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MUNDO - O Jeonbuk Motors, atual campeão da K-League, campeonato nacional sul-coreano, estreou ontem (8) com pé direito contra o Suwon Bluewings. Venceu em casa  por 1 a 0 o embate que marcou a abertura da competição e o retorno do esporte após a pandemia do novo-coronavírus (covid-19). A Coreia do Sul é um dos países que melhor gerenciou a crise da covid-19: foram 10.822 casos confirmados da doença e 256 mortes no país desde o início da pandemia, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicado nesta sexta-feira (8).

A partida, válida pela primeira rodada da K-League, estava prevista para fevereiro, mas o surto da covid-19 atingiu a Coreia do Sul, paralisando todas as atividades. O jogo de abertura finalmente aconteceu na manhã desta sexta-feira (8), diante de arquibancadas praticamente vazias. A exceção ficou por conta de jornalistas e profissionais de imagem - fotógrafos e cinegrafistas - devidamente protegidos com máscaras. Até mesmo os jogadores nos bancos reservas também aguardavam a hora de entrar em campo com o utensílio de proteção.

No gramado, o meia-atacante brasileiro Murilo Henrique, de 25 anos - ex-Botafogo de Ribeirão Preto (SP) - contratado em janeiro deste aos, pode fazer finalmente sua estreia com a camisa dez do Jeonbuk Motors. O brasileiro começou jogando e seguiu em campo até o 15 minutos do segundo tempo, quando foi substituído. O gol que sacramentou a vitória do Jeonbuk foi marcado por Dong-gook Lee, nos minutos finais.

Embora pouco badalado entre os principais campeonatos de futebol do planeta, o K-League teve transmissão ao vivo pela tevê para 70 países e também pode ser assistido pela redes sociais (Twitter e Youtube). Para alegria dos apaixonados por futebol, a competição prossegue neste fim de semana.

 

 

*Por: AGÊNCIA BRASIL

MUNDO - A Fiorentina fez a primeira proposta ao Milan pelo meia Lucas Paquetá, de acordo com o site "Calciomercato". A Viola tem interesse no jogador há algum tempo e tentou sua contratação em janeiro, durante a janela de transferências de inverno.

Segundo com a publicação, o clube de Florença fez uma oferta de empréstimo de dois anos com a obrigação de compra ao final do período por 30 milhões de euros (aproximadamente R$ 90 milhões atualmente). O Rossonero, no entanto, não estão de acordo e aceitam negociar por apenas uma temporada ou vendendo o jogador agora.

O clube de Milão contratou Lucas Paquetá por 35 milhões de euros junto ao Flamengo em 2018 (o jogador só se apresentou em 2019) e deseja reaver parte do investimento.

Além da Fiorentina, outro interessado em Paquetá é o Benfica, de Portugal.

 

 

*Por: LANCE!

RIO DE JANEIRO/RJ - O Flamengo divulgou uma nota na noite desta quarta-feira informando que três jogadores do elenco principal testaram positivo para o coronavírus. O clube não divulgou os nomes dos atletas. Além deles, outros dois jogadores do elenco apresentaram anticorpos para a doença. Ou seja, já tiveram contato com o COVID-19.

Em nota, o Flamengo informou que das 293 pessoas testadas em todo o departamento de futebol, incluindo colaboradores e familiares próximos de jogadores e funcionários, 38 testaram positivo para o coronavírus.

O Rubro-Negro ainda informou que os funcionários e jogadores que testaram positivo para o coronavírus ficarão em quarentena, recebendo acompanhamento diário do clube. A mesma medida será adotada para os atletas que tiveram familiares ou funcionários com testes positivos para o coronavírus.

Na última segunda-feira, o massagista Jorge Luiz Domingos, mais conhecido como Jorginho, morreu vítima da COVID-19. Ele tinha 68 anos e trabalhava no clube desde 1980.

Confira a nota divulgada pelo Flamengo nesta terça:

O Clube de Regatas do Flamengo, de forma a garantir a maior segurança de seus atletas, comissão técnica e funcionários do Departamento de Futebol, realizou uma ampla mobilização para efetuar testes do novo coronavírus, que causa a COVID-19.

Entre os dias 30 de abril e 3 de maio, foram realizados 293 testes alcançando, além de 100% de todos estes colaboradores, muitos familiares próximos dos jogadores.

Estes exames na totalidade do elenco e nos colaboradores estão em linha com as melhores práticas recomendadas pela OMS, superando inclusive o que acontece em países de sucesso no combate à pandemia.

