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O repertório da apresentação terá sucessos como Ovelha Negra e Lança Perfume e acontecerá no rooftop da famosa galeria da Avenida São João

 

SÃO PAULO/SP - A série internacional de concertos Candlelight da Fever apresentará no dia 12 de outubro um concerto que promete emocionar os fãs da rainha do rock brasileiro : Candlelight Open Air Tributo a Rita Lee . Neste concerto dedicado a homenagear a cantora Rita Lee, falecida em maio deste ano, os músicos tocarão sucessos como Ovelha Negra, Lança Perfume, Erva Venenosa e outros grandes hits da artista na icônica Galeria do Rock. 

A galeria situada na Avenida São João é conhecida pelas lojas de artigos relacionados ao rock, mas também conta com um espaço pouco conhecido dos paulistanos, o Jardim do Rock, o rooftop do edifício. É neste espaço que um repertório com 16 músicas da cantora será tocado pelo Quarteto de Cordas Monte Cristo que se apresentarão cercados por milhares de velas que iluminarão todo o jardim. O concerto será dia 12 de outubro e terá dois horários de apresentação: às 19:00 e às 21:00.  

A série de Concertos Candlelight foi criada pela plataforma Fever e chegou ao Brasil no fim de 2020. Desde então, o conceito se popularizou, com homenagens a artistas de diversos gêneros, de Beethoven ao K-POP passando por Queen, ABBA, Coldplay e Ed Sheeran e , trilhas sonoras de filmes. As setlists variadas dos concertos Candlelight buscam incentivar um público maior, que talvez nunca tenha considerado um concerto de música clássica, a conectar-se com as peças mais icónicas dos maiores compositores, e a ouvir os maiores sucessos de artistas contemporâneos conhecidos de uma maneira diferente.  

Os espetáculos terão duração de 60 minutos. Todos os ingressos para estas atrações e outras experiências Fever podem ser adquiridas exclusivamente no site ou app da plataforma.

SÃO PAULO/SP - Desde que nasceu, Beto Lee foi embalado pela mente criativa da mãe, Rita Lee, e do pai, Roberto de Carvalho. Ele foi testemunha da criação de hits que moldaram – e mudaram – o pop/ rock brasileiro. Beto cresceu, apareceu e acabou se tornando parte da banda de Rita. Agora, o músico passeia por sucessos da Rainha do Rock com seu novo show “Uma homenagem a Rita Lee por Beto Lee in concert”, todo dedicado a Rita, com um repertório contagiante da big mamma roqueira, que chega em São Paulo. O espetáculo será no dia 29 de julho (sábado), no palco do Vibra São Paulo, às 22h.

“Saúde”, “Lança Perfume”, “Ovelha Negra”, “Ando Meio Desligado”, “Agora Só Falta Você”, “On The Rocks”, “Mania de Você” e “Banho de Espuma” estão no set list do show, que conta com outros hits da enorme lista de sucessos de Rita Lee. O único grande obstáculo que Beto teve foi o de escolher apenas alguns entre tantos clássicos.

Mais do que simplesmente cantar e tocar Rita, Beto Lee tem Rita e Rock no sangue. E, mais do que ninguém, tem know how e muito background para que o rock da Rita role nos palcos novamente.

Aposentada dos shows desde a apoteótica apresentação do aniversário de São Paulo em 2013, a roqueira maior conquistou uma nova geração de fãs desde então. Sedentos por um show com tantas canções que marcaram, marcam e marcarão a vida de tanta gente. A proposta de Beto é justamente essa: não é um tributo. É uma celebração. É um show. Um showzaço!

Trazendo Lee Marcucci no baixo, ex-Tutti-Frutti, que acompanhou Rita Lee & Roberto de Carvalho em diversos espetáculos, a banda tem também Beto Lee (voz e guitarra), Debora Reis (vocais), Danilo Santana (teclado), Edu Salvitti (bateria) e Rogerio Salmeron (guitarra), todos artistas que já passaram pela escola Rita Lee e participaram durante anos de shows da Rainha.

A celebração contará, ainda, com convidados super especiais: Fernanda Abreu interpretando vários sucessos da Rita Lee, a Orquestra Sinfônica Villa Lobos regida pelo Maestro Adriano Machado e a participação de Luísa Sonza, que abrilhantará a noite. 

