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MUNDO - A comissão que organiza os debates entre os dois principais candidatos a presidente dos Estados Unidos, Joe Biden e Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (8) que o evento será feito remotamente. O encontro está agendado para o dia 15 de outubro.

 No entanto, Trump afirmou que se recusa a participar de um debate virtual. Ele deu uma entrevista por telefone a um programa da rede de TV Fox.

"Eu não vou perder meu tempo com um debate virtual, essa não é a ideia de um debate. Senta-se atrás de um computador e se debate, é ridículo. Isso não é aceitável para a gente", disse ele.

O presidente afirmou que só soube da decisão nesta quinta-feira, minutos antes de sua participação por telefone no programa de TV. Ele acusou a comissão que organiza do debate de tentar proteger Biden.

Trump foi diagnosticado com Covid-19 na semana passada. Ele foi hospitalizado no dia 3 de outubro e voltou à Casa Branca na segunda-feira.

No dia de seu retorno, afirmou que estava ansioso para participar de um segundo debate com Biden.

Em nota, a comissão afirmou que o segundo debate terá o formato de um encontro com eleitores. Os candidatos vão participar de locações remotas e distintas. O texto cita a saúde e segurança de todos os envolvidos como um dos motivos para o formato.

O plano é que o moderador, Steve Scully, vai conduzir o debate de um centro de convenções em Miami. Eleitores da região sul do estado da Flórida vão fazer perguntas aos candidatos.

Debate por transmissão em 1960

Esse não será o primeiro debate em que os candidatos a presidente dos EUA não estão no mesmo local: em 1960, John F. Kennedy e Richard Nixon fizeram um encontro via transmissão (um deles estavam em um estúdio na cidade de Nova York, e o outro, em Los Angeles).

MUNDO - Donald Trump usou uma rede social, neste sábado (2), para comentar o reaparecimento do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, "sumido" por 20 dias. No Twitter, o presidente dos Estados Unidos disse ter ficado feliz. "Fico feliz em ver que ele voltou, e bem!"

 O ditdor norte-coreano compareceu na sexta-feira (1º) a inauguraçãode uma fábrica de fertilizantes. Esta a primeira aparição pública de Kim Jong-un em meio aos rumores sobre o estado de saúde.

Esta foi a aparição do líder norte-coreano em cerca de três semanas, uma longa ausência que, aliada ao fato de ele não ter participado de vários eventos importantes do regime, desencadeou em rumores de todo o tipo, desde morte por um problema no coração até medo do novo coronavírus.

*Por R7

MUNDO - Quase 48 horas depois de o presidente americano Donald Trump anunciar pelo Twitter que "suspenderia a imigração" para os Estados Unidos para proteger o mercado de trabalho, em meio à maior crise econômica do país em quase um século, a Casa Branca divulgou na noite da quarta-feira (22), um documento em que especifica quem deve ser afetado pela decisão.

O escopo da medida é, no entanto, muito menor do que indicavam as palavras iniciais de Trump nas redes sociais.
Seu reduzido alcance tem feito analistas enxergarem no ato mais uma jogada eleitoral do presidente, que concorrerá à reeleição em seis meses, do que uma medida com impacto real em um mercado de trabalho com mais de 26 milhões de desempregados.

Proteção aos americanos ou aposta eleitoral?
A ordem executiva publicada por Trump suspende por 60 dias, renováveis por mais 60, a concessão de green cards para familiares no exterior de estrangeiros que residam permanentemente nos Estados Unidos. Veda ainda autorizações de permanência para pais e irmãos estrangeiros de cidadãos americanos.

Também interrompe o processamento das loterias destas autorizações de residência permanente, que respondem por cerca de 50 mil concessões por ano.
A ordem, no entanto, não altera a concessão de vistos de trabalho para pessoas que tenham recebido uma oferta de emprego de alguma empresa americana, uma demanda antiga da base eleitoral de Trump. E não impede a chegada de trabalhadores estrangeiros em sete áreas consideradas prioritárias, como saúde e segurança.

Na prática, a determinação impediria a entrada no mercado de trabalho de algo entre 114 mil e 660 mil pessoas, segundo estimativa do Migration Policy Institute.
"Estimo que deva impactar 110 mil pessoas, o que é absolutamente nada quando estamos falando de mais de 26 milhões de desempregados. Então, é uma jogada política de campanha, uma desculpa para colocar em prática essa agenda que agrada ao eleitorado de classe média baixa do presidente, que agora está desempregada", afirmou o especialista em migração Leonardo Freitas, CEO do Hayman-Woodward.

Para Ann Lin, professora de Políticas Públicas da Universidade de Michigan e especialista no tema, a decisão não terá qualquer efeito prático.

"Esse tipo de concessão já havia sido interrompida, na verdade, porque as embaixadas e consulados dos Estados Unidos não estão realizando entrevistas de visto devido à pandemia. Portanto, a ordem executiva é basicamente inútil", resume.
Segundo Freitas, um processo de emissão de green card costuma levar meses ou até alguns anos para sair. "Não é uma coisa rápida, então quando a economia americana reabrir e os empresários precisarem recontratar, eles vão imediatamente aproveitar a mão de obra americana e não esperar pelos papéis de gente de fora."

Exatamente o contrário do que argumentou Trump ao defender a medida.

