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BRASÍLIA/DF – Em reunião convocada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira, 30, os deputados federais Adolfo Viana (PSDB-BA) e Alex Manente (Cidadania-SP) garantiram o apoio da federação ao qual fazem parte na votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição no Congresso, mas sinalizaram ter divergências com um dos pontos centrais do texto defendido pelo governo transitório: a retirada do programa Bolsa Família por quatro anos do teto de gasto. O petista pediu aos parlamentares que ajudassem nas conversas com as bancadas a aprovar o texto no Congresso.

“Quanto à PEC, nós temos o entendimento de que ano que vem é necessário garantir esse instrumento para que tenhamos o Bolsa Família ou o auxílio (no valor de R$ 600). O restante nós ainda vamos debater””, disse Manente. “Nós apoiaremos (a PEC), independente de qualquer questão, e nós teremos a independência de divergir naquilo que não concordamos”, prosseguiu.

Os parlamentares das duas siglas defendem que o programa de transferência de renda fique fora da âncora fiscal vigente por apenas um ano. A federação formada por PSDB e Cidadania ainda advoga que a PEC da Transição antecipe para o ano que vem as discussões de revisão do teto de gasto e da regra de ouro para que seja formulado uma nova medida de limitação das despesas do governo.

“Não podemos ter um governo que começa no ano que vem já prevendo para os próximos quatro anos. Eu disse isso ao presidente: ‘nós temos a missão de rever o teto de gastos e a regra de ouro, porque nós não podemos sempre ficar no penduricalho para ter condições de dar auxílio. Ou nós revisamos isso e antecipamos essa revisão prevista para daqui cinco anos, ou nós vamos sempre ter que fazer algo que é exceção para aquilo que é obrigação”, disse Manente.

Ainda segundo Manente, a federação PSDB-Cidadania optou por não aderir à base de sustentação do futuro governo. Lula tem tentado montar um núcleo de apoio no Congresso por meio das diversas conversas reservadas que tem tido com lideranças de partidos no hotel em que está hospedado em Brasília. “Nossa posição é de independência de acordo com aquilo que acreditamos. Aquilo convergimos como política social, respeito o teto de fastos e a responsabilidade fiscal, nós vamos apoiar e essa foi a postura que tivemos já no governo (Jair) Bolsonaro e será assim com o governo Lula”, disse Manente.

Durante a campanha eleitoral, PSDB e Cidadania divergiram no apoio aos candidatos que seguiram para o segundo turno. Os tucanos liberaram os seus afiliados para defedenrem a candidatura dos dois concorrentes, enquanto a cúpula do Cidadania se uniu a Lula e declarou voto no petista. “Nós agora somos uma federação. Caminharemos de mãos dadas, com independência, altivez e responsabilidade, que sempre foram as bandeiras do PSDB e do Cidadania”, disse Adolfo Viana.

Como mostrou o Estadão, o PSD demonstrou estar disposto a integrar o grupo de aliados do governo, mas discute a portas fechadas o grau de participação que terá na Esplanada dos Ministérios. Já o União Brasil não deu demonstrações de qual será sua posição com o Palácio do Planalto após a reunião que Lula teve ontem, 29, com o senado Davi Alcolumbre (UB-AP).

 

 

por Weslley Galzo / ESTADÃO

SÃO CARLOS/SP - Informações da Política São-carlense dão conta de que a ex-vereadora Laíde Simões (PSDB), está prestes a voltar à Câmara Municipal de São Carlos.

De acordo com uma fonte, a articulação estaria vindo do presidente do PSDB e Secretário de Planejamento e Gestão Netto Donato.

Para que a articulação política se concretize, teria sido oferecido para o vereador Rodson Magno do Carmo (PSDB), a presidência da Prohab – São Carlos.

Parece que tudo está certo, só falta ser publicado no Diário Oficial do Município (DO).

