JERUSALÉM - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse na última segunda-feira, 28, que adiará sua proposta de reforma judicial para a próxima sessão do Parlamento.
“Com a vontade de evitar a divisão da nação, decidi adiar a segunda e a terceira revisão para chegar a um consenso amplo”, disse ele em um discurso televisionado em horário nobre feito após alguns dos maiores protestos de rua na história do país.
Por Emily Rose / REUTERS
JERUSALÉM - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reafirmou na quinta-feira (14) o apoio norte-americano a uma solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina de décadas, um dia antes de uma reunião agendada com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, em Belém.
A visita de Biden foi recebida com profundo ceticismo por palestinos que dizem que suas preocupações sobre questões como autodeterminação e construção de assentamentos na Cisjordânia ocupada foram postas de lado por uma tentativa de ajustar Israel em acordos de segurança regional com países árabes.
Eles também dizem que Washington não cumpriu as promessas de reabrir o consulado para palestinos em Jerusalém, fechado pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump em 2019.
Em declaração após uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, Biden disse que os Estados Unidos querem ver uma "paz negociada duradoura entre o Estado de Israel e o povo palestino."
"Israel precisa permanecer um Estado judeu democrático e independente", afirmou ele.
"A melhor maneira de conseguir isso continua sendo uma solução de dois Estados, para dois povos, ambos com raízes profundas e antigas nesta terra, vivendo lado a lado em paz e segurança."
No entanto, ele não deu detalhes e não falou sobre retomar o processo parado para chegar a um acordo entre os dois lados.
Uma solução de dois Estados com um Estado palestino independente junto ao atual Estado de Israel tem sido a solução preferida da comunidade internacional, mas parece uma perspectiva cada vez mais distante, com oposição de amplos setores da política israelense.
Por James Mackenzie e Ali Sawafta / REUTERS
FRANÇA - Cinco países europeus pediram nesta terça-feira o fim dos confrontos em Jerusalém, após a violência desencadeada no fim de semana nos arredores de um local sagrado.
Os Emirados Árabes e a China não aderiram à declaração, apesar de estarem entre os países que convocaram a reunião de emergência do Conselho de Segurança, realizada a portas fechadas.
"A violência deve parar imediatamente. E as baixas civis devem ser evitadas de forma prioritária", pede o comunicado, assinado por Irlanda, França, Estônia, Noruega e Albânia. "O status quo dos lugares sagrados deve ser totalmente respeitado."
A reunião ocorreu após dias de violência em torno do complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, local conhecido pelos judeus como Monte do Templo, onde 170 pessoas ficaram feridas no fim de semana.
Os cinco países condenaram "todos os atos de terrorismo" e o lançamento de um foguete ontem da Faixa de Gaza para a região sul de Israel. A Força Aérea israelense respondeu nesta terça-feira com um ataque ao enclave palestino, o primeiro em três meses.
"A deterioração da situação de segurança ressalta a necessidade de restaurar um horizonte político para um processo de paz verdadeiro", acrescenta o documento.
O enviado de paz da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, reiterou seu apelo para que se evite qualquer provocação que possa agravar a tensão entre israelenses e palestinos.
EUA - Os Estados Unidos "não precisam" de nenhum tipo de autorização de Israel para reabrir seu consulado em Jerusalém para os palestinos, afirmou na quarta-feira (10) o primeiro-ministro palestino, Mohammad Shtayyeh.
O presidente americano Joe Biden prometeu reabrir o consulado de seu país em Jerusalém, que atendia aos palestinos e foi fechado durante a gestão de Donald Trump. O ex-presidente mudou a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém e reconheceu a cidade como a capital de Israel.
"Tenho certeza de que os Estados Unidos não precisam de nenhum tipo de permissão, porque Jerusalém Oriental é um território ocupado [...] Temos esperança de que [o governo Biden] honre sua promessa", disse Shtayyeh.
Os palestinos querem que Jerusalém Oriental, a parte da cidade que Israel ocupa desde 1967, seja a capital de seu futuro Estado, mas, para Israel, Jerusalém é "una e indivisível".
Recentemente, Israel se opôs à reabertura do consulado dos EUA e as autoridades sugeriram que Washington o transferisse para Ramallah, cidade onde está sediado o governo palestino, localizada na Cisjordânia, um território que também é ocupado por Israel.
"Ramallah não é Jerusalém. Ramallah não é a capital da Palestina [...] Para nós, a reabertura do consulado em Jerusalém Oriental tem um grande significado político", declarou Shtayyeh.
"Queremos que este consulado seja a futura embaixada dos Estados Unidos no Estado da Palestina", acrescentou.
