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Encontro recebe submissão de trabalhos para publicação em revistas indexadas; inscrições abertas

 

SÃO CARLOS/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) vai sediar, pela primeira vez, o Encontro Internacional em Democracia Ambiental. O tema deste ano será "Ambiente de todos, ambiente para todos: ativismo ambiental como parte da solução". O evento está na terceira edição e já foi realizado em São Luís (MA) e também em Coimbra, em Portugal. As atividades, incluindo palestras, oficinas e apresentação de trabalhos, vão ocorrer entre 15 e 17 de outubro no Campus São Carlos. A organização é do Instituto Jurídico da Universidade de Coimbra (IJ) e do Centro de Estudos em Democracia Ambiental da UFSCar (CEDA) da UFSCar.

As inscrições com submissão de trabalho podem ser feitas até 31 de agosto. Os trabalhos apresentados durante o encontro serão analisados e os selecionados serão publicados em revistas indexadas. Podem se inscrever, na modalidade de ouvintes ou autores de trabalhos, pesquisadores, professores universitários, alunos de graduação e pós-graduação; juristas, sociólogos, antropólogos, cientistas políticos, cientistas ambientais, engenheiros, arquitetos e urbanistas, técnicos e demais profissionais especializados; membros do Ministério Público Estadual e Federal, profissionais do Poder Judiciário Estadual e Federal e demais pessoas interessadas no tema. Confira todas as informações para inscrições no edital (https://bit.ly/3Y6gf39), disponível no site do evento (www.ceda.ufscar.br). Também é possível fazer as inscrições na modalidade de ouvinte. As vagas para o evento são limitadas e os participantes receberão certificado. 

O evento foi pensado de modo a diversificar a temática ativismo ambiental em oito Grupos de Trabalho (GTs):

  • 1. Ativismo Climático;
  • 2. Ativismo e Água;
  • 3. Diversidade e Meio Ambiente;
  • 4. Ativismo e Saneamento Básico;
  • 5. Ativismo Judicial e Meio Ambiente,
  • 6. Ativismo e o Planejamento Urbano;
  • 7. Populações Tradicionais, Ambiente e Ativismo;
  • 8. Ativismo Normativo. 

Na programação são destaques as participações de três grandes especialistas do Direito Ambiental: as portuguesas Alexandra Aragão e Dulce Lopes, professoras da Universidade de Coimbra, e a italiana Giulia Parola, professora visitante da UniRio, doutora em Direito pela Université Paris V René Descartes (França) e Università degli Studi di Torino (Italia). Os trabalhos apresentados serão publicados na Revista CEDOUA (Centro de Estudos de Direito do Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente), da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, na Revista Culturas Jurídicas da Universidade Federal Fluminense (Qualis Capes A2) e na Revista Fórum Ambiental da Alta Paulista (Qualis Capes A2). 

Ativismo ambiental

A democracia ambiental tem sido reconhecida pela ONU como a melhor maneira de tratar as questões ambientais em geral, por meio do acesso à informação ambiental, acesso à participação ambiental e acesso à justiça ambiental, relata Celso Maran de Oliveira, professor do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm) e coordenador do CEDA/UFSCar. "É muito importante discutir esses três eixos conjuntos da Democracia Ambiental, e verificar as ações que têm sido implementadas, de forma a contribuir para a busca por soluções dos problemas ambientais que enfrentamos atualmente", avalia.

A democracia ambiental foi institucionalizada na Declaração do Rio, em 1992, a Eco 92, estabelecendo que "o acesso a esses direitos foi reconhecido como essencial para a promoção do desenvolvimento sustentável, da democracia e do meio ambiente sadio, que proporcionam diversos benefícios, tais como: contribuir para a tomada das melhores decisões e aplicá-las de modo mais eficaz; envolver o público a respeito dos problemas ambientais; contribuir para a prestação de contas e transparência na gestão pública; e facilitar a mudança nos padrões de produção e consumo".

A UFSCar foi escolhida para sediar a terceira edição do evento graças a uma parceria institucional consolidada do CEDA/UFSCar com o Instituto Jurídico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. "A escolha se deu pelo fato desta terceira edição do evento contemplar a submissão de trabalhos científicos. A UFSCar é referência em pesquisa e o evento pretende estar mais próximo de seus pesquisadores. Acreditamos que os pesquisadores da UFSCar têm pesquisas relevantes na área ambiental em geral e que poderão ser apresentados no evento", conta o coordenador do CEDA/UFSCar.