SÃO PAULO/SP - Após 22 anos de PSDB, o ex-governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta quarta-feira, 19, sua saída do partido. O agora ex-tucano, fez várias postagens no Twitter e disse que deixa o PSDB de cabeça erguida. Pode até ser que ele saia de cabeça erguida, mas o partido fez feio com ele.

“Anuncio minha desfiliação do PSDB após 22 anos no partido. Inspirado na social democracia e em nomes como Franco Montoro, Mário Covas, José Serra e FHC, cumpri minha missão política partidária pautado na excelência da gestão pública e em uma sociedade mais justa e menos desigual. Encerro essa etapa de cabeça erguida. Orgulhoso pela contribuição que pude dar a São Paulo e ao Brasil, graças à generosidade e à confiança de todos aqueles que optaram pelo meu nome em três prévias e duas eleições. Com minha missão cumprida, deixo meu agradecimento e o firme desejo de que o PSDB tenha um olhar atento ao seu grandioso passado em busca de inspiração para o futuro. E sempre em defesa da democracia, da liberdade e do progresso social do Brasil” disse Doria.

Durante as prévias do PSDB para ver quem disputaria a corrida presidencial, Doria venceu Eduardo Leite e estava entusiasmado para concorre, mas nem Doria e nem Leite foram para o pleito, e mais ambos eram governadores de seus respectivos estados e renunciaram para concorrer ao Palácio do Planalto, porém a covardia do PSDB fez que abandonasse o projeto de Doria.

O PSDB acabou apoiando Simone Tebet (MDB), tendo como vice Mara Gabrilli (PSDB), que neste segundo turno, Tebet está apoiando Lula (PT).

SÃO PAULO/SP - O ex-presidente e atual candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de um evento no teatro Tuca, da PUC-SP, na noite desta terça-feira (31). No local, alfinetou o PSDB e ainda ironizou as tentativas de Jair Bolsonaro recusar o resultado das eleições deste ano. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

O evento marcou o lançamento do livro “Querido Lula: Cartas a um presidente na prisão”. Em um discurso de aproximadamente 40 minutos, o petista comentou sobre adversários políticos e não perdeu a oportunidade de atacar o atual discurso de Bolsonaro.

“Vocês estão lembrados que uma vez um senador do PFL, o Jorge Bornhausen, disse que era preciso acabar com ‘essa desgraça do PT’. O PFL acabou. E agora quem acabou foi o PSDB. E o PT continua forte, crescendo e continua um partido que conseguiu compor a maior frente de esquerda já feita neste país”, disse Lula no evento.

“Me prenderam achando que a gente ia ficar mais fraco e a verdade é que vocês fizeram eu sair da cadeia muito mais forte do que eu entrei. Eles achavam que iam nos tirar, que iam banir o PT”, completou.

Durante a atual campanha, Lula já conversou com alguns nomes do PSDB, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-ministro Aloysio Nunes, que declarou apoio ao petista já no primeiro turno das eleições de 2022.

O atual presidente, Jair Bolsonaro, também não escapou das alfinetadas de Lula. “Não adianta o Bolsonaro dizer que vai dar golpe, que ‘só Deus me tira daqui’. Como eu acredito que a voz do povo é a voz de Deus, a voz do povo vai tirar ele de lá”, afirmou.

O evento ainda contou com a ex-presidente Dilma Rousseff e com Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo. Artistas também estiveram no local, como Zélia Duncan, Denise Fraga, Camila Pitanga, Cleo Pires e Tulipa Ruiz.

 

 

ISTOÉ

BRASÍLIA/DF - O comando nacional do PSDB está irritado com a iniciativa do ex-governador João Doria (PSDB-SP) de questionar a decisão do partido de tentar uma aliança com o MDB. A aliados, o presidente da legenda, Bruno Araújo, disse que a carta do paulista em que acusa a sigla de “golpe” e “tapetão” é um sinal de “quase rompimento” com o PSDB, que ao fazer isso Doria “politicamente assume que não tem um partido” e que ele está entrando “em guerra” contra toda a Executiva tucana.

