BRASÍLIA/DF - A dívida pública federal (DPF) fechou o ano de 2024 em R$ 7,31 trilhões - uma alta de 12,2% em relação a 2023, quando o estoque estava em R$ 6,5 trilhões. O resultado, divulgado pelo Tesouro Nacional nesta terça, 4, ficou dentro do projetado no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2024, que previa um intervalo entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.
A DPF é a dívida contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal - que gasta mais do que arrecada. O endividamento pode ocorrer por meio da emissão de títulos públicos ou pela assinatura de contratos.
A DPF inclui as dívidas interna e externa. A chamada Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) teve avanço de 1,51% em dezembro e fechou o mês em R$ 6,967 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 2,48% maior no mês, somando R$ 349,19 bilhões.
Além dos resultados de 2024, o Tesouro Nacional apresentou o Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2025, com as metas para a dívida pública federal. O documento prevê que o estoque da DPF fique entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões no fim do ano.
Para os papéis remunerados pela Selic (a taxa básica de juros da economia), o PAF prevê uma participação de 48% a 52% do total em 2025. Em 2024, essa fatia foi de 46,3%. Na semana passada, o Banco Central aumentou a Selic para 13,25% ao ano e reforçou a perspectiva de uma nova alta de um ponto na próxima reunião, em março.
De acordo com o subsecretário da Dívida Pública, Daniel Leal, apesar do aumento da concentração de LFTs (títulos públicos atrelados à Selic) o custo da dívida acaba sendo relativamente estável, uma vez que o Tesouro ainda tem uma posição confortável quanto ao custo. \"Demora um pouco para (a dívida) reagir a esse aumento de custo, seja pelo aumento da participação das LFTs, seja pela própria subida da Selic\", disse ele, explicando que essa estabilidade decorre da estrutura diversificada da dívida pública.
Leal ressaltou ainda que todos os indicadores de 2024 ficaram dentro do Plano Anual de Financiamento (PAF) e informou que o Tesouro tende a buscar um alongamento do perfil da dívida.
O órgão também atualizou a meta para a participação de títulos prefixados - na qual o investidor já sabe a taxa de rendimento no momento da compra - e dos remunerados por índices de preços. O PAF 2025 estipula que a fatia de títulos prefixados no estoque da dívida encerre este ano entre 19% e 23%. Em 2024, a fatia desses papéis ficou em 22%.
Já para os títulos atrelados ao IPCA, o PAF prevê parcela de 24% a 28% do estoque este ano. Em 2024, a meta era de 25% a 29% da DPF, e ficou em 27%.
informações são do jornal O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO/SP - A previsão para o IPCA subiu pela 16.ª semana consecutiva no último relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda, 3. A mediana do índice de 2025 aumentou de 5,5% para 5,51% - 1,01 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,5%. Um mês antes, a projeção era de 4,99%. Para 2026, avançou de 4,22% para 4,28%. No mês passado, estava em 4,03%.
A partir deste ano, a meta começa a ser apurada de forma contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, o Banco Central perdeu o alvo.
Já a mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2025 permaneceu estável pela quarta semana consecutiva, em 15%. Na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou os juros de 12,25% para 13,25%. O colegiado reiterou a sinalização de mais uma alta de 1 ponto porcentual, a 14,25%, na sua próxima reunião, em março.
A mediana para os juros no fim de 2026 também ficou estável, em 12,50%. Um mês antes, era de 12%. A estimativa intermediária para o fim de 2027 se manteve em 10,38%, ante 10% quatro semanas antes. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10% pela sexta semana consecutiva.
No comunicado da última quarta-feira, 29, o Copom afirmou que a elevação dos juros é \"compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta\". O colegiado espera inflação de 5,2%, em 2025, e de 4,0% no terceiro trimestre de 2026 - o horizonte relevante da política monetária.
