RIO DE JANEIRO/RJ - O número de casos de varíola dos macacos (monkeypox) no Brasil chega a 37, segundo informações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. A secretaria confirmou ontem o sexto caso no estado. Agora, são cinco ocorrências na capital e uma na cidade de Maricá, no Grande Rio.
Já Minas Gerais confirmou o seu primeiro caso, um homem com 33 anos, que esteve na Europa no período entre 11 e 26 deste mês. Segundo a Secretaria de Saúde mineira, trata-se de um caso importado.
“O paciente está estável, em isolamento domiciliar. Os contactantes estão sendo monitorados e, até o momento, não houve identificação de caso secundário”, informa a nota.
Segundo o Ministério da Saúde, São Paulo tem 28 casos confirmados. Somando-se os dois registros do Rio Grande do Sul e os do Rio e de Minas, o Brasil chega a 37 casos.
ÁFRICA - O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou na semana passada que anúncios devem ser feitos o mais rápido possível sobre o tema.
O objetivo não é apenas mudar o nome do vírus, que já foi registrado em mais de 40 países, mas de suas diferentes cepas.
As cepas são nomeadas com base nas regiões ou países africanos onde estão localizadas pela primeira vez. Por exemplo, a cepa da África Ocidental ou a da Bacia do Congo (mais letal).
No início do mês, mais de 30 científicos, a maioria deles africanos, publicaram uma carta aberta na qual exigiam a mudança de nomenclatura para que "não seja discriminatória nem estigmatizante".
De acordo com estes cientistas, levando em consideração que desde maio uma nova versão do vírus circula pelo mundo, este deveria ser denominado apenas hMPXV (h por humano).
Após uma onda inicial em 10 países africanos, 84% dos novos casos foram detectados este ano na Europa e 12% no continente americano.
Quase 2.100 casos deste tipo de varíola foram detectados desde o início de 2022 no mundo.
Denominar a doença como varíola do macaco implica relacioná-la basicamente com países africanos, criticam alguns especialistas.
"Não é uma doença que realmente possa ser atribuída aos macacos", declarou à AFP o virologista Oyewale Tomori, da Universidade Redeemer na Nigéria.
A doença foi descoberta por cientistas dinamarqueses na década de 1950 em macacos enjaulados em um laboratório. Mas os humanos contraíram o vírus principalmente de roedores.
O continente africano tem sido historicamente associado a grandes pandemias.
"Vimos isso com o HIV na década de 1980 ou o vírus Ebola em 2013, e depois com a covid e as supostas 'variantes sul-africanas'", declarou à AFP o epidemiologista Oliver Restif.
"Este é um debate mais amplo e está relacionado com a estigmatização da África", completou.
O cientista critica inclusive as imagens que são utilizadas pela imprensa para ilustrar as notícias sobre a doença.
Muitas vezes são "fotografias antigas de pacientes africanos", quando na realidade os casos atuais "são muito menos graves", afirmou.
SÃO CARLOS/SP - São Carlos registrou mais um óbito por COVID-19 nesta quarta-feira (15/06), totalizando 605 mortes pela doença no município.
O óbito é de um homem de 70 anos com comorbidades (Alzheimer e Diabetes), internado em hospital público desde 02/06. O paciente recebeu três doses da vacina contra a COVID-19.
Foram registrados nesta quarta-feira (15/06) mais 182 exames positivos e 319 negativos para COVID-19.
Um paciente positivado para COVID-19 está em leito de estabilização na UPA Santa Felícia neste momento. Ele aguarda transferência para hospital público via CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde).
Após ser criticado pela sua aparência, Padre Fábio de Melo explicou que sofre de uma doença
SÃO PAULO/SP - No último sábado (04) Padre Fábio de Melo, foi atacado nas redes sociais por causa da aparência do seu rosto, ao participar do programa “Altas Horas”. O religioso foi alvo de críticas na internet, e acusado de exagerar na harmonização facial, já que sua face estava muito inchada.
