Jornalista/Radialista
Resultados inéditos foram publicados em artigo na revista científica Scientific Reports, da Nature
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa analisou um novo sistema bioluminescente de dípteros, uma ordem de insetos que inclui, entre suas espécies, a mosca-doméstica e os mosquitos. O estudo focou o sistema bioquímico da larva do mosquito Orfelia funtoni, que emite luz azul, e ocorre unicamente em barrancos de riachos nos Montes Apalaches, no leste dos Estados Unidos, e que permanecia até agora pouco conhecido.
O trabalho é resultado de uma parceria entre o Laboratório de Bioquímica e Tecnologias Bioluminescentes, coordenado pelo professor Vadim Viviani, do Departamento de Física, Química e Matemática (DFQM-So) do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e o laboratório do professor Carl Johnson, da Universidade de Vanderbilt, no estado do Tennessee, nos Estados Unidos.
A pesquisa, publicada na revista científica Scientific Reports, do grupo Nature, é um marco nos estudos de bioluminescência. Além de ajudar a elucidar a reação bioquímica que gera a luz nesses organismos, contribui para ampliar a potencialidade já bem conhecida de luciferases (enzimas capazes de catalisar a transformação de energia química em luminosa) e luciferinas (molécula responsável pela bioluminescência em alguns animais, fungos e algas), que podem ser aplicadas nas áreas biotecnológica, biomédica e ambiental, na forma de reagentes analíticos, biossensores e bioimagem. "Biossensores são dispositivos que envolvem um elemento biológico como uma proteína, uma enzima ou até uma célula, que reconhece moléculas com efeitos biológicos tais como cofatores metabólicos, agentes tóxicos, poluentes, entre outros, gerando um sinal físico quantificável - elétrico, óptico. No caso de biossensores bioluminescentes, o sinal físico produzido e detectado é a luz", detalha Viviani. Já a bioimagem por bioluminescência obtêm imagem em tempo real de processos biológicos e patológicos que ocorrem a nível celular, e pode ser utilizada para rastreamento de metástases, vírus (incluindo Covids), ou bactérias patogênicas em modelos animais, através da detecção da bioluminescência emitida.
"Nesse estudo, a luciferase e a luciferina dessa espécie foram purificadas e caracterizadas, e sua localização anatômica determinada. Com isso, será possível clonar a enzima luciferase e identificar a estrutura química da luciferina dessa subfamília de dípteros bioluminescentes de luz azul, bem como investigar as outras funções bioquímicas dessa nova luciferina denominada na pesquisa de 'keroplatina' em larvas de dípteros", resume Viviani, que aproveita para destacar a importância de proteger e investigar a biodiversidade das florestas brasileiras que trazem tantos benefícios à humanidade. "O conhecimento bioquímico e molecular obtido com esse tipo de larva de mosquito da família Keroplatidae também pode indiretamente ajudar a trazer informações importantes sobre a fisiologia de outros mosquitos, incluindo o Aedes aegypti que transmite dengue", complementa o pesquisador.
O primeiro estudo relacionado a essa espécie foi realizado em 2002 por Viviani, quando era pós-doutorando da Universidade de Harvard. "Entretanto, os estudos não progrediram desde então, porque o material biológico era escasso, já que a Orfelia só ocorre nos EUA", relembra o professor. O trabalho foi retomado em 2015, com o projeto aprovado pela chamada National Science Foundation (NSF) dos EUA e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp - chamada Universidade de Vanderbilt), que envolveu a colaboração dos laboratórios liderados por Viviani e Johnson. "Nos últimos anos, eu e meu pós-doutorando da UFSCar Danilo Amaral visitamos a Universidade de Vanderbilt e coletamos as larvas de Orfelia na Carolina do Norte. Trouxemos essas larvas para o laboratório da UFSCar, onde purificamos os componentes e fizemos a sua caracterização bioquímica.