A programação detalhada e as orientações para inscrições e submissão de trabalhos estão no site www.ceda.ufscar.br. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo Instagram @cedaufscar e também pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Pesquisa convida voluntárias de 50 a 55 anos para entrevistas online ou presencial

 

SÃO CARLOS/SP - A trajetória de vida de mulheres lésbicas de diferentes gerações é o tema de uma pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), na área da Psicologia, que está buscando voluntárias para participação. O objetivo é entender as especificidades quanto à descoberta, à visibilidade e ao modo de vivenciar a sexualidade em cada geração. 
O projeto, intitulado "Trajetória de vida de mulheres lésbicas de diferentes gerações", é desenvolvido por Carolina Serrati Moreno, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi), e tem orientação do professor Eduardo Name Risk, do Departamento de Psicologia (DPsi), ambos da UFSCar.
A ideia do trabalho surgiu, segundo a mestranda, "a partir da vontade de se estudar a população lésbica fora de um viés negativo, mas entendendo que, durante a vida, passa-se por situações diversas, podendo ser uma vivência permeada por dificuldades, por conta da sexualidade, mas também de aspectos muito positivos no ‘encontrar-se’. Além disso, a metodologia, utilizando a História de Vida, foi pensada para que seja um espaço de falar abertamente sobre a trajetória tendo uma participação ativa, e não apenas um espaço de participante".
Com isso, explica a pesquisadora, "queremos entender, de uma forma geral, como é a vida de mulheres lésbicas, compreendendo como a sexualidade perpassa isso. Além disso, tenho como hipótese que a vivência seja diferente em gerações diferentes, por questão de contexto histórico e cultural. Assim pretendo entender as continuidades e descontinuidades de vivências entre gerações".

Convite para participação
Neste momento, o estudo está buscando mulheres cis (pessoa que se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascimento) e lésbicas, de 50 a 55 anos, que se sintam confortáveis em falar sobre as suas vidas. A participação consiste em duas entrevistas, com cerca de uma a duas horas cada, presencial ou online, de acordo com a disponibilidade. Além disso as participantes devem preencher um questionário sociodemográfico. O contato pode ser feito diretamente com a pesquisadora pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE 69382723.2.0000.5504).

BURI/SP - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta terça-feira (23) da comemoração dos 10 anos do Campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no município de Buri, interior de São Paulo. A unidade de ensino é focada no desenvolvimento regional e na valorização da agricultura familiar, e foi fundada a partir da doação de uma fazenda pelo escritor Raduan Nassar.

Na solenidade, foram anunciados investimentos de R$ 79,3 milhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na universidade.

Lula contou a história da doação do terreno, no final do seu segundo mandato, e teve articulação do então ministro da Educação Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda. Ele lembrou que nos Estados Unidos, por exemplo, é comum a doação de patrimônio privado para universidades e fundações, já que o imposto sobre herança naquele país é de 40%.

“Aqui no Brasil, você não tem ninguém que faça doação, porque o imposto sobre herança é nada, é só 4%. Então, a pessoa não tem interesse em devolver o patrimônio dele”, disse Lula.

“Quando aparece um homem que, aos 75 anos de idade, naquela época, assume a vontade e a responsabilidade de se desfazer de um patrimônio dele, como esse aqui, para que a gente pudesse formar milhares e milhares de meninas e meninos nesse país, para ajudar o país a se transformar num país grande, num país importante, num país competitivo, a gente só tem que dizer graças a Deus, Raduan, Deus te pôs no mundo e você está colocando essa dádiva que Deus te deu para o futuro desse país’”, disse o presidente.

Raduan Nassar, agora com 88 anos de idade, reside em Buri, e esteve presente na celebração desta terça-feira.

Localizada no Vale do Ribeira, a 266 quilômetros da capital do estado, Lagoa do Sino é uma fazenda-escola, e um dos quatro campi da UFSCar. A propriedade foi doada pelo escritor em 2011, a partir do seu desejo de transformar a fazenda em universidade pública e desenvolver socioeconomicamente a região. Em 2014, então, foram criados os cursos de acordo com as demandas da população local.

 

Desenvolvimento regional

O Campus Lagoa do Sino está edificado a partir de três eixos temáticos: desenvolvimento territorial; soberania e segurança alimentar; e agricultura familiar. Há também uma relação direta da universidade com comunidades indígenas e quilombolas locais.

Os três primeiros cursos de graduação do Lagoa do Sino foram engenharias agronômica, ambiental e de alimentos. Em 2016, foram acrescentados os cursos de administração e de ciências biológicas. Atualmente, o campus ainda oferece os programas de pós-graduação em conservação da fauna e conservação e sustentabilidade.

A reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira, destacou que 604 estudantes foram formados no Campus Lagoa do Sino, sendo que 90% estão trabalhando e ou estudando e 77% atuam em sua área de formação. “O sonho concretizado pode ser visto nas transformações que já identificamos a partir de cada estudante que passa por aqui, se forma, tem a sua vida transformada, muda o curso da história da sua família, e segue assim mudando o mundo”, disse.