Nesta quarta-feira (08), após toda a repercussão na web, Fábio de Melo concedeu uma entrevista ao “Jornal O Dia”, e revelou que sofre da Síndrome de Ménière. Uma doença crônica que afeta os líquidos no labirinto, uma parte interna do ouvido responsável pelo equilíbrio, e pela audição.
Essa síndrome acaba aumentando a pressão nessa parte do ouvido, e tem algumas consequências se não for tratada adequadamente. O religioso então explicou que a mudança na sua fisionomia se deve ao intenso tratamento com corticoides que ele faz há cerca de dois anos.
“Usei durante quase dois anos seguidos, com interrupções para que o organismo descansasse, em doses altíssimas: 60 ml por dia”, revelou Fábio de Melo. E ainda explicou que convive com essa doença há 10 anos, e que o sintoma principal nele é a perda da audição de um de seus ouvidos. O religioso contou que já chegou a tomar doses de 80 ml de corticoide por dia, e que isso acabou deixando-o com muita retenção de líquido. Essa é a explicação para o seu inchaço.
EUROPA - A Doença de Haff, popularmente conhecida como doença da urina preta, é um problema antigo, descoberto no início do século passado, por médicos da região de Königsberg Haff – costa do mar Báltico, ao norte da Europa. Apesar disso, sua origem ainda não é totalmente conhecida pela ciência, o que faz a infecção ser considerada um evento de saúde pública.
No entanto, os casos no Brasil são raros. De acordo com a infectologista, Dra. Simone Sena, apenas em 2008, 2016 e 2021, a Doença de Haff foi registrada por aqui. “Quatro estados brasileiros já têm registros de casos: Amazonas (61 casos com um óbito confirmado); Bahia (13 casos, cinco ainda em investigação); Ceará (nove casos suspeitos, que aguardam confirmação laboratorial); e Pará (três casos suspeitos estão sendo investigados)”, conta a especialista.
O que é a Doença de Haff
O problema costuma causar uma dor muscular intensa nas pessoas infectadas. Os primeiros sintomas se manifestam de 2h a 24h após a ingestão de frutos do mar mal armazenados. Segundo a médica, isso acontece quando o alimento contém uma toxina, ainda não identificada. Ela pode aparecer em animais de água doce ou salgada, como tambaqui, badejo, arabaiana, lagosta, camarão e outros.
“Como ainda é pouco estudada, acredita-se que esses animais possam ter se alimentado de algas com certos tipos de toxinas que, quando consumidas pelo ser humano, provocam os sintomas. Contudo, a toxina, sem cheiro e sem sabor, surge quando o peixe não é guardado e acondicionado de maneira adequada. Sabe-se que o componente é termoestável, pois resiste às temperaturas de cozimento”, diz a Dra. Sena.
Principais sintomas
Uma vez infectado, o paciente tende a apresentar os sintomas após algumas horas. “O quadro, geralmente, se inicia por dor muscular intensa e súbita, fraqueza e formigamentos. É mais comum em membros inferiores, podendo evoluir com destruição muscular maciça, liberando enzimas que podem culminar em insuficiência renal. A manifestação pode ser observada com alteração da cor da urina (coloração marrom escura)”, explica a médica.
É por esse motivo que a infecção também é conhecida como doença da urina preta. No entanto, de acordo com a especialista, dificilmente o problema chega nesse estágio e perdura por muito tempo. “A grande maioria dos pacientes evolui bem. Os sintomas melhoram a partir de 24h e as dores desaparecem em até 72h. É uma doença autolimitada, com potencial mais raro de insuficiência renal e, excepcionalmente, a morte”, esclarece a Dra. Sena.
Tratamento e prevenção da doença da urina preta
O primeiro passo para evitar que a Doença de Haff apareça é ficar atento ao que se consome. Comprar comida em restaurantes e mercados de confiança é fundamental e pode evitar outros tipos de infecção. “A orientação é de que a população fique atenta na hora de comprar pescados, de forma geral. Peixes, mariscos e crustáceos comercializados devem conter o selo dos órgãos oficiais de inspeção. Os produtos identificados pelo carimbo de inspeção na rotulagem possibilitam a rastreabilidade de sua origem, o que os torna seguros”, alerta a infectologista.
