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IRAQUE - Pelo menos cem pessoas morreram e 150 ficaram feridas num incêndio durante uma festa de casamento no Iraque. Segundo a mídia estatal informou na manhã desta quarta-feira (27) noite de terça (26) no horário de Brasília o incidente ocorreu no distrito de Hamdaniya, na província de Nínive.

De acordo com fontes locais, o número confirmado de mortes deve aumentar.

O incêndio atingiu um grande salão de eventos depois que fogos de artifício foram disparados durante a celebração, disse a defesa civil iraquiana.

O vídeo no local mostrou bombeiros escalando os destroços carbonizados do prédio em busca de sobreviventes.

No principal hospital de Hamdaniya, uma área predominantemente cristã a leste da metrópole de Mossul, um fotógrafo da agência AFP viu inúmeras ambulâncias chegando com sirenes ligadas. Também havia uma concentração de pessoas, entre familiares das vítimas e voluntários que queriam doar sangue para ajudar nos atendimentos de emergência.

No mesmo local, um caminhão refrigerado, de portas abertas, armazenava dezenas de sacos para cadáveres.

Informações preliminares indicavam que o edifício era feito de materiais de construção altamente inflamáveis, o que teria contribuído para o seu rápido colapso.

Ambulâncias e equipes médicas foram enviadas ao local pelas autoridades federais iraquianas e pelas autoridades da região semiautônoma do Curdistão iraquiano, segundo declarações oficiais.

O respeito pelas normas de segurança no Iraque é historicamente falho, tanto nos setores da construção civil como no dos transportes.

O país, com infraestrutura deterioradas após décadas de conflito, é regularmente palco de incêndios ou acidentes fatais.

 

 

FOLHA de S.PAULO

IRAQUE - A embaixada sueca no Iraque foi temporariamente repatriada para Estocolmo por motivos de segurança, anunciou o Ministério das Relações Exteriores da Suécia na sexta-feira (21), um dia depois que a legação foi incendiada por manifestantes.

“A segurança é uma prioridade. O pessoal destacado chegou à Suécia em um voo comercial”, disse uma porta-voz do ministério em um e-mail à AFP.

Na quinta-feira, Salwan Momika, um iraquiano de 37 anos refugiado na Suécia, pisoteou um exemplar do Alcorão em frente à embaixada do Iraque em Estocolmo.

No final de junho, o mesmo homem queimou várias páginas do livro sagrado muçulmano em frente a uma mesquita na capital sueca.

Em resposta ao fato de a polícia sueca ter autorizado o ato, apoiadores do influente líder religioso iraquiano Moqtada Sadr se manifestaram em Bagdá na quinta-feira, invadindo a embaixada sueca e incendiando-a pouco antes do amanhecer.

O governo iraquiano ordenou a expulsão do embaixador sueco e anunciou a suspensão da licença da gigante sueca das telecomunicações Ericsson no país.

O ministério informou que o embaixador já está na Suécia. “Estamos em contato com as autoridades iraquianas e continuamos conversando”, acrescentou.

Na quinta-feira, o chanceler sueco Tobias Billström chamou o ataque de “inaceitável” e considerou que as autoridades iraquianas “falharam em [sua] obrigação” de proteger a missão diplomática sueca. Referindo-se à profanação do Alcorão, Billström condenou um “ato ofensivo e desrespeitoso”.

 

 

ISTOÉ

AFP

IRAQUE - O Iraque convidou neste domingo empresas estrangeiras a concorrer a licitações para explorar e desenvolver reservas de gás natural em 11 novos blocos, à medida que o país-membro da Opep busca produzir gás natural para usinas elétricas e reduzir importações que pesam no orçamento do país.

Oito blocos estão localizados na província de Anbar, no oeste, um na cidade de Mosul, no norte, e outros dois estão localizados ao longo das fronteiras entre províncias, incluindo um entre a fronteira de Anbar com Mosul e outro com a cidade de Naja, no sul do Iraque, informou o ministério do petróleo em comunicado no domingo.

O ministério do petróleo do Iraque disse que concluiu as preparações para lançar uma sexta rodada de licitações para leiloar os blocos de gás, sem definir uma data para o processo de licitação.

