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INGLATERRA - Cerca de uma dezena de candidatos está de olho em substituir Boris Johnson, que renunciou ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido depois que o Partido Conservador se voltou contra ele. Opositores dizem que o querem fora de Downing Street, a residência oficial e sede do governo, imediatamente.

Nessa quinta-feira, Johnson afirmou que não será mais o líder conservador e primeiro-ministro britânico após renúncias de mais de 50 ministros do governo. Muitos parlamentares de seu próprio partido disseram que o querem fora do cargo.

A disputa para escolher o sucessor - processo que pode levar semanas ou até meses - está em andamento, com figuras importantes e alguns membros menos conhecidos do Parlamento se apresentando.

Enquanto isso, Johnson, derrubado por uma série de escândalos e pela perda de confiança em sua integridade, permanece no cargo, uma situação que os oponentes, e muitos em seu próprio partido, dizem ser insustentável.

"Acho que os parlamentares conservadores precisam se livrar dele hoje", disse Ed Davey, líder dos Liberais Democratas, à BBC TV. "É ridículo que seja o primeiro-ministro interino. Ele nunca se importou e cuidou de nada em sua vida."

Principal sigla da oposição, o Partido Trabalhista, também pediu que Johnson saia imediatamente, prometendo realizar um voto de confiança no Parlamento se ele não for deposto logo.

"(Johnson) permanece primeiro-ministro até que um novo seja encontrado, é assim que nosso sistema funciona", disse o secretário de Educação, James Cleverly, à Sky News.

 

 

Por Michael Holden e Muvija M - Repórteres da Reuters

ESCÓCIA - O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson,  disse no sábado (30) que estima em cerca de 60% as chances de haver um resultado positivo na cúpula sobre mudanças climáticas da ONU, a COP26, que será realizada em Glasgow, na Escócia.

O Reino Unido espera que a cúpula em Glasgow, que começa amanhã (31), adote planos para o mundo se aproximar da meta de limitar o crescimento médio da temperatura global em 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais e chegar a um saldo zero em emissões de carbono até 2050.

Questionado se ainda estimava as chances de sucesso em Glasgow em seis numa escala até dez, como fez em setembro, Johnson afirmou à BBC que "eu diria que é mais ou menos a mesma coisa".

"O que precisamos fazer é garantir que, na cúpula da COP na próxima semana, os líderes mundiais se reúnam e façam compromissos que são necessários", disse, em Roma, onde comparece a uma reunião dos líderes dos países que formam o G20.

 

 

Por Elizabeth Piper - Reuters

MUNDO - O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, alertou que o país ficará mais fraco se o laço que une suas quatro nações for quebrado, em sua última rejeição à crescente pressão pela independência da Escócia.

Discordâncias entre as nações britânicas - Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte e Inglaterra - sobre a gestão da pandemia do novo coronavírus danificaram relações que já estavam tensionadas pelo Brexit.

É especialmente o caso da Escócia, que votou contra sair da União Europeia (UE) e onde as pesquisas mostram que o apoio à independência por pouco supera o apoio pela união de 300 anos com a Inglaterra.

"A união do Reino Unido é, para mim, a maior parceria política que o mundo já viu", disse Johnson às emissoras, ao ser questionado sobre o que a união significa para ele. "Seria uma pena perder o poder e a mágica dessa união."

A Escócia depositou 55% dos votos contra a saída da União Europeia em um referendo em 2014, mas o Partido Nacional Escocês, que governa a nação, quer outro pleito. Embora os eleitores escoceses tenham apoiado a permanência na UE, o Reino Unido, como um todo, votou pela saída.

O Partido Conservador de Johnson, que governa todo o Reino Unido e decide a política em áreas que não foram devolvidas à Escócia, apoia fortemente a união e rechaça qualquer pedido de outro referendo.

Johnson e outros ministros importantes visitaram a Escócia nas últimas semanas, falando bastante sobre a força e os benefícios da relação.

 

 

*Por Reuters

MUNDO - O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, apresentou nesta última terça-feira (30) um plano inspirado no "New Deal" americano para, com 5 bilhões de libras (US$ 6,13 bilhões), tentar retirar o Reino Unido da crise provocada pelo coronavírus. "Reconstruir melhor, reconstruir mais verde, reconstruir mais rápido", disse Johnson durante a apresentação do pacote de relance.