Segundo a Dra. Sena, ainda não existe um tratamento específico contra a toxina que causa a Doença de Haff. Porém, é de suma importância procurar uma unidade de saúde assim que os primeiros sintomas aparecerem. “Não há tratamento específico, apenas tratamento de suporte, como hidratação e analgesia. Os casos que evoluem mais gravemente devem ser tratados em Unidades de Terapia Intensiva. Não é indicado o uso de anti-inflamatórios e ácido acetilsalicílico”, finaliza.
Fonte: Dra. Simone Sena, infectologista do Grupo Conexa, maior player de saúde digital integral da América Latina.
Felipe BomBim / SAÚDE EM DIA
EUA - Grupos de proteínas tóxicas que se acredita serem responsáveis pelo declínio cognitivo associado à doença de Alzheimer chegam a diferentes regiões do cérebro precocemente e se acumulam ao longo de décadas, de acordo com um novo estudo publicado na última sexta-feira, 29, na revista Science Advances. A pesquisa é a primeira a usar dados humanos para quantificar a velocidade dos processos moleculares dessa doença neurodegenerativa e, eventualmente, pode ter implicações importantes para o planejamento de tratamentos.
A descoberta também altera a teoria de que aglomerados se formam em um local do cérebro quando uma reação em cadeia ocorre em outras áreas; um padrão visto em ratos. Essa disseminação pode acontecer, mas não é o principal motivador, segundo os pesquisadores.
"Duas coisas tornaram este trabalho possível", disse Georg Meisl, químico da Universidade de Cambridge e principal autor do artigo, à AFP. "Uma foram os dados muito detalhados obtidos por PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons) e vários conjuntos de dados que reunimos, e a outra são modelos matemáticos que desenvolvemos nos últimos dez anos."
Os pesquisadores usaram cerca de 400 amostras de cérebro post-mortem de pacientes com Alzheimer, assim como 100 tomografias PET de pessoas que vivem com a doença para rastrear o acúmulo de tau, uma das duas proteínas-chave envolvidas na doença.
No Alzheimer, a tau e outra proteína chamada beta amilóide se acumulam em nós e placas - ambas conhecidas como agregados - que matam as células cerebrais e encolhem o cérebro. Isso, por sua vez, resulta em perda de memória, alterações de personalidade e incapacidade de realizar funções cotidianas. Estima-se que 44 milhões de pessoas sofram da doença em todo o mundo.
ÁFRICA - Autoridades de saúde da Guiné confirmaram o primeiro caso de Marburg na África Ocidental, uma doença altamente infecciosa da mesma família do vírus que causa o Ebola.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o vírus precisava ser "interrompido em seu caminho".
A doença do vírus de Marburg é transmitida às pessoas por morcegos frugívoros e se espalha entre humanos por meio da transmissão de fluidos corporais.
Os casos são extremamente raros, com o último grande surto em Angola em 2005.
É uma doença grave, geralmente fatal, com sintomas que incluem dor de cabeça, febre, dores musculares, vômitos com sangue e sangramento.
Ainda não existe tratamento para Marburg, mas os médicos dizem que beber bastante água e tratar sintomas específicos aumenta as chances de sobrevida do paciente.
Amostras retiradas do paciente guineense, que já morreu, foram testadas em laboratórios do país e deram resultado positivo para o vírus de Marburg.
Ele foi identificado em Guéckédou na semana passada, a mesma região onde foram encontrados casos recentes de ebola, em um surto que agora acabou.
A diretora da OMS para a África, a botsuanense Matshidiso Moeti, disse que o vírus tem potencial para se "espalhar por toda parte".
Mas ela elogiou "o estado de alerta e a rápida ação investigativa dos profissionais de saúde da Guiné".
Autoridades tentam agora encontrar pessoas que possam ter estado em contato com o homem que morreu.
Quatro contatos de alto risco, incluindo um trabalhador de saúde, foram identificados, além de 146 outros que poderiam ter sido expostos ao vírus, diz a epidemiologista Krutika Kuppalli, que tem acompanhado o caso, à BBC.