“É com enorme prazer que eu irei celebrar a vida e obra da minha mãe. Uma tarefa nada fácil, afinal são décadas de muita história e de muita música! Mas sinto que tudo tem a hora certa para acontecer. E estou pronto para encarar esse projeto como ele merece, afinal, essas músicas sempre serão parte de mim também, da minha educação como músico e, claro, como pessoa! Pois é, são dezenas de hits, desde os anos 60 até o encontro dela com meu pai, Roberto de Carvalho. Além dos três filhos, eles pariram sucessos que embalaram (e embalam) gerações. Será maravilhoso poder tocar todos os maiores sucessos deles, com prazer, orgulho e respeito”, declara Beto Lee.

Bênção de Mãe: “Estava eu lá, na doce vidinha no mato cercada de bichos e plantas, quando meu filho Beto telefona pedindo minha bênção para montar um show com hits dos meus 50 anos de estrada musical. Pensando bem, ninguém teria melhor background para tal projeto, uma vez que ele tocou comigo por treze anos e sabe como ninguém como era conviver com seus pais dentro e fora do palco. Além de pilotar a guitarra com maestria e conhecer todos os arranjos originais. Na mesma hora, lembrei do Beto com seus cinco anos se desvencilhando dos seguranças e invadindo o palco do Maracanãzinho com sua guitarrinha de plástico fazendo a coreografia 'duck walk' de Chuck Berry. Deusbençoe, Beto”, disse Rita Lee.

Sobre Beto Lee

Beto Lee começou a tocar guitarra aos 10 anos e aos 15 montou sua primeira banda.  É reconhecido entre os melhores guitarristas de sua geração e possui três discos lançados, sendo que o último, "Celebração & Sacrifício", ganhou o Grammy Latino 2012 de Melhor Álbum de Rock Brasileiro.

Como convidado, tocou durante mais de 10 anos com Rita Lee e participou dos shows do Barão Vermelho, Capital Inicial, Andreas Kisser, Cachorro Grande, Jota Quest, Liminha, Velhas Virgens, Magazine, Milton Nascimento, Gilberto Gil e Roberto Carlos.

Apresentou a série "Que Rock É Esse?" sobre a história do pop/rock brasileiro; o Programa "Geléia do Rock" que teve 3 temporadas e as 8 temporadas do programa “Experimente”, todos eles pelo canal Multishow, da Globosat.

Também apresentou, ao vivo, diversas edições do Prêmio Multishow e dos festivais SWU, Lollapalooza e Rock in Rio.

Além disso, o artista já assinou com a mãe parcerias musicais como “Rebeldade” e “Vira-Lata de Raça”, esta última gravada por Ney Matogrosso. Beto também gravou em discos de Rita Lee, Supla, Otto e Titãs. Desde 2016 integra a banda Titãs.

Ficha técnica
Direção do show: Otávio Juliano
Design de vídeo/ cenário: Luciana Ferraz
Empresária: Silvia Venna
Produção Geral & Tour Manager: Grupo Tacatinta

Serviço
Local: Av. das Nações Unidas, 17955 - Vila Almeida, São Paulo - SP
Data do evento: 29 de julho de 2023 (sábado)
Horário (abertura): 20h 
Horário (início): 22h
Vendas de ingressos: https://uhuu.com/evento/sp/sao-paulo/rita-lee-11591

SÃO PAULO/SP - Morreu na segunda-feira, dia 8, a cantora Rita Lee, rainha do rock brasileiro e nome que despontou durante o tropicalismo com a banda Os Mutantes, na década de 1960. Ela estava em sua casa, na capital paulista, com a família.

Reclusa nos últimos anos, a cantora recebeu um diagnóstico de câncer de pulmão em 2021. Após tratamentos, em abril de 2022, a doença teria entrado em remissão.

Rita Lee escreveu sobre sua morte bem ao seu estilo: "Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá. Fãs, esses sinceros, empunharão meus discos e entoarão "Ovelha Negra", as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória. Nas redes virtuais, alguns dirão: Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, kkk."

O trecho está em sua autobiografia, na qual relata no mesmo tom, sempre direto e reto, tanto passagens divertidas, a exemplo das travessuras na infância e na adolescência, quanto trágicas, como o abuso de álcool e drogas e o estupro que sofreu aos seis anos, por um técnico que foi a sua casa consertar uma máquina.

Sem autopiedade, se refere a si própria com bom humor e sarcasmo, assim como aos outros um forte traço da construção de sua imagem como a maior roqueira do Brasil.

