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Redação

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 Jornalista/Radialista

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Pesquisadores da UFSCar e parceiros nacionais e internacionais inovam ao combinar fatores espaciais em relação à série temporal

 

SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) publicaram dois estudos geográficos pioneiros no uso de método de escaneamento estatístico espaço-temporal para monitorar a Covid-19. O primeiro abrange o estado de São Paulo, avaliando a dispersão da doença nos municípios paulistas, tendo como base o número de casos diários e identificando clusters (agrupamentos) espaço-temporais emergentes ativos nesses municípios. Já a segunda pesquisa determina os clusters emergentes em todo o Brasil, levantando o risco relativo da doença para os 5570 municípios brasileiros. Neste, também são considerados na análise o risco relativo com índices de vulnerabilidade social (IVS), desigualdade (GINI) e com a taxa de mortalidade.

Os trabalhos são fruto de uma parceria entre instituições do Brasil e Estados Unidos e são assinados pelos pesquisadores Rogério Hartung Toppa, do Departamento de Ciências Ambientais (DCA-So), Marcos Roberto Martines, do Departamento de Geografia, Turismo e Humanidades (DGTH-So), ambos do Campus Sorocaba da UFSCar; Ricardo Ferreira Vicente, da  Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM); Luiza Maria de Assunção, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Michael Richard Desjardins, da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health; e Eric M. Delmelle, da Universidade da Carolina do Norte.

"No estudo sobre os municípios paulistas, nós subdividimos todo o período de estudo - 25 de fevereiro (data do primeiro caso de Covid-19 confirmado no Brasil) a 5 de maio - em três recortes temporais: 25/2 a 24/3; 25/2 a 15/4; e 25/02 a 05/05. Isso permitiu determinar o arranjo geográfico deste risco relativo para o estado de São Paulo por meio dos clusters emergentes", detalham Toppa e Martines. Enquanto no primeiro período não havia nenhum cluster significativo no Estado, no terceiro recorte, que abrangeu todo o período de análise (70 dias da pandemia), foram identificados três clusters emergentes significativos e 23 municípios com risco relativo maior do que 1, ou seja, com mais casos observados de Covid-19 do que esperados. "O que chamou a atenção é que esses clusters estavam todos próximos da capital do Estado, o que corrobora com a ideia de que a cidade de São Paulo era o epicentro da doença no período analisado", destacam.

No segundo estudo, que inclui variáveis socioeconômicas, os professores da UFSCar e demais colaboradores observaram uma "correlação positiva do risco relativo com essas variáveis, ou seja, locais mais vulneráveis e mais desiguais socialmente têm uma maior tendência de apresentarem os maiores riscos relativos da doença, além de uma maior taxa de mortalidade".

Para esse estudo de abrangência nacional foi feito um recorte temporal de 103 dias (de 25 de fevereiro a 7 de junho). "Encontramos 11 clusters emergentes de Covid-19 ocorrendo em todas as regiões do Brasil, sendo que sete deles apresentaram um risco relativo maior do que 1, o que significa que esses clusters têm mais casos observados do que esperados. O cluster mais crítico foi observado predominantemente na região Norte, também incluindo o estado do Tocantins", revelam os professores da UFSCar. 

"Nesse estudo nós listamos os três municípios mais críticos em relação aos sete clusters ativos identificados e cujos casos observados são maiores do que os casos esperados", descrevem Toppa e Martines. Segundo eles, a situação mais crítica se encontra no município de Pedra Branca do Amapari, no estado do Amapá. "Vale destacar que todos os 16 municípios do estado do Amapá estão com o risco relativo maior do que 1", completam. Por outro lado, foram encontrados municípios com risco relativo zero e outros com baixos valores de risco relativo em diversos estados brasileiros. 

"Os resultados obtidos são um sinal de alerta sobre os casos de Covid-19 em municípios mais vulneráveis socioeconomicamente. Acreditamos que a ampla divulgação desse trabalho chama a atenção do poder público sobre o arranjo geográfico da doença em diferentes condições socioeconômicas do País, e que é necessário ter uma maior atenção em regiões mais vulneráveis", analisam. 