Segundo Viviani, esse tipo de colaboração é bastante inédita, porque anteriormente pesquisadores estrangeiros vinham ao Brasil para coletar organismos da biodiversidade brasileira, e desenvolver os estudos bioquímicos e moleculares em instituições no exterior. "No caso dessa colaboração envolvendo esse trabalho desafiador, considerando a experiência do nosso laboratório, foi dado o crédito para investigarmos o material biológico oriundo dos Estado Unidos", afirma o docente.
A quantidade de luciferina retirada das larvas de Orfelia, entretanto, ainda era muito escassa para permitir estudos mais aprofundados com esse composto. "Esse problema foi resolvido recentemente pelo nosso grupo de pesquisa, que descobriu larvas de Neoditomiya sp em cavernas no parque Estadual Intervales. Curiosamente, embora essa espécie não seja bioluminescente, tem luciferina do tipo da Orfelia em seu corpo. Isso permitiu usar pela primeira vez usar larvas de Neoditomiya como fonte de luciferina, complementado os estudos com luciferase purificada a partir da Orfelia norte-americana", explica Viviani.
Além disso, a presença de luciferina tipo Orfelia em outras larvas não-luminescentes da subfamília Keroplatinae levou o grupo a sugerir que esse composto deve ter outras importantes funções bioquímicas nas larvas dessa subfamília, além da função de luciferina que gera luz, razão pela qual o pesquisador propôs o uso do nome "keroplatina" para esse tipo de composto.
Mais estudos
À essa parceria, juntou-se o pesquisador Bruce Branchini, da Universidade de Connecticut dos Estados Unidos, que contribuiu com a determinação das propriedades da luciferase. Já o professor Fabio C. Abdalla, do Departamento de Biologia (DBio-So) e coordenador do Laboratório de Biologia Estrutural e Funcional do Campus Sorocaba da UFSCar, mostrou onde a luciferina se localiza no interior do corpo das larvas, isto é, em corpúsculos negros associados a glândulas salivares. "Recentemente, em colaboração com Rafaela Falaschi e com o grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo, liderados pelo professor Cassius Stevani, e do Instituto de Pesquisas da Biodiversidade, descobrimos e descrevemos a primeira espécie bioluminescente de díptero no Brasil, o Neoceroplatus betharyiensis", relata o professor da UFSCar. A espécie é aparentada à Orfelia fultoni, e compartilha o mesmo sistema luciferina-luciferase, mas vive em troncos caídos na Mata Atlântica no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar), no estado de São Paulo. "Apesar disso, essa espécie não é tão abundante, o que pode dificultar a obtenção de material suficiente para identificar a luciferina", completa Viviani.
Os resultados da pesquisa foram recém-publicados na revista Scientific Reports, da Nature, em https://go.nature.com/2UPCY2g. Além de Viviani, Johnson, Branchini, Amaral e Abdalla, também assinam o artigo Jaqueline R. Silva, pós-doutoranda do laboratório coordenado por Viviani, e Vanessa R. Bevilaqua, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Genética Evolutiva e Biologia Molecular (PPGGEv) da UFSCar.
Sobre o laboratório
O Laboratório de Bioquímica e Tecnologias Bioluminescentes da UFSCar trabalha com bioluminescência, especialmente enzimas luciferases e é um dos líderes mundiais nesse tipo de pesquisa. Nos últimos 20 anos clonou genes de várias enzimas luciferases de vaga-lumes, tendo o maior banco de luciferases recombinantes do mundo e seus mutantes, além de caracterizar essas enzimas, sua estrutura molecular e sua função. Com esses conhecimentos, desenvolveu novas luciferases e seus genes repórteres (que conferem bioluminescência as células e tecidos) para finalidades de marcação bioluminescente de células e geração de biossensores intracelulares de pH e metais pesados. O laboratório conta com vários depósitos de patentes, algumas inclusive licenciadas e com produtos no mercado, desenvolvidas na época em que o professor Viviani trabalhou no Japão. Para saber mais sobre as atividades do laboratório, acesse www.biolum.ufscar.br.