A experiência artística não começou muito bem. Quando Rita tinha entre seis e sete anos, a conceituada pianista Magdalena Tagliaferro lhe deu aulas de piano em troca de um tratamento que fez com seu pai, Charles, dentista de origem americana.

Em uma audição, a menina ficou tão nervosa que fez xixi no banquinho do piano. A professora a aconselhou a não seguir adiante na música porque ela tinha medo de palco.

Acontece que Rita, nascida em São Paulo em 31 de dezembro de 1947, morava na Vila Mariana, e o pacato bairro da zona sul, entre os anos 1950 e 1960, era terapia contra essa fobia. Na região, colégios tradicionais como o Marista Arquidiocesano, Cristo Rei, Bandeirantes e o Liceu Pasteur, onde Rita estudou, realizavam festas juninas, da primavera, pró-formaturas e outras, com palcos para apresentações em que os alunos experimentavam uma liberdade que contrastava com o autoritarismo da época.

Rita não seguiu o conselho da professora de piano e, na adolescência, participou de diferentes conjuntos, cantando e tentando tocar instrumentos, até chegar ao quarteto de meninas Teenage Singers.

A brincadeira ficou mais séria quando elas conheceram, em um festival no teatro João Caetano, em 1964, os meninos do Wooden Faces, do qual fazia parte Arnaldo Batista, que já se destacava no baixo. Aproximaram-se, Rita e Arnaldo, com 16 anos, iniciaram um namoro e, com o tempo, as bandas se uniram.

Do entra e sai de integrantes, ficaram seis, entre eles os namorados e Sérgio, irmão caçula de Arnaldo, guitarrista, que aos 13 anos largou a escola para se dedicar à música. Tornaram-se o Six Sided Rockers, que, além dos shows escolares, tocaram em programas da TV Record.

Em 1966, gravaram um compacto, com novo nome, Os Seis. Brigas e rearranjos depois, viraram três, com Rita Lee (principal vocalista e percussão) e os irmãos Arnaldo Batista (vocal, teclado e baixo) e Sérgio Dias (vocal e guitarra).

Passaram a ser Os Bruxos e foram convidados a se tornar banda fixa no programa "O Pequeno Mundo de Ronnie Von", da Record. O apresentador, fã do livro "O Império dos Mutantes", sugeriu que se tornassem Os Mutantes. Em 15 de outubro de 1966, estrearam no programa, com ousadia e originalidade, tocando, com guitarras, a Marcha Turca, de Mozart.

Deram a primeira entrevista, à Folha, e a cantora assim definiu o grupo: "Ele vem de outro planeta para tomar conta do mundo. É moço, inteligente e vai longe, porque encontrou o mundo cheio de mediocridade". Esse moço adorava guitarra, o que não era visto com bons olhos por gente influente da MPB.

Em julho de 1967, Elis Regina organizou a Marcha Contra a Guitarra Elétrica, passeata com artistas contra a "americanização" da música brasileira. Entre os presentes estava Gilberto Gil, que, curiosamente, três meses depois protagonizaria o que ficou conhecido como resposta àquela manifestação.

Ele convidou Os Mutantes para acompanhá-lo na música "Domingo no Parque", no 3º Festival de Música Popular Brasileira da Record. Com arranjos do maestro Rogério Duprat, a apresentação marcou a introdução da guitarra na MPB. As vaias efusivas e a conquista do segundo lugar no festival atestaram que aquilo vinha mesmo de outro planeta e que ainda ia longe.

Além de um rock sem a ingenuidade do iê-iê-iê da Jovem Guarda, o grupo chamou a atenção pelos figurinos e pela performance no palco, e nisso a liderança era de Rita. Depois de um vestido curto e de um coração vermelho desenhado com batom na bochecha, no festival de 1967, ela subiu o tom em 1968.

No 3º Festival Internacional da Canção, o FIC, em que Os Mutantes acompanharam Caetano Veloso em "É Proibido Proibir", Rita se apresentou com um vestido de noiva emprestado da atriz Leila Diniz, que havia usado o figurino em uma novela.

O evento ficou marcado pelo discurso de Caetano contra a reação da plateia, que vaiava e arremessava ovos, tomates, latas e garrafas nos artistas. "Vocês não estão entendendo nada. Se vocês forem em política forem como são em estética, estamos feitos", esbravejou.