PIB
A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 ficou estável em 2,06%. Um mês antes, estava em 2,02%. A estimativa intermediária para 2026 permaneceu em 1,72%. Um mês atrás, era de 1,8%. A mediana para o crescimento do PIB de 2027 continuou em 1,96%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2%, como já está há 48 semanas. O BC espera que a economia brasileira cresça 3,5%, em 2024, e 2,1% neste ano, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Preços administrados
A mediana do relatório Focus para a inflação de preços administrados em 2025 aumentou de 4,83% para 4,85%. Um mês antes, estava em 4,42%. A projeção para 2026 ficou estável em 4,19%. Quatro semanas antes, estava em 4%.
ESTADÃO CONTEUDO
EUA - eAntes das eleições americanas do ano passado, o atual presidente Donald Trump proclamou que “tarifa” era “a palavra mais bonita do dicionário”.
Reforçando as mensagens proferidas durante o seu primeiro mandato, o líder republicano protestou contra a influência estrangeira nos EUA, defendendo uma abordagem “América em primeiro lugar”.
Uma das pedras angulares da política comercial de Trump é o facto de favorecer as empresas americanas - uma estratégia concebida para fazer crescer a economia e aumentar o emprego.
Embora os especialistas alertem para o facto de isto pode não funcionar na prática, o presidente tomou agora medidas para reduzir as importações estrangeiras.
No fim de semana, foi anunciada uma série de tarifas alfandegárias e espera-se que outras se sigam.
A Euronews descreve os principais parceiros comerciais dos EUA e analisa quem poderá ser afetado por estas taxas.
Comércio externo com os EUA
De acordo com os dados mais recentes, o México foi o principal parceiro comercial dos EUA no ano passado, representando 776 mil milhões de euros de negócios (apenas mercadorias). Isto representa 15,9% do total do comércio dos EUA.
Em segundo lugar, o Canadá representou 14,3% do comércio dos EUA. Seguem-se a China e a Alemanha, com 10,9% e 4,4%, respetivamente.
O valor do comércio entre países pode ser dividido em totais de exportação e importação.
Os Estados Unidos, por exemplo, importam mais do México do que exportam, com entradas de bens no valor de 466,6 mil milhões de euros e saídas de bens no valor de 309,4 mil milhões de euros.
Isto significa que os EUA têm um défice comercial com o México.
Os EUA também têm um défice comercial com o Canadá, com importações no valor de 377,2 mil milhões de euros e exportações para o Canadá no valor de 322,4 mil milhões de euros.
As importações da China para os EUA ascendem a 401,4 mil milhões de euros, enquanto as exportações ascenderam a 131,0 mil milhões de euros no ano passado.
Os EUA têm um défice comercial com muitos países, o que significa que compram mais do que enviam.
Não é o caso de países como os Países Baixos, para onde enviam mais do que compram.
De acordo com um site do governo neerlandês, estima-se que as relações comerciais e de investimento com os Países Baixos em 2023 tenham apoiado 1.077.956 empregos americanos.
Este valor tem em conta as empresas neerlandesas que trabalham nos Estados Unidos, bem como a exportação de bens e serviços dos Países Baixos para os Estados Unidos.
No que diz respeito ao Reino Unido, os dados dos EUA sugerem um excedente comercial, o que significa que os britânicos estão a comprar mais aos EUA do que a exportar. Mesmo assim, os dados do outro lado do Atlântico mostram um quadro diferente.
O Office for National Statistics do Reino Unido observou que o Reino Unido teve um superávit comercial com os EUA em 2023 de £ 71.4 mil milhões ($ 88.19 mil milhões). Isto diz respeito a bens e serviços.
O Escritório de Análise Económica dos Estados Unidos (BEA), por outro lado, relatou um superávit de US $ 14,5 mil milhões (€ 14,2 mil milhões) - sugerindo que os EUA estão a enviar mais para o Reino Unido do que a importar de lá.
Os economistas dos EUA e do Reino Unido têm estado a trabalhar para reajustar os dados desde 2017.