O Iraque, o segundo maior produtor da Opep depois da Arábia Saudita, queima grande parte de seu próprio gás, extraído junto com o petróleo bruto em seus campos, porque não possui instalações para transformá-lo em combustível e, em vez disso, usa as importações de energia iraniana para gerar eletricidade.

Bagdá está sob pressão dos Estados Unidos para reduzir sua dependência das importações de gás do Irã.

 

 

Por Hatem Maher e Ahmed Tolba / REUTERS

IRAQUE - Suas águas foram célebres no jardim do Éden, na Suméria e na Babilônia. Mas no Iraque de hoje, o Tigre está morrendo. Entre as atividades humanas e as mudanças climáticas, a agonia do rio ameaça acabar com a vida que se implantou às suas margens há milhares de anos.

Desde abril, as temperaturas superam os 35 ºC e as tempestades de areia se sucedem, cobrindo com uma fina camada alaranjada máquinas, animais e seres humanos.

O verão é infernal para os iraquianos, quando os termômetros chegam aos 50ºC e há cortes de eletricidade.

O Iraque se tornou um dos cinco países no mundo mais expostos às consequências das mudanças climáticas, segundo as Nações Unidas.

E o Tigre, que corta o Iraque, está ficando sem força, devido à falta de chuvas, mas também às represas, como as da Turquia, onde tem origem.

Um correspondente da AFP percorreu as margens do rio para constatar o desastre que representa para os habitantes mudar sua forma de vida.

 

- Faysh Khabur (norte): com a represa, "a água diminui dia a dia" -

O percurso iraquiano do Tigre começa nas montanhas do Curdistão, no entroncamento entre o Iraque, a Síria e a Turquia. Aqui, as pessoas ganham a vida cultivando batatas e criando ovelhas.

Em Faysh Khabur, "nossa vida depende do Tigre", explica Pibo Hassan Dolmasa, de 41 anos, de pé com suas bombachas empoeiradas.

"Todo o nosso trabalho, nossa agricultura, depende dele", mas "há dois ou três anos", a situação vem piorando. "A água diminui dia a dia", afirma, enquanto "antes, a água saía a cântaros".

As autoridades iraquianas e os agricultores curdos acusam a Turquia de reter a água com as represas construídas rio acima.

As estatísticas oficiais confirmam: o nível da água do Tigre este ano, em sua chegada da Turquia, tem apenas 35% do volume médio que fluiu para o Iraque nos últimos 100 anos.

Quanto mais se retém água, mais diminui sua vazão e menos chega ao Iraque ao longo dos 1.500 km que o rio percorre antes de se unir ao Eufrates para formar o Chatt al-Arab, confluência dos dois rios, e chegar ao Golfo.

Este tema é fonte de atrito entre os dois países: Bagdá pede regularmente a Ancara que libere mais água e, em resposta, o embaixador turco no Iraque, Ali Riza Güney, pediu em julho aos iraquianos que "usem a água disponível de forma mais eficiente".

A água é largamente desperdiçada no Iraque, acrescentou em um tuíte.

Os especialistas lhe dão razão e falam de métodos irracionais: como na época dos sumérios, os agricultores iraquianos continuam inundando seus campos para regá-los, o que provoca enormes perdas de água.

 

- Diyala (centro): De deslocados pela guerra a deslocados pela água -

Em alguns locais, parecem simples poças, mas os pequenos acúmulos de água no leito do rio Diyala são tudo o que resta desta confluência do Tigre no centro do Iraque, sem as quais não é possível nenhum cultivo na província.

Este ano, devido à seca, as autoridades reduziram à metade as áreas cultivadas em todo o país. E como em Diyala não há água suficiente, não haverá cultivos.

"Seremos obrigados a abandonar a agricultura e vender nossos animais", lamenta Abu Mehdi, um fazendeiro de 42 anos com bigode preto e cafetã branco.

"Fomos deslocados pela guerra" contra o Irã, na década de 1980, "e agora seremos deslocados pela água. Sem água, absolutamente não podemos viver nestas áreas", diz.

O homem tentou encontrá-la por seus próprios meios. "Vedemos tudo, nos endividamos para cavar poços. Cavei poços de 30 metros, (mas) foi um fracasso".

