MOEDA/MG - Milhares de orquídeas devem deixar a paisagem do vale da Serra da Moeda ainda mais vibrante nos próximos meses. A cadeia de montanhas localizada na Serra do Espinhaço, além de emoldurar o cerrado mineiro, é um atrativo turístico para todos os gostos e idades.
A região recebeu 3 mil orquídeas nativas e puras da Mata Atlântica e Cerrado. Entre elas, nove são consideradas espécies ameaçadas de extinção. A iniciativa é do projeto Orquídeas Brasileiras que, desde fevereiro deste ano, vem introduzindo as flores nas árvores e rochas da região.
As espécies, além da exuberância, contribuem para a preservação e valorização das espécies típicas do local. De acordo com o projeto, as flores atraem insetos que polinizam as próprias orquídeas e outras plantas. Esses insetos, por sua vez, atraem predadores, ativando o ecossistema e mantendo o equilíbrio natural da área.
A expectativa é que as flores se reproduzam. “Certo é que a meta de 3 mil plantas será facilmente ultrapassada”, comemora o responsável técnico pelo projeto, Reginaldo de Vasconcelos Leitão, que é geógrafo especialista em orquídeas.
Entenda as etapas do projeto
O projeto Orquídeas Brasileiras, iniciativa do empreendimento Boavista, vem sendo realizado desde o primeiro semestre de 2019 e foi dividido em cinco etapas. A primeira, o diagnóstico, envolveu uma visita ao Vale da Serra da Moeda para análise e conhecimento técnico da área.
Na sequência, uma seleção das espécies foi realizada em orquidários profissionais. A preferência foi dada às espécies nativas e puras da região, bem como a polinização e reprodução em laboratório. Foi observado, também, a boa interação com a flora local.
A terceira etapa contempla o processo de aclimatação, para o desenvolvimento e fortalecimento das mudas geradas. A quarta, por sua vez, foi a introdução das espécies à natureza, em fevereiro deste ano.
A quinta e última ainda está em andamento. “A quinta fase será monitorar o desempenho dessas orquídeas até que estejam totalmente independentes de cuidados como limpeza, regas, adubação e controle de pragas”, explica Reginaldo.
Conheça algumas espécies do projeto
Entre as adotadas para reintegrar a flora local, de acordo com o geógrafo, está a orquídea considerada símbolo do projeto, a Hoffmannseggella milerii (ex Laelia milerii). Espécie oficialmente ameaçada de extinção, ela é simbólica das serras mineiras.
“Foi necessário buscarmos plantas adultas, que seriam as matrizes, com colecionadores para fazermos a polinização e gerar frutos. A previsão é que uma nova geração de mudas seja iniciada ainda neste ano”, pontuou.