SÃO CARLOS/SP - Neste ano, o Dia do Comerciante, 16 de julho, será celebrado sob o enfrentamento de uma pandemia que trouxe impactos negativos nas finanças, baixa receita e desequilíbrio no caixa das empresas, além dos inúmeros desafios para se manter a produtividade, a motivação e saúde das equipes. Segundo o professor da IBE Conveniada FGV especialista em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria, Marlon Ramos, ainda não há para o setor, em momento pós-Covid-19, base científica e análise de dados que projetam números sólidos e factíveis para o futuro, mas “há consenso entre economistas no Brasil e no mundo, de que a recuperação é certa, contudo, lenta”.
O professor destaca que nas condições atuais, os comerciantes precisam trabalhar os medos, angústias e incertezas para tomar decisões assertivas em momentos como esse, onde o nível de acertos deve ser o maior possível. Para ele, a hora é de se reinventar e entender os novos hábitos de consumo dos clientes, buscar novas maneiras de se fazer o que se faz hoje, e até mesmo repensar os modelos de negócios.
“É fato que ainda sabemos muito pouco sobre o que está por vir. Há inúmeras incertezas e uma delas é o que ainda teremos pela frente. Com a flexibilização do isolamento social, os clientes começam a retomar o consumo, mesmo que de uma forma mais comedida e equilibrada. Há uma demanda represada, não sabemos o tamanho, mas pouco a pouco será conhecida”, explica Marlon Ramos.
Para os comerciantes que puderam continuar exercendo as atividades durante pandemia, o professor aconselha que seja redobrada a atenção com a saúde da equipe e que eles sigam as recomendações corretamente. Ele ressalta que nesse momento, os lucros não devem ser o mais importante, mas que é necessário identificar o ponto de equilíbrio das empresas, focar na gestão de caixa, no controle dos custos e das despesas fixas e variáveis.
“Esses comerciantes devem investir em boas promoções, tanto nas vendas como nas compras, além de buscar recursos financeiros ao menor custo possível. Agarre as oportunidades geradas em momentos de crise. Faça o seu melhor”, aconselha o professor.
Já para os empresários que não puderam permanecer com o estabelecimento aberto durante a pandemia, o professor indica a elaboração de novas estratégias de comunicação com o público alvo, utilizando a tecnologia e os recursos digitais em favor da empresa, criando um ambiente colaborativo.
Reorganizar e reestruturar as dívidas, aproveitar para revisar e implementar os Planos de Contingência, além de construir cenários de médio e longo prazo, são outras dicas do especialista para os empresários que ainda aguardam as novas fases de flexibilização para a reabertura do comércio.
“Não existe uma fórmula mágica para enfrentar esse momento. A inovação, a criatividade, colaboração e muito trabalho, são as chaves para que esses empresários passem pela crise mais fortes e vencedores. É hora de se preparar para a retomada”, indica o professor.
Entre as alternativas para passar por esse período com mais facilidade, ele indica buscar apoio com especialistas e mentores, por exemplo.
“Fato é que o mundo vai mudar e todos, sociedade e organizações, precisam se preparar, se adaptar e mudar suas visões para uma nova realidade que surgirá. Para esse Dia do Comerciante, o grande aprendizado é olhar para o futuro da empresa, por isso, mantenham-se confiantes e sejam resilientes”, finaliza o especialista.