Jornalista/Radialista
AUSTRÁLIA - Robert e Anne Margaret Geeves, ambos com 64 anos, foram considerados inocentes do assassinato de Amber Haigh, uma adolescente de 19 anos que desapareceu em 2002, em New South Wales (NSW), na Austrália. O casal tinha sido acusado há dois anos de matar a jovem para poder ficar com a guarda do seu filho, de apenas cinco meses, fruto de um caso com o acusado.
O casal esteve preso durante mais de dois anos e o julgamento decorreu ao longo de nove semanas no Supremo Tribunal de NSW. A jovem, que tinha uma deficiência intelectual, tinha 19 anos quando desapareceu de New South Wales Riverina em junho de 2002. Segundo o tribunal, deixou para trás o seu filho de cinco meses que adorava e "nunca perdia de vista".
Desde as acusações de que tinham matado Haigh para ficar com o bebê, Robert e Anne negaram ter ligação com o desaparecimento da jovem. Contaram que a última vez que a viram foi na noite de 5 junho, quando a levaram até à estação ferroviária de Campbelltown para ir visitar o pai, e que a jovem tinha deixado o bebê com eles de forma voluntária.
Esta segunda-feira, a juíza Julia Lonergan considerou que "o Sr. e a Sra. Geeves não são culpados e devem ser libertados do banco dos réus".
Para a juíza, a vida de Amber Haigh foi "marcada por perturbações e desvantagens", tendo sido "atacada fisicamente e maltratada" por pessoas em quem confiava. "Amber andou para trás e para a frente entre lugares e pessoas, à procura de amor e consolo. Nunca o encontrou. Ainda estava à procura disso quando desapareceu", acrescentou.
Após o veredito, segundo o The Guardian, uma pessoa que acompanhava a audiência saiu do tribunal aos gritos e os familiares de Amber Haigh foram vistos em lágrimas.
POR RAFAEL DAMAS
SUÍÇA - O mundo registrou 103.048 casos confirmados em laboratório de Mpox entre 1º de janeiro de 2022 e 31 de julho de 2024, afirmou a OMS (Organização Mundial de Saúde) em relatório divulgado esta semana.
Ao todo, 121 países tiveram registros da doença até então e 229 mortes foram relatadas à OMS.
A organização declarou, no mês passado, a Mpox como uma emergência de saúde pública global pela segunda vez em dois anos, após um surto da infecção viral na República Democrática do Congo que se espalhou para países vizinhos.
A Mpox é transmitida por contato e geralmente é leve, mas pode ser fatal em casos raros. Causa sintomas semelhantes aos da gripe e lesões cheias de pus no corpo.
Em julho deste ano, o número de novos casos aumentou 11,3% em relação ao mês anterior. A maioria dos casos notificados no último mês foram na África (54,3%) e nas Américas (23,1%).
O Brasil é o segundo país com mais casos. Dentre os dez países mais afetados desde 2022 estão Estados Unidos (33.556), Brasil (11.841), Espanha (8.104), República Democrática do Congo (4.395), França (4.283), Colômbia (4.256), México (4.132), Reino Unido (4.018), Peru (3.939) e Alemanha (3.886). Juntos, esses países respondem por 80% do casos relatados globalmente.
Cinco países, no entanto, registraram seus primeiros casos em agosto: Burundi, Costa do Marfim, Quênia, Ruanda e Uganda.
Os dados são coletados por meio de relatórios dos estados-membros à OMS e seus parceiros ou de fontes oficiais dos países.
O pior momento da doença em termos de casos permanece em 2022. Naquele ano, uma cepa do clado 2 foi a responsável pelo surto mundial.
Por enquanto, não existem casos associados à nova cepa no Brasil, mas ao menos dois já foram observados fora da África, na Suécia e na Tailândia. Mesmo assim, autoridades de saúde pública brasileiras já anunciaram medidas contra a doença, como a compra de novas doses de vacina, algo que difere do ocorrido em 2022.
O Brasil contabilizou 1.015 casos comprovados ou prováveis de Mpox em 2024 até o dia 7 de setembro, de acordo com o informe semanal do Ministério da Saúde. São Paulo tem mais da metade dos casos.
Existem dois grandes clados (grupos) do vírus identificados até agora. Na epidemia de 2022, o clado 2 se disseminou pela Europa e região das Américas. Menos agressivo, promovia uma doença mais leve.
O clado 1, que não levou a essa epidemia, ficou restrito à República Democrática do Congo (RDC), na África. Este tipo se mostrou mais agressivo, com maior mortalidade. Atualmente, há uma variante desse vírus chamada clado 1b.
POR FOLHAPRESS
ÁFRICA - O número de mortos devido às inundações causadas por chuvas torrenciais no Chade, que começaram no final de julho, subiu para 487, quase metade do total de mais de mil vítimas fatais registradas em toda a África Central e Oriental. De acordo com informações divulgadas nesta terça-feira pelas autoridades do Chade à agência EFE, somente na última semana, 146 mortes foram registradas no país.