"O conhecimento aqui produzido tem gerado transformações importantes na produção agrícola local. Projetos estratégicos são desenvolvidos com agricultores familiares locais, retroalimentando o sistema indissociável de ensino, pesquisa e extensão. Não há dúvida que a experiência do Campus Lagoa do Sino tem transformado também a UFSCar, provocando pensar e repensar a universidade, o papel dessa instituição para enfrentar os desafios que nos estão colocados, o entendimento das forças necessárias para transformar o Brasil em um país mais justo e menos desigual, de equidade e de transformação social”, acresentou a reitora.

Nascido em Pindorama, interior de São Paulo, Raduan Nassar estreou na literatura em 1975, com o romance Lavoura Arcaica. Mesmo com apenas três livros publicados, sua obra é reconhecida pelo público e pela crítica e, em 2016, o escritor recebeu o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa.

A comemoração organizada pela UFSCar inclui apresentações culturais, com a participação da comunidade do Campus Lagoa do Sino, bem como a exibição de produções audiovisuais, que contam parcialmente a história do campus, celebram os resultados alcançados a partir de relatos de alunos egressos e trazem depoimentos de pessoas que participaram do processo da doação da fazenda para a universidade. A programação se estende até janeiro de 2025, com atividades acadêmicas, esportivas, além de momentos culturais e históricos.

 

Melhorias

Durante o evento, também foram apresentados os R$ 79,3 milhões em investimentos do governo federal nos campi da UFSCar, que integram o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e fazem parte do pacote para melhoria da infraestrutura e expansão universitária, destinados à retomada de obras paradas e também novos projetos. 

O montante contempla o Campus Lagoa do Sino, com obras de infraestrutura elétrica, biblioteca, auditório e urbanização; o campus São Carlos para a construção de centro de pesquisa, edifícios universitários, reforma e ampliação do Hospital Universitário, e outras construções e ampliações; e o Campus Sorocaba, com obras para construção de centro de pesquisa, edifícios universitários, reforma e ampliação do Hospital Universitário, e outras construções e ampliações.

 

 

Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

Trabalho investigou relação causal entre hesitação à vacina de Covid-19 e orientações ideológicas no Brasil

 

SÃO CARLOS/SP - Três integrantes do grupo Interfaces - Núcleo de Estudos Sociopolíticos dos Algoritmos e da Inteligência Artificial, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), liderado pela professora Sylvia Iasulaitis, do Departamento de Ciências Sociais (DCSo), publicaram um artigo na revista Vaccine (https://bit.ly/4bI7dwn), a mais conceituada mundialmente sobre o tema.

O trabalho, intitulado "Analysis of causal relations between vaccine hesitancy for COVID-19 vaccines and ideological orientations in Brazil", foi desenvolvido por Sylvia Iasulaitis, pelo professor Eanes Torres Pereira, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), e por Bruno Cardoso Grecco, aluno do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da UFSCar e bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) com orientação de Iasulaitis. Todos integram o Interfaces.

O trabalho analisa um conjunto de dados obtidos por meio de questionários de uma pesquisa de opinião pública, que foram aplicados no ano de 2021, tão logo as vacinas contra Covid-19 foram disponibilizadas no Brasil. O público foram cidadãos de todo o território nacional, a partir de 16 anos. A partir dos dados de 2.002 respondentes, foram investigadas, utilizando-se abordagens de Ciências Sociais e algoritmos de Inteligência Artificial (IA), as principais variáveis que poderiam afetar a aceitação em receber o imunizante - a exemplo de preferências políticas, faixa etária, escolaridade, faixa salarial, região do País, gênero, crença em fake news, confiança e intenção de se vacinar contra a Covid-19. 

Entre os resultados apresentados no artigo, estão: quanto mais avançada a idade, maior a probabilidade de se considerar a vacina segura e, consequentemente, de se vacinar; as crenças religiosas apresentam efeito causal simultâneo em preferências políticas e na percepção de segurança da vacina; e a probabilidade de uma pessoa aceitar a vacinação contra Covid-19 é reduzida dado o fato dela acreditar em fake news relacionadas ao tema.

"O que mais surpreendeu foram os achados empíricos sobre a influência causal das fake news e das convicções religiosas e ideológicas na hesitação vacinal", comenta a pesquisadora da UFSCar. "O fenômeno da desinformação na área da saúde não é recente, e tende a ocorrer com mais frequência em casos de doenças graves, uma vez que é um fator de ansiedade para a maior parte da população, que possui pouco conhecimento sobre a área. Não obstante, seu efeito causal ainda tem sido muito pouco estudado, então o artigo contribui com a compreensão do fenômeno".