O clamor das bases eleitorais

"Ao interromper a imigração, ajudaremos a colocar os americanos desempregados em primeiro lugar na fila de empregos à medida que os Estados Unidos reabrirem. É muito importante ", disse o presidente.

"Seria errado e injusto que os americanos demitidos pelo vírus fossem substituídos por novos trabalhadores imigrantes enviados do exterior. Primeiro precisamos cuidar do trabalhador americano."
O republicano está se mostrando sensível ao números do desemprego nos chamados swing states, aqueles Estados em que o eleitorado costuma se alternar entre a preferência por um republicano ou um democrata na disputa presidencial.

Em Michigan e na Pensilvânia, onde Trump venceu por uma margem de menos de 1% dos votos na eleição de 2016, respectivamente, 21% e 20% dos trabalhadores estão sem emprego, uma taxa mais alta do que a estimada nacionalmente, em torno de 14%.

O eleitorado de Trump é ainda mais sensível à questão do emprego do que o geral: o sucesso do republicano em 2016 pode ser creditado em parte aos milhares de operários de fábricas desempregados pela internacionalização da produção e que depositaram nele seu voto na esperança de reaver seus postos.

São os chamados "blue collars", ou "colarinhos azuis", em referência à cor de macacões de trabalho industrial. A crise tem castigado esse grupo: setores como mineração, energia e construção civil estão entre os mais impactados.

E embora uma pesquisa da National Foundation for American Policy de 2018 tenha concluído que "ter mais migrantes em geral não afeta significativamente o desemprego ou a força de trabalho dos nativos americanos", esse grupo de estrangeiros se tornou o bode expiatório do problema para uma parte da sociedade americana.

No começo de abril, o jornalista conservador Tucker Carlson, da Fox News, considerado um porta-voz do pensamento dos eleitores trumpistas, deixou claro que, diante da crise de empregos, o eleitorado do republicano desejava ver respostas sobre a imigração.

"Em um ano em que dezenas de milhões de americanos estarão procurando trabalho, nosso governo está importando mais de 150 mil trabalhadores do exterior. O presidente deve impedir que isso aconteça. O presidente Trump tem o poder de cortar a imigração legal para proteger a nação.", disse Carlson, sugerindo instrumentos legais para a ação de Trump, no dia 1º de abril.

Frustração e dúvidas
A preocupação com os efeitos eleitorais da recessão causada pelo coronavírus tem levado Trump a pressionar - preferencialmente via Twitter - pelo fim das políticas de quarentena nos Estados americanos.

Na noite de segunda-feira (20), ele usou o mesmo expediente para tratar da questão de imigração, ao escrever em sua conta na rede social:

"À luz do ataque do Inimigo Invisível (coronavírus), bem como da necessidade de proteger os empregos de nossos GRANDES Cidadãos Americanos, assinarei uma Ordem Executiva para suspender temporariamente a imigração para os Estados Unidos!".
A vaga publicação - que pegou de surpresa até mesmo a equipe de políticas migratórias do presidente - foi o gatilho para uma onda de frustrações e tensões em empresas que dependem pesadamente do trabalho de estrangeiros para suas atividades, como as gigantes de tecnologia do Vale do Silício, que levaram sua insatisfação à Casa Branca.

Trabalhadores da área da saúde também expressaram revolta e dúvidas, já que, no fim de março, a Casa Branca havia anunciado facilidades para que médicos, enfermeiros, farmacêuticos e fisioterapeutas pudessem atuar no país para ajudar a conter a epidemia que, em solo americano, já provocou 850 mil casos e quase 50 mil mortes.

Graças às medidas, nas últimas 4 semanas, 21 profissionais de saúde brasileiros já obtiveram seus green cards, estima o escritório de direito migratório em Washington Hayman-Woodward. Sem as facilitações burocráticas, apenas 10% deles teriam conseguido autorização de residência permanente no país.

"Meu tio, cardiologista que deixou Homs (na Síria) em 2012 porque não era seguro (ficar lá durante a Guerra Civil), agora está salvando vidas no Kansas. Ele é um imigrante salvando vidas americanas. Existem tantos médicos, enfermeiros e farmacêuticos imigrantes trabalhando em nosso sistema de saúde. Quando vamos aprender que nos voltar contra os imigrantes só nos machuca?", resumiu a pesquisadora síria-americana Jomana Qaddour, estudiosa de políticas migratórias sectárias na Universidade Georgetown, em sua conta de Twitter.

Até mesmo entre fazendeiros, um dos mais fiéis redutos eleitorais de Trump, a mensagem gerou ruído. O setor agrícola depende fortemente de migrantes para trabalhar na colheita. Em um primeiro momento, os produtores acharam que seus trabalhadores também estariam cortados, o que não se confirmou.

Trump não descarta novas medidas ainda mais restritivas aos migrantes nas próximas semanas. A avaliação da performance dele no combate à pandemia é uma das piores entre os líderes de grandes economias mundiais. Com a atual restrição, ele estaria tentando melhorar sua avaliação, explica Linn.

"Essa ordem executiva é apenas uma das muitas coisas que ele disse que não tem muito impacto prático, mas ele se sente um cara durão por dizer isso e tenta convencer os outros de que ele é mesmo e que por isso tem que ser apoiado", diz.


*Por G1 

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