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KIEV - O comandante-chefe das forças ucranianas disse nesta segunda-feira que suas tropas estão criando as condições necessárias para avançar e passar a ter a iniciativa no campo de batalha, mais de um ano após o início da invasão russa ao país.

Valeriy Zaluzhnyi divulgou um comunicado pelo aplicativo Telegram, em que assegurou que as linhas de defesa ucranianas estão estáveis e conseguindo repelir tentativas russas de contra-ataque e de distrair as forças ucranianas em outras frentes de batalha.

“Lutas intensas estão ocorrendo e, pouco a pouco, as tropas ucranianas seguem criando as condições de avançar. A iniciativa está do nosso lado”, afirmou Zaluzhnyi, após participar de ligação telefônica com o general Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA.

A Ucrânia lançou uma contraofensiva no início do inverno no Hemisfério Norte, na tentativa de recuperar partes do território capturado pela Rússia no sul e no leste do país. Os Estados Unidos e outros aliados do Ocidente enviaram armas à Ucrânia e treinaram os soldados para que Kiev realizasse a ofensiva.

A Ucrânia já recapturou alguns vilarejos no sul e territórios próximos à cidade de Bakhmut. As autoridades do país rebateram críticas de que estariam avançando muito lentamente, dizendo que essa estratégia tem o intuito de evitar mortes. A Ucrânia tem atacado linhas russas bem equipadas e defendidas por minas terrestres. Moscou diz que a contraofensiva ucraniana foi um fracasso.

“Em algumas direções, o inimigo está realizando grandes ataques, mas sem sucesso. Eles querem distrair as forças ucranianas de algumas partes do fronte”, concluiu Zaluzhnyi

 

 

 

Reportagem de Olena Harmash / REUTERS

KIEV - As forças ucranianas estão se concentrando e atacando no front sul depois de terem obtido "sucesso parcial" no último dia, e estão enfrentando um grande ataque russo no leste, disse uma autoridade graduada de Defesa nesta quarta-feira.

A Ucrânia relatou a recaptura de oito vilas no sul nas últimas duas semanas. Embora pequenos, os avanços são os maiores dos militares ucranianos desde novembro, à medida que percorrem áreas fortificadas e minadas sob controle russo.

"Eles tiveram sucesso parcial no último dia, consolidaram-se nas fronteiras que foram alcançadas e igualaram a linha de frente", disse a vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar.

Ela afirmou que as forças de Kiev continuam as operações ofensivas em direção à cidade de Melitopol, um reduto russo nas profundezas do território ocupado, e em direção a Berdiansk, no Mar de Azov.

Kiev se preparou por meses para uma contraofensiva vista como um momento crucial na guerra contra Rússia, mas impôs um blecaute nas comunicações e os relatos independentes são escassos.

Analistas militares dizem que é muito cedo para tirar conclusões sobre o sucesso ou não das duas semanas de operações.

Eles afirmam que Kiev ainda não comprometeu a maior parte de suas forças, uma parte das quais foi treinada e equipada pelo Ocidente, mas que as posições avançadas da Ucrânia permanecem a alguma distância da principal linha defensiva da Rússia.

Rússia e Ucrânia relataram ter infligido pesadas baixas à outra parte. Jornalistas da Reuters que visitaram dois vilarejos libertados na semana passada viram os corpos de soldados russos mortos no chão, bem como veículos blindados queimados.

Em declaração no Telegram, Maliar relatou intensos combates no leste, especialmente perto da cidade de Lyman, que Kiev recapturou das forças russas em outubro.

"No leste, os defensores continuam a conter um ataque em grande escala das forças russas nas direções de Lyman e Bakhmut", disse a vice-ministra da Defesa.

Ela acrescentou que o leste continua sendo o foco principal das ações ofensivas da Rússia e que Moscou ainda pretende atingir os limites das regiões de Donetsk e Luhansk, que compõem a área industrial de Donbas.

A Rússia disse que suas defesas aéreas derrubaram três drones na região de Moscou nesta quarta-feira, no que chamou de tentativa de ataque ucraniano.

A Reuters não pôde verificar de forma independente a situação no campo de batalha.

