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BURI/SP - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta terça-feira (23) da comemoração dos 10 anos do Campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no município de Buri, interior de São Paulo. A unidade de ensino é focada no desenvolvimento regional e na valorização da agricultura familiar, e foi fundada a partir da doação de uma fazenda pelo escritor Raduan Nassar.

Na solenidade, foram anunciados investimentos de R$ 79,3 milhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na universidade.

Lula contou a história da doação do terreno, no final do seu segundo mandato, e teve articulação do então ministro da Educação Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda. Ele lembrou que nos Estados Unidos, por exemplo, é comum a doação de patrimônio privado para universidades e fundações, já que o imposto sobre herança naquele país é de 40%.

“Aqui no Brasil, você não tem ninguém que faça doação, porque o imposto sobre herança é nada, é só 4%. Então, a pessoa não tem interesse em devolver o patrimônio dele”, disse Lula.

“Quando aparece um homem que, aos 75 anos de idade, naquela época, assume a vontade e a responsabilidade de se desfazer de um patrimônio dele, como esse aqui, para que a gente pudesse formar milhares e milhares de meninas e meninos nesse país, para ajudar o país a se transformar num país grande, num país importante, num país competitivo, a gente só tem que dizer graças a Deus, Raduan, Deus te pôs no mundo e você está colocando essa dádiva que Deus te deu para o futuro desse país’”, disse o presidente.

Raduan Nassar, agora com 88 anos de idade, reside em Buri, e esteve presente na celebração desta terça-feira.

Localizada no Vale do Ribeira, a 266 quilômetros da capital do estado, Lagoa do Sino é uma fazenda-escola, e um dos quatro campi da UFSCar. A propriedade foi doada pelo escritor em 2011, a partir do seu desejo de transformar a fazenda em universidade pública e desenvolver socioeconomicamente a região. Em 2014, então, foram criados os cursos de acordo com as demandas da população local.

 

Desenvolvimento regional

O Campus Lagoa do Sino está edificado a partir de três eixos temáticos: desenvolvimento territorial; soberania e segurança alimentar; e agricultura familiar. Há também uma relação direta da universidade com comunidades indígenas e quilombolas locais.

Os três primeiros cursos de graduação do Lagoa do Sino foram engenharias agronômica, ambiental e de alimentos. Em 2016, foram acrescentados os cursos de administração e de ciências biológicas. Atualmente, o campus ainda oferece os programas de pós-graduação em conservação da fauna e conservação e sustentabilidade.

A reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira, destacou que 604 estudantes foram formados no Campus Lagoa do Sino, sendo que 90% estão trabalhando e ou estudando e 77% atuam em sua área de formação. “O sonho concretizado pode ser visto nas transformações que já identificamos a partir de cada estudante que passa por aqui, se forma, tem a sua vida transformada, muda o curso da história da sua família, e segue assim mudando o mundo”, disse.

"O conhecimento aqui produzido tem gerado transformações importantes na produção agrícola local. Projetos estratégicos são desenvolvidos com agricultores familiares locais, retroalimentando o sistema indissociável de ensino, pesquisa e extensão. Não há dúvida que a experiência do Campus Lagoa do Sino tem transformado também a UFSCar, provocando pensar e repensar a universidade, o papel dessa instituição para enfrentar os desafios que nos estão colocados, o entendimento das forças necessárias para transformar o Brasil em um país mais justo e menos desigual, de equidade e de transformação social”, acresentou a reitora.

Nascido em Pindorama, interior de São Paulo, Raduan Nassar estreou na literatura em 1975, com o romance Lavoura Arcaica. Mesmo com apenas três livros publicados, sua obra é reconhecida pelo público e pela crítica e, em 2016, o escritor recebeu o Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa.

A comemoração organizada pela UFSCar inclui apresentações culturais, com a participação da comunidade do Campus Lagoa do Sino, bem como a exibição de produções audiovisuais, que contam parcialmente a história do campus, celebram os resultados alcançados a partir de relatos de alunos egressos e trazem depoimentos de pessoas que participaram do processo da doação da fazenda para a universidade. A programação se estende até janeiro de 2025, com atividades acadêmicas, esportivas, além de momentos culturais e históricos.

 

Melhorias

Durante o evento, também foram apresentados os R$ 79,3 milhões em investimentos do governo federal nos campi da UFSCar, que integram o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e fazem parte do pacote para melhoria da infraestrutura e expansão universitária, destinados à retomada de obras paradas e também novos projetos. 