A carta do ex-governador foi enviada no sábado, 14, e imediatamente Araújo reagiu convocando reunião da Executiva Nacional do partido para a terça-feira, 17, para discutir o teor do documento. Dentro da cúpula tucana, a avaliação é de que uma candidatura presidencial de Doria, por sua rejeição no País, “mata” o governador Rodrigo Garcia (PSDB-SP) e consequentemente a chance de o partido permanecer governando o maior Estado do Brasil.

O ex-governador de São Paulo, que venceu as prévias do PSDB e é o pré-candidato da sigla à Presidência, rejeita fazer neste momento uma aliança com o MDB, que tem a senadora Simone Tebet (MS) como presidenciável.

As duas legendas contrataram pesquisas quantitativa e qualitativa para tentar chegar a um consenso e definir uma candidatura presidencial única. Os resultados devem ser divulgados na quarta-feira, 18, um dia depois da reunião da Executiva do PSDB.

O paulista e seus aliados costumam dizer que o estatuto do PSDB garante a ele a prerrogativa de abrir ou não mão de ser candidato. O ex-governador prometeu levar a questão à Justiça caso o seu partido declare apoio a Simone. Bruno Araújo já avisou que não aceita o argumento e que as prévias não consultaram os filiados sobre coligação com outros partidos, ou seja, não podem impedir que o PSDB se junte a outras forças partidárias.

A cúpula do partido também afirma que o diálogo com o MDB foi iniciado junto com o próprio Doria e que agora, na prorrogação do segundo tempo, ele não quer aceitar as regras do jogo, questionando o resultado da pesquisa antes mesmo de ser divulgado.

Apesar do clima hostil com os caciques do partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se manifestou nas redes sociais neste domingo, 15, elogiando Doria pela atitude.

Tanto Doria quanto seu o principal rival na legenda, o deputado Aécio Neves (MG), reclamam que os critérios adotados pelos dois partidos foram feitos sob medida para beneficiar a senadora do MDB, que tem menos rejeição nas últimas pesquisas.

O mineiro, que é adversário de Doria, também é contra uma “aliança automática” com o MDB e diz que Araújo dá prioridade a Garcia em detrimento de outros da legenda. No entanto, Aécio prefere que o partido escolha outro tucano que não o ex-governador paulista para disputar a eleição e chama a pré-candidatura de Doria de “artificial”.

Assim como o ex-governador de São Paulo, Aécio também disse que não vai reconhecer a decisão do partido caso seja por apoio ao MDB nesta semana. “A prerrogativa para fazer qualquer tipo de aliança em uma eleição presidencial é da convenção do partido, não é do presidente (do PSDB), não é da Executiva e não é das bancadas”, afirmou.

“Querem retirar a candidatura do Doria com a mão do gato, com a mão do MDB. Se querem tirar, façam de frente, com clareza e coragem. Isso que está faltando no PSDB. Ou então façam o inverso, apoiem a candidatura de Doria”, disse o ex-governador de Minas.

 

 

Lauriberto Pompeu / ESTADÃO

SÃO PAULO/SP - Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) aposta na candidatura do seu ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) para contar com um palanque forte em São Paulo, as articulações partidárias na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes ainda reproduzem, até o momento, a polarização entre PT e PSDB – que perdurou até as eleições de 2018.

Com a retaguarda da máquina estadual, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), pré-candidato à reeleição, já consolidou o apoio de seis partidos. Fecharam com o tucano agremiações bolsonaristas como o Progressistas e o Patriota, além de MDB, União Brasil, Avante e Podemos.

O PL de Bolsonaro está rachado em São Paulo. Apesar da pressão da cúpula nacional para que a sigla suba no palanque de Tarcísio, o atual governador recebeu no último dia 8 de abril o apoio de sete deputados estaduais, três federais, 42 prefeitos e 80 vereadores do partido. Na prática, isso significa que o tucano tem apoio de praticamente toda a estrutura política do PL paulista, que elegeu 42 prefeitos em 2020.