Entrevistados destacam a Região Nordeste como o destino mais desejado nos planos de turismo no pós-pandemia
SÃO PAULO/SP - A Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing realizou em julho sua terceira edição da pesquisa Coronavírus e seu Impacto no Brasil. Esse levantamento foi realizado por meio de questionários online, entre os dias 16 e 21/07, e obteve 1.090 respostas, de todas as regiões do Brasil. Um dos focos desta terceira onda era abordar o sentimento geral da população em relação ao turismo.
Dados de julho da CNC (Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo) apontam que o setor já acumulava perdas de R$ 122 bilhões até julho. Mais do que reabrir, porém, é importante saber quando e como fazer isso, de modo que as pessoas tenham confiança para voltar.
Apenas 19% dos entrevistados da pesquisa planejam com alguma convicção uma viagem de lazer ainda este ano. O restante ou ainda não pensa em datas ou só vislumbra essa possibilidade para 2021 - 41% dos entrevistados estão convictos de pegar a estrada ano que vem. “Nesse contexto, e ainda com muitas incertezas pairando sobre a abertura das fronteiras aos brasileiros, o destino mais mencionado é o Nordeste brasileiro, seguido da Europa, possivelmente porque lá a pandemia já arrefeceu em boa parte dos países”, destaca Silvio Silvio Pires de Paula, presidente e fundador da Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing e vice-presidente do CRA-SP.
Ganhar a confiança do turista no pós-pandemia vai exigir muitas adaptações do setor. Cerca de 9 em cada 10 entrevistados elencam como muito importantes para sua decisão de se hospedar em um hotel daqui por diante fatores como: maior higienização dos ambientes, distribuição de álcool em gel ou exigência do uso de máscaras.
Até aí tudo bem, são medidas relativamente rápidas e de custo exequível. Mas também é igualmente altíssimo o patamar dos que não vão abrir mão de ambientes com lotação reduzida, ventilação natural ou serviços de restaurante sem exposição dos alimentos, entre muitas outras coisas. “Aí já estamos falando de desafios mais grandiosos, que vão exigir um planejamento cuidadoso dos operadores. Mas, como em tudo na vida, desafio se torna oportunidade para quem trabalha bem e consegue ser criativo”, prenuncia Ricardo Lopes, gerente de projetos da Demanda e coordenador do estudo.
Pandemia desanima, mas não impede brasileiro de planejar o futuro
O sentimento geral das pessoas com o momento da pandemia é de desânimo. Cerca de 3 em cada 4 (73%) se diz desanimado atualmente. Ao serem perguntados sobre o que mudou para pior ou para melhor do início da pandemia para cá, metade deles (49%) afirma que a vida mudou para pior no que diz respeito à vivência social e às oportunidades de lazer. Outros 37% sentiram piora no estado psicológico, em seu equilíbrio emocional. Em outro sentido, 41% observaram que melhorou seu engajamento em ações solidárias e 53% estão se relacionando melhor com suas famílias.
Muitos brasileiros fazem planos para quando a pandemia acabar e somam 70% os que pretendem viajar assim que possível. Outros planos muito presentes são rever familiares ou amigos (58% dos entrevistados) e retomar ou iniciar a prática de algum esporte (42%). Enquanto isso tudo não é possível, boa parte deles admite ter incorporado ou intensificado alguns maus hábitos. A ingestão de chocolates ou doces em geral brotou ou cresceu em nada menos do que 38% do público pesquisado. E o hábito de beber álcool agravou-se ou incorporou-se à rotina de 20% dos internautas brasileiros participantes da pesquisa.