Daqui até 2050, "um aumento da temperatura de um grau Celsius e uma diminuição das precipitações de 10% causarão uma redução de 20% da água doce disponível" no Iraque, alertou o Banco Mundial no fim de 2021.

Então, cerca de um terço das terras irrigadas não terão água.

A escassez de água, os desafios para a agricultura e a segurança alimentar fazem parte dos "principais motores das migrações rurais para zonas urbanas" no Iraque, advertiu em junho a ONU e várias ONGs.

No fim de março de 2022, mais de 3.300 famílias tinham sido deslocadas por "fatores climáticos" em dez províncias do centro e do sul do país, segundo um relatório de agosto da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

"A migração climática já é uma realidade no Iraque", afirmou a OIM.

 

- Bagdá: "depósitos de areia" e resíduos na margem -

Neste verão, em Bagdá, o nível do Tigre era tão baixo que a AFP filmou jovens jogado voleibol no meio do rio, com a água apenas na altura da cintura.

Isto se deve aos "depósitos de areia", explica o Ministério de Recursos Hídricos. Com uma vazão tão fraca que não consegue arrastá-los curso abaixo, estes depósitos se acumulam no fundo e o rio, onde os moradores da capital lançam suas águas usadas, não consegue desaguar.

Não faz muito tempo, o governo enviava máquinas para dragar a areia dos leitos, mas agora, por falta de recursos, estas funcionam escassamente.

A consciência ambiental do governo e da população é "frágil", mesmo que "todo iraquiano sinta a mudança climática, que se traduz em temperaturas em elevação, uma diminuição das precipitações, uma queda do nível da água, tempestades de areia", diz a militante ambientalista Hajer Hadi.

Com sua ONG, Clima Verde, a jovem percorre escolas e universidades para introduzir os jovens na ecologia e nos efeitos das mudanças climáticas em seu país.

Para ela, é uma necessidade pouco atendida pelo governo iraquiano, que precisa gerir uma crise política e econômica depois de anos de guerra.

 

- Ras al Bisha (sul): terra salgada e palmeiras com sede -

"Você vê essa palmeira? Está com sede", diz Molla al Rashed, apontando para uma dezena destas árvores. "Precisam de água. Vou regá-las vaso a vaso? Com uma garrafa?", pergunta-se este agricultor de 65 anos.

A situação é similar no palmeiral vizinho, onde se vê apenas o esqueleto de árvores decapitadas. "Não há água doce, a vida acabou", diz o homem, com um keffiyeh bege cobrindo-lhe a cabeça.

Ras al Bisha fica nos confins de Iraque, Irã e Kuwait, onde o Chatt al-Arab, o principal canal do delta comum do Tigre e do Eufrates, desemboca no Golfo.

Por causa da baixa vazão, a água do mar engole e escala o curso do Chatt al-Arab. A ONU e os agricultores denunciam o impacto desta salinização no solo e as repercussões sobre os rendimentos agrícolas.

Para dar água para seu gado, Molla al Rashed precisa comprar de caminhões-cisterna. Inclusive os animais selvagens se aventuram nas casas buscando algumas gotas, conta este homem.

"Meu governo não me abastece com água", diz. "Quero água, quero viver. Quero plantar, como meus ancestrais", desespera-se.

 

- Chatt al-Arab (sul): a água salgada dificulta a pesca -

Iluminado pela luz rosada do poente, com os pés descalços em uma barca que empurra como um gondoleiro veneziano com ajuda de um bastão, Naim Haddad volta de um dia de pesca em Chatt al-Arab.

Perto de Basra, a metrópole meridional do Iraque, Naim exibe um saco cheio de peixes.

"De pais a filhos, dedicamos nossas vidas à pesca", resume o homem quarentão de barba grisalha. A pesca é o único sustento para sua família de oito pessoas.

"Sem salário do governo, sem subvenções", diz.

Mas a salinização do entorno provoca estragos. "No verão, temos água salgada, a água do mar sobe e chega até aqui", explica.

No começo de agosto, a taxa de salinidade no Chatt al-Arab, ao norte de Basra, era de 6.800 partes por milhão (ppm), anunciaram as autoridades locais.