Rita adorou, não tinha paciência com jovens de esquerda que só aplaudiam músicas de protesto, com letras e arranjos mais óbvios, e não entendiam quão transgressor podia ser a mistura da canção popular brasileira com o pop internacional em meio a experimentações sonoras.

Essa foi a base da tropicália, movimento artístico liderado por Gil e Caetano, do qual Os Mutantes fizeram parte. No LP "Tropicália", de 1968, a banda participou de três faixas, entre elas "Panis Et Circensis", com o provocativo refrão "Essas pessoas na sala de jantar/ Estão ocupadas em nascer e morrer".

Rita e os irmãos Batista investiram em composições próprias e lançaram em 1968 o primeiro LP. Até 1972, quando Rita sairia do grupo, seriam mais quatro, um por ano, emplacando hits como "Top Top", "Balado do Louco", "Vida de Cachorro" e "Ando Meio Desligado".

Fizeram de tudo nesse tempo, programas de TV, shows, entrevistas, musical no teatro, campanhas publicitárias e até participação em longa-metragem "As Amorosas", de Walter Hugo Khouri. Além de um som de vanguarda e de qualidade, os três encantavam com a mistura de carinha angelical a atitudes endiabradas.

Em tempos extremamente machistas, causava ainda mais impacto a irreverência de Rita, que só crescia. Em 1969, ela voltou a usar, no 4º FIC, o vestido de noiva, mas com uma novidade colocou um enchimento na barriga para se fazer de grávida.

A performance se deu na apresentação de "Ando Meio Desligado", na qual os Mutantes partem do efeito da maconha para algo romântico ("Ando meio desligado/ Eu nem sinto meus pés no chão/ Olho e não vejo nada/ Eu só penso se você me quer"). Na foto da contracapa do LP, Rita está na cama com os irmãos Batista, todos nus.

Foi demais para o conservador Flávio Cavalcanti, um dos mais populares apresentadores de TV do país, que quebrou o disco no ar. Mais sinal de sucesso, impossível. Do Brasil, a repercussão passou a ser internacional, com a presença nos palcos do Midem, tradicional evento do mercado fonográfico em Cannes, em 1969, e do Olympia, em Paris, em 1970. Na turnê francesa, o LSD se tornaria parte da banda.

Substâncias alucinógenas passaram a fazer parte do café da manhã, almoço e jantar de uma espécie de comunidade hippie que os Mutantes formaram na Serra da Cantareira, a Mutantolândia.

Mais do que farra, para o trio, assim como para muitos músicos naquela época, as drogas eram um caminho artístico, de expansão mental. O descontrole, contudo, logo apresentaria a conta para os jovens. Ao longo da vida, a cantora iria enfrentar um entra e sai de internações por abuso de álcool e drogas.

Casamento e banda viveram idas e vindas, até que ambos acabaram para Rita quando ela foi expulsa dos Mutantes em 1972, episódio do qual guardou muita mágoa. Da raiva e da depressão, emergiu a ânsia de provar que, apesar de "o clube do Bolinha dizer que, para fazer rock, era preciso ter colhão, também dava para fazer com útero, ovários e sem sotaque feminista clichê".

Compôs "Mamãe Natureza", que falava das incertezas pós-Mutantes: "Não sei se eu estou pirando/ Ou se as coisas estão melhorando/ Não sei se vou ter algum dinheiro/ Ou se eu só vou cantar no chuveiro". A música lhe deu a certeza de que conseguia compor, fazer arranjos, cantar e tocar sozinha. Ela não estava pirando em seguir carreira solo e logo ia ter "algum dinheiro".

Quem acreditou na força de Rita sem os Mutantes foi André Midani, presidente da gravadora Philips, poderoso do mercado fonográfico. Mesmo antes da expulsão, por insistência dele, a cantora havia feito dois discos solo.

Rita formou, pós-Mutantes, a banda Tutti Frutti e alugou uma casa na represa Guarapiranga para a sua comunidade sexo, drogas e rockinroll. Em 1975, o disco "Fruto Proibido" marcou a nova fase da cantora e uma ruptura na música brasileira. Com capa cor-de-rosa e canções com temática feminina, como "Luz Del Fuego", "Ovelha Negra" e "Agora Só Falta Você", mostrou que era, sim, coisa de mulher "Esse Tal de Roquenrou", outro sucesso do LP.