 

 

Por Tom Balmforth / REUTERS

RÚSSIA - Rússia e Ucrânia realizaram uma inesperada troca de prisioneiros nesta quarta-feira, a maior desde o início da guerra, envolvendo quase 300 pessoas, incluindo 10 estrangeiros e os comandantes que lideraram a longa campanha de defesa ucraniana na cidade de Mariupol no início deste ano.

Os estrangeiros libertados incluem dois britânicos e um marroquino que haviam sido condenados à morte em junho depois de serem capturados lutando pela Ucrânia. Também foram libertados outros três britânicos, dois norte-americanos, um croata e um sueco.

O momento e a magnitude da troca foram uma surpresa, já que o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou uma mobilização parcial de tropas no início do dia, em uma aparente escalada do conflito que começou em fevereiro. Separatistas pró-Rússia também disseram no mês passado que os comandantes de Mariupol iriam a julgamento.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse que a troca --que envolveu a ajuda da Turquia e da Arábia Saudita-- estava em preparação há muito tempo e envolveu intensa negociação. Sob os termos do acordo, 215 ucranianos --a maioria dos quais capturados após a queda de Mariupol-- foram libertados.

Em troca, a Ucrânia enviou de volta 55 russos e ucranianos pró-Moscou, além de Viktor Medvedchuk, líder de um partido pró-Rússia banido que enfrentava acusações de traição.

"Esta é claramente uma vitória para nosso país, para toda a nossa sociedade. E o principal é que 215 famílias podem ver seus entes queridos seguros e em casa", disse Zelenskiy em um discurso em vídeo.

 

 

Por Valentyn Ogirenko e Aziz El Yaakoubi / REUTERS

RÚSSIA - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, viajou nesta terça-feira (6) ao extremo leste do país para acompanhar a parte final dos exercícios militares com a participação de vários países aliados, incluindo a China, informou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Putin chegou à base militar de Sergueievski, onde estava reunido com o ministro da Defesa Serguei Shoigu e o comandante do Estado-Maior, Valeri Guerassimov, informou Peskov.

Após a reunião, Putin observaria "a fase final dos exercícios", disse o porta-voz.

As manobras militares denominadas Vostok-2022 começaram no dia 1 de setembro e prosseguirão até quarta-feira, 7, em vários campos de treinamento do extremo leste russo e no mar da região.

Moscou informou que mais de 50.000 soldados e mais de 5.000 equipamentos militares, incluindo 140 aviões e 60 navios, participam nas manobras.

Entre os países participantes estão vários Estados com fronteira com a Rússia, além da Síria, Índia e da aliada crucial China.

A Rússia havia organizado exercícios do tipo pela última vez em 2018.

 

 

AFP

CIDADE DO MÉXICO - Centenas de soldados mexicanos foram enviados a Ciudad Juárez, na fronteira com os Estados Unidos, após um confronto na prisão entre membros de dois cartéis rivais causar uma rebelião e tiroteios que causaram a morte de 11 pessoas, a maioria delas civis, disseram autoridades.

O grupo Los Chapos, membros do infame Cartel de Sinaloa antes liderado por Joaquin "El Chapo" Guzmán, e o grupo local Los Mexicles entraram em conflito na tarde de quinta-feira, afirmou o vice-ministro de Segurança, Ricardo Mejia.

Uma rebelião então estourou, deixando dois mortos e quatro feridos por tiros, disse Mejia, que falou ao lado do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, em uma entrevista coletiva. Outros 16 ficaram feridos no conflito, disse.

Autoridades não disseram o que causou o incidente.

Após a rebelião, os Mexicles assolaram a cidade, segundo as autoridades, matando nove civis. Entre eles estavam quatro funcionários de uma estação de rádio, incluindo um locutor, disse Mejia.

Do outro lado da cidade, lojas de conveniência foram alvejadas e incendiadas. A FEMSA, empresa que controla a rede de lojas Oxxo, disse em nota que um de seus funcionários e uma mulher que tentava arrumar emprego em uma loja foram mortos no episódio de violência.

Por volta da 1h (horário local) desta sexta-feira, seis supostos membros dos Mexicles foram presos pela polícia local, com ajuda do Exército e da Guarda Nacional, disse Mejia.