A princípio, a água doce não ultrapassa as 1.000 ppm, segundo as normas do Instituto Americano de Geofísica, que descreve como água "moderadamente salgada" entre 3.000 e 10.000 ppm.

Consequentemente, algumas espécies de peixes de água doce, como as carpas, muito apreciadas pelos pescadores, desaparecem do Chatt al-Arab e são substituídas por outras que costumam viver em alto-mar.

"Se a água doce diminui, a pesca e nosso sustento diminuem", lamenta Haddad.

No seu caso, ele não pode migrar para a pesca em alto-mar porque seu barco não é preparado para resistir às ondas do Golfo.

E, sobretudo, já viu pescadores suficientes interceptados por oficiais iranianos e kuwaitianos, argumentando que ultrapassaram ilegalmente suas fronteiras marítimas.

 

 

AFP

IRAQUE - Os verões no Iraque são sempre quentes, mas desta vez o termômetro marcou 52 ºC na sombra. Fez tanto calor que esta semana Ali Karrar colocou seu bebê na geladeira por alguns minutos.

Isso foi quando Ali Karrar, que mora na cidade de Al Hilla, ao sul de Bagdá, ainda tinha energia elétrica, já que o país ficou às escuras. E sem eletricidade, geladeira, ar condicionado ou ventilador são inúteis.

Em Diwaniya, mais ao sul, Rahi Abdelhussein passa o dia carregando sacos de cubos de gelo para hidratar seus filhos.

Em todo o país, os comerciantes instalaram canos e torneiras para que as pessoas possam se molhar na calçada antes de fazer compras. Em alguns minutos, estão secas novamente.

O pior, como sempre, foi vivido em Basra, única cidade litorânea do país, onde a sensação térmica é multiplicada pela umidade. Isso levou o governo a decretar quatro feriados esta semana para evitar que os moradores saiam de casa e os carros façam a temperatura subir.

"Colocamos as crianças para dormir no chão para que tenham um pouco de frescor e nós, os adultos, não dormimos a noite toda", diz à AFP Meshaal Hashem, estivador e pai de três filhos em Basra.

A situação catastrófica deste ano é o resultado de dezenas de ações que desencadearam reações. Como resultado, na madrugada de quinta-feira não havia watts nas linhas de transmissão do país.

Quem é responsável? Questionam os 40 milhões de iraquianos que em quase 20 anos viram metade dos petrodólares do país desaparecer nos bolsos de políticos e empresários corruptos.

"O ministério da Eletricidade diz que 'é culpa do ministério do Petróleo', o Petróleo diz que 'é culpa da pasta de Economia', a Economia diz que 'é culpa do Irã', o Irã diz 'é culpa do governo iraquiano', o governo diz que 'é culpa do povo', o povo diz que 'é culpa dos políticos' e os políticos dizem que temos que lidar com isso", resume, ironicamente, o pesquisador Sajad Jiyad no Twitter.

O ministério da Eletricidade nunca renovou seus circuitos, no que perde 40% de sua energia, enquanto o ministério do Petróleo tem dificuldades em lançar projetos de transformação de gás natural e abastecimento de usinas.

O Irã, a quem o Iraque deve 6 bilhões de dólares em inadimplência por gás e eletricidade, decidiu na terça-feira fechar a torneira. Bagdá responde que não pode pagar suas dívidas devido às sanções dos Estados Unidos contra o Irã e aos seus próprios problemas financeiros, visto que a covid-19 há algum tempo despenca os preços do petróleo, sua única fonte de divisas.

E, acima de tudo, argumenta o governo, poucas famílias pagam as contas e há muitas conexões ilegais.

- Quem se beneficia? -

No sul do país, quatro províncias estavam sem energia desde terça-feira, devido principalmente, segundo o ministério da Eletricidade, a ataques a linhas de alta tensão.

As autoridades descrevem os responsáveis como "terroristas", mas não se sabe quem está por trás da sabotagem. "Alguém está tentando desestabilizar as ruas e criar o caos", disse o porta-voz do ministério da Eletricidade, Ahmed Musa.

Já houve manifestações nas províncias de Misan, Wasit (onde cinco manifestantes e sete policiais ficaram feridos em altercações) e outras áreas no sul.