O raciocínio de Trump
Na terça-feira, entrará em vigor um imposto de importação de 25% sobre os produtos provenientes do Canadá, bem como uma taxa de 10% sobre os produtos provenientes da China.
O México estava a preparar-se para ser atingido com uma tarifa de 25%, embora Trump tenha retirado esta ameaça esta segunda-feira.
A presidente mexicana Claudia Sheinbaum concordou em enviar 10.000 soldados para a fronteira para resolver o problema, o que levou Trump a suspender temporariamente os planos de aplicação de tarifas.
Em relação aos produtos da UE, o presidente Trump afirmou que as tarifas estão “definitivamente” a caminho.
Ele disse aos jornalistas em Maryland: “Eles não levam os nossos carros, não levam os nossos produtos agrícolas, não levam quase nada e nós levamos tudo deles”.
Uma das razões para o apoio de Trump às tarifas é o seu desejo de promover as empresas e os trabalhadores americanos.
“De acordo com o meu plano, os trabalhadores americanos deixarão de se preocupar com a perda dos seus empregos para os países estrangeiros, em vez disso, os países estrangeiros preocupar-se-ão com a perda dos seus empregos para a América”, disse ele na campanha do ano passado.
Embora a luta contra a concorrência estrangeira possa ajudar as empresas norte-americanas, os peritos salientaram uma série de riscos. Nomeadamente, se as empresas americanas continuarem a comprar bens no estrangeiro, verão os seus custos aumentar se os fornecedores estrangeiros mantiverem os seus preços.
Algumas empresas americanas poderão optar por transferir esta despesa para os consumidores, o que significa que o custo dos bens e serviços poderá aumentar.
Se os preços aumentarem de forma suficientemente significativa, tal poderá também resultar em aumentos das taxas de juro, se a Reserva Federal o considerar necessário para controlar a inflação.
Isto restringe os empréstimos e pode ter um impacto negativo no emprego se as empresas forem obrigadas a despedir trabalhadores.
Outro efeito dos direitos aduaneiros é que, em geral, provocam uma valorização do dólar, o que pode tornar os produtos dos exportadores americanos menos competitivos a nível mundial.
Tal deve-se ao facto de os produtos serem relativamente mais caros para os consumidores estrangeiros, o que poderá aumentar os défices comerciais.
“Os novos direitos aduaneiros anunciados pelos EUA terão um impacto global limitado na Europa”, afirmou Julian Hinz, economista do Instituto de Kiel e da Universidade de Bielefeld.
“Embora o aumento dos preços e as perturbações na cadeia de abastecimento constituam um desafio, algumas empresas europeias poderão beneficiar de desvios comerciais se os produtos canadianos ou mexicanos se tornarem mais caros”, disse à Euronews.
No entanto, Hinz acrescenta que este cenário poderá mudar se a ameaça de tarifas sobre a UE se concretizar.
Eleanor Butler / Euronews Português
BRASÍLIA/DF - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter em fevereiro a bandeira verde, a menos onerosa, para a cobrança pelo fornecimento de energia elétrica pelo Sistema Interligado Nacional (SIN). Será a terceira vez consecutiva em que a tarifa mensal não sofrerá nenhum acréscimo.
A cor da bandeira decidida mês a mês reflete a variação dos custos de geração de energia aferida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que define a melhor estratégia de geração de energia para atendimento da demanda.
Nos meses chuvosos no Brasil, como novembro, dezembro e janeiro, os reservatórios das usinas hidrelétricas alcançam maior volume, o que dispensa geração de energia pelas termoelétricas, mais caras – além de poluentes por causa do uso de combustível fóssil.
O sistema de bandeiras, criado em 2015, funciona como um sinal de trânsito e informa ao consumidor a necessidade de economia de luz em razão da variação do preço para a produção de energia elétrica.