Segundo Iasulaitis, o modelo desenvolvido nessa pesquisa poderá ser utilizado por órgãos governamentais ou entidades da área de saúde para auxiliar na tomada de decisão quanto à redução da hesitação vacinal ou aumento da adesão da população a campanhas de vacinação. "Utilizando esse modelo, as entidades responsáveis por campanhas de vacinação poderão decidir onde os esforços devem ser aplicados para gerar os resultados de vacinação de modo mais eficiente. A metodologia aplicada nesta pesquisa pode ser replicada para populações de outros países para que seja possível gerar modelos personalizados". 

A ideia do estudo surgiu devido à rejeição da vacina por uma parcela da população brasileira tão logo a vacina foi disponibilizada no Brasil, relata a professora da UFSCar. "Pretendeu-se avaliar os fatores de influência para aceitação ou rejeição da vacina, tais como: (1) Características socioeconômicas: renda pessoal, renda familiar, idade, faixa etária, sexo, alfabetização, escolaridade, região e religião; (2) Preferências político-ideológicas, avaliadas a partir da intenção de voto em presidenciáveis do pleito de 2022, da opinião sobre o governo federal e da confiança expressa no então presidente Jair Bolsonaro; e (3) Opiniões sobre a segurança da vacina e percepções a respeito de fake news que foram disseminadas sobre a vacina contra Covid-19". Para avaliar este terceiro conjunto de fatores, foi investigada, no questionário, a concordância/discordância em relação a perguntas baseadas em fake news: "existem tratamentos mais eficientes do que a vacina (o kit covid, por exemplo)?"; "A vacina altera o DNA das pessoas?"; "A vacina implanta microchip nas pessoas?"; "A vacina provoca câncer, autismo e/ou HIV?" e, por fim, "A vacina é feita com células de fetos abortados e tumores?".

Resultados

A seguir, a professora Sylvia Iasulaitis detalha alguns resultados obtidos na pesquisa:

- Quanto mais avançada a idade, maior a probabilidade de se considerar a vacina segura e, consequentemente, de se vacinar: "Nosso estudo demonstrou que considerar a vacina segura ou não também era uma variável afetada diretamente pela faixa etária. Quanto mais avançada a idade, maior a probabilidade de se considerar a vacina segura e, consequentemente, de se vacinar. Este achado condiz com o fato de que a severidade do Covid-19 é maior em idosos e pessoas com comorbidades. A vulnerabilidade a condições que levavam a óbito também eram (e são) maiores em idosos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde e a Organização Panamericana da Saúde, entre pacientes com idade acima de 60 anos é comum a presença de doenças pulmonares crônicas, doenças renais crônicas, diabetes mellitus, doenças hepáticas crônicas, obesidade e quadros de imunossupressão. Estas são comorbidades que podem elevar o risco de complicações do Covid-19. Dados da Fundação Oswaldo Cruz dão conta de que a população idosa é maioria em casos de óbito por Covid-19 no Brasil, evidência que leva à compreensão da importância assumida pela variável idade na explicação causal da vacinação de Covid-19 no Brasil".

- As crenças religiosas apresentam efeito causal simultâneo em preferências políticas e na percepção de segurança da vacina: "A variável religião demonstrou grande importância no modelo, pelo fato de apresentar efeito causal simultâneo em preferências políticas e na percepção de segurança da vacina. Tornou-se evidente a associação causal entre religião evangélica e voto no candidato de ultra direita e conservador Jair Bolsonaro. Portanto, nesse estudo verificou-se a associação entre preferências políticas e religiosas. Foi possível identificar, ainda, que os evangélicos conservadores possuíam no momento da investigação menor probabilidade de se vacinarem. Portanto, as preferências ideológicas influenciaram na hesitação vacinal especialmente quando associadas às convicções religiosas".

- A probabilidade de uma pessoa aceitar a vacinação contra Covid-19 é reduzida dado o fato dela acreditar em fake news relacionadas ao tema: "Os dados revelam que a probabilidade de uma pessoa aceitar a vacinação contra Covid-19 é reduzida dado o fato dela acreditar em fake news relacionadas à vacina. Ademais, o impacto causal de acreditar em fake news e desconfiar da segurança da vacina é grande. Acreditar em fake news e considerar a vacina como não sendo segura impacta em uma probabilidade de cerca de 70% na decisão de não se vacinar. Neste estudo, as fake news se mostraram como uma variável independente, o que significa que não é afetada diretamente por nenhuma outra variável do modelo. Deste modo, não se pode estabelecer um perfil demográfico e socioeconômico específico de indivíduos ou grupos que apresentam crença em fake news".

O artigo "Analysis of causal relations between vaccine hesitancy for COVID-19 vaccines and ideological orientations in Brazil" na íntegra pode ser acessado no sitehttps://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0264410X24004365.