Nenhum ministro da Eletricidade sobreviveu à temporada de verão em 18 anos. Durante esta temporada e nos meses seguintes costuma haver protestos em todo o país e o titular dessa pasta é o primeiro a cair.

Desta vez, o ministro Majid Hantoch, apoiado pelo líder xiita Moqtada Sadr, tomou a iniciativa: renunciou na segunda-feira.

Foi mais do que suficiente para atiçar a retórica antigovernamental do movimento sadrista, que começa como o grande favorito para as eleições legislativas marcadas para outubro.

 

 

*Por: AFP

IRAQUE - O papa Francisco deixou hoje (8) o Iraque, após a primeira visita de um chefe de Estado do Vaticano ao país. Não foram registrados incidentes em territórios marcados pela guerra, informaram os repórteres da AFP.

Desde sexta-feira (5) o papa percorreu o Iraque, tendo passado por Bagdá, Mossul, Qaragosh, Ur e Erbil.

O chefe de Estado do Vaticano defendeu uma das mais antigas comunidades cristãs do mundo perante o aiatolá Ali Sistani, referência religiosa dos muçulmanos xiitas do Iraque.

"O Iraque vai continuar para sempre comigo, no meu coração", disse nesse domingo o papa Francisco, de 84 anos, perante milhares de fiéis que se juntaram num estádio de Erbil, Curdistão iraquiano, para uma cerimónia religiosa. 

Os cristãos no Iraque são atualmente 01% da população, depois de terem constituído cerca de 06% dos habitantes do país, há duas décadas.

A viagem foi o primeiro deslocamento de Francisco ao estrangeiro nos últimos 15 meses.

Devido à pandemia de covid-19 e com exceção da missa de Erbil, ele só se encontrou com algumas centenas de pessoas ao longo da viagem.

O papa percorreu 1.445 quilômetros em território iraquiano, a maior parte do tempo de avião ou de helicóptero sobrevoando zonas onde se encontram células clandestinas de grupos de extremistas islâmicos.

Quando se dirigiu ao país, o chefe da Igreja Católica disse que o "terrorismo abusa da religião", apelou à paz e à unidade no Oriente Médio e lamentou a saída de cristãos da região, obrigados a procurar refúgio em outros países.

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Francisco participou de uma cerimónia ecuménica, com diversas confissões de religiosos do Iraque.

A missa ocorreu em Ur, a cidade natal do patriarca Abraão.

 

 

 

*Por RTP

IRAQUE - O aiatolá Ali al-Sistani afirmou ao papa Francisco, em reunião portas fechadas em Najaf, que os cristãos no Iraque deveriam viver em paz e com todos os direitos, durante encontro histórico entre o Vaticano e o Islã.

Al-Sistani, de 90 anos, manifestou ao papa o desejo de que os cidadãos cristãos vivam, como todos os iraquianos, em segurança e paz, e com todos os seus direitos constitucionais", de acordo com um comunicado do gabinete de Al Sistani.

O gabinete do aiatolá divulgou fotos do encontro entre os dois líderes religiosos, que ocorreu sem a presença da imprensa. Nas fotos, Francisco, vestido de branco, e Al-Sistani, de preto, são vistos em dois sofás da modesta casa do líder xiita, num gesto considerado histórico para as relações entre o Vaticano e o Islã.

Al-Sistani destacou o papel que a autoridade religiosa tem desempenhado em "proteger todos aqueles que sofreram injustiças e danos nos últimos anos, especialmente durante os quais terroristas tomaram grandes áreas em várias províncias iraquianas, onde cometeram atos criminosos".

O líder xiita fez alusão ao período, entre 2014 e 2017, em que o grupo sunita jihadista Estado Islâmico (EI) ocupou grande parte do Iraque e estava prestes a chegar à capital Bagdá.

Durante o encontro, segundo o comunicado, os dois líderes abordaram "os grandes desafios que a humanidade enfrenta neste momento e o papel da fé" e fizeram referência específica às "injustiças, assédios econômicos e deslocamentos sofridos por muitos povos" da região, "especialmente o povo palestino nos territórios ocupados" por Israel.

Al-Sistani destacou o "papel que os grandes líderes religiosos e espirituais devem desempenhar para conter todas essas tragédias".