AGÊNCIA BRASIL
BRASÍLIA/DF - O ministro Fernando Haddad (Fazenda) anunciou nesta quarta-feira (29) que a ferramenta e-Social será usada para a concessão de empréstimos consignados para trabalhadores do regime CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e para trabalhadores domésticos registrados na plataforma, em um novo modelo de crédito.
O anúncio foi feito após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os presidentes dos maiores bancos do país e no dia da decisão de alta de um ponto percentual da taxa Selic pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central. A desaceleração do crédito é uma das preocupações de Lula no cenário de alta dos juros.
Os banqueiros afirmaram ao presidente que o crédito do consignado privado tem potencial de aumentar em R$ 80 bilhões o volume de empréstimos nessa modalidade, chegando a R$ 120 bilhões. Hoje, o saldo do crédito consignado está em R$ 40 bilhões. Há bancos ainda mais otimistas e sinalizaram que a carteira pode quadruplicar.
Os representantes dos bancos não falaram a Lula em prazos para se chegar a esses valores, mas deixaram claro ao presidente que o novo consignado precisa nascer sem limitações de teto de juros, de acordo com pessoas a par da reunião ouvidas pela reportagem. O argumento é que na conjuntura atual, de alta de inflação e dos juros, não seria recomendável que o novo produto seja tabelado.
O tabelamento dos juros é um dos entraves para a proposta ainda não ter saído do papel, mesmo após um ano de discussões. O outro é a resistência do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que quer acabar com o saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) antes de lançar o consignado privado.
Após a reunião, Haddad disse que o novo modelo vai representar um crédito barato para cerca de 42 milhões de brasileiros. Ele informou que terá uma reunião com Lula para acertar os últimos detalhes do texto -que deve ser uma medida provisória- a ser encaminhado ao Congresso Nacional.
A equipe de Lula também evitou responder sobre o uso do FGTS como garantia para o novo modelo de crédito consignado. Mas uma lei de 2023 já prevê que no atual consignado o empregado possa oferecer 10% do saldo do FGTS como garantia. Marinho informou que não pretende alterar essa regra. Os bancos defendem uma nova regulamentação.
O modelo consignado privado foi discutido durante reunião no Palácio do Planalto com o presidente Lula, os ministros Fernando Haddad, Luiz Marinho e Rui Costa (Casa Civil); o presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, CEOs dos principais bancos privados e presidentes de bancos públicos.
Fernando Haddad não esclareceu se o novo modelo vai substituir ou coexistir com o formato atual, que é intermediado pela empresa onde o trabalhador atua. Hoje, precisa haver um convênio entre a empresa e a instituição financeira. Por causa dessas formalidades, esse formato nunca decolou.
Já o novo modelo prevê a criação de uma plataforma, que terá como base o e-social. Então os trabalhadores poderão escolher as melhores ofertas de crédito consignado e efetuar a operação financeira.
"Esse produto provoca uma pequena revolução no crédito brasileiro, porque você vai consignar no e-social, que é algo que toda empresa hoje tem que aderir para fazer o recolhimento do que deve ao trabalhador em termos de INSS, com liberdade, com o imposto retido na fonte e assim por diante", afirmou o ministro.
"Vai criar uma nova plataforma virtual que vai permitir a milhões de brasileiros, que hoje não têm acesso a crédito consignado barato, [terem acesso]", acrescentou.
Haddad afirmou que questões relativas ao fim do saque-aniversário do FGTS não foram discutidas durante o encontro.
A plataforma digital vai conectar todas as empresas (independentemente do porte) com os aplicativos dos bancos. O presidente da Febraban disse que a plataforma vai permitir competição e que os bancos conectados no e-Social vão disputar o cliente. "Temos aqui uma perspectiva positiva de um crédito mais acessível ao trabalhador", afirmou o executivo.
Segundo Sidney, quanto mais os bancos puderem competir entre si para ofertar essa linha, os trabalhadores poderão migrar do banco A para o B e o C. Ele defendeu que não haja teto para os juros. "O teto costuma gerar algumas disfuncionalidades na competição. Essa é a nossa tese, mas essa é uma decisão governamental", disse.
