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SÃO PAULO/SP - Pesquisador e neurocientista Fabiano de Abreu explica como os padrões de conexões entre os neurônios são diferentes entre os dois gêneros e revela quem é mais inteligente

As diferenças físicas entre homens e mulheres vão além do que se pode ver. Sistemas reprodutores diferentes, disposição de órgãos, hormônios e até desenvolvimento de glândulas são algumas delas, porém, nada é mais complexo e singular do que as diferenças que existem entre os cérebros femininos e masculinos.

O pesquisador Fabiano de Abreu, doutor em neurociências e neuropsicólogo listou algumas dessas diferenças cerebrais que, segundo ele, são capazes de explicar as mudanças nos comportamentos dos homens e das mulheres.

“Os homens têm cerca de 30% mais conexões entre os neurônios do que as mulheres. Enquanto o cérebro dos homens é cerca de 12% maior, o fluxo sanguíneo e a proporção de substância cinzenta das mulheres são mais avantajados que os deles”, afirma.

“As mulheres têm maior densidade de neurônios nas regiões relacionadas à linguagem, já os homens na região da lógica e espacial. Quando a mulher fala, os dois lados dos lobos frontais são ativados, enquanto no homem, apenas o lado esquerdo”, completa.


Então, é possível definir qual cérebro é mais inteligente? Abreu, que é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Neurociência e Psicologia, afirma que não.


“O que define a inteligência é o QI de cada pessoa e seu desenvolvimento cognitivo. Podemos dizer que o homem tem a região da lógica mais bem desenvolvida e a mulher tem um melhor desenvolvimento cognitivo. Ambos estão relacionados à inteligência”, afirma.
 


Abreu ainda explica que o hipocampo (região relacionada à memória) das mulheres é maior do que dos homens. Já a amígdala (reguladora das emoções e memórias relacionadas a emoção, comportamentos sociais e excitação sexual) é menor, cerca de 10% na comparação com o cérebro deles.

“Nenhum estudo define se o tamanho da amígdala está relacionado ao fato dos homens serem mais agressivos e impulsivos. Essas características têm mais relação com o hormônio testosterona. Já nas mulheres, o estrogênio tende a deixá-las mais delicadas na comparação com eles. Essas condições comportamentais, entretanto, estão relacionadas diretamente a quantidade de testosterona recebida no útero, por parte da mulher”, explica.

A principal diferença entre os dois gêneros é o cromossomo Y, que afeta a anatomia e o comportamento. Entretanto, de acordo com o pesquisador, os hormônios são responsáveis por grandes diferenças entre os dois.

“Nas mulheres há um sistema mais robusto nos neurotransmissores serotonina, dopamina e GABA, com maior concentração no sangue, como é o caso da serotonina, quando deprimidas, têm menor concentração e por isso a prevalência de depressão e transtornos alimentares”, finaliza.

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Em suas conclusões, o doutor define a discussão que sempre existiu de quem seria mais inteligente. 

"A discussão de quem é mais inteligente, se o homem ou a mulher, já não cabe mais nos dias de hoje.  Por mais que a sociedade busque motivos para tentar comparar, seja para uma tentativa real de igualdade ou para um aproveitamento de uma possível desigualdade como argumento. Já é claro que as profissões estão de acordo com as facilitações intelectuais assim como desenvolvimento e adaptação para inclusão. Os hormônios foram responsáveis por um domínio masculino em quase todo período evolutivo humano, mas a evolução do hormônio também está relacionada ao processo evolutivo assim como nosso cérebro. De acordo com a evolução e desenvolvimento intelectual finalmente estamos chegando a uma nova transformação, onde ambas inteligências se integram para uma nova evolução cujo resultado apenas supomos, mas mediante a nossa lógica atual, num córtex pré-frontal mais bem desenvolvido, podemos dizer que é necessária. O mais forte se determinou na evolução, mas a definição de forte em músculos não define o forte no emocional, como não define o mantenimento da espécie. Nossa sobrevivência é um resultado desta “parceria" homem e mulher e nos “encaixes” da inteligência e personalidade e assim vamos nos moldando de acordo com essa evolução e seu tempo. As diferenças nos cérebros e na produção de hormônios determinam as distinções comportamentais assim como hábitos, personalidades e funções de cada gênero na sociedade. A plasticidade cerebral e as nuances relacionadas às variações na condição intelectual e produção hormonal deixa a caracterização dessas diferenças dos gêneros de acordo com o indivíduo, diluindo assim a diferença e determinando-a de forma singular independente do gênero." conclui.

