Jornalista/Radialista
WASHINGTON - Um importante conselheiro de segurança nacional de Donald Trump disse à Reuters na terça-feira que irá pressionar por mudanças na Otan caso o ex-presidente retorne ao poder, e que isso poderia resultar no fim da proteção a alguns países-membros contra um ataque externo.
Keith Kellogg, tenente-general reformado e ex-chefe de gabinete do Conselho de Segurança Nacional do ex-presidente, disse em entrevista que se um membro da aliança formada por 31 países não gastar pelo menos 2% do seu produto interno bruto na área de defesa, como seria o combinado em estatuto, ele apoiaria a remoção da proteção daquela nação sob o Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte.
O Artigo 5 afirma que um ataque contra um membro da aliança será considerado um ataque contra todos os países, e os membros da aliança devem responder de forma apropriada e conjunta. Sem essas proteções, não há garantia alguma a um país membro de que outros membros da Otan virão a seu auxílio.
“De onde eu venho, as alianças são importantes”, disse Kellogg, que também serviu como conselheiro de segurança nacional do ex-vice-presidente Mike Pence. “Mas se você vai fazer parte de uma aliança, contribua para a aliança, faça parte da aliança.”
Trump recebeu repreensões imediatas do presidente democrata Joe Biden e de nomes importantes da política do Ocidente assim que sugeriu, em comício no fim de semana, que não defenderá aqueles aliados da Otan que não gastarem o suficiente na área de defesa e que até encorajaria a Rússia a atacá-los.
Kellogg recusou-se a dizer se tinha discutido a proposta com Trump, embora tenha dito que eles têm conversado frequentemente sobre o futuro da Otan. Trump está perto de garantir a nomeação presidencial do Partido Republicano para as eleições gerais que ocorrerão no dia 5 de novembro.
Kellogg disse que, se Trump vencer, provavelmente sugerirá uma reunião da Otan em junho de 2025 para discutir o futuro da aliança. Ele disse que a Otan poderia posteriormente tornar-se uma “aliança com um sistema escalonado”, na qual alguns membros gozam de maiores proteções com base no cumprimento dos artigos fundadores da organização.
A campanha de Trump não respondeu ao pedido de comentário, mas identificou Kellogg como uma figura política que deve desempenhar um papel em uma eventual futura administração.
Trump e os seus aliados têm sinalizado cada vez mais que pretendem repensar o compromisso dos EUA com a Otan, que já vem de décadas, e há muito tempo se queixam de que os membros europeus da aliança não estão desembolsando uma quantia justa para a área de defesa.
Além de perder as proteções do Artigo 5, disse Kellogg, outras sanções menos severas seriam possíveis, como a perda de acesso a treinamentos ou a recursos de equipamentos compartilhados. Os países membros, acrescentou ele, deveriam sentir-se livres para se retirarem da aliança.
“Se o presidente Trump for reeleito, assim que a eleição terminar, eu daria a todos o que chamamos de ordem de advertência. Isso permitiria que eles se preparem e depois poderemos discutir melhor o assunto em junho", afirmou o conselheiro.
“Acho que é uma conversa muito adulta e é uma das muitas conversas sobre segurança nacional que precisam ser realizadas.”
PROTEÇÕES DA OTAN NÃO SÃO AUTOMÁTICAS
Kellogg disse que se o Artigo 3 do Tratado do Atlântico Norte não for respeitado, as proteções proporcionadas pelo Artigo 5 não deverão ser consideradas automáticas.
O Artigo 3 afirma que os países membros da Otan devem fazer esforços apropriados para desenvolver as suas capacidades individuais de defesa. Embora o Artigo 3 não estabeleça que os países devem gastar pelo menos 2% do seu PIB na defesa, os países membros comprometeram-se, após cúpula em 2014 no País de Gales, a avançar para esse valor dentro de uma década.
De acordo com estimativas da Otan de julho do ano passado, 11 dos 31 países estavam a caminho de atingir essa meta em 2023, incluindo os Estados Unidos, o Reino Unido e vários países do Leste Europeu próximos ou fronteiriços com a Rússia.
“Todos entendem o Artigo 5 -- um ataque a um é um ataque a todos -- mas esquecem todos os outros artigos que são construídos sob ele ou em cima dele”, afirmou Kellogg. "Um deles é o Artigo 3."