Os resultados dos exames saíram nesta terça-feira (6), sendo:

1. Dos 293 examinados, 38 testaram positivo, mesmo sem sintomas, sendo os chamados "positivos assintomáticos". Foram detectadas 11 pessoas que já tinham tido o contato com o vírus previamente, sem sintomas, e já se encontravam com anticorpos IGG positivos.

2. Dos 38 que mostraram reação ao vírus, tivemos seis funcionários do grupo de apoio do Flamengo, dois funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviços regulares para o clube, 25 familiares ou pessoas que trabalham em residências de funcionários e jogadores e três atletas do elenco principal; outros dois jogadores apresentaram anticorpos IGG positivos.

Para os que testaram positivo, todos assintomáticos, as providências serão isolamento e quarentena, acompanhamento diário com questionários sobre sinais vitais e evolução, além de novas dosagens seriadas dos pacientes e contactantes até a resolução dos casos.

Os atletas que tiveram familiares ou funcionários com testes positivos entrarão em quarentena, com acompanhamento diário com questionários sobre sinais da doença e novas testagens. Em caso de novos testes negativos, serão integrados ao trabalho em prazo seguro ou, em caso de testagem positiva, seguirão, a partir de então, o padrão de conduta dos que já testaram positivo.

Por fim, o Flamengo reafirma que está trabalhando em total sintonia com as autoridades governamentais de forma a, com toda a responsabilidade e segurança, colaborar com o importante retorno às atividades do futebol no menor prazo possível.

 

 

*Por: LANCE!

 

MUNDO - A Coreia do Sul uniu cautela e criatividade para dar início à Liga Coreana de Beisebol (KBO). A competição do esporte mais praticado no país começou nesta terça-feira, com atraso de cinco semanas, devido à pandemia da COVID-19. Em campo, atletas, treinadores e até cheerleaders usaram máscaras, enquanto as arquibancadas, sem público, foram preenchidas por desenhos de pessoas e mensagens de incentivo.

O jogo que marcou a volta da competição foi o triunfo do Hanwha Eagles sobre o SK Wyverns por 3 a 0, no estádio Happy Dream Ballpark, em Incheon, na costa oeste.

A temperatura dos atletas é medida duas vezes antes dos confrontos. O uso de máscara é obrigatório em todos os pontos dos estádios, exceto no campo. Os atletas foram aconselhados a não apertarem as mãos uns dos outros, e cuspe no gramado é passível de punição.

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A Coreia do Sul é um dos países mais bem sucedidos na luta contra o novo coronavírus, graças a uma política agressiva de testes e de detecção eficiente de focos de contaminação.

A nação, que registrou até está terça 10,8 mil casos, com 254 mortes confirmadas, está em processo de reabertura. Nesta semana, os cidadãos começaram a retornar às suas rotinas com alguns cuidados.

Embora o retorno de partidas oficiais só tenha acontecido agora, a Coreia do Sul já vinha realizando duelos de pré-temporada, com protocolos de segurança. Na próxima semana, o país ​receberá uma etapa do Circuito Mundial feminino de golfe.

 

 

*Por: LANCE!

MUNDO - Bernie Ecclestone ama o que Lewis Hamilton faz dentro e fora da Fórmula 1, mas ele acredita que Max Verstappen e talvez Sebastian Vettel, sejam capazes das mesmas coisas na pista que o piloto da Mercedes. Segundo Ecclestone, Hamilton deve seus títulos no Campeonato Mundial, principalmente ao carro alemão e ao apoio de sua equipe.

“Outros caras também fariam um trabalho tão bom ou melhor que ele na mesma equipe”, disse Ecclestone em conversa com a AutoCar. O britânico de 89 anos mencionou Verstappen e Sebastian Vettel como exemplos. “Max, cem por cento. Certamente Sebastian, embora ele tenha se perdido um pouco.”

Segundo Ecclestone, trata-se principalmente do carro em que pilotam e do apoio que a equipe dá ao piloto. “Todos esses caras são tão bons quanto o apoio que recebem. Lewis tem o apoio máximo. Não falta nada do que ele tem por trás dele”, disse o bilionário, que afirmou que a falta de apoio também é a razão pela qual Vettel alcançou um desempenho inferior em 2018 e 2019.

Ecclestone reconhece que Hamilton tem uma personalidade diferente de muitos outros pilotos. “Sim. Ele é diferente. Isso é ótimo. Ele é um cara de primeira classe. Na verdade, é maior que a F1”, elogiou. “Não há nada errado em lançar linhas de roupas ou ter rappers como amigos. Acho que as pessoas não dão a ele um livro de instruções e começam a dizer o que fazer. Ele está em uma posição em que pode falar e acordar algumas pessoas, e eu estou satisfeito por ele estar fazendo isso”, completou.

