esse direcionamento mais preciso também faz com que as partículas evitem áreas da célula que poderiam destruí-las antes de funcionar. Em vez disso, elas são levadas diretamente para regiões internas da célula onde conseguem agir com mais potência, levando à morte da célula doente de forma mais rápida e eficaz.
Nos testes feitos em laboratório, a nova técnica foi aplicada em dois tipos diferentes de câncer de mama: o primeiro tipo, chamado MCF7 é um câncer considerado mais "controlável", pois responde a hormônios como estrogênio e progesterona. O segundo tipo, chamado MDA-MB-231, é um câncer mais agressivo e difícil de tratar, pois não responde a hormônios nem a tratamentos convencionais como certos tipos de quimioterapia. Esse tipo é conhecido como "triplo negativo".
O resultado foi animador: no câncer MCF7, quase todas as células doentes morreram após o tratamento com a nova técnica. Já no câncer mais resistente, o MDA-MB-231, houve uma redução expressiva das células tumorais, muito superior ao que se consegue com o método tradicional. E o melhor foi que essa morte celular aconteceu de forma controlada — um processo chamado apoptose, que evita inflamações ou danos aos tecidos saudáveis ao redor, tornando o tratamento mais seguro.
Segundo os cientistas, essa abordagem pode ser um grande passo na luta contra o câncer, especialmente nos casos mais difíceis. O próximo desafio é adaptar essa tecnologia para funcionar dentro do corpo humano, já que os testes, por enquanto, foram feitos em células cultivadas em laboratório.
A pesquisa é fruto da colaboração entre a USP de São Carlos e a UNESP, em parceria com a Universidade de Lund, na Suécia, tendo como autores os pesquisadores - Sabrina A. Camacho, Pedro H. B. Aoki, Frida Ekstrand, Osvaldo Novais de Oliveira Jr., e Christelle N. Prinz.
Para acessar esta pesquisa, publicada na revista internacional “ACS Applied Materials & Interfaces”, acesse - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2025/09/CANCER-DE-MAMA.pdf
Tecnologia brasileira promete rapidez, baixo custo e menos sofrimento para pacientes
SÃO CARLOS/SP - Um simples teste de saliva poderá, num futuro próximo, ajudar médicos a identificar precocemente a depressão e outras doenças mentais. A novidade vem através do trabalho de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), que, em parceria com colegas brasileiros, desenvolveram um sensor descartável e barato, capaz de detectar em minutos alterações relacionadas a transtornos, como depressão, Alzheimer e Parkinson.
O dispositivo mede os níveis de uma proteína chamada BDNF, essencial para a saúde das células do cérebro, sendo que quando a quantidade dessa substância cai, aumentam os riscos de distúrbios neurológicos e psiquiátricos.
Atualmente, esse tipo de análise só pode ser feito em laboratórios especializados, com exames caros e demorados. O novo teste promete mudança de cenário, já que bastará uma pequena amostra de saliva para obter um resultado rápido, sem agulhas ou procedimentos invasivos.
Baixo custo e sustentabilidade
Cada unidade do sensor deve custar menos de R$ 12, tornando o exame acessível não apenas para grandes hospitais, mas também para postos de saúde, consultórios e até mesmo para o uso domiciliar, como forma de acompanhamento de pacientes em tratamento.
Além do preço, o projeto destaca-se pela preocupação ambiental, atendendo a que o dispositivo é feito com materiais simples e gera baixo impacto no descarte.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), duzentos e oitenta milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo, sendo que esse transtorno é uma das principais causas de afastamento do trabalho e perda de qualidade de vida, podendo, em casos graves, levar ao suicídio, lembrando que todos os anos ocorrem mais de setecentas mil mortes derivadas desse transtorno
Para o coordenador da pesquisa e autor-correspondente do artigo publicado na revista internacional ACS Polymers Au, Dr. Paulo A. Raymundo-Pereira (IFSC/USP) “O diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o tratamento adequado e evitar complicações. Este tipo de tecnologia coloca o Brasil na linha de frente da inovação em saúde mental”, afirma o pesquisador.
Futuro próximo
A expectativa é que, em breve, o sensor possa ser integrado a celulares e aplicativos de saúde, permitindo que os resultados sejam enviados diretamente a médicos e equipes de acompanhamento, abrindo caminho para uma medicina mais personalizada e preventiva, em que o paciente participa ativamente do cuidado com sua saúde.
Este estudo recebeu os apoios da Fapesp, CNPq e Capes.
Além do Dr. Paulo Raymundo-Pereira (IFSC/USP), assinam este estudo os pesquisadores Marcelo Calegaro (IQSC/USP); Nathalia Gomes (IQSC/USP - LNNA Embrapa Instrumentação); Luiz Henrique Mattoso (LNNA Embrapa Instrumentação); Sergio Machado (IQSC/USP) e Osvaldo Novais de Oliveira Junior (IFSC/USP).