Até a tarde desta sexta, cerca de 300 soldados do Exército chegaram a cidade, com mais 300 a caminho.

 

 

 

Reportagem de Kylie Madry; Reportagem adicional de Tomas Bravo / REUTERS

UCRÂNIA - Depois de quase dois meses de cerco, a cidade portuária de Mariupol parecia nesta quarta-feira (20) muito perto de cair completamente nas mãos das tropas russas, que intensificam sua ofensiva no leste e sul da Ucrânia.

Moscou anunciou uma "nova fase" na guerra que, desde o início, em 24 de fevereiro, provocou a fuga de mais de 5 milhões de pessoas da Ucrânia, o maior e mais acelerado êxodo na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, de acordo com o Acnur (Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados).

Desde praticamente o início da ofensiva russa, Mariupol, no sul ucraniano, no mar de Azov, é uma peça-chave nos planos de Moscou para estabelecer um corredor entre os territórios pró-Rússia do Donbass (leste) até a península da Crimeia.

Depois de um longo cerco, a Rússia exigiu que os soldados ucranianos entrincheirados no enorme complexo industrial de Azovstal da cidade se rendessem e entregassem as armas nesta quarta-feira para salvar sua vida.

"Vivemos talvez nossos últimos dias, talvez horas (...) O inimigo nos supera na proporção de 10 para 1", declarou o comandante ucraniano Serguiy Volyna, da 36ª Brigada da Marinha, que está nos corredores subterrâneos da grande fábrica metalúrgica.

A Rússia não comenta a evolução da situação na cidade, mas os separatistas pró-Moscou da região de Donetsk, onde fica Mariupol, afirmaram que cinco militares ucranianos se renderam e 140 civis foram retirados da cidade.

Além dos soldados e milicianos que resistem, pelo menos mil civis estão protegidos no subsolo do complexo industrial, informou o governo municipal de Mariupol, que teme um balanço de mais de 20 mil civis mortos na cidade.

A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, anunciou um acordo com a Rússia para retirar "mulheres, crianças e idosos" por um corredor que segue até Zaporizhzhya, uma viagem de 200 km no sentido noroeste.

"Não tenham medo de ir para Zaporizhzhya, onde receberão toda a ajuda necessária: comida, medicamentos, produtos de primeira necessidade (...) Mas o essencial será isto: ficarão seguros", disse o prefeito de Mariupol, Vadim Boichenko.

"A História não esquecerá"

A tomada de Mariupol seria um avanço crucial para a Rússia, depois do recuo de suas tropas do norte da Ucrânia e dos arredores de Kiev para priorizar o Donbass, uma bacia de mineração no leste disputada desde 2014 pelo governo de Kiev e rebeldes pró-Moscou.

Dias antes de lançar sua ofensiva na Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas de Lugansk e Donetsk nessa região e defendeu a proteção de sua população de língua russa.

Neste momento crítico, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, viajou para Kiev em mais uma demonstração de apoio das potências ocidentais, que prometeram mais sanções à Rússia e mais armamento para a Ucrânia.

"Em Kiev hoje. No coração de uma Europa livre e democrática", escreveu Charles Michel no Twitter. "A História não esquecerá os crimes de guerra" cometidos pelos russos na Ucrânia, declarou mais tarde em Borodianka, uma das cidades destruídas perto de Kiev.

O Pentágono afirmou que a Ucrânia recebeu recentemente caças de combate e componentes para melhorar sua Força Aérea, mas fontes do comando militar ucraniano rebateram e informaram que receberam apenas peças para reparar as aeronaves avariadas.

O governo da Noruega anunciou o envio de uma centena de mísseis antiaéreos, enquanto Washington prepara outro pacote de ajuda militar de 800 milhões de dólares, menos de uma semana depois de anunciar outra ajuda do mesmo valor.

 

Combates no Donbass e Kharkiv

Além de Mariupol, os combates são mais intensos na região leste da Ucrânia.

