Jornalista/Radialista
SÃO CARLOS/SP - A Câmara Municipal de São Carlos realizou na última quinta-feira (1) no Edifício Euclides da Cunha a sessão solene de entrega do “Selo Carolina Maria de Jesus” para uma instituição de ensino e um profissional da educação pelo desenvolvimento de ações de promoção da igualdade racial no âmbito da educação, e o “Prêmio Chica Lopes” a personalidades negras que contribuíram de forma relevante para o desenvolvimento e promoção da igualdade étnico-racial no município.
O Prêmio Chica Lopes foi entregue a Zélia Maria Evaristo Leite e Benedito Elson da Silva (Benê). Zélia foi representada pelas filhas Tatiana e Tulane. Estiveram presentes Tânia, irmã da homenageada, e os irmãos de Chica Lopes, Olívia e Carlos.
O Selo Carolina Maria de Jesus foi atribuído às professoras Rosana Almeida e Alessandra Guerra da Silva Oliveira e à diretora da Escola Estadual João Batista Gasparin, Juliana Gastaldi.
Presidida pelo vereador Roselei Françoso, a solenidade teve como oradora oficial a vereadora Raquel Auxiliadora e contou com presenças do vereador Azuaite França, de Vanessa Soriano, secretária municipal de Cidadania e Assistência Social, representando o prefeito Airton Garcia Ferreira, de Wanda Hoffmann, secretária municipal de Educação, de Débora Costa Blanco, dirigente regional de Ensino, de Cristiane Lemos de Menezes, presidente da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil, de Ayodele Floriano Silva, do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros da Universidade Federal de São Carlos, de José Cláudio Salvador, do Conselho da Comunidade Negra, de Joana D’Arc de Oliveira, da Comissão do Prêmio Chica Lopes, e Isaque Sampaio, responsável pelo Centro de Cultura Afro Brasileira Odete dos Santos.
A solenidade colocou em evidência o trabalho de profissionais de educação que desenvolvem no âmbito escolar, ações de implementação da Lei nº 10.639/2003, que incluiu no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira”. Ao todo, 39 trabalhos foram inscritos e a vereadora Raquel Auxiliadora anunciou que o conteúdo será reunido em livro.
Durante a sessão foram exibidos vídeos em homenagem a Carolina Maria de Jesus e Chica Lopes, bem como aos homenageados.
Durante a cerimônia, Raquel Auxiliadora enfatizou a importância de que o evento e as premiações não fiquem condicionados a seu mandato, mas que a comunidade negra da cidade os incorpore e fortaleça, como instrumento de luta pela igualdade racial no município.
AS PATRONESSES - Carolina Maria de Jesus (1914-1977) foi uma escritora, compositora e poetisa brasileira, mais conhecida por seu livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960. Carolina de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes escritoras do país.
Francisca da Conceição Lopes de Oliveira, Chica Lopes (1925-2016), foi uma atriz são-carlense que iniciou a carreira no teleteatro em 1950, trabalhou em peças teatrais e no cinema, alcançando destaque por seus trabalhos em novelas das TVs Tupi, Record, Bandeirantes, SBT e Globo. Fez grande sucesso ao atuar na terceira edição da novela “Éramos Seis” e na novela “Escrava Isaura”. Em 2005, recebeu o Prêmio Zumbi dos Palmares na Assembleia Legislativa de São Paulo, durante a Semana de Cultura Negra como uma das mais proeminentes atrizes da comunidade negra no país. Chica Lopes faleceu em São Carlos em 10 de setembro de 2016.
As fotografias de Terra Terreno Território são impressas em folhas de plantas e em papel com pigmento de jenipapo.
PRESIDENTE PRUDENTE/SP - O Centro Cultural Matarazzo, complexo cultural da Secretaria Municipal de Cultura de Presidente Prudente, SP, recebe a exposição Terra Terreno Território, com obras de temática indígena, da fotógrafa e artista visual Dani Sandrini. A temporada acontece do dia 8 de dezembro de 2022 ao dia 12 de março de 2023, com visitação gratuita.
As imagens que compõem a mostra foram captadas, durante o ano de 2019, em aldeias indígenas da Grande São Paulo, onde predomina a etnia Guarani, e também no contexto urbano, que abriga aproximadamente 53 etnias.
Terra Terreno Território reúne 70 obras em dois agrupamentos fotográficos. No primeiro a impressão é feita em papéis sensibilizados com o pigmento extraído do fruto jenipapo (o mesmo que indígenas usam nas pinturas corporais). E no segundo, diretamente em folhas de plantas. Os processos - chamados de antotipia e fitotipia, respectivamente - se dão artesanalmente, através da ação da luz solar, em tempos que vão de três dias a cinco semanas de exposição.