Os sistemas implantados na Guiné e nos países vizinhos para controlar os recentes surtos de Ebola estão sendo retomados em resposta ao vírus de Marburg.
Na África, surtos anteriores e casos esporádicos foram notificados em Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda, afirma a OMS.
O primeiro surto de Marburg ocorreu na Alemanha em 1967, onde sete pessoas morreram.
O vírus matou mais de 200 pessoas em Angola em 2005, o surto mais mortal já registrado, de acordo com a OMS.
*Por: BBC NEWS
EUA - As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte de mulheres no mundo, representando 35% dos óbitos anuais, alertam especialistas na revista médica The Lancet, criticando o pouco reconhecimento dado a essas patologias nas mulheres.
No artigo, que cita dados de 2019 na escala global sobre prevalência, mortalidade e fatores de risco em mulheres, 17 especialistas pedem medidas urgentes, como diagnóstico precoce e programas de saúde específicos em regiões populosas e subdesenvolvidas, para reduzir em um terço as mortes prematuras por doenças não transmissíveis, incluindo as cardiovasculares, até 2030.
Em 2019, segundo nota da The Lancet, cerca de 275 milhões de mulheres tiveram uma doença cardiovascular em todo o mundo. A isquemia cardíaca e o Acidente Vascular Cerebral foram as que mais mataram mulheres, representando, respectivamente, 47% e 36% das mortes associadas.
O Egito, Irã, Iraque, a Líbia, o Marrocos e os Emirados Árabes Unidos figuram na lista de países com as taxas mais altas de doenças cardiovasculares entre mulheres, enquanto a Bolívia, o Peru, a Colômbia, o Equador e a Venezuela têm as taxas mais baixas.
Apesar de a prevalência mundial de doenças cardiovasculares nas mulheres ter diminuído desde 1990, países populosos como a China, Indonésia e Índia registraram aumento, respectivamente de 10%, 7% e 3% de casos.
A Ásia Central, Europa do Leste, o Norte da África, o Oriente Médio e a África Subsaariana Central são as regiões com as taxas de mortalidade mais altas, mais de 300 mortes por 100 mil mulheres.
Em contrapartida, a Europa Ocidental, América do Norte, Austrália, Nova Zelândia, Nova Guiné e algumas ilhas vizinhas no Pacífico, além da América Andina (Argentina, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Chile e Venezuela) são as regiões com taxas de mortalidade mais baixas, menos de 130 por 100 mil mulheres.
Hipertensão, colesterol elevado, menopausa precoce e complicações na gravidez são apontados como fatores de risco nas mulheres.
De acordo com os especialistas, as doenças cardiovasculares continuam, apesar das más estatísticas, a ser "pouco estudadas e pouco reconhecidas" nas mulheres.
*Por RTP
SÃO PAULO/SP - As doenças neurodegenerativas que causam demência aumentam os riscos de gravidade e morte por covid-19. No caso de pacientes com doença de Alzheimer, esses riscos são três vezes maiores e podem ser aumentados em seis vezes se tiverem mais de 80 anos.
As constatações foram feitas por meio de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Butantan, em parceria com colegas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os resultados do estudo, apoiado pela Fapesp, foram descritos em artigo publicado nesta quarta-feira, 21, na revista Alzheimer’s&Dementia: The Journal of the Alzheimer's Association.
“Verificamos que todas as causas de demência são fatores de risco de aumento da gravidade e de morte por covid-19 e que, em pacientes com doença de Alzheimer, esses riscos são mais acentuados”, diz à Agência Fapesp Sérgio Verjovski, professor do Instituto de Química da USP e coordenador do projeto.
A demência já tinha sido identificada como um fator de risco para covid-19 junto com outras comorbidades, como doenças cardiovasculares e respiratórias, hipertensão, diabetes, obesidade e câncer. Um dos motivos é própria a idade: pacientes com demência, em média, são mais velhos e grande parte vive sob cuidados de outras pessoas em casa ou lares de idosos, o que aumenta o risco de infecção e transmissão do vírus.