Este é o primeiro ato do dia do papa, que na sexta-feira (5) chegou ao Iraque para uma visita de quatro dias e se tornou o primeiro pontífice a visitar o Iraque.

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Francisco viajou para a cidade sagrada, ao sul de Bagdá, o principal centro religioso desse ramo do Islã e um destino de peregrinação para xiitas de todo o mundo.

No entanto, durante o encontro, não houve um documento comum como o assinado em Abu Dhabi, há dois anos, pelo papa e o xeque egípcio Ahmad al-Tayyeb, Grande Imã de Al-Azhar, a maior instituição sunita, no Cairo, e que foi um dos principais passos nas relações entre o Islã e o catolicismo.

O aiatolá é uma das figuras mais poderosas do Islã e os seus decretos religiosos (fatwa) levaram muitos muçulmanos a se mobilizar em 2014 contra o Estado Islâmico, com a criação da Forças de Mobilização Popular, em janeiro de 2019.

Ali al-Sistani pediu ainda para investigar os crimes hediondos, "perpetrados por jihadistas" sunitas contra algumas minorias na sociedade iraquiana, como os yazidis, em Sinjar, os cristãos em Mossul e os turcomanos em Tel Afar.

A agenda papal inclui encontros com a comunidade católica, composta por 590 mil pessoas, cerca de 1,5% da população iraquiana, além de cristãos de outras Igrejas e confissões religiosas e líderes políticos.

Além de Bagdá, o papa vai a Najaf, Ur, Erbil, capital do Curdistão iraquiano, Mossul e Qaraqosh.

 

 

*Por RTP

IRAQUE - O papa Francisco chegou hoje (5) ao Iraque, na primeira viagem de um pontífice a um país muçulmano de maioria xiita.

Na visita de quatro dias, o papa se apresenta como "peregrino da paz", numa tentativa de reconciliar o país afetado por anos de guerra e terrorismo.

A agenda inclui encontros com a comunidade católica, cristãos de outras Igrejas e confissões religiosas, líderes políticos e com o Ayatola Ali Sistani, a maior autoridade xiita do país.

Francisco vai passar por Bagdá, Najaf, Ur, a terra natal do patriarca Abraão, figura de referência para os judeus, cristãos e muçulmanos, Erbil, capital do Curdistão iraquiano, Mossul e Qaraqosh.

De acordo com dados da Ajuda para as Igrejas Necessitadas, nos três anos de guerra contra o Estado Islâmico, 34 igrejas foram totalmente destruídas e 132 foram incendiadas.

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Mais de mil casas de cristãos também foram totalmente destruídas e 3 mil incendiadas, o que demonstra a perseguição à minoria cristã no país.

 

 

 

* Com informações da RTP - Rádio e Televisão de Portugal

*Agência Brasil

ERBIL - Um ataque de foguete contra forças lideradas pelos EUA no norte do Iraque matou na segunda-feira um empreiteiro civil e feriu um militar dos EUA, disse a coalizão dos EUA no Iraque, no ataque mais mortal em quase um ano.

A barragem de foguetes atingiu uma base aérea militar ocupada pela coalizão liderada pelos EUA no Aeroporto Internacional de Erbil. Duas autoridades americanas disseram que o empreiteiro morto não era americano. A coalizão disse que outras cinco contratadas foram feridas, sem dar mais detalhes.

O ataque, reivindicado por um grupo pouco conhecido que algumas autoridades iraquianas dizem ter ligações com o Irã, aumenta a tensão no Oriente Médio, enquanto Washington e Teerã exploram um possível retorno ao acordo nuclear iraniano.

Grupos armados alinhados com o Irã no Iraque e Iêmen lançaram ataques contra os Estados Unidos e seus aliados árabes nas últimas semanas, incluindo um ataque com drones a um aeroporto saudita e foguetes contra a embaixada dos EUA em Bagdá.

A maioria dos incidentes não causou baixas, mas manteve a pressão sobre as tropas e aliados dos EUA na região nos primeiros dias da presidência de Joe Biden.

O governo de Biden está avaliando um retorno ao acordo nuclear com o Irã, que seu antecessor Donald Trump abandonou em 2018, que tinha como objetivo conter o programa nuclear iraniano.