As imagens fotográficas - de tamanhos que variam entre 10x15 a 50x75cm - trazem uma temporalidade inversa à prática fotográfica vigente, da rapidez do click e da imagem virtual. “O tempo de exposição longo convida à desaceleração para observar o entorno com outro tempo e sob outra perspectiva. Como a natureza, onde tudo se transforma, esses processos produzem imagens que também se transformam com o tempo; uma referência à permanente transformação da cultura indígena, que não ficou congelada 520 anos atrás”, reflete a artista.
A delicadeza do processo orgânico traz também uma consequente fragilidade para as fotografias com a passagem do tempo. A artista explica que “dependendo da incidência de luz natural diretamente na imagem, por exemplo, pode levá-la ao apagamento”. Sandrini considera esta possibilidade como um paralelo ao apagamento histórico que a cultura indígena vem sofrendo em nosso país. Ela diz que “a proposta favorece também a discussão acerca da fotografia com seu caráter de memória e documento como algo imutável, ampliando seus contornos e podendo se vincular ao documental de forma bem mais subjetiva. A certeza é a transformação. A foto não congela o tempo. Os suportes que aqui abrigam as fotografias geram outros significados”, reflete.
Com Terra Terreno Território a fotógrafa alerta para a necessidade de compreender a cultura indígena para além dos clichês que achatam a diversidade do termo. “Aqui, a intenção é exatamente oposta: é desachatar, lembrar que muitos indígenas vivem do nosso lado e nem nos damos conta. Já se perguntaram o porquê de essa história ter sido apagada?”, comenta Dani que, no projeto, fotografou pessoas de diversas etnias, oriundas de várias regiões do país, ora posando para um retrato ora em suas rotinas, suas atividades, seus eventos, rituais ou celebrações.
Terra Terreno Território nasceu do projeto Darueira, em 2018, contemplado no 1° Edital de Apoio à Criação e Exposição Fotográfica, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo por meio da Supervisão de Fomento às Artes. Realizado, em 2019, ganhou exposição na Biblioteca Mario de Andrade, de outubro a dezembro. Em 2020 (no formato online, devido à pandemia), a exposição passou pela Galeria Municipal de Arte, do Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes (Chapecó/SC), Cali Foto Fest (Colômbia) e Pequeno Encontro de Fotografia (Olinda/PE). Em 2021, integrou o Festival Photothings (exposição online no metrô de São Paulo; ensaio escolhido para integrar a Coleção Photothings). Em 2022, Terra Terreno Território foi selecionada para a Exposição Latinas en Paris (Fotografas Latam, Fundación Fotógrafas Latinoamericanas) e circulou por unidades do SESI São Paulo – Itapetininga, Campinas e São José do Rio Preto.
Dani Sandrini - Fotógrafa e artista visual, a paulistana Dani Sandrini desenvolve projetos documentais e artísticos, desde 2014, apesar de ser fotógrafa comercial, desde 1998. A depender do projeto e suas singularidades, sua fotografia é colocada nas telas ou papéis, mas também pode conter outros elementos que adicionam significados à imagem final, bem como camadas extras de subjetividade. Pesquisa o entrelaçamento de materiais e suportes com a imagem fotográfica e a ação do tempo sobre a mesma. Dani tem experiência em processos fotográficos alternativos e desenvolve projetos utilizando impressão por transferência, fotografia estenopeica, cianotipia, antotipia e fitotipia.
Serviço
Exposição: Terra Terreno Território
Artista: Dani Sandrini
Temporada: 8 de dezembro de 2022 a 12 de março de 2023
Horário: segunda a sábado (das 8h30 às 22h), domingos e feriados (das 16h às 22h)
Visitação gratuita. Classificação: Livre.
Centro Cultural Matarazzo
Área de Convivência
Rua Quintino Bocaiúva, 749 - Vila Marcondes. Presidente Prudente/SP.
http://www.culturapp.com.br/ | Nas redes: @culturaprudente
Instagram - @terraterrenoterritorio | Facebook @terra-terreno-território-
ARARAQUARA/SP - A Polícia Federal incinerou na sexta-feira (2), em fornos de indústria localizada em Araraquara, 4.000 quilos de drogas (maconha e cocaína), além de alguns comprimidos de ecstasy, selos de LSD e cartuchos para cigarrilha eletrônica com THC (da maconha), resultantes de apreensões realizadas nos últimos meses.
Equipe formada por policiais federais, acompanhados por agentes de saúde pública, do Departamento Regional de Saúde III e representante do Ministério Público Federal de Araraquara, acompanharam a operação de incineração em fornos industriais. Foram 3.945 kg de maconha, 54,8 kg de cocaína, 7 comprimidos de ecstasy, 2 selos de LSD, bem como 804 cartuchos com THC (princípio ativo maconha), utilizados como refil para cigarrilha eletrônica.
As substâncias psicotrópicas ilícitas apreendidas foram resultantes de seis ocorrências, que resultaram na lavratura de flagrantes policiais.
Por Luis Antônio / PORTAL MORADA
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.