O ex-ministro da Infraestrutura deve, porém, contar com o tempo de TV do PL em São Paulo. Até agora, tem apoio do PSC e espera a adesão do PTB.

O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) consolidou alianças com as principais legendas do campo da esquerda: PSOL, PCdoB, PV e Rede. O petista também mantém conversas avançadas com o Solidariedade, que anunciou apoio a Lula na eleição presidencial. “A velha polarização entre PT e PSDB este ano só deve sobreviver em São Paulo e no Rio Grande do Sul”, disse o deputado Emídio de Souza (PT).

O ex-governador Márcio França, que tenta viabilizar uma candidatura na articulação que envolve PT e PSB, não fechou com nenhum partido até o momento. Em 2018, quando era governador e disputou a reeleição, o pessebista teve 15 partidos em seu palanque.

 

Tempo

O PSDB aposta na capilaridade das alianças com prefeitos e na exposição na TV para alavancar Garcia nas pesquisas de intenção de voto. Pelas contas dos tucanos, o governador terá em torno de cinco minutos diários na TV e no rádio, ante dois minutos de Haddad e um minuto de Tarcísio.

“As alianças partidárias estão polarizadas entre o Rodrigo na centro-direita e o Haddad na esquerda”, disse o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi. “O apoio da máquina faz a diferença. Márcio França agora está sem ela. A situação do Tarcísio é mais difícil”, avaliou o cientista político Rodrigo Prando, do Mackenzie.

 

 

Pedro Venceslau / ESTADÃO

SÃO PAULO/SP - Depois de seis mandatos consecutivos no Congresso e de presidir a Câmara duas vezes, o deputado federal licenciado Rodrigo Maia (PSDB), 51, desistiu de concorrer novamente ao Legislativo e abriu caminho para sua irmã gêmea, Daniela Maia (PSDB), que deixou a presidência da RioTur.

Maia chegou a se licenciar do governo paulista na semana passada para cumprir o prazo a Justiça Eleitoral, mas na segunda feira, 4, reassumiu o cargo de secretário de Projetos e Ações Estratégicas.

Em entrevista ao Estadão no seu gabinete no Palácio dos Bandeirantes, o ex-presidente da Câmara, que vai assumir a presidência da federação formada por PSDB e Cidadania no Rio de Janeiro, contou que segue como coordenador do plano de governo de João Doria e vai se dedicar a política fluminense nos finais de semana.

Após ser apontado como presidenciável no início dos debates sobre a sucessão de 2022 e visto como principal interlocutor entre os poderes nas crises provocadas por Jair Bolsonaro, Rodrigo Maia mergulhou de cabeça no projeto do governador Rodrigo Garcia e decidiu ficar fora das brigas internas de sua nova legenda no plano nacional.

O ex-presidente da Câmara prega que o PSDB se assuma como um partido de centro-direita e rejeita o rótulo de terceira via. “O eleitor de centro pode decidir a eleição, mas não é majoritário. O PSDB é o principal partido de contraponto ao PT, para não usar o termo centro-direita, que alguns tucanos não gostam. Reclamam comigo quando eu uso”, afirmou.

Maia disse, ainda, que se Lula e Bolsonaro forem para o segundo turno, votaria no petista. A seguir, leia os principais trechos da entrevista.

 

Por que o sr. desistiu de tentar o 7° mandato como deputado federal?

