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A operação também apreendeu 13 balões, cinco botijões de gás e uma espingarda

 

IGARATÁ/SP - A Polícia Militar Ambiental deteve 9 homens pela prática de soltar balões em um sítio no município de Igaratá, interior de São Paulo.

Os agentes foram informados sobre um evento de soltura de balões no local e foram averiguar. Na chegada das viaturas, algumas pessoas tentaram fugir pela mata, mas foram capturadas. O restante estava na casa e também foi detido.

Dentro do imóvel foram apreendidos 13 balões, 12 sem cangalhas, cinco botijões de gás, cinco camisetas de clube de baloeiros, três maçaricos, uma espingarda calibre 36 com 33 munições intactas, além de celulares e diversos petrechos utilizados na fabricação e soltura de balões.

No momento da abordagem, um balão que estava sobrevoando caiu na região da mata e foi resgatado pela equipe.

O caso foi registrado na Delegacia de Jacareí como crime ao meio ambiente por fabricar, vender, transportar ou soltar balões.

UCRÂNIA - Colocado em evidência pela crise dos óvnis entre Estados Unidos e China, o uso militar de balões tem se intensificado na Guerra da Ucrânia. Só na quarta (15), seis artefatos espiões usados pelos russos foram abatidos no céu de Kiev.

Não há nenhuma correlação entre o episódio e a derrubada de balões pelos EUA em seu território e no Canadá, que disparou uma crise diplomática com Pequim —dona de pelo menos um dos flutuantes, que disse ser apenas de uso meteorológico e fora de sua rota.

No caso ucraniano, a função dos balões era bem específica. "Esse objetos carregam refletores de radar e algum equipamento de inteligência. O propósito [dos artefatos] era possivelmente detectar e exaurir nossas defesas antiaéreas", afirmou no Telegram a Administração Militar da Cidade de Kiev.

Refletores de radar são instrumentos muito simples, criados em 1945 nos EUA e usados extensivamente na Guerra Fria. São objetos desenhados para devolver uma onda de radar para a fonte de emissão, reforçando seu sinal e posição —assim, os russos podem detectar onde estão os radares de baterias antiaéreas ucranianas para futuro bombardeio.

Além disso, por consistirem em uma ameaça baratíssima, são ideais para fazer os ucranianos desperdiçarem munição antiaérea tão necessária nesta fase aguda da guerra, que completa um ano no próximo dia 24.

O episódio se soma ao avistamento de balões na Moldova e na Romênia, de origem desconhecida mas que os governos locais assumiram como russos, nesta semana. No caso moldavo, o espaço aéreo do pequeno país chegou a ser fechado.

Apesar do burburinho devido à crise EUA/China, não há nada de novo sobre uso de balões em conflitos e espionagem. Nos anos 1960, os soviéticos passaram a enviar sistemas antiaéreos para Cuba, ilha que adotou o comunismo e alinhamento com Moscou após a revolução liderada por Fidel Castro ser atacada pelos EUA com embargo e uma invasão frustrada.

A CIA (Agência Central de Inteligência) criou as chamadas operações Paládio, na qual submarinos soltavam balões com refletores justamente para ajudar seus sensores a localizar o sinal de radar das baterias antiaéreas soviéticas.

Os refletores também são usados para confundir radares e sensores inimigos. Na guerra atual, os russos criaram uma solução engenhosa para evitar o bombardeamento de pontes estratégicas usadas para envio de reforços, como mostrou o site The War Zone.

Quando a principal ponte da região de Kherson ficou sob fogo de artilharia guiada americana usada por Kiev, a Rússia instalou boias com refletores no rio Dnieper para criar uma ponte fantasma para os radares, dificultando a mira dos ucranianos.

Acabou não sendo suficiente para evitar que os russos deixassem a margem oeste do rio, e a capital homônima da região, mas demonstra que a ideia simples segue tendo validade no campo de batalha.

 

 

por IGOR GIELOW / FOLHA de S.PAULO

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