O montante contempla o Campus Lagoa do Sino, com obras de infraestrutura elétrica, biblioteca, auditório e urbanização; o campus São Carlos para a construção de centro de pesquisa, edifícios universitários, reforma e ampliação do Hospital Universitário, e outras construções e ampliações; e o Campus Sorocaba, com obras para construção de centro de pesquisa, edifícios universitários, reforma e ampliação do Hospital Universitário, e outras construções e ampliações.

 

 

Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

Ministério da Educação faz, durante o evento, anúncio de investimentos nos campi da Universidade

 

BURI/SP - Nesta terça-feira, 23 de julho, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa do lançamento das comemorações de 10 anos do Campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Lula será acompanhado pelos ministros Camilo Santana, da Educação, Paulo Pimenta, da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, e da Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira. 
Durante a cerimônia, o Ministério da Educação confirmará o anúncio de investimentos na UFSCar. Serão R$46,2 milhões destinados a nove obras, algumas que estavam paradas e também de novos projetos, que integram uma lista que a própria Universidade encaminhou para o Governo Federal. 
O evento terá dois momentos distintos: a partir das 9h30, inicia-se a programação organizada pela UFSCar, e após às 11 horas, começa a cerimônia oficial, que deve se estender até o meio-dia e meia, momento que contará com a participação de Lula e de autoridades, do Governo Federal e da Universidade. 
Ao longo da programação organizada pela UFSCar, acontecem apresentações culturais, com a participação da comunidade do Campus Lagoa do Sino, bem como a exibição de produções audiovisuais, que contam parcialmente a história do Campus, celebram os resultados alcançados a partir de relatos de egressos e egressas e traz depoimentos de pessoas que participaram do processo da doação da fazenda para a Universidade. Além do evento desta terça-feira, também está organizada uma programação, que se estende até janeiro de 2025, com atividades acadêmicas, esportivas, além de momentos culturais e de cunho histórico.

História

Localizado no município de Buri, a 266 quilômetros da capital do Estado, Lagoa do Sino é uma fazenda-escola. A propriedade foi doada pelo escritor Raduan Nassar para a Universidade, a partir de desejo do próprio escritor de desenvolvimento socioeconômico da região. A fazenda virou, em 2014, Universidade; cursos foram criados para apoiar o desenvolvimento regional, com atenção devida ao que desejava a população local. O Campus está edificado a partir de três eixos temáticos: Desenvolvimento Territorial, Soberania e Segurança Alimentar e Agricultura Familiar. 
Uma página na Internet, dedicada às celebrações, publicada no Portal de Lagoa do Sino, traz informações sobre o histórico do Campus, linha do tempo, perfil do escritor Raduan Nassar e depoimentos de pessoas da comunidade. O endereço eletrônico da página é https://www.lagoadosino.ufscar.br/o-campus/10anos.
O marco dos 10 anos impulsionou um movimento para avaliar e dimensionar os impactos da implantação do Campus na região. Estão sendo realizados estudos junto a egressos e egressas dos cinco cursos de graduação, bem como análises a partir da produção científica e das atividades de extensão desenvolvidas pela comunidade, sob a coordenação do Núcleo de Apoio à Indissociabilidade entre Inovação, Pesquisa, Ensino e Extensão (NAIIPEE), parceria da UFSCar com sua Fundação de Apoio Institucional (FAI-UFSCar).

São 20 vagas disponíveis para o Programa Nacional de Apoio à Qualificação da Gestão dos Empreendimentos da Agricultura Familiar (Mais Gestão)

 

BURI/SP - O Campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebe inscrições na seleção para o Programa Nacional de Apoio à Qualificação da Gestão dos Empreendimentos da Agricultura Familiar (Mais Gestão), ligado ao Ministério de Desenvolvimento Agrário. Associações e cooperativas que desejam melhorar sua gestão, ampliar sua capacidade de governança, liderança e eficiência econômica, assim como desenvolver mecanismos que viabilizem o acesso a mercados institucionais e privados, podem participar.
Por meio de atividades de formação e capacitação técnica, a iniciativa oferta apoio para formação e consolidação de redes e centrais de comercialização de produtos da agricultura familiar, além de oferecer suporte para estruturar arranjos produtivos, de processamento, de armazenagem e de logística. Também haverá diretrizes de como facilitar o acesso ao crédito e estimular o aumento do número de associados, em especial jovens e mulheres.
Podem se inscrever no processo seletivo associações e cooperativas da agricultura familiar sediadas nas regiões de Itapeva, Itapetininga, Registro, Ribeirão Preto, São Carlos, Araraquara, Campinas, Mogi-Guaçu, Amparo, Bragança Paulista e Pouso Alegre, no estado de São Paulo; em Poços de Caldas, Minas Gerais; em Campos dos Goytacazes, Itaperuna e Santo Antonio de Pádua, no Rio de Janeiro; ou em Cachoeira de Itapemirim, Alegre e Afonso Cláudio, no Espírito Santo. No total, há 20 vagas disponíveis.
Os interessados devem se cadastrar pelo formulário eletrônico disponível em https://qrco.de/004_2024_credenciamento, até o dia 25 de fevereiro. A UFSCar coordenará a execução das ações, por meio de sua Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI), responsável pela gestão administrativa e operacional do pagamento de bolsas e da aquisição e disponibilização dos itens necessários para a execução da iniciativa. Todos os detalhes, como critérios de seleção e cronograma, podem ser conferidos no edital, disponível em www.fai.ufscar.br.