De acordo com os docentes da UFSCar, o método usado nesses estudos permite a identificação de padrões espaciais e/ou espaço-temporais que geram agrupamentos de dados como resultados, possibilitando que os tomadores de decisão identifiquem pontos críticos estatisticamente significativos dos casos de Covid-19. "Dentre as aplicabilidades possíveis está a capacidade de identificar e prever ocorrências de fenômenos com base na identificação de áreas - conjuntos - de dados. Isso pode subsidiar possíveis medidas de prevenção para minimizar os danos à população exposta ao risco do fenômeno estudado", concluem os professores da UFSCar. 

Saiba mais
O artigo sobre o avanço da Covid-19 no estado de São Paulo, intitulado "Applying a Prospective Space-Time Scan Statistic to Examine the Evolution of COVID-19 Clusters in the State of Sao Paulo, Brazil", está disponível no site da medRxiv, em https://bit.ly/3fyE7Db, um servidor online gratuito de manuscritos na área das Ciências da Saúde. Já a publicação que amplia o estudo para todo o Brasil, intitulada "Detecting space-time clusters of COVID-19 in Brazil: mortality, inequality, socioeconomic vulnerability, and the relative risk of the disease in Brazilian municipalities", pode ser acessada em https://bit.ly/2AIx8sJ.
Mais informações podem ser obtidas com os autores pelos e-mails Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

RIO DE JANEIRO/RJ - Há várias formas de dimensionar o tamanho de um Fla-Flu. A mais famosa citação do cronista Nelson Rodrigues sobre o clássico é que ele surgiu "40 minutos antes do nada". O premiado escritor uruguaio Eduardo Galeano também faz menção ao embate histórico na obra-prima Futebol ao sol e à sombra. O confronto é cantado, até mesmo, por um de seus participantes. "No Fla-Flu é o ai, Jesus!", diz um trecho do hino rubro-negro.

A cultura poliesportiva de ambos os clubes faz com que seus representantes também se cruzem em outros campos, na terra ou na água – muitas vezes, estando no mesmo lado. Caso do nado artístico, que até julho de 2017 tinha o nome de nado sincronizado. Tradicionais na modalidade, o campeão brasileiro Flamengo e o vice Fluminense formaram a base da seleção nos Jogos Pan-Americanos de Lima (Peru) e no Mundial de Esportes Aquáticos de Gwangju (Coreia do Sul), no ano passado. Além disso, o dueto que vem treinando para disputar vaga na Olimpíada de Tóquio (Japão) tem, justamente, uma atleta de cada agremiação.

Aos 24 anos, Luísa Borges é a metade tricolor do dueto Fla-Flu. Não que seja exatamente uma novidade. Em 2016, a nadadora do Fluminense representou o Brasil nos Jogos do Rio de Janeiro (Rio 2016) com Duda Miccuci, hoje no Flamengo e à época da Rio 2016 na agremiação das Laranjeiras. "Ser uma do Flamengo e a outra do Fluminense não atrapalha nada, até porque a gente quer a mesma coisa e torce pela mesma vitória. Tive outros duetos com meninas do Flamengo. Brincadeira sempre acontece, mas é saudável e tudo bem", diz Luísa à Agência Brasil.

Quatro anos depois, a parceira é outra, mas segue rubro-negra e de sobrenome Miccuci. Irmã de Duda, Laura Miccuci virou titular do dueto em julho, substituindo Maria Clara Lobo. Também do Flamengo, Lobo testou positivo no Mundial para a substância furosemida, diurético vetado pela Agência Mundial Antidoping (Wada). Com apenas duas semanas de treino, a dupla já caiu na água para disputar o Pan. O quarto lugar em Lima foi bem vindo. "Foi um desafio grande, mas sempre foi um objetivo meu [chegar ao dueto]. O resultado ajudou muito na nossa confiança", conta Laura, de 19 anos, à Agência Brasil.

