SÃO CARLOS/SP - O aparecimento do novo coronavírus mudou a forma como vivemos em sociedade, criando novas rotinas.No entanto, a arqueóloga Joana Freitas, questiona, quase oito meses depois e com a Europa a começar uma segunda vaga o que realmente mudou?
" A covid-19 não demonstrou ser até ao momento, uma pandemia com dimensões catastróficas como foi, por exemplo, a gripe espanhola. Ao nível do impacto demográfico está muito longe de ser, sequer, termo de comparação.
No entanto, a humanidade tende a desvalorizar rapidamente as lições aprendidas. Embora a taxa de letalidade seja baixa, está na mão de todos baixá-la ainda mais e não sobrecarregar os serviços de saúde", refere Joana Freitas.
Ainda segundo a arqueóloga, posicionamentos que eram expectáveis de sofrer alterações, poderão ter sido apenas expectativas frustradas.
Como esclarece Joana Freitas, " Esta pandemia que começou por ser entendida como um ponto de ruptura, como algo que anunciava um novo normal, uma paragem forçada que nos daria refletir; rapidamente se perdeu pelas expectativas.".
Segundo a estudiosa, " A nossa sociedade, ainda mais depressa do que o normal, revelou que a sua capacidade de "esquecer" se processa de forma muito veloz. A vontade de voltar à velha rotina rapidamente matou a esperança do nascimento de uma nova consciência coletiva. Arranjamos todos os meios para nos adaptarmos e dessa forma possamos retomar os velhos hábitos.".
" Vivemos num mundo doente mas que parece querer continuar nele. Vivemos a pandemia da covid-19 e outras em simultâneo, principalmente de egoísmo e ignorância.
Desta forma, não necessitamos de esperar muito para ver a humanidade desvalorizar mais esta pandemia e a esquecer todas as lições que devia ter aprendido", conclui.
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