Em 1976, ela foi presa por porte de drogas, em um raro momento que estava limpa. "Se tivessem vindo uns dois meses atrás, iam achar muita coisa, mas agora estou grávida e não tem nem bituca aqui", disse aos policiais que entraram no seu apartamento. Rita estava no terceiro mês de gravidez de um namorado recente, Roberto de Carvalho, baterista da banda de Ney Matogrosso.

Apesar de não se envolver diretamente com política, a cantora não era flor que se cheirasse para a ditadura. Inimiga da "moral e dos bons costumes", amiga de Gil e Caetano, havia testemunhado contra um policial acusado de matar um rapaz em um de seus shows.

Solo fértil para a polícia "plantar" maconha. Foi grande a repercussão da prisão. Quando ela teve um sangramento, Elis Regina foi à delegacia e não saiu de lá até que um médico fosse chamado, em um episódio que deu início a uma forte amizade entre as duas e selou definitivamente a paz entre a MPB e a guitarra elétrica.

A quebra de fronteiras entre ritmos e influências, com a qual Rita já flertava antes mesmo da tropicália, tornou-se central na consolidação de sua carreira a partir do encontro com Roberto de Carvalho.

Com ele, como escreveu na autobiografia, seu "rockinho radical virou rockarnaval, tango, bossa, pop, bolero e tal". Roberto foi morar com Rita, e vivenciaria ao seu lado a gravidez e o nascimento do primeiro filho sob prisão domiciliar. Era só a primeira barra de muitas que enfrentaria ao lado da cantora.

Após o nascimento do primeiro dos três filhos do casal, Rita deixou os Tutti Frutti e iniciou com o marido a terceira fase de sua carreira, que seria a definitiva e a mais bem-sucedida. Entre o final dos anos 1970 e início dos 1980, explodiu com uma trilha sonora autobiográfica do casal apaixonado, em que uma mulher pela primeira vez cantava sem pudor sobre desejos sexuais.

Em uma sequência de hits que fariam dela um fenômeno do mercado fonográfico, convidava o parceiro para relaxar na banheira, sem culpa nenhuma, em plena vagabundagem, em "Banho de Espuma", vestir fantasias e tirar a roupa, molhada de suor de tanto se beijar, em "Mania de Você", ficar de quatro no ato e exigir "Vê se me dá o prazer te ter prazer contigo", em "Lança Perfume" —esse sucesso, aliás, ganhou versões em várias línguas, hebraico inclusive.

A cantora se tornou a cara de um feminismo menos sisudo. Foi convidada pela Globo para o especial "Mulher 80" e para criar a música de abertura do TV Mulher, que virou hino feminista, com versos assim: "Sexo frágil/ Não foge à luta/ E nem só de cama/ Vive a Mulher/ Por isso não provoque/ É cor-de-rosa choque".

Ela só não fazia sucesso com censores. Em 1981, por exemplo, das 30 músicas que submeteu à Censura, só nove foram liberadas para a gravação do LP "Saúde". Quase todas explodiram nas rádios. No ano seguinte, o LP "Flagra" vendeu dois milhões de cópias.

Multi-instrumentista, era versátil não só no palco. A personalidade transparente, o ar despudorado e o raciocínio rápido tornaram-na figura constante na mídia. Comandou o "Radioamador", na 89 FM, o "TVLeezão", na MTV, o "Madame Lee", no GNT, e integrou, no mesmo canal, o primeiro time de apresentadoras do "Saia Justa".

Em 1991, lançou o LP "Bossanroll", seu projeto financeiramente mais bem-sucedido. Mas chegou ao fundo do poço. Diante do ultimado de Roberto em relação a álcool e drogas, foi morar sozinha. Em seu sítio, trocava legumes por receitas de tarja preta.

Certo dia, de tão chapada, despencou da varanda, teve o maxilar esfacelado e perdeu 40% da audição do ouvido direito. Roberto cuidou de sua recuperação, e quando ela tirou os pontos e conseguiu cantar "Mania de Você", a pediu em casamento. Na saúde e na doença, ainda enfrentariam muitas recaídas de Rita, até que ela tomasse uma decisão mais firme de ficar "careta" a partir do nascimento da primeira neta, em 2005.