Eu fui tudo na Câmara dos Deputados e quero agora uma experiência fora do Legislativo. Tive a experiência com Doria e agora com o Rodrigo (Garcia), que é de fato o meu grande amigo, e vejo a possibilidade de ajudar no governo dele esse ano. E com a provável reeleição nos próximos quatro anos também. Ser deputado a carreira inteira não é ruim, mas quem chegou à presidência da Câmara já ocupou quase todas as posições na Casa. O político tem que estar sempre aprendendo. Talvez esse seja um dos problemas da política brasileira: as pessoas acabam se acomodando no papel de parlamentar. Quero cumprir um ciclo no executivo e me reciclar. Quero aprender mais sobre gestão e orçamento público para que no futuro eu possa ter outros desafios na política ou até no setor privado.

 

O sr. segue também como coordenador do plano de governo de João Doria. Acredita que vai haver de fato sinergia entre a campanha dele e a do Rodrigo Garcia à reeleição em São Paulo?

Na campanha do João eu coordeno o plano de governo. Quero me restringir a isso. Entrei no PSDB, mas existem muitos conflitos no PSDB dos quais eu não quero participar. O que me dá prazer na política hoje é aprender. Sou cristão novo no PSDB. Já em relação ao Rodrigo Garcia, é uma eleição diferente. Ele é meu amigo. Na eleição nacional vou me ater aos temas técnicos para construir um plano transformador da vida das pessoas.

 

O sr. vai estar na campanha do Rodrigo também?

Vou ajudar o Rodrigo no que ele precisar.

 

Como avalia o cenário no PSDB?

Como deputado e um filiado que acabou de entrar no PSDB, acho esse conflito muito estranho, mas não quero participar disso. Esse conflito vem de antes da minha entrada no partido. Teve prévias e foram questionar. Foi uma votação com 44 mil pessoas. Isso deve ser tratado por quem está no partido há mais tempo. Doria se viabilizou como candidato. Desde o governo Fernando Henrique Cardoso, o PSDB tem um problema de aceitar que está à direita do Lula. O PSDB precisa aceitar isso. É assim que a sociedade nos vê. A gente fez pesquisas por muitos anos. Se a sociedade entende que o Lula é esquerda, então o adversário tem que estar no outro polo. Precisamos resgatar o nosso eleitor e mostrar que nesse campo existe um caminho a ser ocupado.

 

Como o sr. avalia os encontros de tucanos como FHC, Aloysio Nunes e outros com Lula?

Como todos foram para a oposição ao Bolsonaro, que é considerado uma direita não democrática, isso confundiu a cabeça do eleitor. Se você olhar o cruzamento de pesquisas na avaliação positiva do governador João Doria, vai ver que o Lula tem 40% das intenções de voto. No cenário de São Paulo, o candidato hoje que tem os votos com perfil tucano é o Fernando Haddad, e não o Rodrigo Garcia ainda. Naturalmente o Haddad vai para a oposição e nós vamos ocupar aquele espaço da boa avaliação que o governo tem hoje. Nacionalmente, o nosso eleitor tem hoje mais restrição ao Bolsonaro do que vontade de apoiar uma candidatura fora da polarização. Um terço dos votos do Lula está no antibolsonarismo. O Churchill tem uma passagem muito interessante. Um jovem deputado chegou para ele no início da legislatura, olhou para o lado dos opositores e disse: ‘Primeiro-ministro, lá na frente eles serão nossos inimigos’. Churchill respondeu: ‘Não, lá na frente eles serão nossos adversários. Nossos inimigos estão aqui atrás’. É um pouco do que acontece hoje no PSDB e no nosso campo. Se conseguirmos ocupar um espaço, será tirando a vaga do Bolsonaro.

 

Qual deve ser o discurso para o PSDB entrar nesse jogo?

Não deve ser atacar o presidente Lula. Eu disse isso ao governador João Doria. Temos que dizer aos eleitores que se decepcionaram com Bolsonaro que temos uma alternativa que não seja a volta ao passado e o PT. A esquerda acha que se reduz desigualdade intervindo no Estado. Nós acreditamos que vamos redistribuir renda estimulando o setor privado.

 

O antipetismo deixou de ser então o grande eleitor que foi em 2018?

