BELGRADO - A polícia da Sérvia prendeu nesta sexta-feira (5) um homem suspeito de matar oito pessoas e ferir 14 em um ataque a tiros, após uma grande operação de busca e apenas um dia depois de um massacre similar em uma escola da capital do país, Belgrado.
“Depois de uma ampla busca, membros do ministério do Interior detiveram U.B., nascido em 2002 na região de Kragujevac, centro da Sérvia”, informou o ministério em um comunicado.
“Ele é suspeito de ter matado (…) oito pessoas com uma arma automática e de ter ferido outras 14”, afira a nota do ministério.
Todos os feridos foram hospitalizados.
O ataque aconteceu na quinta-feira à noite perto de Mladenovac, ao sul de Belgrado, quando um jovem de 21 anos abriu fogo com uma arma automática a partir de um veículo em movimento antes de fugir, informou o canal estatal de televisão RTS.
O atirador atacou três pontos da região, segundo a imprensa local.
A ação aprofundou o choque na Sérvia, ainda abalada com o massacre executado na quarta-feira (3) por um adolescente de 13 anos em uma escola do centro de Belgrado, onde morreram oito estudantes e um segurança.
As forças de segurança isolaram a área do ataque e quase 600 policiais foram mobilizados, incluindo integrantes da unidade de combate ao terrorismo.
A rodovia que liga as localidades de Malo Orasje e Dubona, cenário do tiroteio, foi bloqueada.
Parentes de vítimas se reuniram diante de um hospital de Belgrado para onde foram levados pelo menos oito feridos.
A ministra da Saúde, Danica Grjuicic, visitou o local. O ministro do Interior, Bratislav Gasic, afirmou que a ação foi um “ato terrorista”, de acordo com a RTS.
– Um país em choque –
A detenção do atirador coincidiu com o início dos três dias de luto decretados pelo governo após o massacre em uma escola do ensino básico de Belgrado.
Além das nove vítimas fatais, seis alunos e uma professora ficaram feridos no ataque de quarta-feira. Duas pessoas estão em situação crítica e já foram submetidas a várias cirurgias, de acordo com fontes médicas.
O atirador foi detido pouco depois do massacre na área da escola, onde aguardou a chegada dos policiais. Ele foi levado para um hospital psiquiátrico.
O pai do adolescente, um médico renomado e proprietário da arma usada, foi detido e deve prestar depoimento à justiça. A mãe também foi interrogada.
A violência com armas de fogo nas escolas é algo raro na Sérvia, país de sete milhões de habitantes com quase 765.000 armas registradas.
O ministério do Interior pediu aos proprietários de armas que as mantenham em locais fechados e advertiu que pode apreender os armamentos de quem não seguir a instrução.
O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, que considerou o ataque “um dos dias mais difíceis da história contemporânea” do país, também pediu o reforço das medidas de controle de armas e propôs uma moratória de dois anos para a concessão de novas licenças.
A escola Vladislav Ribnikar, que tem alunos de 7 a 15 anos e fica no centro de Belgrado, permaneceu fechada na quinta-feira.
Centenas de pessoas compareceram ao local e deixaram flores, brinquedos ou velas em um memorial improvisado.
Também foram organizadas homenagens em outras cidades sérvias, como Nis e Kragujevac, na capital croata Zagreb ou em Banja Luka, centro administrativo da República Sérvia da Bósnia.
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