No entanto, ainda não tinha sido avaliado se pacientes com doenças neurodegenerativas que causam a demência - como a doença de Alzheimer e de Parkinson - são mais infectados, têm maior risco de desenvolver formas graves e morrer em decorrência da covid-19, e se a idade avançada acentua esses perigos.
A fim de esclarecer essas dúvidas, os pesquisadores investigaram o número de diagnósticos positivos, hospitalizações e mortes por covid-19 em uma coorte de 12.863 pacientes acima de 65 anos com dados de teste positivo ou negativo para o coronavírus, cadastrados entre março e agosto de 2020 no UK Biobank - banco de dados clínicos de cerca de 500 mil pacientes acompanhados desde 2006 pelo sistema público de saúde do Reino Unido.
Desse total de pacientes, 1.167 foram diagnosticados com covid-19. Para considerar a idade como um fator de risco, eles foram estratificados em três faixas etárias: de 66 a 74, 75 a 79 e 80 anos ou mais.
“Algumas vantagens de usar os dados clínicos desse banco é que são detalhados, ou seja, registram todas as doenças preexistentes e indicam os pacientes testados positivo ou negativo, hospitalizados e os que vieram a óbito em decorrência da COVID-19. Isso permite avaliar os fatores de risco associados à infecção, gravidade e morte pela doença, incluindo todas as causas de demência, particularmente as doenças de Alzheimer e de Parkinson”, explica Verjovski.
Os resultados das análises estatísticas indicaram que todas as causas de demência - e, particularmente, a doença de Alzheimer - foram fatores de risco para gravidade e morte de pacientes hospitalizados, independentemente da idade.
A doença de Alzheimer, especificamente, não aumentou o risco de hospitalização na comparação com as comorbidades crônicas. Entretanto, uma vez internados, os pacientes com a doença apresentaram risco três vezes maior de desenvolver quadro grave ou morrer em decorrência da covid-19 em comparação com pacientes que não tinham a doença neurodegenerativa. No caso de pacientes acometidos pela doença e com idade acima de 80 anos, esses riscos foram seis vezes maiores em comparação com pacientes menos idosos, constataram os pesquisadores.
“Há algum fator, ainda não identificado, que aumenta a predisposição de pacientes nessa condição a evoluir para um quadro mais grave e falecer em decorrência da covid-19”, avalia Verjovski.
“Os resultados do nosso trabalho indicam que é necessário dar uma atenção especial a esses pacientes ao serem internados”, afirma.
Uma das explicações para os desfechos observados é que condições inflamatórias crônicas ou respostas imunológicas defeituosas, causadas pelo envelhecimento do sistema imunológico (imunossenescência), podem aumentar a vulnerabilidade e reduzir a capacidade desses pacientes de montar respostas eficazes à infecção.
Outra hipótese é a alteração da permeabilidade da barreira hematoencefálica, causada pela doença de Alzheimer, que pode possibilitar o aumento da infecção no sistema nervoso central
Estudos recentes mostraram que o SARS-CoV-2 é capaz de invadir o sistema nervoso central por meio da mucosa olfatória e que a presença do vírus nessa região resulta em uma resposta imune e inflamatória local.
Outros estudos relataram a presença do novo coronavírus no tronco cerebral, que compreende o sistema cardiovascular primário e o centro do controle respiratório, levantando a possibilidade de que a infecção do sistema nervoso central pode mediar ou agravar problemas respiratórios e cardiovasculares em pacientes com covid-19.
“Pretendemos fazer, agora, análises do genoma desses pacientes, também disponibilizados no UK Biobank, para identificar quais genes estão mutados e que podem estar implicados no aumento do risco de pessoas com doença de Alzheimer evoluírem para quadros graves e morrerem por covid-19”, afirma Verjovski.
O artigo Dementia is an age-independent risk factor for severity and death in COVID-19 in patients (DOI: 0.1002/alz.12352), de Ana C. Tahira, Sergio Verjovski-Almeida e Sergio T. Ferreira, pode ser lido na revista Alzheimer’s&Dementia.