A criação de um consignado vinculado ao e-social é esperada pelo mercado imobiliário como uma alternativa ao saque do FGTS e foi uma das promessas feita pelo governo federal ao setor na última terça-feira (28).
A Abrainc, que representa os incorporadores, acredita que, bem calibrada, a medida irá preservar a capacidade do FGTS para investir em habitação sem retirar do trabalhador o acesso a uma linha de crédito a taxas competitivas.
A crítica ao saque-aniversário, segundo o setor imobiliário, é que desde a criação da modalidade, em 2019, foram sacados mais de R$ 121 bilhões do FGTS. Os recursos seriam suficientes para a construção de cerca de 600 mil novas moradias e geração de 1,5 milhão de empregos.
Desde o lançamento do saque-aniversário, em 2020, o saldo do FGTS cresceu 40%, segundo dados de julho de 2024.
POR FOLHAPRESS
BRASÍLIA/DF - As prestadoras de telefonia móvel e fixa terão que enviar mensalmente à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) os relatórios referentes a chamadas recebidas, incluindo aquelas com indícios de alteração indevida de código de acesso (spoofing) nos números de telefones. Esta técnica é usada por criminosos para falsificar o número de telefone de uma ligação.
Os relatórios devem ser encaminhados pelo sistema Coleta de Dados Anatel, implementado em janeiro deste ano. O objetivo do sistema que recebe dados de originadores de chamadas indesejadas é permitir que a Anatel proteja o consumidor mais rapidamente de possíveis golpes por chamadas telefônicas.
Segundo a Anatel, o envio dos dados faz parte de um conjunto de medidas regulatórias de enfrentamento às ligações indesejadas já estabelecidas pelo órgão, com o objetivo de reduzir o incômodo aos usuários de serviços de telecomunicações no Brasil e evitar fraudes por telefone. Como resultado, houve a redução de 184,9 bilhões dessas chamadas, entre junho de 2022 e dezembro de 2024, em todo o país.
Pela determinação, as entidades do setor de telecomunicações devem enviar os relatórios todo dia 15 de cada mês ao sistema que coleta dados para a Agência.
A estimativa é que as informações permitam que a Anatel monitore sistematicamente a origem de ligações irregulares, constate as irregularidades e acompanhe o cumprimento das medidas cautelares já expedidas, como a suspensão de usuários ou de empresas que cometem fraudes ou abusos.
A Anatel estabelece às prestadoras de telefonia móvel e fixa que, ao receberem as chamadas indesejadas irregulares, notifiquem as prestadoras de origem da ligação indesejada.
Além disso, as empresas receptoras das chamadas devem informar à Anatel dados como: data, horário das ligações, identificação das prestadoras de origem das chamadas indesejadas; data em que as infrações foram cometidas; proporções de chamadas com números falsos em relação ao total de chamadas recebidas e, quando for o caso, os tipos e prazo de suspensão de serviços.
A medida prevê que os envolvidos nas origens dessas chamadas irregulares sejam multados e até suspensos. As empresas de telefonia móvel e fixa que descumprirem as regras estão sujeitas a multas de até R$ 50 milhões.
Quando os originadores das chamadas estiverem relacionados a golpes ou fraudes envolvendo uso de nome de instituição financeira, as informações serão enviadas às autoridades de segurança pública.
AGÊNCIA BRASIL
BRASÍLIA/DF - O Ministério do Trabalho e Emprego realizou, ao longo de todo o ano de 2024, 1.035 ações fiscais de combate ao trabalho análogo à escravidão. As operações resultaram no resgate de 2.004 trabalhadores submetidos a condições degradantes, assegurando o pagamento de R$ 7.061.526,03 em verbas trabalhistas e rescisórias.
Em nota, a pasta informou que o combate ao trabalho escravo, no ano passado, alcançou, ao todo, 5.741 trabalhadores, incluindo aqueles cujos direitos, mesmo não caracterizados como situação de trabalho escravo contemporâneo, foram verificados e assegurados pela atuação dos auditores fiscais do trabalho.