 

 

*Por: Kadu Gouvêa / F1MANIA

SÃO PAULO/SP - O Corinthians foi uma das equipes mais vitoriosas nos últimos anos, com diversas conquistas importantes como Brasileiros, Libertadores e Mundial. Neste domingo, um título que iniciou a sequência de sucesso do Timão completa 11 anos: o do Campeonato Paulista de 2009.

No dia 3 de maio daquele ano, a equipe dirigida por Mano Menezes garantia o empate em 1 a 1 com o Santos no Pacaembu para levantar o seu 26º título estadual. Depois de enfrentar um 2008 na Série B, o Corinthians reencontrava o caminho das glórias.

Após conquistar o acesso à elite nacional, Mano Menezes buscava títulos importantes para recolocar o Timão em seu lugar. Com a base do elenco do ano anterior, o treinador ainda ganhou nada menos do que Ronaldo Fenômeno como o grande reforço para aquela temporada.

O Corinthians terminou a primeira fase da competição com a terceira melhor campanha, atrás de Palmeiras e São Paulo, e de maneira invicta. Nas semifinais, o adversário foi o Tricolor Paulista, e o Timão levou a melhor. Com vitória por 2 a 1 no Pacaembu e um novo triunfo, desta vez por 2 a 0, no Morumbi, o Alvinegro garantiu a vaga na decisão contra o Santos.

A final ficou marcada para sempre na memória da Fiel. O jogo de ida aconteceu na Vila Belmiro e foi uma das principais atuações de Ronaldo com a camisa do Timão. Mesmo fora de casa, o Corinthians abriu o placar logo no início do primeiro tempo com Chicão. Minutos depois, o Fenômeno dominou com extrema categoria, avançou e ampliou o marcador para os visitantes.

No início da segunda etapa, o Santos até descontou, mas veio o golaço de Ronaldo para selar a vitória corintiana. Elias lançou pelo lado direito do ataque, o camisa 9 avançou, tirou o marcador da jogada com um corte de letra, e bateu com extrema categoria para encobrir Fábio Costa e anotar uma verdadeira obra prima na Vila Belmiro.

No jogo de volta, o Timão podia perder por até um gol de diferença e ainda assim seria campeão. Apesar disso, o elenco corintiano não queria saber de derrota, pois buscava o título invicto.

O duelo no Pacaembu foi mais equilibrado, e o Santos tratou de abrir o placar na primeira etapa com Kléber Pereira, de pênalti. Mesmo assim, o Corinthians não se assustou e chegou ao gol de empate que selou o título. Pelo lado esquerdo, Dentinho tocou para o meio da área e André Santos veio de trás para bater firme na bola e igualar o jogo.

O Timão conquistava ali o seu 26º título de Campeonato Paulista. O capitão William ainda passou por um susto na celebração, pois o papel picado e as faíscas formaram chamas no palanque formado na hora de levantar a taça. Depois do rebaixamento e a disputa da Série B em 2008, iniciava ali, com aquela conquista, uma reconstrução no clube, que veio a resultar nos títulos de Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Libertadores e Mundial nas temporadas seguintes.

 

 

*Por: GAZETA ESPORTIVA

SÃO PAULO/SP - Nesta última quarta-feira (29), o Palmeiras apresentou seu balanço financeiro relativo ao ano fiscal de 2019.

As contas ainda não foram votadas e aprovadas pelo Conselho Deliberativo, já que a quarentena imposta em São Paulo pela pandemia de coronavírus impede que ocorram reuniões.

Todavia, a diretoria do clube enviou aos conselheiros tanto o balanço quanto os pareceres das auditorias e do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização).

De acordo com o Alviverde, a receita total da temporada 2019 foi de R$ 641,915 milhões, com um superávit de R$ 1,724 milhão.

Além disso, o Verdão fechou 2019 com patrimônio líquido de R$ 61,3 milhões.

Os números mostram que houve crescimento no faturamento com direitos de transmissão, publicidade, arrecadação social e licenciamentos e franquias.

Por outro lado, as receitas de bilheteria, premiações e transferências de jogadores caíram em relação a 2018.

O Avanti, programa de sócio-torcedor da equipe, também apresentou leve queda.