*Por: Elton Alisson / ESTADÃO
O cientista Fabiano de Abreu publica seu estudo no Centro de Pesquisas e Análises Heráclito onde detalha sobre a doença denominada mitomaníaco
SÃO PAULO/SP - Neste dia em que se celebra a mentira, 1 de Abril, vamos conhecer em que consiste o conceito que muitas vezes esconde processos mais obscuros. O PhD neurocientista Fabiano de Abreu tem vindo a desenvolver estudos sobre a temática principalmente quando a mentira é usada pelas crianças e atinge níveis de compulsão: a mitomania.
Segundo o neurocientista e psicanalista, "O ato de mentir é por antemão uma defesa criada pelo nosso cérebro para evitar sofrer algum tipo de dor, seja simbólica ou real. Mentir pode ser parte da estratégia para a nossa sobrevivência, mas também pode ser simplesmente o gosto pela mentira, pela sensação de prazer e recompensa desencadeada.".
Muitas vezes não temos consciência de que estes processos têm raízes biológicas e nem sempre temos total controle sobre eles.
"Mentir é uma ação desenvolvida com o processo evolutivo cerebral do ser humano, deixando evidente que além da realidade em que vivemos, existe um mundo inacessível em todos nós. Este é utilizado quando existe uma necessidade de alcançar algum objetivo, como se ativado o modo de sobrevivência quando a região primitiva é acionada com medo de sentir as punições e/ou enfrentar as consequências das ações realizadas.", esclareceu o também neuropsicólogo.
No entanto, devemos ter em atenção quando limites são ultrapassados e quando uma mentira não é meramente uma simples mentira. Quando o ato de mentir se torna compulsivo tem que se admitir que existe um problema. A mitomania é considerada uma patologia. As principais causas da mentira patológica são decorrentes de traços da personalidade, problemas nas relações familiares e experiências estressantes ou traumáticas.
" O ato de mentir demasiadamente faz com que forcemos o nosso cérebro a trabalhar de maneira inadequada, criando um ciclo vicioso devido a sensação de recompensa liberada pelo neurotransmissor dopamina.
Essa compulsividade altera significadamente a forma de nosso cérebro trabalhar.", Refere Abreu.
Quando isto ocorre em crianças temos que ter em conta as alterações que podem ocorrer e em como elas podem prejudicar toda a sua formação.
"Quando a mentira chega num ponto onde a criança não consegue mais dizer a verdade e posteriormente, torna-se um adulto estrategista e frio, desencadeando desde cedo ansiedade, depressão e negatividade perante a própria vida. Tal acontece, pois, as sinapses são alteradas na região do córtex pré-frontal, criando essas anormalidades, precisando ser tratadas.", explica o neurocientista, "Em caso de mentira e a percepção dela, os pais deverão conversar com as crianças, mostrando que tal ato não deve ser repetido, sem criar algum tipo de receio traumático. Quando identificada uma situação crônica é necessária uma intervenção terapêutica.", concluí.
Biografia
Fabiano de Abreu Rodrigues é um jornalista com Mestrado e Doutorado em Ciências da Saúde nas áreas de Neurociências e Psicologia pela universidade EBWU nos Estados Unidos e na Université Libre des Sciences de l'Homme de Paris. Ainda na área da neurociência, pós-graduação na Universidade Faveni do Brasil em neurociência da aprendizagem, cognitiva e neurolinguística e Especialização em propriedade elétricas dos neurônios e regiões cerebrais na Universidade de Harvard nos Estados Unidos. Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal, Mestre em Psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio, membro da Unesco e Neuropsicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise Clínica. Especialização em Nutrição Clínica e Riscos Psicossociais pela TrainingHouse de Portugal e Filosofia na Universidade de Madrid e Carlos III na Espanha.
Integrante da SPN - Sociedade Portuguesa de Neurociências – 814, da SBNEC - Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento – 6028488 e da FENS - Federation of European Neuroscience Societies - PT30079 e membro da Mensa, sociedade de pessoas de alto QI com sede na Inglaterra.
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