Ministério da Educação faz, durante o evento, anúncio de investimentos nos campi da Universidade

 

BURI/SP - Nesta terça-feira, 23 de julho, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa do lançamento das comemorações de 10 anos do Campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Lula será acompanhado pelos ministros Camilo Santana, da Educação, Paulo Pimenta, da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, e da Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira. 
Durante a cerimônia, o Ministério da Educação confirmará o anúncio de investimentos na UFSCar. Serão R$46,2 milhões destinados a nove obras, algumas que estavam paradas e também de novos projetos, que integram uma lista que a própria Universidade encaminhou para o Governo Federal. 
O evento terá dois momentos distintos: a partir das 9h30, inicia-se a programação organizada pela UFSCar, e após às 11 horas, começa a cerimônia oficial, que deve se estender até o meio-dia e meia, momento que contará com a participação de Lula e de autoridades, do Governo Federal e da Universidade. 
Ao longo da programação organizada pela UFSCar, acontecem apresentações culturais, com a participação da comunidade do Campus Lagoa do Sino, bem como a exibição de produções audiovisuais, que contam parcialmente a história do Campus, celebram os resultados alcançados a partir de relatos de egressos e egressas e traz depoimentos de pessoas que participaram do processo da doação da fazenda para a Universidade. Além do evento desta terça-feira, também está organizada uma programação, que se estende até janeiro de 2025, com atividades acadêmicas, esportivas, além de momentos culturais e de cunho histórico.

História

Localizado no município de Buri, a 266 quilômetros da capital do Estado, Lagoa do Sino é uma fazenda-escola. A propriedade foi doada pelo escritor Raduan Nassar para a Universidade, a partir de desejo do próprio escritor de desenvolvimento socioeconômico da região. A fazenda virou, em 2014, Universidade; cursos foram criados para apoiar o desenvolvimento regional, com atenção devida ao que desejava a população local. O Campus está edificado a partir de três eixos temáticos: Desenvolvimento Territorial, Soberania e Segurança Alimentar e Agricultura Familiar. 
Uma página na Internet, dedicada às celebrações, publicada no Portal de Lagoa do Sino, traz informações sobre o histórico do Campus, linha do tempo, perfil do escritor Raduan Nassar e depoimentos de pessoas da comunidade. O endereço eletrônico da página é https://www.lagoadosino.ufscar.br/o-campus/10anos.
O marco dos 10 anos impulsionou um movimento para avaliar e dimensionar os impactos da implantação do Campus na região. Estão sendo realizados estudos junto a egressos e egressas dos cinco cursos de graduação, bem como análises a partir da produção científica e das atividades de extensão desenvolvidas pela comunidade, sob a coordenação do Núcleo de Apoio à Indissociabilidade entre Inovação, Pesquisa, Ensino e Extensão (NAIIPEE), parceria da UFSCar com sua Fundação de Apoio Institucional (FAI-UFSCar).

Encontro foi no Ciesp e contou com participação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico

 

SÃO CARLOS/SP - No último dia 17, empresários de diferentes ramos de São Carlos e região participaram de evento com a unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) instalada na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Embrapii UFSCar-Materiais O encontro aconteceu no Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) - regional São Carlos, e também contou a participação de integrantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de São Carlos.

Durante o evento, o coordenador da Embrapii-UFSCar, Ernesto Pereira, apresentou a Unidade, projetos já realizados e abordou as inúmeras parcerias que podem ser desenvolvidas junto a empresas e indústrias de São Carlos e região, com foco na solução de desafios dessas organizações, desenvolvimento e inovação. "A nossa Unidade reúne pesquisadores para atender as demandas das empresas e elaborar propostas técnicas que tragam solução, otimização e melhorias para as parceiras", frisou Pereira. Ele aponta que as demandas podem ser das mais variadas áreas e níveis de complexidade, sendo que os valores para o desenvolvimento dos projetos são custeados em divisão entre a empresa, a Embrapii-UFSCar e outras possíveis fontes de fomento.

Adilson de Oliveira, diretor do Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE) da Universidade, destacou a importância dessa aproximação entre a UFSCar e as empresas, por meio da unidade da Embrapii. "O conhecimento gerado na Universidade faz sentido quando ele chega à sociedade. Essa parceria com as empresas para o desenvolvimento de pesquisas que promovem modernização e inovação leva o conhecimento como benefício para a sociedade, cumprindo uma missão importante da nossa Instituição", reflete Oliveira. 