 

VEJA AS RECEITAS DETALHADAS:

  • - Direitos de transmissão: R$ 216,836 milhões
  •  
  • - Publicidade e patrocínio: R$ 119,257 milhões
  •  
  • - Arrecadação de jogos: R$ 61,372 milhões
  •  
  • - Transferências de atletas: R$ 108,221 milhões
  •  
  • - Sócio-torcedor Avanti: R$ 46,091 milhões
  •  
  • - Premiações: R$ 21,344 milhões
  •  
  • - Arrecadação social: R$ 39,126 milhões

 

Vale lembrar que, até dezembro de 2019, havia a expectativa de fechar o ano fiscal com déficit.

No entanto, negociações de atletas ajudaram a aumentar a arrecadação em dezembro, permitindo que a temporada fosse encerrada com lucro.

Para este ano, o Palmeiras prevê arrecadação novamente na casa de R$ 600 milhões, fechando a temporada com superávit de R$ 12 milhões.

No entanto, com a crise financeira causada pelo coronavírus, não se sabe ainda o quanto isso vai afetar as previsões.

 

 

*Por: Francisco De Laurentiis e Diego Iwata Lima / ESPN

MUNDO - O Coordenador-chefe dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, John Coates, rebateu hoje (29) a opinião emitida no início desta semana por Yoshitake Yokokura, presidente da  Associação Médica Japonesa (JMA, sigla em japonês), condicionando a realização do evento à descoberta de uma vacina contra o novo coronavírus (covid-19).

Em entrevista à agência Associated Press da Austrália (AAP), Coates negou a necessidade de vacina para que as Olimpíadas ocorram, de fato, no ano que vem. “O conselho que estamos recebendo da Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que devemos continuar planejando essa data e é isso que estamos fazendo, e isso não depende de uma vacina. Uma vacina seria ótimo e continuaremos a ser guiados, como devemos, pela OMS e pelas autoridades de saúde japonesas, porque nisso tudo, a saúde e o bem-estar dos atletas e outros participantes dos Jogos são a prioridade número um".

De acordo com o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, Yoshiro Mori, uma nova data está descartada.

"Não há chance. Pensando nos atletas e nas questões relacionadas à gestão dos eventos, é tecnicamente difícil adiá-los em dois anos", declarou Mori terça-feira(29), ao jornal japonês Kyodo News.

 

*Por Rafael Monteiro - Repórter da Rádio Nacional - AGÊNCIA BRASIL

ARARAQUARA/SP - O futebol brasileiro está com suas atividades paralisadas por conta da pandemia do novo coronavírus, mas fora de campo as negociações estão a todo vapor. E algumas delas podem afetar diretamente o elenco da Ferroviária, que terá pela frente a reta final da primeira fase do Paulistão, a terceira fase da Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro da Série D, que será agendado para o segundo semestre.

Entre todos os atletas do grupo, o que possui mais propostas para deixar o clube é o meia Claudinho, de 19 anos, atleta revelado pelas categorias de base da Locomotiva. O jogador iniciou o ano com uma boa participação na Copa São Paulo de Juniores, o que na ocasião acendeu o interesse do Vasco da Gama. A diretoria afeana, no entanto, negou a oferta e o manteve no elenco do Paulistão, onde o jovem conquistou uma vaga no time titular.

Nos bastidores, comenta-se que grandes clubes da Série A do Campeonato Brasileiro tentam contar com o futebol do garoto, entre eles o próprio Vasco, além de Atlético-MG, Fluminense e Internacional. O interesse fez a diretoria afeana renovar o contrato do jogador, reajustando seu salário e aumentando o valor da multa rescisória.

Outro afeano que pode pintar em um time do Brasileirão é o atacante Felipe Ferreira. Ele já disputou a Série A do ano passado pelo Vasco, porém atualmente é visto como um possível reforço do Ceará. Ferreira também é sondado pela Ponte Preta, time que disputará a Série B do Brasileiro em 2020 e que também se interessa pelo zagueiro afeano Rayan.

Presidente nega avanços

Em entrevista concedida nesta última segunda-feira (27) aos Campeões da Bola (FM 107,5), o presidente da Ferroviária, Carlos Alberto Salmazo, negou o avanço de negociações envolvendo jogadores do clube. "Esse é um assunto ainda distante. Não tem evolução de conversação com esses clubes. Os contratos foram renovados a longo prazo, como é o caso do Claudinho. O Rayan tem um contrato que termina agora, mas vamos manter conversação. Nenhuma evolução de negociação desses atletas aconteceu nesse dias", garante Salmazo.