Após uma série de ataques reivindicados por Moscou na terça-feira, o Ministério da Defesa ucraniano relatou nesta quarta-feira "tentativas de ataque" nas localidades de Sulygivka e Dibrivne, na região de Kharkiv (nordeste), assim como nas importantes cidades de Rubizhne e Severodonetsk, na região de Lugansk (leste).

O governador dessa última região, Serguei Gaidai, fez um novo apelo para que os civis fujam da área. "A situação fica mais complicada a cada hora", advertiu.

Os bombardeios também se intensificaram no sul, outra linha de frente. As localidades de Mala, Tokmak e Orekhov, 70 km ao sudeste de Zaporizhzhya, sofreram com o aumento da violência.

Finlândia debate adesão à Otan

A escalada provocou mais críticas ocidentais. O chanceler alemão Olaf Scholz afirmou que o "assassinato de milhares de civis é um crime de guerra do qual o presidente russo (Vladimir Putin) carrega a responsabilidade".

Além disso, empurrou os países europeus que não integram a Otan a debater a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte, apesar das mensagens e ameaças de Moscou.

O Parlamento da Finlândia começa a debater nesta quarta-feira a adesão, um passo que também é contemplado pela historicamente reticente Suécia.

Nesse contexto, parece complicado que tenha sucesso o pedido do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, de uma "pausa humanitária" de quatro dias durante a Páscoa ortodoxa.

O conflito tem graves consequências para a economia mundial, com alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu a previsão de crescimento para este ano de 4,4% para 3,6%. Para a Rússia, afetada por sanções sem precedentes, a projeção é de uma contração econômica de 8,5%.

 

 

AFP

KHARKIV - Tropas russas entraram em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia no noroeste do país, neste domingo (27), onde houve disparos de metralhadoras, explosões de foguetes e combates de rua, informou um jornalista da AFP.

O repórter descobriu que os restos de um carro blindado militar russo estavam queimando em uma rua e que vários outros veículos haviam sido abandonados. A cidade estava deserta, pois seus habitantes estão abrigados em suas casas.

Os combates começaram na manhã deste domingo, com confrontos em diferentes pontos.

O chefe da administração regional, Oleg Sinegubov, informou no Facebook que uma "incursão de veículos leves do inimigo russo na cidade de Kharkiv, incluindo a parte central", foi registrada.

Esta cidade de 1,4 milhão de habitantes é a segunda maior do país e fica a cerca de 400 quilômetros a leste da capital, que segundo as autoridades locais ainda está sob o controle das forças ucranianas.

Por sua vez, o exército russo afirmou no domingo ter cercado duas grandes cidades no sul da Ucrânia, Kherson e Berdyansk, com 290.000 e 110.000 habitantes, respectivamente.

"Nas últimas 24 horas, as forças armadas russas bloquearam completamente as cidades de Kherson e Berdyansk", disse o Ministério da Defesa em comunicado.

O ministério também reivindica a apreensão da cidade de Genichesk, às margens do Mar de Azov, e de um aeródromo perto de Kherson.

O texto também indica avanços dos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia que, com o apoio do exército russo, avançaram 52 quilômetros desde o início da ofensiva, segundo Moscou.

No total, os militares russos alegam ter destruído 975 instalações militares ucranianas, incluindo os sistemas de defesa antiaérea S-300.

 

PORTAL R7

FRANÇA - A França, ao lado dos parceiros europeus e africanos, anunciou a retirada coordenada das tropas do Mali devido "a múltiplas obstruções das autoridades de transição". Combate ao terrorismo prossegue nos países vizinhos.

"Devido às múltiplas obstruções das autoridades de transição malianas, o Canadá e os Estados europeus que operam ao lado da operação Barkhane e no seio da operação Takuba consideram que as condições políticas, operacionais e jurídicas não estão reunidas para continuar o atual compromisso militar", pode ler-se numa declaração conjunta enviada hoje pelo Palácio do Eliseu às redações.

Esta manhã, o Presidente francês, Emmanuel Mácron, vai falar ao lado dos parceiros europeus e africanos para detalhar as razões desta retirada decidida definitivamente num jantar de trabalho no Palácio do Eliseu, que aconteceu na noite de quarta-feira.