Rafael Barberis, secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico de São Carlos, reforçou a importância do evento para aproximação entre os empresários e a UFSCar. "Um dos nossos objetivos é disseminar conhecimento e reunir todos os lados - poder público, universidade e empresas. É fundamental que as empresas descubram e aproveitem a expertise que temos aqui na cidade para progredir cada vez mais no setor econômico", pontua. Marcos Henrique dos Santos, diretor titular da regional do Ciesp em São Carlos e também empresário na área de tecnologia, valoriza essa aproximação, principalmente no período pós- pandemia, que passa por um processo de reindustrialização. "É muito difícil para as empresas nacionais buscarem recursos para investir em tecnologia. Nosso país é carente em várias questões, tem impostos altos, juros altos e fragilidades na formação de mão de obra. A Embrapii reúne características para nos apoiar, é um projeto bem elaborado para auxiliar as empresas nacionais com tecnologia, recurso e conhecimento. Inclusive, a gente pode absorver nas empresas a mão de obra formada na Universidade", reflete. Ele acrescenta que o evento foi valoroso para o Ciesp por estar relacionado com a vocação do Centro que é apoiar e proteger as indústrias. 

Luiz Fernando Sverzut é empresário e proprietário de empresa na área de máquinas para produção de embalagens flexíveis, sediada em São Carlos. Ele participou do evento e relatou seu objetivo diante das apresentações realizadas. "Estamos buscando parcerias maiores, pensando em inovação, pesquisa e tecnologia. A gente percebe que as indústrias de São Carlos estão cercadas de universidades, mas usam pouco esses recursos disponíveis. Viemos buscar mais isso, já que essas instituições têm expertise maior para nos ajudar. Pequenas e médias indústrias têm potencial para fazer parcerias com as universidades e institutos de pesquisa", relatou.

Além da apresentação da Embrapii-UFSCar, Regiane Travensolo, da área de Transferência de Tecnologia da Agência de Inovação (AIn) da Universidade, também falou sobre patentes, inovação industrial e aspectos jurídicos. O diretor jurídico da Fundação de Apoio Institucional (FAI) da UFSCar, Marcelo Garzon, esclareceu questões de segurança jurídica que as parcerias das empresas com a Embrapii têm no processo. O evento promoveu espaço para troca de experiências, esclarecimento de dúvidas e networking.

Pesquisa de doutorado da UFSCar analisa diferentes protocolos para compreender essa relação

 

SÃO CARLOS/SP - Um estudo do Laboratório de Adaptações Neuromusculares ao Treinamento de Força (Musculab) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pretende investigar se um grande aumento de volume (número de séries) na musculação pode prejudicar, ou não, os ganhos de força e hipertrofia muscular. Para isso, são convidados voluntários para realizarem testes com diferentes protocolos gratuitamente.

A pesquisa é desenvolvida pelos doutorandos Júlio Camargo e Deivid Gomes da Silva, sob orientação de Cleiton Libardi, docente do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH) da UFSCar e coordenador do Musculab. De acordo com o professor, o estudo é importante porque seus resultados embasarão ajustes em programas de musculação, de forma a evitar prejuízos nas adaptações musculares de seus praticantes.

Para verificar se a progressão de grande magnitude no número de séries semanais pode atenuar as adaptações musculares em praticantes com experiência no treinamento, os pesquisadores compararão dois protocolos com diferentes aumentos percentuais no volume: VOL120 (aumento de 120% no volume de treinamento em relação ao previamente realizado); VOL20 (aumento de 20% no volume de treinamento em relação ao previamente realizado). Além de avaliar os ganhos de força e a hipertrofia muscular, a pesquisa vai analisar os biomarcadores de proteólise muscular, que são indicadores da degradação de proteínas no músculo. "Espera-se que o estudo traga informações relevantes sobre como diferentes estratégias de aumento de volume influenciam as adaptações musculares. Ainda, caso seja confirmado que aumentos abruptos no volume de treinamento possam, de fato, prejudicar a hipertrofia muscular devido a uma resposta proteolítica aumentada, profissionais e praticantes de musculação poderão fazer novos ajustes em seus treinamentos", aborda Libardi sobre a expectativa da pesquisa.

Para realizar o estudo, estão sendo recrutados voluntários, mulheres ou homens, entre 18 e 35 anos, saudáveis, isentos de lesão ou comprometimento osteomuscular, e que pratiquem a musculação há pelo menos dois anos de maneira ininterrupta. Os participantes passarão por testes e avaliações no Musculab, e receberão sessões de musculação, suplemento proteico, avaliações de força e hipertrofia muscular e avaliação da composição corporal. O projeto terá duração de três meses.

As pessoas interessadas em participar do estudo devem fazer contato com a equipe de pesquisa, pelos números de Whatsapp (19) 99118-0143 (Júlio) e (16) 99732-3805 (Deivid). Projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 74689423.3.0000.5504).