Em dezembro, Robert O'Brien, conselheiro de segurança nacional de Trump entre 2019 a 2021, e que ainda discute questões de política externa com o ex-presidente, disse à Reuters que poderia impor tarifas comerciais aos países da Otan caso eles não gastem pelo menos 2% do seu PIB com defesa. E essa proposta provavelmente estaria entre as políticas a serem discutidas durante um segundo mandato de Trump.
Por Gram Slattery / REUTERS
SÃO PAULO/SP - Foi bom enquanto duraram os estoques. Depois de uma campanha de marketing com direito até a pré-venda e fila de espera, o McFish "desapareceu" dos restaurantes do McDonald's em menos de uma semana após o relançamento, no dia 6 de fevereiro, provocando reclamações de clientes nas redes sociais.
Na avaliação dos consumidores, o "sumiço" do lanche de peixe empanado demonstra falta de organização. Especialistas em direito do consumidor falam em propaganda enganosa.
"Temos procurado todos os dias em unidades de São Paulo e nenhuma tem. Não criem demanda se não [a] atenderão", escreveu o advogado Leonardo Barem Leite no X, ex-Twitter.
Mesmo quem comprou na pré-venda não conseguiu comer por falta de estoque. Alguns trataram o assunto com bom humor. Outros ironizaram a situação. Mas houve quem não perdoou e se sentiu enganado.
Procurado pela Folha de S.Paulo, o McDonald's disse que a venda geral foi maior do que a antecipada, "o que resultou no esgotamento de estoques em restaurantes em todo o país, principalmente em São Paulo".
A rede diz que vai seguir honrando todas as compras. "Para isso, o time está atuando para auxiliar os consumidores via SAC (telefone e email) ou redes sociais, direcionando os consumidores sobre onde encontrar o produto que deve ser retirado até o dia 18/02 nos restaurantes em que foram reservados", diz nota. Empresa faz 'marketing de escassez', afirma especialista
"O McDonald's trabalha muito bem a construção de marca quando faz esse tipo de ação [de retorno], diz Roberta Campos, professora de marketing e comportamento de consumo na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
"No final, não é sobre o McFish, mas sobre vender que o McDonald's é o lugar para comer sanduíches deliciosos, que sentimos saudade ou queremos experimentar antes que saia de linha de novo", analisa a especialista.
Trata-se do chamado "marketing de escassez", em que a oferta limitada de um produto ou serviço gera desejo e senso de urgência nos consumidores. "É usar um produto que era de nicho, mas muito nostálgico para um público pequeno, e criar uma dinâmica de antecipação", diz Campos.
A antecipação, segundo Campos, é um dos eixos principais do marketing de escassez, mas o fundamental é a nostalgia -até de quem nunca provou o McFish.
"A frase que mais ouvi é: 'nunca tinha comido, mas eu quero provar'. É um consumo da nostalgia alheia, e o McDonald's soube acionar esse aspecto em um lanche que não era nem de longe o mais pedido", afirma.
A falta do produto ofertado fere o Código de Defesa do Consumidor, dizem advogados. Maria Inês Dolci, especialista em direito do consumidor e colunista da Folha, afirma que a empresa não pode anunciar um produto como disponível e não tê-lo em estoque, o que fere o artigo 35 do código, e pode trazer consequências jurídicas.
O advogado Gabriel de Britto Silva, diretor jurídico do Ibraci (Instituto Brasileiro de Cidadania), diz que a situação pode ser enquadrada como publicidade enganosa, prática considerada abusiva.
"Está claro o descumprimento da oferta. Quando há oferta e não há o cumprimento, há a possibilidade de o consumidor que se sentir lesado fazer com que o fornecedor a cumpra, até mesmo judicialmente."
O McFish saiu do cardápio em 2019, após uma análise do portfólio da rede no Brasil indicar que o esforço para mantê-lo era maior do que a procura pelo sanduíche. À época, o Big Mac, carro-chefe do McDonald's, vendia mais de 400 unidades por dia, em um único restaurante, e o McFish, quatro.
A preparação do sanduíche era mais complexa que a de outros. O peixe usado no preparo vinha de navio do Alasca, e cada hambúrguer era frito na hora. Além disso, na receita original, ainda se usava apenas meia fatia de queijo, o que podia gerar desperdício em dias de movimento fraco.