As áreas com maior número de trabalhadores resgatados foram construção de edifícios (293), cultivo de café (214), cultivo de cebola (194), serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita (120) e horticultura, exceto morango (84).
“Esses dados revelam um crescimento significativo no número de trabalhadores resgatados em áreas urbanas, que representaram 30% do total de trabalhadores em condições análogas à escravidão identificados em 2024”, destacou o ministério.
No âmbito doméstico, a inspeção do trabalho realizou 22 ações fiscais específicas em 2024, resultando no resgate de 19 trabalhadores.
Os estados com maior número de ações fiscais ao longo de 2024 foram São Paulo (191), Minas Gerais (136), Rio Grande do Sul (82), Paraná (42), Espírito Santo e Rio de Janeiro (ambos com 41 cada).
Quanto ao número de resgatados, os destaques foram Minas Gerais (500), São Paulo (467), Bahia (198), Goiás (155), Pernambuco (137) e Mato Grosso do Sul (105).
No combate ao trabalho análogo à escravidão, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel conta com a participação da Inspeção do Trabalho, que coordena as ações.
“Quando nós vamos ao campo de resgate das vítimas, a gente apoia, em conjunto com outras instituições, como o Ministério Público de Trabalho, o Ministério Federal, o Ministério Público Federal, a Defensoria Pública da União, a Polícia Rodoviária Federal”, explicou o coordenador-geral de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Análogo ao de Escravizador e Tráfico de Pessoas do ministério, André Esposito.
“A partir da identificação e resgate das vítimas, a gente tem o acionamento de toda uma rede depois para o pós-resgate, para o momento seguinte da vítima, para o acolhimento institucional em referência a outras políticas públicas.”
Todo trabalhador resgatado por um auditor fiscal do trabalho tem, por lei, direito ao Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado, pago em três parcelas no valor de um salário mínimo cada. O benefício, somado à garantia dos direitos trabalhistas cobrados dos empregadores, busca oferecer condições básicas para que o trabalhador possa recomeçar.
“Hoje, a gente é reconhecido internacionalmente e formalmente pela ONU [Organização das Nações Unidas], pela Organização Internacional do Trabalho, como modelo de boa prática para a execução de política pública de erradicação do trabalho escravo.”
“Então, a gente realmente está longe de precisar inventar a roda, em termos de desenho de política pública, porque a gente precisa manter e reforçar os esforços que estão sendo feitos, que têm dado resultados importantes para os esforços de erradicação e para o atendimento e garantir direitos às vítimas”, concluiu Esposito.
AGÊNCIA BRASIL
SÃO PAULO/SP - A fraude contra a jornalista Fabrícia Peixoto começou com uma chamada, identificada pelo celular com o número de sua agência bancária. O criminoso sabia o nome dela, o número da agência e até o número de referência da chave de segurança da vítima.
A estratégia é recorrente. Os estelionatários usam tecnologia para mascarar o número dos próprios telefones e se passar pelos bancos. Eles têm sob a mira pessoas expostas em vazamentos na internet, de maneira que podem articular narrativas calcadas em fatos para enganar o alvo.
"Quando eu atendi, ele se apresentou como 'o Márcio, da sua agência' ", afirma Fabrícia. Supostas transferências de alto valor agendadas no aplicativo do banco motivaram a ligação. "Ele me convidou primeiro a ir à agência, antes de se propor a resolver o problema pelo telefone, o que foi mais um fator de confiança", recorda.
O criminoso pediu à jornalista que usasse um código para cancelar a transferência. O código dizia "Cancelamento de agendamento Pix". Peixoto afirma que achou estranho, mas o nome da chave Pix lhe deu outro sinal de credibilidade. As palavras, porém, eram apenas o nome fantasia do CNPJ associado ao pagamento.