Produzido por egressos da Universidade, filme também já foi exibido na República Tcheca, Chile, EUA e Colômbia

 

SÃO CARLOS/SP - Depois de ser exibido na República Tcheca, Chile, EUA e Colômbia e selecionado para festivais no Uruguai e Canadá, o longa-metragem "As Quatro Estações da Juventude" (@as4estacoesdajuventude), dirigido por Essi Rafael e produzido por Lucas Pelegrino, ambos alunos egressos do curso de graduação em Imagem e Som da UFSCar, estreia em seu primeiro festival brasileiro. A exibição acontece no dia 23 de julho, no festival Bonito CineSur - Festival de Cinema Latino-Americano de Bonito.

"As Quatro Estações" acompanha a história de jovens alunos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) ao longo de uma década. O enredo narra acontecimentos desde o trote aos questionamentos sobre a formação que cada um escolheu para si.

O diretor, Essi Rafael, cursou Imagem e Som na UFSCar entre 2006 e 2009; Pelegrino, entre 2009 e 2012. "Porém, vale enfatizar que as imagens do filme são de 2010 a 2013", ressaltam. "Como a gente se formou no curso de Cinema, fazer um filme foi uma maneira natural de exercitarmos o ofício e nos expressar, mas, sobretudo, de aprendermos. Foi uma grande escola tanto na parte técnica quanto depois, quando tivemos que aprender como fazer esse filme existir comercialmente. Porém, tudo começou de uma maneira bem despretensiosa, com      recursos próprios      e com a ajuda dos nossos colegas de curso", relata o produtor.

A estreia em território nacional está prevista para início de 2025. Estão sendo planejadas sessões pelo interior e cidade de São Paulo, tanto em salas de cinema convencionais como em cineclubes e casas de cultura.

Já o lançamento mundial aconteceu no último dia 5 de junho, na sala 6 do Golden Apple Cinema do Zlin Film Festival, na República Tcheca. O evento tcheco é um dos maiores e mais antigos do mundo sobre filmes com o tema Infância e Juventude. Foi ele o escolhido para dar o pontapé na tour. "É um lugar especial para a estreia de nosso documentário, que começou como um sonho de jovens universitários", afirma Essi.

Em seguida, o filme seguiu viagem para a Filadélfia para concorrer aos principais prêmios do Philadelphia Latino Arts & Film Festival (PHLAFF), evento que historicamente dá destaque para a cinematografia latino-americana nos EUA. A première aconteceu em 22 de junho. Entre 30 de julho e 6 de agosto, o documentário participará de mais uma incursão internacional, no Festival Internacional de Nuevo Cine Independiente, no Uruguai. Entre 5 e 15 setembro, será exibido na 22ª edição do Vancouver Latin American Film Festival, no Canadá; nele, Essi concorre ao prêmio da categoria Novos Diretores.

O filme também já ganhou o prêmio WIP Puerto Lab no Festival Internacional de Cinema de Cartagena (FICCI), na Colômbia, em março do ano passado (bit.ly/4eKeVcp). Fundado em 1960, o Festival é o evento mais antigo do gênero na América Latina. A produção também foi selecionada, no mesmo ano, para comparecer presencialmente ao Chile durante o encontro internacional de documentários Conecta.

Boyhood universitário

O produtor define "As quatro estações da juventude" como o "Boyhood universitário", numa alusão ao filme de Richard Linklater. Para Pelegrino, a chave dessa conexão é o tempo de filmagem. Pelo fato de o arco narrativo usar uma década como referência, o espectador testemunha diversas transformações nos personagens, que vão da alegria por ingressarem na universidade ao medo e desesperança diante de um mercado de trabalho inflexível.

O roteiro se apega na vida dos estudantes, mas também joga luz para o contexto ao qual ela acontece. Implementação de cotas sociais e raciais, retração de investimento público na educação, Covid-19, risco de paralisação da UFSCar, todos estes temas perpassam a narrativa de alguma forma. Nas palavras de Essi, o clima de decepção e falta de esperança de uma geração que foi do céu ao inferno em dez anos acabam por compor o pano de fundo do documentário.

"A ideia foi trazer para o filme um pouco do que essa geração de jovens dos anos 2010 enfrentou em sua trajetória da universidade até a vida adulta", reforça o cineasta.

Distribuição no interior paulista

O lançamento no Brasil de "As Quatro Estações" faz parte do projeto Núcleo de Distribuição Cinema do Interior. Com coordenação geral do produtor Lucas Pelegrino, ele prevê a exibição em salas de cinema tradicionais e alternativas de filmes 100% realizados no interior de São Paulo. Os longas trabalham com temáticas plurais que trazem a singularidade das suas regiões específicas de produção.

São quatro ao todo. Além do filme de Essi Rafael, fazem parte da coleção: "Estranhas Cotoveladas", "Ivan" e "Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca" bit.ly/3RsKUE5, todos de 2023.