A luta pelo combate ao terrorismo vai prosseguir no Sahel, ainda segundo a declaração conjunta, com ações "no Níger e no Golfo da Guiné", estando a ser levadas a cabo consultas locais para chegar aos termos de entendimento sobre uma nova missão até junho de 2022.

A França possui uma das suas maiores operações militares no Mali desde 2013, com a operação Barkhane a envolver atualmente cerca de 4.300 efetivos no Sahel e cerca de 2.500 estão no Mali. Esta não é a única força estrangeira no país, com um total de 25 mil soldados estrangeiros com diferentes mandatos a atuarem no Sahel.

 

Macky Sall diz que é preciso dialogar com Junta Militar

Em entrevista exclusiva à DW África, o chefe de Estado do Senegal, Macky Sall, presidente em exercício da União Africana (UA), diz que é preciso trabalhar com a Junta Militar do Mali para encontrar uma solução na luta contra o terrorismo.

"Estamos a assistir hoje em África a rivalidade entre as potências mundiais no continente. Eu sempre defendo que, neste momento, a estratégia devia ser a luta contra o terrorismo. E não podemos esquecer que a França foi chamada a intervir pelas autoridades do Mali", sublinhou.

Os sucessivos golpes de Estado no Mali e o reforço da presença dos mercenários russos da empresa Wagner no país agudizaram as tensões entre Paris e Bamako nas últimas semanas, com o embaixador francês a ter sido expulso do país.

Questionado sobre as críticas que pairam quanto a atuação da UA e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na prevenção de conflitos em África, Macky Sall respondeu: "A CEDEAO fez muito na luta contra o terrorismo junto das sociedades, entre os Estados e no apoio às forças de defesa e segurança. Durante 17 meses, a CEDEAO aceitou as propostas das autoridades de transição. Portanto, não podemos culpá-la neste processo. Acho que a CEDEAO e as autoridades de Transição devem trabalhar num plano que permita ao Mali sair desta situação porque o povo maliano não merece este sofrimento."

 

Como lidar com o apetite da China e da Rússia?

O desafio para a Europa é também manter o seu lugar num continente africano onde agora compete com o apetite da China e da Rússia.

Sobre a presença russa no Mali, Macky não abriu o jogo: "O que os malianos nos dizem é que eles cooperam com a Rússia ao nível militar. Outros dizem que são milícias privadas. Bem, não cabe a mim julgar isso, mas faz parte de um leque de problemas que temos que examinar tanto com as autoridades malianas, bem como a nível global, porque as crises em África não são questões simples."

Na passada terça-feira, a ministra alemã da Defesa, Christine Lambrecht, disse ao seu homólogo maliano Sadio Camara que, "se as eleições forem adiadas por quatro ou cinco anos, então não há base para um novo compromisso alemão". Lambrecht considerou a cooperação da junta com o grupo Wagner "totalmente inaceitável".

RÚSSIA - A Rússia anunciou nesta quarta-feira (16) o fim das manobras militares e a retirada de parte de suas tropas da península ucraniana anexada da Crimeia, onde a presença de soldados alimentou os temores de uma invasão da Ucrânia.

“As unidades do distrito militar do sul finalizaram os exercícios táticos nas bases da península da Crimeia, retornando a suas bases permanentes”, afirmou o ministério russo da Defesa em um comunicado, citado pelas agências notícias locais.

O comunicado informa que tanques, veículos de infantaria e artilharia deixarão a Crimeia de trem.

Canais de televisão russos exibiram imagens noturnas de um trem blindado que atravessava a ponte sobre o estreio de Kertsch, construída pela Rússia para ligar a Crimeia a seu território.

POLÔNIA - O primeiro grupo de soldados dos Estados Unidos para reforçar o contingente da Otan no Leste Europeu chegou no sábado (05/02) à Polônia, informou o major do exército polonês Przemyslaw Lipczynski.

Ele também disse que a maior parte dos 1.700 soldados americanos que serão enviados ao país chegará "em breve". Na sexta-feira, também desembarcaram na Alemanha os primeiros militares americanos enviados como reforços.

O envio dos soldados ocorre em meio a temores de que a Rússia possa invadir a Ucrânia, já que estacionaram mais de 100.000 militares próximo à fronteira com o país sem uma justificativa clara.