Atividades, gratuitas, visam apresentar a Universidade e seus cursos

 

BURI/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) promove, nos dias 25 e 26 de outubro, das 8 às 17 horas, o evento "Lagoa do Sino de Porteiras Abertas", cujo objetivo é divulgar para os estudantes do Ensino Médio e de cursinhos pré-vestibulares, e também para a comunidade local, os cursos de graduação e as iniciativas de ensino, pesquisa e extensão realizadas no Campus.
Várias atividades foram programadas para receber os visitantes, dentre elas, a apresentação da estrutura física do Campus e a orientação sobre a forma de ingresso no Ensino Superior, especificamente, sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Também haverá exposição dos cursos de graduação, dos centros acadêmicos, da atlética, do cursinho popular, dentre outros projetos e coletivos, além de demonstrações de práticas realizadas em laboratórios, apresentação de projetos de pesquisa e extensão, trilha ecológica, tour pela Fazenda Escola Lagoa do Sino (FELS) e a oportunidade de interação com alunos e professores da UFSCar.
O evento é gratuito e aberto aos estudantes do Ensino Médio de escolas públicas e particulares da região e a todos que tiverem interesse em conhecer a Universidade.
As escolas interessadas em participar do Lagoa do Sino de Porteiras Abertas devem agendar a visita pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Evento acontece no dia 20 de julho

 

BURI/SP - A Editora da Universidade Federal de São Carlos (EdUFSCar) realiza, no dia 20 de julho, a Feira do Livro no Campus Lagoa do Sino da Universidade. O evento acontece das 8 às 17 horas nos quiosques de convivência.
Livros da EdUFSCar e Edições Sesc estarão com 25% de desconto. Comprando pelo site da EdUFSCar (https://edufscar.com.br) até a data da Feira, o cliente poderá retirar o seu pedido durante o evento.
Além da venda de livros, o Diretor da EdUFSCar, Wilson Alves-Bezerra, fará uma roda de conversa, às 13 horas, com o tema "Para que uma editora universitária? Livros, leituras e publicações no Brasil de hoje". O evento é aberto e gratuito.
Trabalho beneficiou instituições de Campina do Monte Alegre

 

BURI/SP - A partir do tão esperado retorno às atividades presenciais na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o Departamento de Assuntos Comunitários e Estudantis do Campus Lagoa do Sino (DeACE-So) desenvolveu uma ação solidária que visou colaborar com os trabalhos desenvolvidos pela Liga de Combate ao Câncer "Zenaide Campos" e pela Casa de Repouso "Nova Família", ambas na cidade de Campina do Monte Alegre.
A arrecadação de mantimentos contou com ampla participação de calouros, veteranos, servidores e, especialmente, de entidades estudantis, como os centros acadêmicos dos cursos de Ciências Biológicas, de Engenharia Ambiental e de Administração, assim como da Bateria Comando Federal e da Associação Atlética Acadêmica de Lagoa do Sino.
As doações, que foram entregues no dia 26 de junho, compreenderam itens alinhados com as demandas das instituições atendidas, como alimentos, sucos, artigos de higiene pessoal e fraldas geriátricas. A estudante Gabriela Ferezini, presidente do centro acadêmico do curso de Ciências Biológicas (CABio), destaca que "saber que podemos ajudar outras pessoas é muito gratificante e nos traz muita alegria!".
Segundo Tânia Camargo, assistente social da Casa de Repouso "Nova Família", o sentimento é de gratidão: "Somos muito gratos. Essa ação solidária da comunidade da UFSCar é fundamental para que possamos desenvolver o nosso trabalho com qualidade e nos ajuda a promover dignidade aos idosos que aqui residem". 
Já Irene Donizete Machado de Albuquerque, presidente da Liga de Combate ao Câncer "Zenaide Campos" - que, atualmente, acompanha cerca de 50 pessoas na Cidade de Campina do Monte Alegre - também agradeceu o trabalho beneficente dos estudantes que colaborou muito com o suporte que é oferecido gratuitamente pela Liga a pacientes com câncer.
De acordo com os promotores dessa "corrente do bem", tais ações "fortalecem a pactuação realizada com o doador da fazenda em que hoje se encontra o Campus Lagoa do Sino da UFSCar, Raduan Nassar, direcionando a presença da Universidade para o fortalecimento do território".
Com acesso gratuito, o objetivo é contribuir para a preservação das abelhas