O antipetismo é a mola mestra do presidente do Bolsonaro, mas ninguém deu uma alternativa que o ocupe o lugar dele na centro-direita democrática. Temos que derrotar o Bolsonaro com uma candidatura que defenda aquilo que motivou o eleitor em 2018: um Estado moderno, eficiente, bom prestador de serviço e que segurança jurídica para o setor privado investir.

 

Qual a sua leitura sobre esse debate no PSDB sobre uma possível revogação das prévias pela convenção do partido e qual o valor dessa carta que o Bruno Araújo, presidente do partido, escreveu validando o resultado da consulta interna?

O governador Doria venceu um modelo de prévias que em tese era favorável ao governador Eduardo Leite. Ele (Doria) mesmo assim se dispôs s disputar. Não foi um voto para cada eleitor, mas com pesos diferentes para os líderes políticos. O melhor modelo era ser um voto para cada filiado ao PSDB. O processo escolheu de forma democrática o Doria e foi legitimado pelos adversários. Isso certamente tem muito mais valor que uma convenção. Mas não tenho nenhum interesse em participar desse debate, até porque isso pode enfraquecer o partido. O PSDB é o principal partido de contraponto ao PT, para não usar o termo centro direita, que alguns tucanos não gostam. Reclamam comigo quando eu uso. A gente devia ajudar o governador Doria a se viabilizar. Se lá em julho isso não acontecer, ele vai certamente construir uma solução. O nosso campo, que tem uma linha mais pró-mercado, está fora do debate. O debate está sendo feito entre valores conservadores – e muitas vezes reacionários – e por outro lado liberais demais com o PT e seus aliados.

 

Por que o sr. não encaminhou o processo de impeachment contra o Bolsonaro quando era presidente da Câmara?

Porque não havia apoio político. Uma vitória de Bolsonaro poderia fortalecer demais o presidente e organizar uma narrativa contra as instituições democráticas.

 

Avalia que a campanha do Rodrigo em São Paulo deve ser casada com a do Doria para presidente?

O governador Rodrigo precisa primeiro mostrar a sua história e sua experiência com 5 governadores e defender o Governo de São Paulo, que teve grandes acertos. Ele tem que ser o governador do Estado de São Paulo. Não tenho dúvida que ele chega ao 2° com pelos menos 25% dos votos.

 

Por que João Doria tem uma rejeição incompatível com a aprovação do governo?

Todos os políticos que se colocam no centro terão uma rejeição alta. Se você projetar a rejeição do Eduardo Leite e da Simone Tebet sobre o que eles têm hoje de imagem positiva e negativa, e o alto desconhecimento, eles chegarão a uma rejeição parecida a do governador Doria. Ele fez o enfrentamento a máquina bolsonarista, o que gera uma rejeição grande. Eles operam unidos. Não é à toa que o Tarcísio cresce rapidamente.

 

O sr não gosta do termo terceira via?

Não tem terceira via. O Tony Blair se dizia terceira via, mas não era. Eram os trabalhistas contra os conservadores. Depois de um ciclo longo com os conservadores no poder o partido trabalhista estava mofado. Tony Blair modernizou o partido e criou o termo terceira via apenas para sair isolamento da esquerda e caminhar para o eleitor de centro, que existe. O eleitor de centro pode decidir a eleição, mas não é majoritário no processo eleitoral em nenhuma democracia do mundo. Se você olhar as eleições no Brasil vai ver que sempre sobram os dois. Em 2002 Roseana (Sarney) foi alternativa e caiu. Depois veio o Lula disputar contra o Serra, que era o candidato do governo. Em 2018 o Bolsonaro ocupou o lugar do PSDB na polarização contra o PT. A polarização comandou o processo político brasileiro desde 1994.

SÃO PAULO/SP - Aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro em 2018 e hoje desafeto do presidente, o empresário Paulo Marinho, de 70 anos, mudou seu domicílio eleitoral do Rio de Janeiro para São Paulo, se desfiliou do PSDB e entrou de cabeça na pré-campanha presidencial do deputado mineiro André Janones (Avante) após ensaiar uma aliança com Sérgio Moro (Podemos).

