Jornalista/Radialista
SÃO CARLOS/SP - Um estudo realizado recentemente por pesquisadores da USP de São Carlos foi recentemente publicado em nível internacional, onde é apresentada uma nova abordagem para modelar e caracterizar a epidemia COVID-19, usando uma rede complexa de múltiplas camadas. Sabendo-se que existem vários fatores envolvidos na disseminação da epidemia, como as características individuais de cada cidade/país, este trabalho confirma que a verdadeira forma da dinâmica da epidemia é um sistema grande e complexo, como a maioria dos sistemas sociais. Nesse contexto, redes complexas são um ótimo candidato devido à sua capacidade de lidar com propriedades estruturais e dinâmicas.
O modelo aprimora o SIR tradicional e é aplicado ao estudo da epidemia brasileira, analisando possíveis ações futuras e suas consequências. A rede é caracterizada por considerar estatísticas de infecção, morte e tempo de hospitalização. Para simular isolamento, distanciamento social, ou medidas de precaução, em seu trabalho os pesquisadores removeram camadas e/ou reduziram a intensidade dos contatos sociais. Os resultados mostram que, mesmo tomando várias premissas otimistas, os atuais níveis de isolamento no Brasil ainda podem levar ao colapso do sistema de saúde e a um número considerável de mortes (média de 168.000).
Se todas as atividades voltarem ao normal, o crescimento da epidemia sofre um aumento acentuado em relação ao padrão atual, e a demanda por leitos de UTI supera 3,5 vezes a capacidade do país. Isso, certamente levaria a um cenário catastrófico, já que nossa estimativa atinge uma média de 240.000 mortes, mesmo considerando que todos os casos são efetivamente tratados.
O aumento do isolamento (até um bloqueio) mostra ser a melhor opção para manter a situação sob a capacidade do sistema de saúde, além de garantir uma diminuição mais rápida de novas ocorrências de casos (meses de diferença) e um número de mortes significativamente menor (média de 79.000).
Para conferir este trabalho da autoria dos pesquisadores Leonardo Scabini, Altamir Júnior e Odemir Bruno, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e de Lucas Ribas, Mariane Neiva e Alex Farfán, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), clique em.
https://arxiv.org/pdf/2005.08125.pdf
*Por; Rui Sintra
SÃO CARLOS/SP - A Embrapa, que já contribui em âmbito nacional de diversas formas no enfrentamento da pandemia causada pelo novo coranavírus, entra em mais uma frente de atuação e vai coordenar no Brasil uma iniciativa que já envolve 13 países. A Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), um de seus 42 centros de pesquisa, está integrando um esforço internacional batizado de projeto "CoronaSurveys". A proposta da iniciativa é monitorar a incidência da Covid-19 por meio de pesquisas abertas e anônimas.
O projeto vai coletar e publicar dados referentes ao número de pessoas que contraíram e/ou manifestaram sintomas compatíveis com a Covid-19 em diferentes países. Os dados serão úteis para estimar o número de pessoas infectadas pelo Coronavírus em um determinado momento, assim como a evolução ao longo do tempo.
"Além de contribuir na divulgação, a Embrapa Instrumentação apoiará o projeto em pesquisa e desenvolvimento focados na análise e modelagem dos dados obtidos", explica o doutor em Ciências da Computação e Matemática Computacional, Ednaldo José Ferreira.
Pesquisa abre caminho para outras experiências
Para participar da pesquisa é só acessar a página do projeto https://coronasurveys.org , é rápido, são cerca de dois minutos para responder as questões. Um vídeo, com considerações sobre o preenchimento do questionário está disponível no canal oficial da Embrapa no Youtube https://youtu.be/HTrgqvPFfuc
De acordo com Ferreira, a carência de testes laboratoriais e subnotificações provocam impactos consideráveis nas estatísticas da pandemia na maioria dos países.
"Aquilo que vemos, em termos de estatísticas de contaminados é somente a ponta do iceberg da contaminação. Existem alguns estudos que visam estimar o tamanho do iceberg. Na componente científica do projeto, o CoronaSurveys alinha-se com tais estudos, mas o faz por meio de um sistema de informações simplificado e baseado no conhecimento das multidões. Os resultados preliminares obtidos para Portugal e Espanha foram muito promissores nas estimativas dos icebergs de contaminados daqueles países", esclarece Ferreira.
O CoronaSurveys é conduzido em âmbito internacional por uma equipe liderada pelo pesquisador do Instituto Madrileño De Estudios Avanzados (IMDEA), Antonio Fernandes Anta, e envolve universidades e institutos de pesquisa. Entre elas estão a Universidade de Washington (EUA), a Universidade Di Trento (Itália), a Universidade de Kaiserslautern (Alemanha) e a Universidade de Edimburgo (Escócia).
A forte atuação na área de Ciência de Dados, eixo importante do projeto CoronaSurveys, e a estreita relação com uma rede de parceiros, que inclui instituições como a Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Araraquara, balizaram o convite realizado a Ferreira para contribuir com a pesquisa.
"Esforços científicos de modelagem para melhorar estimativas e outros que auxiliem na divulgação da iniciativa são muito bem-vindos", comentou o líder espanhol do CoronaSurvey ao manifestar o interesse na participação do especialista brasileiro no projeto.