 

BURI/SP - Você sabia que existem mais de 20 mil espécies de abelhas? Que nem todas elas vivem em colmeias? E o que aconteceria com o planeta se elas desaparecem? Essas e outras questões são respondidas em um manual produzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), intitulado "A vida das abelhas em manual".
A ideia era abordar temas variados com o intuito de contribuir para a preservação das abelhas. Os desenhos em sua maioria foram baseados na ferramenta midiática Minecraft 1.16, visando atrair, em especial, o público infantil. "O projeto consistiu na produção de um manual com linguagem clara e tom didático-pedagógico que retratasse a vida das abelhas e sua importância para o meio ambiente. A ideia foi abordar pontos que pudessem contribuir para a preservação das abelhas", explicou Ilka de Oliveira Mota, docente da UFSCar e integrante da equipe. 
O Manual traz informações sobre a estrutura física das abelhas, os tipos de moradia, as abelhas africanizadas e europeias, a importância dos apiários, bem como os modos de preservação desses agentes. Ao final do livro, o leitor poderá fazer atividades com base no conteúdo apresentado e conhecer a equipe de trabalho. Também é apresentado um miniglossário com os principais vocabulários presentes na obra.
A publicação é destinada não somente aos estudantes de Biologia da Conservação, mas também a todas as pessoas interessadas no tema da preservação do meio ambiente, especialmente aos professores do ensino fundamental e crianças em fase de alfabetização.
O Manual é gratuito e pode ser acessado neste link (https://www.sibi.ufscar.br/arquivos/a-vida-das-abelhas-em-manual.pdf). 

Conheça a equipe que desenvolveu o projeto:
Alessandra de Araújo Silva: mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências da Natureza, da UNIR, que atuou como autora do manual em parceria com a professora Ludimilla Ronqui.
Ludimilla Ronqui: coautora do manual, é formada em Ciências Biológicas e Pedagogia, mestre em Genética e Melhoramento e doutora em Zootecnia. Atualmente é docente da UNIR.
Anna Paula Quadros Soares: é aluna do perfil 4 do curso de Biologia da Conservação, do Campus Lagoa do Sino da UFSCar, e atuou como desenhista no referido projeto de extensão.
Alberto Luciano Carmassi: atualmente é Diretor do Campus Lagoa do Sino da UFSCar. No projeto, o pesquisador atuou como revisor técnico.
Ilka de Oliveira Mota: é docente do Campus Lagoa do Sino da UFSCar e atuou como coordenadora do projeto de extensão, bem como na elaboração de algumas partes do livro. Também fez a revisão textual.
Tiago Santi: é técnico-administrativo no Campus Lagoa do Sino da UFSCar e atuou, entre outras funções, na editoração eletrônica.
Trabalho, coordenado por docente do Campus Lagoa do Sino da UFSCar, aponta importância de estudo e preservação ambiental

 

BURI/SP - Pesquisadores de seis instituições brasileiras redescobriram uma espécie de perereca considerada extinta: a Phrynomedusa appendiculata, descrita em 1925, por Adolpho Lutz, encontrada inicialmente em Santa Catarina e vista apenas três vezes na natureza - a última delas há 52 anos (em 1970), em Santo André (SP).
Medindo sete centímetros, o animal possui coloração verde vivo, com superfície lateral laranja brilhante, e foi encontrado pelos pesquisadores depois de percorrerem diversas trilhas de difícil acesso na região de Capão Bonito (SP), em 2011, em área de Mata Atlântica. Para chegar até o local, o grupo percorreu uma longa estrada de terra, seguida de cerca de 20 quilômetros de trilha.
A redescoberta ocorreu no escopo da criação do Parque Estadual Nascentes do Paranapanema (Penap), que constitui uma nova unidade de conservação no estado de São Paulo. A ação foi coordenada por Alexandre Camargo Martensen, docente no Centro de Ciências da Natureza (CCN), do Campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e hoje a área preservada é gerida pela Fundação Florestal do Estado.
"Esta foi uma das áreas que eu amostrei durante o meu mestrado e, desde então, busquei financiamento para detalhar os estudos com o objetivo de protegê-la", lembra Martensen.