Foi o que deu tranquilidade à "vovó do rock" nos últimos anos. Após a aposentadoria dos palcos, em 2013, viveu com Roberto em uma casa de campo onde pintava, cozinhava, escrevia e cuidava dos bichos de estimação, esses, aliás, companhias da vida toda. Ativista da causa animal, teve de tudo, de cães e gatos a jiboia e jaguatirica.

A ideia de se aposentar veio na turnê dos 45 anos de carreira, em 2012, que se encerraria em Aracaju. A despedida foi a sua cara. Ao ver policiais abordando pessoas da plateia que fumavam maconha, interrompeu o show: "Me dá esse baseadinho que eu vou fumar aqui e agora. Seus cafajestes, filhos da puta". Foi detida.

Com o incidente, uma nova despedida foi marcada para 2013, no Anhangabaú, em 25 de janeiro, aniversário de São Paulo. Nada mais justo que tenha sido na cidade que nasceu e da qual, como cantou Caetano, Rita foi a mais completa tradução.

Na autobiografia, escreveu que seu maior gol foi ter feito um monte de gente feliz e que, quando morresse, cantaria para Deus: "Obrigada, finalmente sedada". E, seu epitáfio, definiu, deve ser o seguinte: "Ela não foi um bom exemplo, mas era gente boa".

 

 

por LAURA MATTOS / FOLHA de S.PAULO

SÃO PAULO/SP - A cantora, compositora, escritora e ativista brasileira, Rita Lee, 75 anos, foi internada hoje (24) no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A informação foi confirmada pelo hospital, que não forneceu detalhes sobre o estado de saúde da cantora.

Nas redes sociais, a família de Rita Lee divulgou uma nota sobre a internação. “Como qualquer pessoa que passou ou que passa por tratamento oncológico, internações para exames e avaliações podem ser necessárias. A família agradece o carinho, certa do respeito à privacidade, como estabelecido desde o início”.

Em maio de 2021, durante um check-up no Hospital Albert Einstein, a cantora foi diagnosticada com um tumor primário no pulmão esquerdo e teve que se submeter a um tratamento com imunoterapia e radioterapia.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

RIO DE JANEIRO/RJ - Rita Lee reapareceu mais uma vez em seu perfil no Instagram, nesta quinta-feira (23), clicada novamente pelo seu marido, o guitarrista Roberto de Carvalho.

Recentemente a roqueira de 74 anos apareceu pela primeira vez com os cabelos bem curtos por conta do tratamento de um câncer de pulmão que ela descobriu no ano passado.

Em abril, foi anunciado que a doença da cantora estava em remissão, e que ela havia terminado o tratamento. A cantora apelidou o tumor que tinha de “Jair”, conforme revelou a apresentadora Astrid Fontenelle.

“Sextou!”, escreveu Rita na legenda da publicação dessa sexta. Nos comentários, a Rainha do Rock Brasileiro recebeu uma chuva de elogios de seus seguidores. “Amo vocês”, João Lee, filho do casal. “Magnífica”, disse uma seguidora. “Você é tudo pra mim, deusa”, escreveu outra.

 

 

ISTOÉ GENTE

SÃO PAULO/SP - Foi no processo de composição que a carioca Julia Mestre encontrou a sua forma de externalizar os próprios sentimentos. Influenciada por cantoras e compositoras de discurso assertivo, ela foi desenvolvendo o próprio método de criar e, aos poucos, aquilo que era algo tão pessoal ganhou o mundo e ela passou a ser vista como uma promessa da música pop nacional. No dia 9 de dezembroquarta-feira, às 23h, a jovem artista participa da sexta temporada do programa Versões, do Canal BIS, e tem a oportunidade de revisitar o repertório de uma daquelas mulheres que serviram de inspiração - no caso, Rita Lee.

No programa, Julia Mestre se apresenta acompanhada dos músicos Davidson Ilarindo (percussão) e Gabriel Quinto (violão). Ela percorre por momentos distintos da carreira de Rita Lee, indo de "Ovelha Negra" a "Amor e Sexo", passando por "Desculpe o Auê".

A imersão no cancioneiro de Rita Lee para o programa renderá mais frutos. Ela se prepara para lançar o projeto Faro Apresenta: Julia Mestre canta Rita Lee. Além de disponibilizar algumas versões das músicas nas plataformas de streaming, a iniciativa ainda prevê um show baseado n'esse tal de roque enrow de Rita Lee.
 

Julia Mestre canta Rita Lee no Versões
Canal BIS
Data: 9 de dezembro, quarta-feira, 23h

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