Sobre a Demanda
A Demanda é uma boutique de pesquisa de mercado que desde sua fundação em 1967 já desenvolveu mais de 6.400 projetos de pesquisa de mercado e opinião pública para mais de 800 empresas e entidades governamentais do Brasil e do mundo. São mais de cinco décadas de experiência e aprendizado constantes, totalmente voltados à satisfação de nossos clientes. Temos orgulho de atender algumas das maiores e mais exigentes organizações de todo o mundo. Apoiamos o lançamento de centenas de produtos e serviços.
Como em uma boutique, aqui cada cliente é único. Todos os projetos, além de serem desenhados sob medida, de forma exclusiva, para nossos clientes, são acompanhados de perto em todas as suas etapas, desde o planejamento até a apresentação dos resultados. Nossos diretores e gerentes de projetos estão preparados para propor as metodologias mais adequadas, trabalhando sempre em conjunto com o cliente, valorizando a transparência e a boa comunicação.
Gabriela Prado, Diretora Executiva da Demanda, é pesquisadora com mestrado em Infraestrutura Sustentável pelo Royal Institute of Technology (Kungl Tekniska Högskolan), Stockholm, Suécia e doutorado em Política e Administração de Recursos Minerais pelo IG-UNICAMP. Tem 20 anos de experiência em pesquisa de mercado e atuado na empresa desde 2007. Liderada estudos qualitativos e quantitativos no Brasil e LatAm,
Silvio Pires de Paula fundou, em 1967, a empresa da qual hoje é Presidente. Sob sua responsabilidade direta, a Demanda já desenvolveu mais de 6.400 projetos completos de pesquisa de mercado e opinião pública tanto no Brasil como em 20 outros países. Ele é Graduado e pós-graduado em Administração de Empresas pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, e ocupou cargos de Presidente ou Vice-Presidente de instituições como ABIPEME, ABEP, CFA e, atualmente, é Vice-Presidente do CRA-SP.
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Serviços Públicos ressalta que em virtude da disseminação do novo coronavírus, que a visitação nos cemitérios públicos Nossa Senhora do Carmo e Santo Antônio de Pádua vão ser suspensas de sexta (07) até o próximo domingo (09/08).
A medida foi adotada para evitar aglomeração de idosos no Dia dos Pais. A limpeza dos túmulos pode ser realizada somente até hoje (06/08).
VELÓRIOS – Os velórios já estão sendo realizados somente das 8h às 17h. O caixão, em caso suspeito da COVID-19, deve permanecer fechado, podendo existir apenas um visor aberto durante os ritos fúnebres.
A portaria publicada no Diário Oficial do Município também recomenda que o velório seja feito com portas abertas para favorecer a circulação de ar, e que as cerimônias sejam realizadas com tempo reduzido, no máximo 1h, e com número de no máximo 10 participantes para evitar aglomerações.
SÃO CARLOS/SP - Um morador do Jardim Novo Horizonte, em São Carlos, entrou em contato com jornalista Ivan Lucas, para relatar a situação da Rua Miguel Ruggiero, que parece ter sido alvo de um míssil.
Segundo o internauta, há 10 anos que local está abandonado. “Ivan Lucas, veja as imagens, é buraco pra todo lado e no final da rua tem uma casa que o proprietário não conseguia entrar e nem sair de sua garagem e teve que gastar dinheiro para concretar onde deveria ser asfalto” disse morador.
O morador ainda disse, que o SAAE já fez consertos na rede por lá. “O SAAE vem arruma o vazamento e dias depois tampa apenas onde mexeram, mas eu queria saber se existe comunicação entre a autarquia e a prefeitura, será que o SAAE não falou com secretario responsável sobre o estado lastimável que está a via?” desabafou morador.
O serviço de tapa-buraco foi até a rua citada, mas parou praticamente no meio do quarteirão e não voltou mais. “Sabemos que aqui não é uma rua movimentada, mas aqui tem moradores que pagam impostos do mesmo jeito que os moradores de vias com grande fluxo, ou seja, queremos apenas que o nosso imposto retorne em benfeitorias” afirmou internauta.
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