BELÉM/PA - O desafio global de fazer frente às mudanças climáticas reforçou os laços entre o Brasil e França, em um esforço científico pela Amazônia. Pesquisadores dos dois países estão reunidos em Belém, no Pará, para dar início a mais uma temporada de projetos que pensam o futuro do planeta a partir da ciência, cultura e política.
O Seminário Conexões Amazônicas – Pesquisas Colaborativas entre Brasil e França, inaugurou na terça-feira (26) as atividades científicas da Temporada Brasil-França 2025. O encontro vai até amanhã dia 29, no Museu Emílio Goeldi, em Belém, como parte da agenda bilateral realizada a cada ano em duas temporadas – uma em cada país.
Segundo a representante da Embaixada da França no Brasil, Sophie Jacquel, a Temporada França-Brasil 2025 traz este ano um foco especial na cooperação científica que tem laços históricos e muito fortes através dos séculos, com um olhar ambiental reforçado pela realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
“Estamos em um momento em que a Amazônia se aproxima de um ponto de não retorno pela mudança climática e isso é uma preocupação muito forte de ambos os governos e também dos pesquisadores brasileiros e franceses. Por isso, precisamos estruturar ainda mais esse compartilhamento de conhecimento e a interdisciplinaridade dos eixos de pesquisa”, destaca.
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Criada em 2023, a temporada é fruto de um novo impulso da relação bilateral, que celebra agora 200 anos. Do mesmo esforço, nasceu ainda o Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade Amazônica (CFBBA), inaugurado em novembro de 2024, na Guiana Francesa, que também aproxima o trabalho de cientistas dos dois países.
“As universidades, tanto aqui da Amazônia brasileira, quanto da Guiana Francesa, são enraizadas em um território que tem desafios enormes sociais e ambientais, mas também tem a capacidade de pensar quais são as soluções e nos futuros compartilhados”, afirma Nadège Mézié, assessora internacional do Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica.
Ao longo de três dias, as comunidades científicas dos dois países apresentarão os avanços recentes das pesquisas sobre sociobiodiversidade, meio ambiente e enfrentamento da crise climática para que possam trabalhar na apresentação de soluções e novas perspectivas a serem levadas aos tomadores de decisões na COP30. “Vamos ter antropólogos, arqueólogos, cientistas da saúde, da biodiversidade e meteorologistas que podem ser capazes de juntos encontrarem soluções concretas”.
Nesta terça-feira, o dia é dedicado a jovens pesquisadores que compartilham seus estudos com cientistas experientes, em um esforço conjunto na construção de conhecimento. “São eles que vão fazer a ciência de amanhã, que têm ideias disruptivas, que têm novas soluções, especialmente os jovens cientistas da Amazônia, que trabalham pela Amazônia", afirma Sophie.
Para ela, o documento construído ao final do seminário vai percorrer os próximos eventos científicos para coletar inovações que podem se transformar em soluções ambientais em um processo de construção coletiva até a conferência climática.
“É o papel da ciência servir de base às decisões de governos e dos tomadores de decisões e construtores de políticas públicas”, afirma.
A programação foi estruturada em três eixos: clima e transição ecológica, diversidade das sociedades e democracia e globalização equitativa e terá a participação de pesquisadores como Stéphan Rostein, Laure Emperaire, Pascale de Robert, da ex-ministra da Justiça na Holanda, Christiane Taubira, Bepunu Kayapó, Lúcia Hussak van Velthem e Loudes Furtado.
O seminário é promovido pela Embaixada da França no Brasil, Museu Emilio Goeldi, com CFBBA e a Associação Comercial do Pará.
A programação completa pode ser conferida no site oficial da Temporada Brasil-França 2025.
AGÊNCIA BRASIL
SÃO CARLOS/SP - Um grupo de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em colaboração com o Departamento de Engenharia Biomédica da Texas A&M University (EUA) e do Departamento de Química da Universidade de Coimbra (Portugal), está desenvolvendo um tratamento inovador contra a pneumonia causada por bactérias resistentes a antibióticos – um dos maiores problemas atuais da saúde mundial.
A doença é grave, atendendo a que só em 2021 a pneumonia foi responsável por mais de dois milhões de mortes no mundo. Entre os agentes mais perigosos está a bactéria Klebsiella pneumoniae, comum em hospitais e que pode causar infecções difíceis de tratar, já que muitos antibióticos não fazem mais efeito contra ela.
Como funciona o tratamento
O método estudado é conhecido como terapia fotodinâmica (TFD), que pode ser explicada de forma muito simples. Primeiro, aplica-se um corante especial no organismo, seguindo-se a aplicação de uma luz sobre a região infectada. A combinação faz com que o corante libere partículas capazes de destruir as bactérias sem prejudicar as células humanas.
Nos testes em laboratório, a técnica conseguiu eliminar totalmente a bactéria. Mas havia um problema: dentro dos pulmões existe uma camada natural chamada “surfactante pulmonar”, que protege os alvéolos durante a respiração. Essa camada acabava “aprisionando” o corante e diminuindo a eficácia do tratamento.