A Rússia nega planos de invadir a Ucrânia, mas diz que pode tomar medidas militares não especificadas se suas exigências não forem atendidas. Entre outras coisas, o Kremlin quer que a Otan se comprometa a nunca admitir a Ucrânia como membro. A Aliança Atlântica disse que não aceitará.

 

Reforço no flanco leste da Otan

Os EUA já têm cerca de 4.500 soldados na Polônia. Na semana passada, Washington disse que enviaria mais 3.000 soldados para a Europa Central e Oriental para defender os membros da Otan contra qualquer "agressão".

Isso inclui 2.000 soldados sendo transferidos dos EUA para a Polônia e a Alemanha. Outros 1.000 soldados americanos já na Alemanha serão remanejados para a Romênia.

"A situação atual torna necessário que reforcemos a postura de dissuasão e defesa no flanco leste da Otan", disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

Os EUA e a Otan já deixaram claro que não enviarão contingente diretamente para Ucrânia, mas para países aliados da Aliança Atlântica.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, advertiu que o envio das tropas americanas tornaria mais difícil um compromisso entre os lados.

Espera-se que os ministros da Defesa da Otan discutam mais reforços em sua próxima reunião, nos dias 16 e 17 de fevereiro.

 

Scholz viaja para os EUA

O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, deve discutir a questão da Ucrânia em sua primeira reunião com o presidente dos EUA, Joe Biden, na segunda-feira.

A recusa de Berlim em enviar armas para a Ucrânia, as mensagens muitas vezes confusas sobre possíveis sanções e, acima de tudo, a resistência em abandonar o projeto do gasoduto Nord Stream 2 para fornecer gás russo à Alemanha irritaram Washington. Scholz também deve visitar Moscou no final deste mês.

 

Caças russos em Belarus

Poucos dias antes do início de uma manobra militar russa em Belarus, caças Sukhoi Su-25SM foram trazidos a mais de 7.000 quilômetros da região de Primorye, no Mar do Japão, para aeródromos militares na área de Brest, perto da fronteira polonesa, informou o Ministério da Defesa russo.

No contexto do conflito na Ucrânia, os líderes militares de Belarus e Rússia enfatizaram repetidamente que o envio de tropas é puramente para fins de treinamento, não representa ameaça e está de acordo com o direito internacional. Moscou e Minsk rejeitaram as acusações do Ocidente de que o exercício militar está em preparação para uma invasão à vizinha Ucrânia. A manobra está prevista para ocorrer de 10 a 20 de fevereiro.

Em vista das preocupações com uma possível invasão russa, militares ucranianos iniciaram um treinando em guerra na zona radioativa ao redor da antiga usina nuclear de Chernobyl.

O ministro do Interior, Denys Monastyrskyj, disse que foi o primeiro exercício em grande escala na zona de exclusão. Imagens mostram os militares treinando com morteiros e o avançando com veículos blindados na cidade evacuada de Pripyat. O resgatar de feridos e o desarmamento de minas também foi praticado.

 

Caças dinamarqueses chegam na Lituânia

Não apenas os EUA enviaram reforços à região. Quatro caças F-16 da Força Aérea Dinamarquesa já chegaram à Lituânia para fortalecer a vigilância aérea da Otan sobre os Estados Bálticos. Juntamente com quatro aeronaves polonesas, eles devem controlar os céus sobre a União Europeia (UE) e a Estônia, Letônia e Lituânia, estados membros da Otan, a partir do aeroporto militar de Siauliai.

Os três países bálticos que fazem fronteira com a Rússia não têm seus próprios aviões de combate. Por isso, aliados têm assegurado o espaço aéreo do Báltico em rotação regular desde 2004.

A Dinamarca também enviará uma fragata para o Mar Báltico. De acordo com o exército estoniano, seis caças F-15C Eagle pousaram na base militar de Ämari na quarta-feira para fins de treinamento. O principal objetivo do esquadrão é apoiar a Força Aérea Belga no patrulhamento do espaço aéreo do Báltico.

 

 

le (AFP, DPA, Reuters)

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