O primeiro-ministro palestino também pediu a Washington, o principal apoiador de Israel, que aplique sanções contra produtos das colônias israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, onde vivem mais de 675 mil israelenses. Esses assentamentos são ilegais aos olhos do direito internacional.
Além disso, Shtayyeh se encontrou nesta quarta com uma delegação do Congresso americano em Ramallah, a quem pediu apoio financeiro.
"No passado, os Estados Unidos nos ajudaram a aliviar nosso déficit orçamentário [...] e hoje peço aos membros do Congresso que nos ajudem nesse ponto", disse ele. O Banco Mundial espera que o déficit palestino chegue a 1,3 bilhão de dólares este ano.
*Por: AFP
JERUSALÉM - Manifestantes palestinos atiraram pedras e policiais israelenses dispararam granadas de atordoamento e balas de borracha em confrontos diante da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, na segunda-feira (10), quando Israel comemorou o aniversário da captura de partes da cidade na Guerra dos Seis Dias.
A Sociedade do Crescente Vermelho (movimento internacional humanitário) palestina disse que mais de 305 palestinos ficaram feridos no episódio e que ao menos 228 deles foram levados a hospitais. Vários se encontram em estado grave, e a polícia informou que 21 agentes ficaram feridos.
Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islã, é um foco de violência em Jerusalém durante o mês muçulmano sagrado do Ramadã, e os conflitos causam preocupação internacional.
As tensões aumentaram porque Israel comemorou o "Dia de Jerusalém", a celebração anual da conquista de Jerusalém Oriental e da Cidade Velha murada, que abriga sítios sagrados muçulmanos, judeus e cristãos.
Na tentativa de amenizar a situação, a polícia israelense disse que proibiu que grupos judeus fizessem visitas nesta data à praça sagrada que abriga Al-Aqsa, que é reverenciada como o local original de templos bíblicos.
A polícia também estudava redirecionar um desfile tradicional do Dia de Jerusalém, no qual milhares de jovens judeus portando bandeiras de Israel atravessam o Portão de Damasco da Cidade Velha e o Bairro Muçulmano.
A polícia disparou gás, granadas de atordoamento e balas de borracha contra centenas de palestinos que os alvejaram com pedras na praça de Al-Aqsa, disseram testemunhas.
A violência no complexo sagrado diminuiu várias horas depois de começar, e testemunhas disseram que a polícia israelense começou a permitir a entrada de palestinos de mais de 40 anos.
Em comentários públicos, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que seu país está determinado a manter a lei e a ordem em Jerusalém, preservando ao mesmo tempo a "liberdade de culto e a tolerância a todos".
Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, acusou "forças de ocupação israelenses" de realizarem uma "operação brutal" em Al-Aqsa.
As tensões também são insufladas pelos planos de expulsão de várias famílias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental.
*Por Jeffrey Heller - Repórter da Reuters
ISRAEL - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apelou no sábado (24) à calma após os maiores confrontos em anos em Jerusalém, entre judeus de extrema-direita, palestinos e forças de segurança.
"Queremos, acima de tudo, fazer respeitar a lei e a ordem pública (...) Exigimos agora que a lei seja respeitada e peço calma a todas as partes", disse Netanyahu num comunicado.
"Mantemos a liberdade de culto, como todos os anos, para todos os residentes e visitantes de Jerusalém", assegurou, em uma referência às orações na esplanada das Mesquitas, terceiro lugar sagrado do islamismo, na Cidade Velha de Jerusalém. De meados de abril até meados de maio, ocorre o mês de jejum muçulmano, chamado de Ramadã.
Netanyahu, que fez as declarações após uma reunião de urgência com responsáveis pela segurança, também evocou o agravamento da violência. Na sexta-feira (23) à noite foram lançados cerca de trinta foguetes a partir da Faixa de Gaza em direção ao sul de Israel.
Em represália, tanques, aviões de combate e helicópteros atacaram, segundo o Exército, posições do Hamas, o movimento islâmico que controla, desde 2007, o enclave palestino sob bloqueio do Estado hebreu.
"Em relação à Faixa de Gaza, dei ordem para estarmos prontos para todos os cenários", afirmou o primeiro-ministro israelense.
Uma trégua frágil entre Israel e o Hamas está em vigor, depois de três guerras em 2008, 2012 e 2014.
Nas últimas noites foram registrados confrontos em Jerusalém. Na noite de quinta (22), os confrontos entre judeus de extrema-direita, palestinos e a polícia deixaram mais de 120 feridos.
Segundo a agência de notícias espanhola EFE, a crescente tensão na considerada Cidade Santa pelas três regiões monoteístas já se estendeu a Gaza e à Cisjordânia, com o lançamento de foguetes e protestos.
*Por RTP
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