Este tema de Fabiano de Abreu, faz parte do seu mais novo estudo que está em análise na Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

Texto completo: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/diferenca-entre-o-cerebro-feminino-e-masculino/


Sobre o autor

Fabiano de Abreu Rodrigues é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Neurociências e Psicologia, com especialização em Propriedades Elétricas dos Neurônios (Harvard). É membro da Mensa International, a associação de pessoas mais inteligentes do mundo, da Sociedade Portuguesa de Neurociência e da Federação Europeia de Neurociência. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), considerado o principal cientista nacional para estudos de inteligência e alto QI.

O neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu detalha as funções do riso no cérebro e na saúde

 

SÃO PAULO/SP - Sorrir além de tornar o mundo mais atrativo e alegre também faz bem para a saúde. O neurocientista Dr.Fabiano de Abreu revela-nos, no dia do sorriso, pormenores científicos que nos são desconhecidos.

"Não  devemos nunca esquecer que a potência do riso interfere na potência dos sentidos", inicia Abreu, "contudo também nosso cérebro sofre alterações quando rimos."

O neurocientista demonstra quais as partes afetadas e suas funções. 

"De uma forma muito geral há três regiões que temos que referir. Primeiramente o lobo temporal , região associada à linguagem e que interpreta o que foi dito ou visto. Temos também a região límbica, responsável pelas emoções, sejam negativas ou positivas. É esta região que dispara o sinal para o córtex motor que trabalha em conjunto com a região límbica. Só no final damos aquela risada sem nos apercebemos de todo o trabalho cerebral que está por detrás.", explica.

Mas então de que forma o rir ou sorrir é bom para a nossa saúde?

"Quando a emoção é muito intensa, podemos chorar de tanto rir aumentando o número de imunoglobulinas e, por conseguinte, aumentando as defesas do organismo. No que diz respeito aos neurotransmissores, liberamos mais serotonina, endorfina, dopamina, ou seja, os mesmos que liberamos no exercício físico que traz a sensação de bem estar e felicidade, ou seja, é quase uma ginástica. ", refere Abreu.

Mas os benefícios não se esgotam por aqui e mesmo a nível físico podemos notar mudanças.

Como nos explica Fabiano de Abreu, "Quando sorrimos, a tensão muscular reduz-se e temos então uma sensação de relaxamento, como um calmante. Isso acontece porque o cérebro produz betaendorfinas que é um analgésico natural que ajuda no relaxamento, um neurotransmissor que diminui a sensação de dor e facilita as sensações de relaxamento e bem-estar. "

A lista de vantagens ainda não acabou. O ato de rir pode ajudar ainda ao nível imunológico, digestivo ou cardíaco.

"A Betaendorfina também pode estimular o sistema imunológico, reduzindo no nível do cortisol, um hormônio relacionado ao estresse que é produzido pelas glândulas suprarrenais. Sabia que até a digestão melhora com o riso? Quando trabalhamos os músculos abdominais com as risadas, esse movimento funciona como uma massagem para o sistema gastrointestinal. O aumento do ritmo cardíaco na gargalhada aumenta o fluxo sanguíneo contribuindo numa maior oxigenação dos tecidos. Aumenta a entrada de oxigênio no pulmão, acentuando a ventilação pulmonar eliminando o excesso de dióxido de carbono e de vapores residuais. Como respirar fundo.", conclui Abreu.

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