Descrição e características
No total, foram encontrados em Capão Bonito 16 indivíduos adultos, além de girinos. Uma das pererecas foi acrescentada à coleção do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP).
O registro trouxe dados inéditos e detalhados sobre a espécie, antes incompletos e pouco conhecidos, que envolvem características acústicas (gravação de sons emitidos pelo animal), morfológicas (forma, estrutura, tamanho, cor e tipo) e ecológicas (ambiente no qual o animal foi encontrado).
"Gravamos sua vocalização para conseguir, por meio de inteligência artificial, identificar estes cantos e, assim, buscar a espécie em outros locais, já que, até o momento, ela só foi encontrada em duas pequenas lagoas marginais do Penap", explica Martensen.
Em relação às características ecológicas, a espécie foi encontrada em um local raro para ambientes de planalto, a lagoa marginal, diferente do tradicional riacho, que é mais comum nestas áreas. Segundo o docente, isso justifica o fato de o animal ter sido visto pouquíssimas vezes na natureza.
"Estas lagoas geralmente aparecem quando a água chega em ambientes de planície, planos, sem tanta variação de altitude, pois começa a perder a velocidade e a meandrar. Em planaltos, a água costuma descer bem rápido, por isso se formam riachos, com fundo de pedra e areia, não essas lagoas. No entanto, encontramos um local específico de planalto que tem meandros e rios abandonados, coberto com uma exuberante floresta aluvial, formando estas lagoas marginais. Foi neste ambiente que achamos as pererecas. Agora, no âmbito do meu projeto Jovem Pesquisador, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), tentaremos encontrá-las em outros lugares que tenham estas mesmas características peculiares", registra.
Outro trabalho feito pelos pesquisadores foi o sequenciamento genético da espécie, o que permitiu compará-la com outras espécies próximas. "As análises de DNA permitiram que detalhássemos seu grau de parentesco com as demais espécies já encontradas em museus, além de confirmarmos que se trata mesmo da Phrynomedusa appendiculata, uma espécie bem pouco conhecida", informa o docente da UFSCar.

Importância e conservação
Segundo Martensen, a Phrynomedusa appendiculata é importante no controle de populações de insetos e serve de alimento para outras espécies. Além disso, por ser um anfíbio, ajuda no entendimento do equilíbrio ecológico. "Por nascerem e crescerem em água e, depois, irem para a terra, são animais sensíveis a mudanças ambientais ou de qualidade da água, por exemplo", enumera.
Após a redescoberta da espécie, os próximos passos envolvem ampliar os conhecimentos sobre ela, entendendo melhor a sua biologia e sua reprodução, inclusive para pensar em estratégias de conservação. 
Para preservá-la, o pesquisador alerta que são necessárias ações que envolvem desde o controle de acesso ao local, até pensar em estratégias de manejo para recuperá-la em locais que talvez já tenha habitado e que não existem mais. 
"As áreas de cabeceiras dos rios precisam permanecer protegidas e limpas, o que evita, além de doenças, trazer sedimentos morro abaixo, o que alteraria a qualidade da água e a capacidade do animal de sobreviver. Também é preciso entender o que o bicho precisa para sobreviver e reproduzir em determinado local. Às vezes é muito pouco, como água limpa e cobertura florestal", avalia.
Redescobertas como esta mostram que, mesmo tão devastada pelo ser humano, a Mata Atlântica ainda conserva uma enorme diversidade de espécies; muitas delas, antes consideradas extintas, ainda sobrevivem em trechos da floresta. "Uma hipótese para explicar este fato é que o enorme dinamismo da vegetação nativa - que, apesar dos desmatamentos, tem enormes ganhos de florestas devido à intensa regeneração natural - permite que as espécies consigam se acomodar ao longo do tempo e sobreviver. No entanto, serve como alerta para preservar essa rica biodiversidade e evitar, de fato, a extinção das espécies", pondera Martensen.
O estudo foi publicado em artigo - Rediscovery of the rare Phrynomedusa appendiculata (Lutz, 1925) (Anura: Phyllomedusidae) from the Atlantic Forest of southeastern Brazil - na revista científica Zootaxa e pode ser acessado em https://bit.ly/3uuzWD1. Assinam a publicação, além de Martensen, da UFSCar, pesquisadores da USP, Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, Universidade do Porto (em Portugal), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Ecosfera Consultoria e Pesquisa em Meio Ambiente - todas instituições parceiras da pesquisa.
A expedição de campo foi financiada pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), e os estudos que buscam aprofundar as informações biológicas da espécie pela Fapesp.
A obra, gratuita e disponível na Internet, busca contribuir com a missão do Campus na região