O prejuízo da jornalista foi de R$ 7.400. Ela registrou boletim de ocorrência na delegacia virtual e notificou a agência. Porém afirma que não espera receber devolução da quantia, porque fez a transferência por espontânea vontade, usando a própria senha.
Os criminosos conseguiram enganar Fabrícia usando um software que altera o código que sinaliza o número de telefone de quem está ligando (o chamado Caller ID). Com essa adulteração, a chamada vem de um número, mas o que aparece para o usuário é outro, diz a CEO da SilverGuard, Marcia Netto. Essa técnica se chama spoofing.
Não existe atualmente um programa que detecte o uso dessa tecnologia. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) tem um serviço chamado Origem Verificada que garante às empresas registradas um selo de autenticidade (parecido com o que as redes sociais adotam). Os remetentes verificados também podem exibir uma imagem do logo da empresa.
De acordo com especialistas em cibersegurança consultados pela reportagem, ainda faltam campanhas educativas para a estratégia se tornar eficaz.
O estudo "Golpes com Pix", da consultoria antifraude SilverGuard, mostra que os golpes por telefone causam, em média, perdas de R$ 5.100 por ocorrência. Trata-se do maior tíquete médio entre as fraudes, embora a frequência dessa modalidade seja mais baixa em comparação com casos de estelionato nas redes sociais -1,6% nas ligações, ante 39% no WhatsApp.
Quadrilhas executam os golpes em centrais telefônicas e recorrem a dossiês de informações pessoais vazadas para praticar os crimes. Por isso, pessoas expostas por vazamentos são vítimas mais frequentes dos estelionatários. Os criminosos também coletam dados em campanhas de emails e sites falsos na internet, nos quais pedem nome, CPF e endereço em troca de supostos benefícios.
A Febraban também alerta para a maior recorrência desse crime contra idosos, que têm proteção adicional no Código Penal -a pena para crimes digitais é agravada quando o crime vitima pessoas com mais de 65 anos.
Os estelionatários, além de simular números de remetentes conhecidos, podem usar irregularmente prefixos comerciais como 0800, 0300, 4000, 4003, 4004, e até o início do telefone da própria vítima, ou enviar mensagens de SMS a partir de números curtos.
A Anatel recomenda ao consumidor que, antes de ligar ou retornar a chamada, consulte a procedência do telefone na plataforma Qual Empresa me Ligou.
No dia 20, a agência também reforçou a fiscalização. As operadoras de telefonia fixa agora serão obrigadas a enviar relatórios mensais sobre o tráfego de chamadas, incluindo as que tiverem indícios de alteração indevida de código de acesso (spoofing).
No caso de Fabrícia, ela só não fez uma segunda transferência e teve um prejuízo maior porque decidiu telefonar para sua agência e confirmar a veracidade dos fatos. "A gerente me disse que não havia nenhum Márcio na agência", relata.
A Febraban também alerta para o risco de golpes com pedidos de transferência via TED e cartão. E afirma que bancos nunca pedem informações bancárias.
"Dizendo que eu olhasse se tinha um empréstimo, o criminoso me perguntou o quanto eu tinha de cheque especial", recorda a jornalista. Ela respondeu e deu margem para o criminoso saber o quanto pedir no golpe.
VEJA DICAS PARA SE PREVENIR
- Nunca ligue para números de telefone indicados em mensagens
- Quando receber uma suposta ligação do banco, confirme a autenticidade da história, ligando para seu gerente ou sua agência
- Nunca compartilhe dados como senhas, token e outros dados pessoais em ligações
- Consulte o responsável pela linha na plataforma Que Empresa me Ligou caso receba mensagens comerciais
FOLHAPRESS
Acordo une know-how das duas empresas ribeirão-pretanas e prevê um grande potencial na categoria, bem como a inovação para a inclusão de mais um formato
RIBEIRÃO PRETO/SP - A Cory Alimentos, uma das líderes no mercado de candies no Brasil, e a Santa Helena Alimentos - empresa líder do segmento de doces e snacks à base de amendoim -, anunciam uma parceria para a produção e comercialização das tradicionais balas mastigáveis Paçoquita, além de lançar no mercado uma novidade: os drops mastigáveis Paçoquita.