Mas, assim que saiu de linha, o McFish entrou para a lista de hambúrgueres da rede que não ficaram famosos só pelo sabor, mas pelo saudosismo. Foi até criada uma página no Instagram, a @voltamcfish, para pedir o retorno do sanduíche.
A campanha de retorno começou em outubro de 2023, quando perfis oficiais do McDonald's passaram a interagir com publicações que pediam a volta do sanduíche. Depois, houve inserção no trailer do filme Aquaman 2 e, em janeiro deste ano, começou a pré-venda, além de propaganda em TV aberta mesmo judicialmente."
POR FOLHAPRESS
BRASÍLIA/DF - Os 513 deputados federais e 81 senadores da República voltam a se reunir para comissões ou sessões no Poder Legislativo federal a partir do dia 19, segundo a agenda disponível da Câmara dos Deputados e Senado Federal consultadas pelo Estadão na tarde de terça-feira, 13. A medida cria um "pequeno recesso" carnavalesco para os parlamentares que, diferente da maioria da população brasileira, voltam aos plenários cinco dias depois da Quarta-feira de Cinzas.
De acordo com os dados do Senado, a próxima semana começa com uma sessão a partir das 14h, mas não deliberativa - ou seja, reunião destinada para discursos, comunicações, leitura de proposições e outros assuntos de interesse político e parlamentar. Por enquanto, três senadores aparecem como oradores inscritos: Eduardo Girão (Novo-CE), Paulo Paim (PT-RS) e Flávio Dino (PSB-MA).
Na Câmara dos Deputados, a movimentação ocorre apenas a partir do dia 21, mostra a agenda da Casa. Na ocasião, haverá "reunião da bancada feminina e órgãos parceiros para fazer um balanço dos avanços obtidos em 2023 e debater as perspectivas para a sessão legislativa de 2024". Sessões para votação de propostas, no entanto, não aparecem na agenda da Câmara.
Pelos regimentos internos das duas Casas, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), podem convocar, se necessário, sessões extraordinárias a qualquer momento.
Quando voltarem ao trabalho, parlamentares terão temas espinhosos para tratar, como a medida Provisória (MP) 1.202/2023, que discute a reoneração da folha de pagamento e que gera embate entre Lula e diversas bancadas das duas Casas.
POR ESTADAO CONTEUDO
SÃO PAULO/SP - Diretor de gênero de variedades e reality show da Globo, e grande responsável pelas transmissões do Carnaval, J.B de Oliveira, o Boninho, diz não se importar com as críticas que a transmissão dos desfiles das escolas de samba recebeu neste ano.
Em entrevista para a revista Veja na terça (13), Boninho assumiu a responsabilidade como diretor, mas negou ligar para o que grande parte do público reclamou nas redes sociais.
"Eu sou o diretor. Estou amando tudo. Não estou nem aí para as críticas", afirmou rapidamente em entrevista no Sambódromo da Sapucaí. Boninho estava no local com sua companheira, a apresentadora Ana Furtado.
A Globo vem sofrendo diversas críticas nas redes sociais pela cobertura dos desfiles de Carnaval de 2024. Internautas condenaram a falta de informações transmitidas na televisão, como o histórico das escolas e problemas que ocorreram ao longo do percurso.
Para este ano, a transmissão do Carnaval do Rio de Janeiro da emissora é uma parceria da área de entretenimento com o esporte, setores que são flexíveis com publicidade, algo não permitido na área de jornalismo.
Karine Alves e Alex Escobar coordenaram, do estúdio, a comunicação com quem estava na avenida, trabalho exercido este ano por influenciadores, como Vitor DiCastro.
A Federação Nacional dos Jornalistas emitiu uma nota na terça (13) em que repudia a cobertura de Carnaval da Globo e afirma que, com apresentadores despreparados e desinformados, a transmissão teve erros.
"Ao abrir mão de repórteres, a emissora detentora do direito comercial de transmissão deixou os espectadores sem informações cruciais sobre a festa. A entidade enfatiza a importância essencial do trabalho jornalístico na cobertura deste evento tão importante para a cultura nacional", diz a nota.
POR FOLHAPRESS
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