Para defenderem o Brasil em Tóquio, elas terão pela frente o pré-olímpico de nado artístico, de 4 a 7 de março do ano que vem, na própria capital japonesa. A disputa seria em abril, mas foi adiada devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19), que também postergou os Jogos para 2021. Um dos desafios até lá será afinar o entrosamento. Apesar do tempo curto, a dupla não acredita que isso será complicado.

"Eu já conhecia a Luísa porque ela fazia dueto com a minha irmã. A gente se aproximou quando entrei para a seleção adulta e passamos a fazer parte da mesma equipe. Agora que entrei no dueto, a relação aumentou e tudo flui", afirma Laura. "Como ela já estava treinando com a gente há um tempo, o entrosamento aconteceu de forma natural. Nosso objetivo é o mesmo, obter um bom resultado para o Brasil, então, conseguimos juntar forças", completa Luísa.

"Nadando" sem piscina

A pandemia da covid-19 forçou Luísa e Laura a se adaptarem a uma rotina difícil para quem depende da água para treinar e competir. "A gente está se reinventando", explica Twila Cremona, técnica do dueto, à Agência Brasil. "As meninas têm se encontrado muitas vezes na semana, por videoconferência. Temos feito a marcação da coreografia fora d'água, cada uma em sua casa. Os preparadores do COB (Comitê Olímpico do Brasil) passam atividades físicas diariamente a elas. Estamos fazendo também a zala, que consiste em exercícios de flexibilidade e alongamento referentes ao nado, e até aula de dança", detalha.

Como diz o filósofo romano Juvenal, mens sana in corpore sano (mente sã, corpo são). Segundo a técnica, o período longe da piscina serve também para as duas atletas aprimorarem a parte teórica. "Temos estudado a coreografia, o que podemos melhorar, analisando os adversários e isso tudo está sendo válido. Tem o lado negativo, que é estarmos paradas há muito tempo e o retorno será complicado. Mas, olhando o copo meio cheio, isso está servindo para nos unir e melhorarmos juntas", analisa Twila, que conhece bem as duas pupilas: treinadora de Luísa no Fluminense, ela foi uma das primeiras a trabalhar com Laura quando a jovem, mais nova, ainda nadava pelo Tricolor.

A volta às atividades presenciais é uma incógnita, pois depende de liberação das autoridades sanitárias da cidade e do estado do Rio de Janeiro. "Temos o nosso protocolo, mas, obviamente, é preciso estar alinhado com outros. Precisamos ver como será o protocolo do COB para retorno ao Maria Lenk [Centro de Treinamentos do Time Brasil) e acompanhar as ordens judiciais. Faremos tudo com a máxima responsabilidade", garante à Agência Brasil o supervisor de Nado Artístico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Maurício Pradal.

Longe das piscinas desde março, o dueto Fla-Flu aguarda a liberação das atividades na água. "Nunca fiquei tanto tempo fora da piscina. Sinto muita vontade de ter essa rotina de treino, até porque estávamos em um ritmo pesado, tempo integral, para competir no pré-olímpico. Estava muito focada e sigo focada", afirma Luísa. "Acredito que o fato de cada uma estar em sua casa na quarentena ajuda para que o processo não demore tanto. Temos o objetivo de conseguir essa vaga e buscar uma final olímpica", completa Laura.

 

 

*Por Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e Rádio Nacional - São Paulo

*AGÊNCIA BRASIL

MUNDO - A Alemanha superou o pior da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus e já está no caminho para a recuperação, afirmou o Banco Central (Bundesbank) da maior economia europeia.

"Nos últimos meses vivemos a crise econômica mais grave da história da Alemanha (do pós-guerra)", declarou Jens Weidmann, presidente do Bundesbank, ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.

"A boa notícia é que o pior deve ter ficado para trás e que e as coisas devem melhorar", completou.

Weidmann destacou, no entanto, que a recuperação deve ser  "relativamente progressiva".