O chefe-geral da Embrapa Instrumentação, João de Mendonça Naime, lembrou que a Empresa já contribui com diferentes ações no combate ao novo coronavírus, como a disponibilização de infraestrutura, equipamentos e pessoal para realização de testes RT-PCR; doação de EPIs laboratoriais e promoção de campanhas de doação de alimentos para a população carente.
Além disso, foram submetidos projetos de pesquisa a diversos órgãos de fomentos, visando à obtenção de recursos para o combate à pandemia, participação no Comitê de Crise do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para monitoramento de impactos do coronavírus na produção agrícola e no abastecimento de alimentos.
"Agora a Embrapa dá mais uma contribuição importante com o apoio institucional e a participação efetiva do cientista da computação Ednaldo José Ferreira no projeto CoronaSurveys. A iniciativa internacional está obtendo um grande volume de dados que formarão retratos mais fidedignos da expansão da pandemia ao longo do tempo e, assim, embasar os gestores para elaboração de medidas mais efetivas de combate ao Coronavírus", salienta Naime.
"Tenho interesse em contribuir cientificamente e na divulgação do esforço como uma ação cidadã, mas vi uma excelente oportunidade para uma participação e contribuição institucional, uma vez que o tema "pandemia" é transversal e também afeta o agro", diz Ferreira.
Ele acredita que os esforços em modelagem de dados, em um projeto como este poderão trazer experiências enriquecedoras que ajudarão a traçar cenários diante de novos surtos, epidemias e pandemias ou até mesmo em sinistros sanitários diretamente ligados ao agro.
*Por: Joana Silva
SÃO CARLOS/SP - O vereador Rodson Magno do Carmo (PSDB) solicitou ao secretário municipal de serviços públicos, Mariel Olmo a desinfecção das áreas do entorno do Conjunto Habitacional da CDHU - Waldomiro Lobbe Sobrinho, localizado na Vila Isabel, incluindo as praças, pontos de ônibus e parques, com o intuito de combater o Coronavírus.
A medida visa desinfectar possíveis locais contaminados pelo vírus e frear o avanço da doença, uma vez que o conjunto é um dos mais populosos de nossa cidade.
Na desinfecção que já vem ocorrendo na cidade a pedido do vereador, estão sendo utilizados caminhões pipas, com o apoio do SAAE que lavam os locais mais frequentados pela população usando hipoclorito de sódio (cloro) ativo.
"Estudos sobre o tempo de sobrevivência do vírus em ambientes e superfícies ainda não são bem conhecidos por isso não podemos arriscar e tudo que estiver ao nosso alcance temos que fazer para proteger a população", argumentou o vereador.
10 leitos de tratamento intensivo estão disponíveis a pacientes com COVID-19 e são referenciados pela rede pública de saúde
SÃO CARLOS/SP - Os dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar) já estão em funcionamento e representam um grande reforço no sistema de saúde da região. Com os novos leitos, São Carlos passa a contar com 18 leitos de UTI para atendimento de pacientes com COVID-19, sendo 10 do HU-UFSCar e 8 da Santa Casa.
"Os leitos do HU mais que dobram a capacidade atual de UTI-SUS na cidade de São Carlos. São destinados a pacientes em situação crítica e que precisam de cuidados intensivos. Estão equipados com todos os equipamentos necessários para estabilizar e prolongar a vida dos pacientes", conta Ângela Leal, Superintendente do HU-UFSCar.
O HU-UFSCar não tinha leitos de UTI. Dos 10 leitos inaugurados, dois têm isolamento privativo. "A UTI amplia o atendimento do Hospital para alta complexidade. Pacientes graves poderão ser tratados aqui. Além disso, os alunos agora também terão à disposição um cenário de prática mais rico e complexo", relata a Superintendente do HU-UFSCar, Ângela Leal.
A nova UTI também conta com área para prescrição médica e sala de serviço, área para acolhimento de familiares (recepção), farmácia exclusiva para o setor, sanitários, vestiários, copa e salas administrativas para apoio logístico. "Trabalhamos ativamente junto ao MEC e à Ebserh para liberação dos recursos. A nova UTI fortalece nossa academia na área da saúde, formando profissionais qualificados e gerando conhecimento. Além disso, amplia a prestação de serviços via SUS, beneficiando a comunidade de São Carlos e região", afirma a Reitora da UFSCar, Wanda Hoffmann.
Desde o início da pandemia, o HU-UFSCar adotou uma série de medidas para conter a transmissão do novo Coronavírus e melhor organizar o fluxo de atendimentos. Além dos 10 novos leitos de UTI, outros 44 leitos já haviam sido disponibilizados para internação de pacientes COVID-19. Até o último sábado (16), já haviam passado pelo Hospital quase 650 pacientes, entre suspeitos e confirmados de COVID-19.
Novo Centro Cirúrgico - Até o final do mês, o Hospital Universitário (HU) entregará um centro cirúrgico e uma moderna Central de Material e Esterilização (CME). Iniciada em dezembro de 2018, toda a obra (UTI, centro cirúrgico e CME) foi contratada por R$ 9,3 milhões, sendo R$ 7,5 milhões de investimentos do Ministério da Educação (MEC) e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada à pasta, e o restante dos recursos investidos pelo próprio Hospital.
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