Há quatro anos, a casa de Marinho no Rio foi o quartel general da modesta campanha presidencial de Bolsonaro e serviu de estúdio para as gravações do então candidato. Tornou-se suplente do senador Flávio Bolsonaro (PL). “Quando cheguei, o núcleo duro da campanha de Bolsonaro cabia numa Kombi – eram basicamente o Gustavo Bebianno e o deputado Julian Lemos e eu”, disse. “Mas me afastei da família logo na primeira hora. Não tenho arrependimento disso, pelo contrário.”

O empresário recebeu a reportagem em uma sala da sua empresa de consultoria no bairro Jardim Paulista, em São Paulo, localizada no mesmo prédio onde está o escritório do advogado Anderson Pomini, que é um ponto de encontro informal dos ex-governadores Márcio França e Geraldo Alckmin, ambos do PSB.

'Química'

O empresário conheceu Janones em janeiro no evento de filiação de integrantes do MBL ao Podemos, por meio do filho – o humorista André Marinho, conhecido pelas imitações de Bolsonaro. Deu química. “Eu conhecia o Janones nas redes sociais. Fiquei absolutamente encantado com o plano dele para essa eleição.”

Naquele momento, Marinho era oficialmente aliado de João Doria (PSDB) – seu amigo “há décadas” –, mas estava se aproximando de Sérgio Moro (Podemos), com quem havia jantado várias vezes e mantinha contato frequente pelo WhatsApp. Foi Doria quem articulou a ida do empresário, então filiado ao PSL para o PSDB, em 2019. Naquele ano, Marinho assumiu o comando do diretório fluminense do PSDB e chegou a ensaiar candidatura a prefeito do Rio. A desfiliação foi na semana passada. “Ele (Doria) ficou triste, mas entendeu as razões. Disse que vamos chegar no mesmo destino por caminhos diferentes.”

SÃO PAULO/SP - O ex-governador Márcio França (PSB) afirmou, no último sábado, 12, que o ex-governador Geraldo Alckmin lhe enviou, na semana passada, uma lista de nomes de aliados que vão se filiar ao PSB, em uma sinalização de que vai mesmo ingressar no partido.

“Ele é um homem muito experiente, mas por exemplo, nessa semana ele me enviou várias filiações, de pessoas dele para cá. Então, não teria sentido filiar aqui para ele ir para outro partido, porque a pessoa iria ficar numa posição delicada. Não dá pra falar, para não ter a mesma confusão daquele outro dia. O combinado é que ele vai anunciar”, disse França.

A declaração foi feita após um evento no sindicato dos padeiros de São Paulo, que contou com nomes como a deputada Tábata Amaral (PSB) e o ex-prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB). Alckmin foi convidado, mas não apareceu.

França ainda afirmou que o ato de filiação de Alckmin será em Brasília e será no mesmo dia em que o senador Dário Berger (MDB) se filiará ao PSB para disputar o governo de Santa Catarina.

Na semana passada, Alckmin se reuniu com o presidente do PSB, Carlos Siqueira. Após o encontro, Siqueira disse que o ex-governador estava acertado com o partido. No entanto, Alckmin publicou logo em seguida em seu Twitter que continuava conversando com outras legendas.

Na sexta, 11, o ex-governador conversou com o presidente do PV, José Luiz Penna, que disse ao Estadão estar mais esperançoso de que Alckmin se filiaria ao seu partido. Penna também mencionou que Alckmin poderia trazer aliados ao PV. França, no entanto, diz que está certa a filiação de Alckmin ao PSB.

