RIO DE JANEIRO/RJ - Com 50 cartões (42 amarelos e 8 vermelhos) em 211 jogos, Abel Ferreira é o técnico com mais cartões no Brasil desde que chegou ao Palmeiras, em 2020. Já o também português António Oliveira é quem tem a maior média de punições recebidas por jogo no período, com um cartão a cada 3,4 partidas - Abel tem a média de uma punição a cada 4,2 jogos. António recebeu 23 amarelos e três vermelhos em 88 jogos.
O alto número de cartões recebidos pelo treinador do Palmeiras levou o clube a questionar se ele está tendo um tratamento diferente de outros técnicos. O Seleção Sportv analisou a questão a partir de dados levantados desde então pelo Espião Estatístico, que coleta dados de jogos oficiais dos times que disputam a Série A do Brasileirão e dos gigantes que eventualmente estejam na Série B.
O ranking abaixo organiza os técnicos que trabalharam em pelo menos 84 jogos oficiais por clubes da Série A desde novembro de 2020, o que representa 40% do total de jogos de Abel Ferreira no Palmeiras.
Média de jogos por cartão recebido pelos técnicos
Treinador |
Jogos |
Amarelos |
Vermelhos |
Cartões |
Jogos por cartão |
António Oliveira |
88 |
23 |
3 |
26 |
3,4 |
Abel Ferreira |
211 |
42 |
8 |
50 |
4,2 |
Fernando Diniz |
142 |
24 |
5 |
29 |
4,9 |
Mano Menezes |
88 |
15 |
1 |
16 |
5,5 |
Maurício Barbieri |
170 |
25 |
4 |
29 |
5,9 |
Guto Ferreira |
126 |
14 |
1 |
15 |
8,4 |
Luiz Felipe Scolari |
86 |
9 |
1 |
10 |
8,6 |
Jair Ventura |
99 |
10 |
1 |
11 |
9,0 |
Juan Vojvoda |
162 |
7 |
1 |
8 |
20,3 |
Cuca |
120 |
3 |
2 |
5 |
24,0 |
Marquinhos Santos |
87 |
2 |
1 |
3 |
29,0 |
Rogério Ceni |
156 |
4 |
1 |
5 |
31,2 |
Vagner Mancini |
159 |
4 |
1 |
5 |
31,8 |
Renato Gaúcho |
119 |
2 |
0 |
2 |
59,5 |
Fonte: Espião Estatístico
- Essas são as médias, muito mais importantes do que o número de cartões. O Diniz tem um número muito parecido com o do Abel Ferreira e não diz que é perseguido. O Renato Gaúcho é um monge budista, precisa de 60 jogos para receber um cartão. A gente aventou a possibilidade de o Abel sofrer xenofobia no Brasil, mas esse levantamento demonstra que não. Não há diferença no tratamento dado a treinadores brasileiros e estrangeiros - afirmou o apresentador André Rizek.
O ranking abaixo apresenta a média de cartões dos treinadores que trabalharam entre 33 e 83 jogos oficiais nos clubes da elite nacional desde novembro de 2020.
Média de cartões para treinadores que trabalharam entre 33 e 83 jogos
Treinador |
Jogos |
Amarelos |
Vermelhos |
Cartões |
Jogos por cartão |
Paulo Pezzolano |
68 |
12 |
4 |
16 |
4,3 |
Fabián Bustos |
37 |
6 |
2 |
8 |
4,6 |
Lisca |
56 |
9 |
2 |
11 |
5,1 |
Jorge Sampaoli |
35 |
5 |
1 |
6 |
5,8 |
Enderson Moreira |
65 |
8 |
3 |
11 |
5,9 |
Odair Hellmann |
37 |
6 |
0 |
6 |
6,2 |
Vítor Pereira |
83 |
9 |
3 |
12 |
6,9 |
Vanderlei Luxemburgo |
46 |
5 |
1 |
6 |
7,7 |
Marcelo Cabo |
75 |
8 |
1 |
9 |
8,3 |
Paulo Turra |
35 |
4 |
0 |
4 |
8,8 |
Tiago Nunes |
54 |
5 |
1 |
6 |
9,0 |
Luís Castro |
76 |
6 |
2 |
8 |
9,5 |
Dado Cavalcanti |
59 |
6 |
0 |
6 |
9,8 |
Eduardo Baptista |
33 |
2 |
1 |
3 |
11,0 |
Pintado |
47 |
3 |
1 |
4 |
11,8 |
Eduardo Coudet |
36 |
2 |
1 |
3 |
12,0 |
Dorival Júnior |
75 |
5 |
1 |
6 |
12,5 |
Gustavo Morínigo |
69 |
5 |
0 |
5 |
13,8 |
Roger Machado |
79 |
4 |
0 |
4 |
19,8 |
Hernán Crespo |
61 |
3 |
0 |
3 |
20,3 |
Marcelo Chamusca |
42 |
2 |
0 |
2 |
21,0 |
Marcão |
42 |
2 |
0 |
2 |
21,0 |
Antonio Mohamed |
45 |
2 |
0 |
2 |
22,5 |
Umberto Louzer |
71 |
3 |
0 |
3 |
23,7 |
Abel Braga |
48 |
2 |
0 |
2 |
24,0 |
Diego Aguirre |
35 |
1 |
0 |
1 |
35,0 |
Eduardo Barroca |
72 |
1 |
1 |
2 |
36,0 |
Mozart |
42 |
0 |
1 |
1 |
42,0 |
Alberto Valentim |
42 |
0 |
1 |
1 |
42,0 |
Renato Paiva |
44 |
1 |
0 |
1 |
44,0 |
Jorginho |
81 |
1 |
0 |
1 |
81,0 |
Glauber Ramos |
36 |
0 |
0 |
0 |
não levou cartão |
Sylvinho |
43 |
0 |
0 |
0 |
não levou cartão |
Fábio Carille |
34 |
0 |
0 |
0 |
não levou cartão |
Fonte: Espião Estatístico
O que diz a CBF
O presidente da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol, Wilson Luiz Seneme, cobra comportamento responsável dos técnicos e fala em mudança de cultura.
- A regra do jogo prevê um comportamento responsável dos técnicos e auxiliares nas áreas técnicas. Nas palestras realizadas antes do início do Brasileirão, passamos as instruções e que os árbitros não iriam tolerar indisciplina que coloque em risco o controle e a temperatura do jogo. Essas instruções vêm de encontro ao que se exigiu na Copa do Mundo FIFA Catar 2022. Estamos vivendo um momento de mudança de cultura nesse sentido e vai tomar seu tempo para que todos possam se adaptar a ela.
Por Valmir Storti / GE