 

BURI/SP - Como o conhecimento acadêmico pode ser útil ao desenvolvimento regional? A resposta para essa questão é um dos principais desafios da universidade pública e também o objetivo maior do livro "Alternativas para o Desenvolvimento Sustentável do Sudoeste Paulista". A obra, composta por 14 capítulos, está organizada em três segmentos interdependentes: Estudos Socioeconômicos, Ambientais e Agroalimentares. 
"O livro reúne trabalhos frutos de parcerias entre a Universidade e a sociedade local. Os capítulos têm como elo principal a busca por alternativas para o desenvolvimento sustentável do Sudoeste Paulista, que dá nome à obra", explicam os organizadores da publicação e professores Naaman Nogueira, Leandro de Lima, Alexandre Martensen e Iuri Ferreira, todos do Centro de Ciências da Natureza (CCN) do Campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
A publicação em formato digital, com acesso livre e gratuito, contou com o apoio da Fazenda Escola Lagoa do Sino. Segundo os autores, a escolha desse formato buscou favorecer o acesso da sociedade ao conhecimento científico, incluindo, por exemplo, o poder público e produtores rurais da região. O professor Naaman Nogueira complementa que, "mesmo em áreas remotas, o livro pode ser acessado e compartilhado de forma simples e rápida, diretamente pelo celular".
Entre os temas contemplados estão os programas de aquisição de alimentos, isolamento domiciliar rural, história econômica e trajetória do desenvolvimento da região, cadastro ambiental rural, passivo ambiental das Áreas de Proteção Permanentes (APPs), proteção da fauna nativa, instalação de centros integrados de desenvolvimento, produção de Queijo Porungo, implantação de agroindústrias, dentre outros. "O livro pode ser visto como uma forma de valorização das diversas atividades de pesquisa e extensão realizadas pela Universidade na região", sintetizam os organizadores.
"O território objeto de estudo apresenta condições de extrema desigualdade", aponta o deputado federal Vitor Lippi, no prefácio do livro. Além disso, argumenta que a obra "é uma coletânea necessária para o processo de criação de projetos e estratégias para o fortalecimento da economia regional. Um livro que apresenta o estudo do Sudoeste Paulista pelo Sudoeste Paulista, elencando os entraves e as potencialidades pelas expertises locais que vivenciam o processo de desenvolvimento".
A obra conta também com prólogo do escritor Raduan Nassar, doador da fazenda que deu origem ao Campus Lagoa do Sino e Doutor Honoris Causa da UFSCar: "É um alento saber que na comunidade Lagoa do Sino a pesquisa e a ciência estão vivas, suportando todo tipo de ataque neste Brasil de tempos sombrios. Do lado de cá, minha admiração e saudação aos professores, estudantes e colaboradores envolvidos no projeto. A vocês digo ainda: resistam!", conclui o escritor. 
Evento tem objetivo de apresentar a Universidade aos estudantes do Ensino Médio da região

 

BURI/SP - O evento "Lagoa do Sino de Porteiras Abertas" é realizado anualmente pela UFSCar com o objetivo de apresentar a Universidade aos estudantes dos ensinos Médio e Fundamental das escolas públicas e particulares da região sudoeste paulista.
Em 2021, o evento não ocorreu devido a restrições causadas pela pandemia de Covid-19. Neste ano, o evento acontece no formato online. Para participar, basta acessar o canal do Youtube do evento. No canal, estão disponíveis vídeos que apresentam os cursos de graduação e diversas outras atividades e estruturas presentes no Campus Lagoa do Sino, como os grupos de estudo, as atividades de pesquisa e extensão, a biblioteca, o projeto Fazenda Escola, os centros acadêmicos, a empresa júnior, o cursinho popular, as cheerleaders, dentre outros. Também há vídeos que abordam as edições anteriores do evento e fornecem orientações sobre como ingressar na UFSCar. 

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