Dados do novo indicador da FecomercioSP com o SPTuris mostram primeira elevação, após quatro meses de queda, puxada por restrições de circulação
SÃO PAULO/SP - Após quedas contínuas no faturamento, nos empregos e no movimento de passageiros, o turismo paulistano registra o primeiro aumento do ano, com crescimento de 21,8%. É o que mostra o Índice Mensal de Atividade do Turismo (IMAT-SP), elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e pelo Observatório de Turismo e Eventos da São Paulo Turismo (SPTuris), que atingiu o número-índice de 46,9 em maio, após o 38,9 de abril.
Mesmo que ainda seja cedo para comemorar, o IMAT indica o início de um alívio para os empresários do setor. Com a reabertura gradual da economia de São Paulo – somada à vacinação que vem se acelerando, mesmo em ritmo menor que o desejado –, os consumidores e empresários começam a buscar viagens, locação de espaços para eventos e demais atividades do setor.
O turismo na capital paulista está 68,9% maior do que no mesmo mês do ano passado, embora seja importante contextualizar que o bimestre de abril e maio de 2020 foi o momento mais crítico da pandemia, portanto, a base de comparação ficou bastante fragilizada.
Contudo, apesar de inspirar otimismo, a atividade atual do turismo ainda está 20% abaixo do registrado no fim do ano passado e 53% inferior ao nível pré-pandemia, mostrando um longo percurso para a plena recuperação.
O maior aumento do indicador veio da movimentação de passageiros nos aeroportos, que obteve alta de 42,5% em relação a abril. Depois, o melhor resultado foi o da movimentação nas rodoviárias, com elevação de 35,7%, seguida pela ocupação hoteleira, que subiu de 19% para 32% no mês de maio.
Já o faturamento das empresas do turismo cresceu 11,6% no mês. O setor de eventos (montagem, catering, locação de espaços, etc.) é um dos grandes setores captados por este dado, recuperando-se de forma gradativa. As empresas de eventos estão se estruturando de forma híbrida, com locação de espaços físicos e limitando o número de convidados, somando-se à possibilidade uma transmissão virtual das programações com acompanhamento remoto.
O crescimento mais tímido é o de empregos no setor, que permaneceu praticamente estável, registrando variação mensal de 0,2% – ainda 5% abaixo do nível pré-pandemia
Para Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo (CT) da FecomercioSP, é o momento adequado para que os empresários retomem o planejamento dos próximos meses com dados um pouco mais otimistas, mas ainda mantendo a atenção às notícias da saúde. “Com cautela e gestão responsável, teremos resultados mais animadores.”
O IMAT-SP foi criado pela FecomercioSP e pela SPTuris para servir de termômetro do turismo em São Paulo, levando em consideração tanto as atividades dos empresários do setor quanto dos consumidores. A ideia é que o indicador seja usado, sobretudo, para que as empresas que atuam com atividades turísticas na cidade tenham mais um insumo para elaborar o planejamento.
Pela série histórica, iniciada em janeiro de 2020, o melhor momento do turismo paulistano, desde o início da pandemia, foi em dezembro, com número-índice 58,9. Dali em diante, não parou mais de cair – 58,6 em janeiro deste ano; 50,7 em fevereiro; 41,5 em março; 39,8 em abril – até o registro de maio.
Nota metodológica
O indicador é composto por cinco variáveis que têm os mesmos pesos para a criação do índice. São analisadas as movimentações de passageiros dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, assim como dos passageiros das rodoviárias, a taxa média de ocupação hoteleira na cidade, o faturamento do setor do turismo na capital e o estoque de emprego nas atividades exclusivas do turismo. O índice tem sua base no número 100, usada como referência de comparação em janeiro de 2020. Ele pode sofrer mudanças mensais em decorrência dos dados que compõem o cálculo, com a saída de projeções e a entrada de números consolidados na série.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.