“Eu acho que o Penna é um querido irmão, e claro que seria uma grande opção, mas eu confio naquilo que eu disse lá para trás. Quando eu disse que ele ia desfiliar do PSDB todo mundo falou que ele não ia, depois eu disse que ele ia se filiar aqui e disseram que não ia, disse que ele ia ser vice do Lula e disse que não. Tá acontecendo como eu tenho falado. O Alckmin se filiará ao PSB”, disse.

Durante o evento, França defendeu que fosse mantida a aliança com Lula, apesar do fim das conversas com o PT sobre uma possível federação. O ex-governador chegou pela manhã à sede do sindicato, de onde caminhou, ao lado de apoiadores - parte deles com bandeiras e tambores entoando cânticos a favor do candidato - até um auditório da entidade na mesma rua, no Centro de São Paulo.

BRASÍLIA/DF - O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), admitiu ontem a possibilidade de ser candidato à Presidência e antecipou um movimento que pode aprofundar o racha nas fileiras tucanas. Com convite para deixar o PSDB e se filiar ao PSD do ex-ministro Gilberto Kassab, Leite afirmou a empresários que tem “disposição” de apresentar um projeto alternativo e chegou a recorrer a uma imagem popular ao dizer que um “cavalo encilhado não passa duas vezes”. A ideia do governador é anunciar a mudança de partido em março.

A saída do PSDB vem sendo avaliada por Leite desde o fim de novembro, quando ele perdeu as prévias para o governador de São Paulo, João Doria, escolhido como pré-candidato da sigla à sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PL). De uns tempos para cá, no entanto, as negociações nesse sentido avançaram, tanto que seus apoiadores já começaram a manter conversas sobre a confecção de um programa de governo com economistas como Persio Arida e Arminio Fraga.

Em reunião na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), na manhã de ontem, o governador gaúcho falou em “passar o bastão” no Estado e indicou que deve renunciar ao mandato em março. Na prática, ele descartou a disputa pela reeleição, embora há uma semana tenha admitido essa hipótese.

O tom do discurso foi de despedida. “De fato, estou sendo provocado novamente sobre o cenário nacional. Olha, passar um cavalo encilhado já não é fácil; passar dois, não dá para a gente desprezar”, disse Leite, numa referência aos convites que têm recebido para concorrer à Presidência.

Foi nesse momento que ele vestiu o figurino da chamada terceira via, mostrando-se disposto a romper a polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje líder nas pesquisas de intenção de voto. “Me causa especial preocupação que, no cenário nacional, se insista numa fórmula de enfrentamento em todas as candidaturas que estão postas. Existem dois campos políticos bem marcados que polarizam fortemente esta disputa eleitoral”, afirmou o governador para a plateia de empresários. “Se for, de fato, algo consistente, e que a gente tenha apoio para isso, eu tenho coragem, vontade e disposição de poder apresentar algum caminho alternativo.”

Braço direito de Leite, o secretário de Apoio à Gestão Administrativa e Política do governo gaúcho, Agostinho Meirelles, vai se filiar ao PSD na próxima quarta-feira. Alguns apoiadores do governador, porém, desconfiam das intenções de Kassab, sob a alegação de que ele pode apoiar Lula.

Aos empresários, Leite fez um balanço de sua gestão e defendeu o equilíbrio fiscal. “Como é, possivelmente, uma das minhas últimas falas aqui como governador, não sei se até o final do ano ou se até logo mais, em março, (...), eu quero fazer uma prestação de contas”, disse o tucano, dirigindo-se ao vice-governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB). “Fiquem sempre atentos às medidas populistas, demagógicas que governos tentem fazer no Rio Grande do Sul”, destacou.

O movimento de Leite contraria a cúpula do PSDB, que está negociando uma candidatura única com o MDB e o União Brasil. A senadora Simone Tebet (MS), pré-candidata do MDB, é vista por parte do grupo como possível nome para vice. Kassab, por sua vez, também avalia que a senadora pode compor a chapa com Leite. O ex-ministro conversou com o governador sobre o assunto na última segunda-feira.

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