Na Nigéria, o número de mortos também aumentou de 259 para 269, com mais de 640 mil pessoas forçadas a abandonar suas casas, conforme informou a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
"Até o momento, registramos 487 mortes relacionadas às cheias e quase 1,7 milhões de pessoas afetadas. É um número alarmante e estamos solicitando apoio dos parceiros internacionais", afirmou Mahamat Assileck Halata, vice-presidente do Comitê Nacional de Prevenção e Gestão de Cheias do Chade, confirmando os dados divulgados anteriormente pelas Nações Unidas.
As chuvas devastaram 200 mil residências e mais de 355 mil hectares de terras agrícolas no Chade, além de causarem a perda de 66 mil cabeças de gado. O fenômeno afetou 117 dos 120 departamentos do país, com as províncias de Logone Est, Mayo-Kebbi Ouest (sul), Ouaddaï e Wadi Fira (leste) registrando o maior número de mortes, enquanto a província de Lac (oeste) conta com o maior número de pessoas afetadas.
"Todos os campos estão inundados, e nossas colheitas estão apodrecendo na água. Isso prenuncia um futuro sombrio: se não conseguirmos colher o que plantamos, a fome será inevitável nos próximos meses", lamentou Jonas Masra, morador da cidade de Sarh, na província de Moyen-Chari (sul), também em declarações à EFE.
Além do Chade, diversos países da África Ocidental e Central, como Nigéria, República Democrática do Congo (RDC), República Centro-Africana (RCA), Togo, Costa do Marfim, Libéria, Níger e Mali, também foram atingidos por chuvas intensas nos últimos meses. A situação agrava ainda mais as condições de uma população já vulnerável, marcada pela pobreza crônica, subdesenvolvimento, conflitos e instabilidade política.
Segundo dados divulgados pela Bloomberg, as enchentes nesta faixa da África deixaram pelo menos 2,9 milhões de pessoas desabrigadas e devastaram plantações em uma região que já enfrenta escassez de alimentos e insegurança.
As chuvas torrenciais na região semiárida do Sahel, que faz fronteira com o deserto do Saara, devem continuar, de acordo com a Rede de Sistemas de Alerta Precoce contra a Fome. O dilúvio deste ano, coincidente com uma época crucial para as colheitas, é atribuído ao aquecimento global, segundo especialistas.
Algumas partes do Saara receberam mais de 500% da precipitação normal de setembro, conforme relatado pelo blog Severe Weather Europe. O Grupo Internacional de Salvamento descreveu as enchentes como as piores dos últimos 30 anos, enquanto o Centro de Riscos Climáticos da Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, apontou que grandes áreas de Mali e Mauritânia registraram níveis recordes de chuva nos primeiros dez dias de setembro, de acordo com a Bloomberg.
SUÉCIA - O governo da Suécia anunciou um novo incentivo para que migrantes voltem para seus países. A medida oferece 350 mil coroas suecas (cerca de R$ 190 mil) para cada adulto que se voluntariar no programa.
Atualmente, o governo conservador sueco é alinhado ao partido Democratas da Suécia (SD), que apoia o projeto. Segundo comunicado do ministro da Migração, Johan Forssell, o Estado está "tomando novas medidas para reorientar a política de migração".
O país nórdico tem políticas que ajudam imigrantes a se integrar à cultura local. Atualmente, os estrangeiros podem receber até 10 mil coroas (cerca de R$ 5.400) por adulto, e 5.000 coroas (em torno de R$ 2.700) por criança, com um limite de 40 mil coroas (cerca de R$ 21,8 mil) por família.
Durante a entrevista coletiva que apresentou as novas políticas, o deputado Ludvig Aspling (SD) afirmou que "esse auxílio existe desde 1984, mas é pouco conhecido, é mínimo e poucas pessoas o utilizam". Segundo ele, um possível aumento no benefício desse programa poderia atrair centenas de milhares de imigrantes desempregados ou que dependem de auxílios sociais.
Essa também foi a conclusão de um relatório encomendado pelo governo, publicado em agosto, que desaconselhou o aumento acentuado dessa política, já que foi considerada ineficaz monetariamente. Ainda em agosto, o governo anunciou que, pela primeira vez em mais de meio século, o número de pessoas deixando o país deve ser maior que o número de imigrantes em 2024.
Ulf Kristersson, primeiro-ministro sueco, chegou ao poder em 2022 a partir de uma coalizão com o partido SD que também previa um programa voltado para redução significativa da imigração. A Suécia recebe um número relevante de migrantes desde a década de 1990. Os movimentos se deram principalmente a partir de regiões de conflito, como a antiga Iugoslávia, Síria, Afeganistão, Somália, Irã e Iraque.
Na Europa, ainda existem outros países que oferecem subsídio para imigrantes que querem voltar ao seu país original. A Dinamarca paga mais de R$ 84 mil por pessoa, em comparação com cerca de R$ 7.800 na Noruega, R$ 15.700 na França e R$ 11.200 na Alemanha.
POR FOLHAPRESS
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