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ISLÂNDIA - Enquanto a temperatura da Terra aumenta a cada ano, o Ártico esquenta ainda mais, alcançando médias mais altas que a do planeta. A informação foi revelada pelo Conselho do Ártico, que acontece na Islândia, em relatório do Programa de Avaliação e Vigilância do Ártico (Amap), e mostra que a região gelada esquentou três vezes mais rápido que o restante do planeta: 3,1ºC por ano, em comparação ao já alarmantes 1ºC anual da Terra em geral. O relatório de 2019 mostrava tal diferença então em o dobro.

Segundo o relatório, a região é um ponto fundamental para o aquecimento global, e os episódios de invernos mais quentes são cada vez mais frequentes e duradouros, especialmente no período entre outubro e maio, quando se dá a formação dos gelos. E se tal cenário já pode apresentar consequências catastróficas a longo prazo, a tendência é que a situação se agrave: o relatório calcula que a temperatura no Ártico irá subir entre 3ºC e 10ºC até o fim do século, em comparação com o período entre 1985 e 2014, pondo em risco diversos ecossistemas, habitats, fontes de alimento e migração para diversos animais.

Não é por acaso, ainda segundo a reunião ministerial do Conselho, que os incêndios florestais na região ártica e arredores se tornaram mais frequentes e intensos – ameaçando pessoas e animais e contribuindo, os próprios incêndios, para o aquecimento global que os provoca. Os relatos dentro do evento afirmam que os caçadores trabalham atualmente com um período consideravelmente menor de neve, animais mais magros, e uma fauna menos saudável.

O cálculo da elevação de temperatura no continente foi medido no período entre 1971 e 2019, quando, no Ártico, o triplo do aquecimento com relação ao restante do planeta se deu. Pesquisadores confirmaram que em 2004, por motivos que ainda não foram determinados, o quadro se agravou consideravelmente – com o aumento em ritmo 30% mais intenso do que até então. As milhões de toneladas de gelo derretidas elevam o nível do mar e ameaçam populações costeiras e equilíbrios ecológicos em todo o planeta. Os documentos e vídeos da reunião do ministério do Conselho podem ser acessados aqui.

 

 

*Por: Vitor Paiva / HYPENESS

ALASKA  - Segundo um estudo publicado no Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, eles chegam também mais cedo e reproduzem-se de forma mais rápida.

De acordo com o estudo, esta nova realidade é uma má notícia para a população de renas da região uma vez que podem mudar o seu comportamento para evitar serem mordidos. O que torna mais difícil o ato de encontrarem comida, sugerem os autores do estudo.

As temperaturas ambiente influenciam a forma como os mosquitos crescem e sobrevivem. Quando as temperaturas estão baixas, os insetos tornam-se inativos e entram num estado de hibernação chamado diapausa. Mas eles sobrevivem em climas mais amenos – sobretudo a partir dos 26ºC, uma vez que o quente os leva a crescer mais rápido e torna-os maiores.

Assim, à medida que o clima fica mais quente, o Ártico torna-se perfeito para os mosquitos prosperarem. As temperaturas de regiões como o Oceano Ártico, Alaska, Groelândia e partes da Rússia estão aumentando o dobro que o resto do globo, e isso só é bom para os mosquitos.

Segundo o estudo, esta mudança climática pode pôr em causa população de renas do Ártico. Os animais dão à luz na primavera, o que coincide com a nova data de chegada dos mosquitos à região. Isto significa que os insetos procurarão sangue fresco à medida que as novas renas nascem. E os bebés são um alvo fácil, uma vez que são lentos e vulneráveis.

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