Para superar esse desafio, os cientistas combinaram o corante com uma substância chamada Gantrez, um tipo de polímero seguro para uso médico, que funciona como um “carregador”, ajudando o corante a atravessar a barreira natural dos pulmões e a alcançar as bactérias.
Com essa combinação, o número de microrganismos foi reduzido em milhares de vezes, mesmo na presença da barreira pulmonar. Ou seja, a técnica mostrou que pode funcionar também em condições mais próximas da realidade do corpo humano.
A pesquisadora do IFSC/USP, Drª Fernanda Alves, que está desenvolvendo esses estudos no Texas A&M University (EUA), e que é a primeira autora do artigo científico publicado recentemente na revista científica internacional “Pathogens”, salienta que a cada quinze segundos, aproximadamente, uma pessoa morre de pneumonia no mundo. “Isso acontece, principalmente, porque os antibióticos já não são eficazes contra muitas bactérias super-resistentes. Nesse cenário, a terapia fotodinâmica surge como uma alternativa promissora no combate às infecções. Cada passo para torná-la clinicamente aplicável traz novos desafios. O mais recente foi vencer a barreira natural dos pulmões: o surfactante. Com a adição do Gantrez ao tratamento, conseguimos resultados muito animadores, que nos deixam esperançosos para as próximas etapas — primeiro em modelos animais e, depois, em estudos clínicos. Esses avanços mostram que ainda temos motivos para acreditar na vitória contra os microrganismos resistentes”, destaca a cientista.
Impacto para os pacientes
Embora os testes ainda estejam na fase de laboratório, os resultados trazem esperança. Se confirmada em estudos com animais e, depois, com pacientes, a terapia poderá se tornar uma alternativa aos antibióticos em casos de pneumonias graves e resistentes.
Segundo os autores do estudo, esse é um passo importante no combate às chamadas “superbactérias”, que já representam uma das maiores ameaças à saúde pública no século XXI.
Assinam este estudo os pesquisadores: Fernanda Alves - 1ª autora (IFSC/USP - Texas A&M University); Isabelle Almeida de Lima (IFSC/USP - Texas A&M University); Lorraine Gabriele Fiuza (IFSC/USP - Texas A&M University); Zoe Arnaut (Universidade de Coimbra); Natalia Mayumi Inada (IFSC/USP - Texas A&M University) e Prof. Vanderlei Salvador Bagnato (IFSC/USP - Texas A&M University).
Confira o artigo no link - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2025/08/pathogens-14-00618.pdf
SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está iniciando uma chamada de pacientes – crianças e adolescentes com idades entre os 5 até 17 anos -, para tratamento de infecções de garganta repetitivas/recorrentes – amigdalites -, inserida em um projeto de pesquisa iniciado anteriormente com grupos de adultos portadores das mesmas condições.
O tratamento é bastante simples. Tendo em consideração que os pacientes deverão apresentar amigdalites crônicas ou recorrentes (infecção ou inflamação), o tratamento dura apenas três minutos, em uma única vez, conforme explica a pesquisadora do IFSC/USP, Drª Fernanda Carbinatto. “Vamos dar uma balinha de curcumina, que é o fotossensibilizador, para a criança chupar, e a seguir a garganta é iluminada por uma luz durante três minutos, sendo que ao longo de um mês faremos o devido acompanhamento”.
Esse projeto é coordenado pelo Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, com colaboração das professoras, Dras. Esther Ferreira e Dra. Cristina Bruno, do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), contando-se também com a parceria da médica pediatra e pneumologista, Drª Renata Bagnato.
Isabela Santiago, pesquisadora, é enfermeira e mestranda no Programa da Biotecnologia da UFSCar. “Para participar deste tratamento, as crianças e adolescentes têm que ter já a amigdalite instalada ou uma dor de garganta vigente. É um tratamento para melhorar os sintomas da dor já instalada, para combater a inflamação e interromper a recorrência desses sintomas, que aparecem mais nas crianças e adolescentes”, sublinha a pesquisadora.
Importante salientar que as pesquisadoras conseguiram observar, em estudos anteriores, que a aplicação deste tratamento reduziu em até 80% os casos de remoção de amígdalas. Ou seja, aqueles pacientes que tinham amigdalite recorrente e que fizeram o tratamento, a recorrência diminuiu substancialmente, o que evitou a realização de cirurgia (amigdalectomia).
Segundo a Drª Fernanda Carbinatto, este tratamento não exclui, em hipótese alguma, a intervenção médica. “Se o médico prescrever um antibiótico, podemos sempre associar este tratamento, ou seja, ele não é incompatível com a administração de antibióticos, é um tratamento adicional”, enfatiza a pesquisadora.
A inscrição de pacientes inicia-se no próximo dia 19 deste mês de agosto, pelo telefone da Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) localizada na Santa Casa de Misericórdia de São Carlos (SCMSC) - (16) 3509-1351 – sendo que os tratamentos serão realizados no NAPID, em São Carlos, muito próximo à Estação Ferroviária.
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