O presidente do Bundesbank, que não hesita em criticar as políticas expansionistas do Banco Central Europeu (BCE), expressou apoio aos planos de resgate e de recuperação econômica sem precedentes anunciados por Berlim para proteger as empresas e os empregos na Alemanha.

O governo conservador da chanceler Angela Merkel apresentou em março um grande plano de resgate de 1,1 trilhão de euros, rompendo assim com o dogma de não criar novas dívidas.

No início de junho, o governo anunciou a liberação de 130 bilhões adicionais em dois anos para apoiar a oferta, em especial com uma redução do imposto sobre o valor agregado, mas também a demanda com subsídios às famílias.

 

 

*Por: AFP

Categoria de alimentos segue apresentando as maiores elevações de preço; a batata, por exemplo, subiu 29,1%; a cebola 25% e a salsicha avulsa 13,2%

ARARAQUARA/SP -  O preço da cesta básica araraquarense registrou, em maio, alta de 1,8% na comparação com o mês anterior, atingindo o valor médio de R$ 644,26. No acumulado de janeiro até maio de 2020 o aumento chegou a 4,1% ou R$ 35,62 e na comparação interanual a cesta está 15,1% mais cara, elevação de R$ 84,76 em doze meses, descontados os efeitos da inflação.

Segundo levantamento do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, realizado em nove supermercados da cidade, esta é a quarta elevação consecutiva e a segunda maior variação mensal observada em 2020, atrás apenas do que foi registrado no mês de abril quando o aumento chegou a 2,3%.

O trabalhador que possui renda líquida de um salário mínimo (R$ 961,40), utilizou aproximadamente 67% do seu salário para adquirir os 31 produtos que compõem a cesta de produtos analisada. Levando em consideração a remuneração média dos trabalhadores formais no município - R$ 2.595,78, de acordo com o IBGE (2017) - o valor atual da cesta básica alcança 24,8% do rendimento desses profissionais.

Evolução mensal no preço médio da cesta básica em Araraquara - 2020

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Ainda de acordo com a pesquisa, considerando os 31 itens coletados, onze sofreram reduções de preço enquanto 19 estão mais caros. Desses, as maiores altas ocorreram na categoria de alimentos: a batata subiu 29,1%; a cebola 25% e a salsicha avulsa 13,2%.

O encarecimento dos itens de hortifruti se deve à redução da quantidade ofertada, tanto em decorrência do período de entressafra, como pelas adversidades climáticas enfrentadas pelos produtores agrícolas. O fim da safra das águas limitou a distribuição da batata em território nacional, que no acumulado do ano apresentou elevação média de 66% no preço praticado no varejo.

Sobre a cebola, as chuvas durante o início da safra atrapalharam o calendário dos produtores rurais que optaram pelo cultivo tardio. Além desse fator, a entrada reduzida da cebola argentina por conta das medidas preventivas contra o coronavírus também influenciaram o encarecimento do bulbo, que registrou variação média acumulada de 102% em 2020.

As maiores quedas observadas referem-se, principalmente, à implantação das medidas de restrição das atividades de food service. Assim, os segmentos de avicultura e suinocultura vêm sentindo o reflexo da redução na quantidade demandada por restaurantes, lanchonetes, bares e similares. Em relação aos criadores de aves, como a oferta de animais foi superior à demanda, os produtores reduziram os preços com o intuito de elevar as vendas no mercado doméstico. O impacto dessa estratégia foi observado na redução dos preços praticados nos supermercados da cidade.

Principais variações no preço médio da cesta básica em Araraquara - mai/abr 2020

Fonte/Elaboração: Sincomercio Araraquara

Apesar das elevações de preço identificadas no período, o setor de supermercados e hipermercados segue apresentando crescimento nas vendas, como vem sendo relatado nas últimas divulgações do Índice Cielo do Varejo Ampliado. O indicador, que reúne informações a respeito do varejo em âmbito nacional, divulgou que esse setor cresceu, em média, 15,8% entre a primeira semana de março e a segunda semana de junho de 2020, na comparação com fevereiro do mesmo ano.

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