"Queremos ativar um circuito exibidor no interior paulista e, com isso, abrir novos horizontes para a indústria cinematográfica regional. Não só nas salas de cinema tradicionais, mas também em outros espaços, permitindo que o nosso público tenha acesso à riqueza cultural e à diversidade das histórias do nosso interior", conclui Pelegrino, sócio-fundador da LPB Content, produtora voltada para a realização de filmes no interior paulista. O projeto foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo.

Acompanhe as novidades sobre o filme "As quatro estações da juventude" no Instagram @as4estacoesdajuventude.

Inscrições devem ser feitas até o dia 19 de julho

 

SÃO CARLOS/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), a Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos (DIPEBS) e o Ministério da Educação (MEC), está com inscrições abertas para o curso de aperfeiçoamento na modalidade a distância intitulado "Formação de práticas pedagógicas em Educação Bilíngue de Surdos".

O objetivo é promover a formação de professores da Educação Básica sobre educação bilíngue de/para surdos com ênfase nas práticas pedagógicas, permitindo que os participantes se instrumentalizem para que possam assistir pedagogicamente as pessoas surdas respeitando a primeira língua (Libras) e sistematizando a segunda língua, o Português escrito. Ao capacitar os professores, a intenção é também proporcionar aos surdos a possibilidade de acessar o conhecimento e se desenvolver pedagogicamente.

O curso será completamente online, carga horária de 180 horas e com materiais e videoaulas bilíngue produzidos por professores e pesquisadores da área, bem como contará com professores formadores, supervisores, tutores e técnicos para suporte e acompanhamento constante dos cursistas. São oferecidas 200 vagas voltadas a professores da rede pública da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I. 

As inscrições devem ser feitas até o dia 19 de julho, por meio deste formulário online (https://bit.ly/3XXlaDy). As informações completas estão disponíveis no edital (https://bit.ly/3xPSjqf).

Pesquisa tem foco em mulheres pretas e pardas e convida participantes de todo o País

 

SÃO CARLOS/SP - Um projeto de iniciação científica, desenvolvido no Departamento de Enfermagem (DEnf) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), tem como objetivo avaliar a autoeficácia na amamentação através da teoria da interseccionalidade. A expectativa é analisar quais fatores estão envolvidos no protagonismo da população negra em relação à amamentação, para além de questões socioeconômicas. A pesquisa convida pessoas voluntárias de todo o Brasil para preencherem um questionário eletrônico.

O trabalho é realizado pela graduanda em Enfermagem Lara Furlan Batista, sob orientação de Natália Sevilha Stofel, docente do DEnf, e tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). De acordo com Batista, a teoria da interseccionalidade identifica que as diversas formas de preconceito e desigualdades sociais direcionadas a um grupo social se somam gerando novas vivências e consequências para aqueles que sofrem essas violências. "Por exemplo, a vivência de um homem negro e de uma mulher negra são completamente diferentes, uma vez que a mulher, além do racismo, também está exposta ao machismo. O mesmo vale quando comparamos uma mulher negra e uma mulher branca, como a mulher branca não sofre racismo, a vivência dela em comparação a mulher negra será diferente, mesmo as duas estando sujeitas ao machismo", exemplifica a pesquisadora.

Para a estudante, a pesquisa é importante pois, ao analisar a autoeficácia da amamentação por meio da interseccionalidade, permitirá compreender como ela é afetada pelas diferentes vivências das pessoas que amamentam, facilitando a compreensão dos motivos pelos quais alguns grupos - mulheres pretas e pardas - amamentam mais e por mais tempo que outros. "O diferencial do estudo está relacionado com a procura de evidenciar que, embora a taxa de amamentação presente entre mulheres pretas e pardas seja maior, há controvérsia, uma vez que elas enfrentam violências e situações que comprometem a eficácia do aleitamento humano com mais frequência do que as mulheres brancas", destaca ela.

Dentre as questões que serão analisadas, estão as variáveis obstétricas - ocorrência de violência, complicações gestacionais, paridade, cirurgias que podem influenciar na amamentação, pré-natal etc; e as variáveis interseccionais - incluem idade, gênero, raça/cor, renda, situação laboral, estado civil, moradia, escolaridade, apoio familiar e orientação sexual. Nesse âmbito, Batista expõe que "as opressões sociais podem influenciar de diversas formas na amamentação, desde sua eficácia até na continuidade do ato. Tudo depende da situação em que a/o/e lactante se encontra".

Para desenvolver a pesquisa, estão sendo convidadas pessoas a partir de 18 anos que tenham amamentado nos últimos dois anos. Os participantes precisam apenas responder este questionário online (https://bit.ly/3IcYq9J), que leva cerca de oito minutos. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa dos Seres Humanos (CAAE: 55688522.6.0000.5504).

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