Em um discurso organizado em Dudley, no centro da Inglaterra, uma das áreas que impulsionou sua grande vitória nas eleições de dezembro, Johnson falou como se ainda estivesse no palanque. "É o momento de sermos ambiciosos e não apenas vamos nos recuperar, como vamos avançar, mais fortes, melhores e mais unidos", afirmou o premiê. Durante a campanha eleitoral, Johnson se comprometeu a injetar milhões de libras nos serviços públicos para reduzir as desigualdades no país.

Apesar da decisão de fechar lojas e escolas não essenciais em Leicester (centro), após a detecção de quase 900 novos casos da Covid-19 nas últimas duas semanas, o líder conservador continua determinado a reiniciar as atividades no resto do país. O Reino Unido é a terceira nação mais afetada pela pandemia no mundo, com 43.575 mortos até o momento, e se encontra diante de uma grave crise econômica e social gerada pelo vírus, ao mesmo tempo em que se separa da União Europeia.

Depois de colocar um capacete de construção em um canteiro de obras, Johnson desenvolveu sua visão para tirar a economia britânica do buraco. O plano de 5 bilhões de libras em investimentos em infraestrutura pode ser resumido pelo slogan "construir, construir, construir", disse o chefe de governo.

"Parece um New Deal (...) porque é isso que os tempos exigem: um governo forte e determinado que abraça as pessoas em tempos de crise", disse ele em referência à chamada política de "New Deal" de Franklin D. Roosevelt, que tornou possível ressuscitar a economia americana por meio da demanda e da intervenção do Estado após a Grande Depressão da década de 1930.

"Este momento nos dá uma oportunidade muito maior de sermos radicais e fazermos as coisas de maneira diferente", disse ele.

Um bilhão de libras será destinado às escolas e 1,5 bilhão aos hospitais. Johnson também pretende modificar o sistema de planejamento urbano para abordar a crise de habitação. A reforma será acompanhada de um pacote de medidas que incluem um programa de 2 bilhões de libras para financiar a construção de 180.000 novas casas nos próximos oito anos. Uma parte dos recursos também será direcionada a obras de manutenção e construção de estradas.

"Não sou um comunista"

"Não sou um comunista", afirmou Johnson, buscando minimizar o aspecto intervencionista que se delineia para salvar a economia britânica. O líder conservador também anunciou a intenção de estimular a iniciativa privada, principalmente na área de inovação tecnológica. "Podemos ser uma superpotência científica", disse.

Antes do discurso, com base em elementos publicados na imprensa britânica, a oposição trabalhista criticou um plano "pouco ambicioso", dada a escala da crise, enquanto o Greenpeace julgou que o pacote de relance não estava à altura dos desafios climáticos.

"Onde está o apoio do governo para um transporte mais limpo e melhor, casas mais quentes e energia renovável?", questionou John Sauven, diretor executivo do Greenpeace UK.

Na opinião de Ed Davey, líder do opositor Partido Liberal-Democrata, "para se recuperar, o Reino Unido precisa urgentemente de investimentos em infraestruturas que respeitem o meio ambiente, um plano de relance verde que crie prosperidade e postos de trabalho, ao mesmo tempo em que enfrenta a crise climática".

"O New Deal de Roosevelt gerou megaprojetos como a barragem Hoover, enquanto a lista de projetos prioritários do primeiro-ministro inclui consertar uma ponte em Sandwell", afirmou com ironia o jornal Financial Times.

Abismo econômico

Apenas no mês de abril, o confinamento, imposto no país a partir de 23 de março, e que está sendo flexibilizado progressivamente há um mês, provocou uma queda de 20,4% do Produto Interno Bruto (PIB) britânico, um recorde histórico. Os números do primeiro trimestre apontam uma queda do PIB de 2,2%, seguido pelo colapso de abril, sugerindo uma recessão de magnitude inédita.

Sem a ajuda do governo, o desemprego pode atingir os níveis registrados nos anos 1980 e superar o pico de 3,3 milhões de pessoas sem trabalho de 1984, de acordo com uma análise da Biblioteca da Câmara dos Comuns publicada pelo jornal The Observer.

Johnson se mostrou determinado a seguir adiante com o plano de investimentos e a promessa de que o país não retornará à austeridade imposta pelos conservadores após a crise financeira de 2008.

"Este governo não está apenas comprometido a derrotar o coronavírus, e sim a usar esta crise para finalmente enfrentar os grandes desafios não solucionados do país nas últimas três décadas", afirmou.

 

 

(Com informações da AFP)

*Por: RFI

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