Aliados dos EUA, como a França, disseram que qualquer nova negociação deve ser estrita e incluir a Arábia Saudita, o principal inimigo regional do Irã. O Irã insiste que só retornará ao cumprimento do acordo de 2015 se Washington suspender as sanções paralisantes.

A tensão EUA-Irã frequentemente se manifestou em solo iraquiano.

Um ataque de drones dos EUA que matou o mentor militar do Irã, Qassem Soleimani, em Bagdá, em janeiro de 2020, colocou a região à beira de um confronto em grande escala.

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Um ataque de foguete a uma base no norte do Iraque em março do ano passado matou um britânico e dois americanos.

O ataque de foguete de segunda-feira em Erbil, capital da região autônoma curda no Iraque, foi o mais mortal contra as forças da coalizão desde então.

Fontes de segurança curdas disseram que três foguetes atingiram o aeroporto e pelo menos outros dois pousaram nas proximidades. Repórteres da Reuters ouviram várias explosões e viram um incêndio começar perto do aeroporto.

As tropas dos EUA ocupam uma base militar adjacente ao aeroporto civil. Uma terceira autoridade dos EUA, falando sob condição de anonimato, disse que o ferimento do militar americano foi uma concussão.

Um grupo que se autodenomina Saraya Awliya al-Dam assumiu a responsabilidade pelo ataque à base liderada pelos EUA, dizendo que tinha como alvo a “ocupação americana” no Iraque. Ele não forneceu evidências para sua afirmação.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na segunda-feira que os Estados Unidos ficaram "indignados" com o ataque.

Em um comunicado, Blinken disse que havia entrado em contato com o primeiro-ministro do Governo Regional do Curdistão, Masrour Barzani "para discutir o incidente e prometer nosso apoio a todos os esforços para investigar e responsabilizar os responsáveis".

Grupos que algumas autoridades iraquianas dizem ter ligações com o Irã reivindicaram uma série de ataques com foguetes e bombas nas estradas contra as forças da coalizão, empreiteiros que trabalham para a coalizão e instalações dos EUA - incluindo a embaixada em Bagdá - nos últimos meses.

O governo do Iraque, sob o primeiro-ministro Mustafa al-Kadhimi, aliou-se aos Estados Unidos contra as milícias alinhadas com o Irã, mas tem lutado para colocar os poderosos grupos paramilitares sob controle.

 

 

*Reportagem de John Davison em Erbil, Ahmed Rasheed; reportagem adicional de David Shepardson / REUTERS

BAGDÁ - O Papa Francisco terá um encontro com o grande aiatolá Ali Sistani, a mais alta autoridade xiita do Iraque, durante sua visita ao país prevista para o início de março, anunciou o cardeal iraquiano Louis Raphael Sako à AFP.

Durante o encontro privado, os dois líderes religiosos "poderão evocar uma espécie de enquadramento para condenar todos aqueles que atacam a vida", disse o cardeal, patriarca da Igreja Católica caldeia no Iraque.

Em fevereiro de 2019, em Abu Dhabi, o Papa Francisco assinou com o xeque Ahmed al-Tayeb, o grande imã da instituição do islã sunita Al-Azhar, sediada no Cairo, um "documento sobre a fraternidade humana".

Francisco foi então o primeiro chefe da Igreja Católica a pisar o solo da Península Arábica, berço do islã.

O diálogo inter-religioso está no centro da visita do papa ao Iraque, de 5 a 8 de março, mais uma viagem sem precedentes para um bispo de Roma.

O clero cristão e xiita informou que está discutindo a questão inter-religiosa, e alguns dos seus membros alertam que um acordo pode exigir várias reuniões.

O cardeal Sako, no entanto, disse à AFP esperar que "haja uma assinatura durante a visita".

Segundo o portal de notícias do Vaticano, as origens da Igreja Caldeia remontam ao século 13, quando alguns missionários católicos, fundamentalmente dominicanos e franciscanos, desenvolveram intenso trabalho entre os fiéis da Igreja Oriental Assíria.

A Igreja Católica caldeia, com cerca de 1 milhão de fiéis, tem o patriarcado no Iraque e circunscrições eclesiásticas no Irã, Síria, Líbano, Turquia, Egito, Estados Unidos, Canadá e Austrália.

 

 

*Por RTP

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