EUA - Maya e os 3 Guerreiros, nova minissérie da Netflix, tem toda a cara de "filme de princesa da Disney moderno", embora possua muitas peculiaridades. Primeiro, não estamos acostumados a ver uma história como essa sendo contada assim, dividida em capítulos. Segundo, a representatividade latina corre forte nas veias do estrelado elenco e da equipe de produção da obra.
Zoë Saldaña (Guardiões da Galáxia), Diego Luna (Star Wars: Rogue One) e Stephanie Beatriz (Brooklyn Nine-Nine) são apenas alguns dos envolvidos no elenco de Maya e os 3 Guerreiros, que conta com trilha sonora do carimbado e sempre ótimo Gustavo Santaolalla -- o "culpado" pela fantástica atmosfera musical dos dois jogos de The Last of Us. No comando do navio, está o diretor Jorge R. Gutiérrez, de A Festa no Céu (2014). La Fuerza es demasiada fuerte en Maya.
Por que minissérie e não filme?
"É muito difícil passar de 90 minutos ou de duas horas", diz Gutiérrez, em entrevista ao IGN Brasil, quando questionado sobre o porquê do formato de uma minissérie ao invés de um filme para Maya e os 3 Guerreiros. "Quando fiz o Livro da Vida, deixei tipo uma hora do filme na sala de edição. Então, quando comecei a escrever e imaginar Maya, pensava: 'são três filmes!'. E, na minha cabeça, eu pensava: 'bom, eles deram três filmes de O Senhor dos Anéis para o Peter Jackson. Por que não vão dar para mim? Também sou gordinho'", brinca.
Eis que, durante conversas com a Netflix, a plataforma abriu os olhos do criador: "aqui, fazemos minisséries. Dá para contar uma história como se fossem três filmes". Gutiérrez compara Maya e os 3 Guerreiros a um burrito mexicano: "só que veio um chef de comida japonesa e o cortou em nove pedaços. Esse é Maya e os 3 Guerreiros".
Inspiração nas princesas Disney: "onde estava a princesa mexicana?"
Em Maya e os 3 Guerreiros, a personagem do título é uma princesa que parte em uma missão para cumprir uma antiga profecia e salvar a humanidade da ira de deuses vingativos. Gutiérrez confessa que, como apaixonado por animações, cresceu vendo todos os filmes das princesas da Disney, mas, como mexicano, se perguntava: "cadê a princesa mexicana?".
Tal questionamento originou Maya e os 3 Guerreiros, anos depois. "A princesa mexicana não é uma Bela Adormecida, uma vítima; ela é uma mulher lutadora, porque assim são as mulheres do México e de toda a América Latina. Maya tem 15 anos. E desde que a conhecemos, ela sabe lutar. Ela é uma rebelde sem causa, que encontra sua causa", explica.
Elenco com grandes nomes latinos de Hollywood
Como mencionado antes, Maya e os 3 Guerreiros conta com o elenco dos sonhos quando pensamos nos nomes latinos fortes em Hollywood hoje, "Depois de O Livro da Vida, quis revezar com outros atores, como Zoë Saldaña, Diego Luna, além de convidar novos talentos. Também sou fã do hip hop dos anos 1990, por isso quis chamar a Queen Latifah. E também coloquei atores que amo, como Danny Trejo, Cheech Marin, Rita Moreno… Bom, um dos meus atores favoritos, o Alfred Molina, é o vilão", diz Gutiérrez.
O diretor de Maya e os 3 Guerreiros conta que chamava muitos dos atores nas redes sociais: "eu falava: 'por favor, vocês precisam fazer o papel!'. E todos disseram que sim. Sinto-me como um pequeno garoto em uma loja de doces -- e eles me deram todos os doces", sorri, entusiasmado como o encantado Charlie ao visitar a Fantástica Fábrica de Chocolate de Willy Wonka.
Gutiérrez revela que adoraria trabalhar com o chileno Pedro Pascal e com o guatemalteco Oscar Isaac. "Desta vez, não me ocorreu nada para o Pedro, mas ele é um gênio. Mas te conto que, teve um ator que parecia improvável participar, o Diego Luna, que estava filmando uma série nova de Star Wars. Mas o Diego me prometeu que faria, e não sei como ele fez… ele estava em Londres. Somos amigos para toda a vida. Devo tudo ao Diego Luna por poder fazer a série", agradece.