A produção das balas e drops será realizada nas indústrias Cory que, a partir deste ano, tem o licenciamento da Paçoquita, uma das marcas da Santa Helena, exclusivamente para estes produtos. O acordo une a experiência de duas indústrias de Ribeirão Preto – uma especializada em balas e a outra em amendoim –, que são referências em seus segmentos, busca ampliar a presença no mercado de doces e conquistar novos consumidores em todo o Brasil.
“Esta parceria é uma união de forças de duas grandes marcas, que trarão um impacto positivo para o mercado de candies. A expertise da Cory na produção de balas, somada ao prestígio e à tradição da Santa Helena com a marca Paçoquita, certamente resultará em produtos inovadores e de alta qualidade, que agradarão aos consumidores de todo o Brasil”, afirma Daniel Andreolli, diretor de marketing, vendas e inovação da Cory.
Para a Santa Helena, empresa do segmento de amendoim do país, que responde por quase 25% do consumo do grão no Brasil, parcerias e colaborações são sempre bem-vindas. “Nosso desafio é reforçar o amplo reconhecimento de Paçoquita como sinônimo e a assinatura oficial de sabor de uma categoria amada pelos brasileiros, que se une a um parceiro de alta qualidade e atualização em balas para seguir oferecendo o melhor aos fãs da marca", diz Breno Carvalho, Head Marketing da Santa Helena.
Os produtos
Com a parceria, a Cory se tornou responsável pela produção, comercialização e distribuição das balas mastigáveis Paçoquita em seu portfólio, além da nova linha de drops mastigáveis Paçoquita, que chegam para diversificar a linha de produtos da marca e oferecer mais opções aos consumidores.
Os drops mastigáveis serão vendidos em displays de 525 gramas, contendo 15 unidades de 35 gramas cada. Enquanto que as balas mastigáveis Paçoquita serão comercializadas em pacotes de 500 gramas.
BRASÍLIA/DF - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibilizou, mais R$ 4,8 bilhões em recursos para operações de crédito rural no âmbito de programas do Plano Safra 2024-2025. Deste montante, R$ 2,7 bilhões serão destinados às linhas voltadas para agricultura empresarial e R$ 2,1 bilhão para agricultura familiar.
Desta forma, o total de recursos ainda disponível nos diferentes programas agropecuários do governo federal (PAGF) a serem repassados pelo banco é de R$ 11 bilhões, com prazo de utilização até junho deste ano.
A verba poderá ser usada por produtores rurais, cooperativas e agricultores familiares para custeio e investimento em diversas finalidades, incluindo ampliação da produção, aquisição de máquinas e equipamentos, armazenagem e inovação.
Essa nova liberação de recursos demonstra o papel estratégico do BNDES no apoio ao agro brasileiro, promovendo tanto o crescimento da agricultura familiar quanto o desenvolvimento da agricultura empresarial, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. "Nosso objetivo é garantir que pequenos e médios produtores tenham acesso ao crédito necessário para investir em inovação, modernização e práticas sustentáveis, fortalecendo a cadeia produtiva e contribuindo para a transição a uma economia mais verde”, acrescentou.
O BNDES é um dos principais apoiadores do setor agropecuário. No Plano Safra 2024-2025, o banco já aprovou R$ 27,9 bilhões e atendeu a solicitações de mais de 126 mil operações indiretas, realizadas pela rede de agentes financeiros credenciados. Além desses programas, a instituição oferece soluções próprias para garantir a oferta de crédito ao setor agropecuário durante todo o ano, como o BNDES Crédito Rural. Na atual safra, o produto já soma R$ 3,7 bilhões em operações aprovadas.
AGÊNCIA BRASIL
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.