Outras sondagens

Outros jogadores citados em sondagens são o lateral direito Lucas Mendes (pretendido pelo Juventude-RS para a disputa da Série B), o volante Tony (alvo do Operário Ferroviário-PR para a Série C), que a diretoria se empenha em segurar no elenco. Já o volante Higor Meritão, com propostas de Juventude e Guarani, dificilmente seguirá no plantel.

Outro nome que está perto de deixar a Ferroviária é o lateral e meio-campista Patrick Brey, que vinha vestindo a camisa 10. Seu contrato de empréstimo termina neste mês de abril e ele deve retornar ao Cruzeiro, onde deve ganhar uma oportunidade na disputa da Série B.

 

*Por: Carlos André de Souza / PORTAL MORADA

BRASÍLIA/DF - Há seis anos, descoberta em um campeonato nacional de futsal universitário, a sergipana Lígia Montalvão foi contratada pelo Kindermann, de Caçador (Santa Catarina), onde foi vice-campeã brasileira (2014) e campeã da Copa do Brasil (2015) de futebol feminino. A volta aos gramados se deu no fim de 2019, após longo período jogando somente nas quadras. A disputa do Estadual de Sergipe pelo Estanciano chamou atenção do time campeão, Grêmio Santos Dumont, que a trouxe para ser capitã na disputa da segunda divisão do Brasileirão Feminino (Série A2) deste ano.

Só deu tempo para estrear contra o Esmac (Pará) em Belém, no último dia 14 de março. A pandemia do novo coronavírus (covid-19) paralisou o campeonato por tempo indeterminado. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou um repasse de R$ 19,12 milhões a clubes e federações como apoio para que pudessem “cumprir seus compromissos com jogadores e jogadoras” durante o período. Do total, R$ 1,8 milhão foi destinado aos times da Série A2 feminina, R$ 50 mil por equipe.

O problema de Lígia e das companheiras do elenco começa aí. “A CBF mandou a verba referente a duas folhas salariais. Quando o dinheiro chega, ele entra na conta do clube e quem tem é acesso é o presidente. Fizemos uma reunião entre nós, atletas, e decidimos dividir igualmente [25 jogadoras e cinco integrantes de comissão técnica], independente do salário de cada uma. Dias depois, o presidente disse que seria R$ 500 por atleta, isso se a gente quisesse”, garante a capitã à Agência Brasil.

“Depois, ele lançou uma outra proposta de pagar R$ 1 mil para cada, que daria R$ 30 mil do valor [repassado pela CBF]. Perguntei sobre os outros R$ 20 mil. Ele disse que seria para formar uma nova equipe. Mas esse dinheiro foi dado para arcar com os nossos compromissos. Queremos o valor correto”, diz Lígia, que revelou a história, primeiramente, em vídeo publicado pelo perfil Diário FFeminino no Instagram.

Os vencimentos do elenco vinham sendo mantidos por um empresário local, chamado Célio França. À Agência Brasil, ele afirma não querer “um centavo” do montante destinado ao Santos Dumont e defende as atletas. “Fizemos denúncia ao Comitê de Ética da CBF”, diz o empresário, que foi presidente do Confiança, clube sergipano atualmente na Série B.

O caso chegou, de fato, ao conhecimento da confederação. Segundo o supervisor de competições de futebol feminino da entidade, Romeu Castro, um membro da CBF falou com o presidente do Santos Dumont na última quinta (23). “Ele informou que fará um aporte às meninas. Parece-me que está havendo uma confusão entre o acordo que há entre o empresário com o clube e a forma que o clube queria fazer a gestão desse dinheiro. Aí é uma questão complicada. Talvez, um erro na formulação do acordo para esse time representar esse determinado clube acaba tendo uma influência negativa agora”, avalia Castro à Agência Brasil.

“Óbvio que o clube pode utilizar uma parte dos recursos para despesas também relacionadas à modalidade, como comissão técnica, custeio de passagens para as meninas voltarem, que era uma coisa não prevista na crise, mas o lado humano tem sua prioridade. Não podemos entrar em situações que são particulares entre clube e empresário. Essas relações têm que ser melhor definidas para que não haja esse tipo de problema”, diz Castro.

Enquanto isso, a indefinição preocupa as jogadoras, especialmente pela realidade de algumas delas. Segundo Célio, 15 atletas são de fora de Sergipe, sendo oito da Bahia, cinco de Alagoas, uma de Roraima e uma de Minas Gerais. “Muitas são de famílias muito, muito humildes, que chegaram a não ter o que comer. Eu e minha família chegamos a ajudar, porque muitos pais não estão podendo trabalhar por causa da pandemia”, afirma Lígia. “Mas, a situação está bem complicada. Se não está jogando, não entra dinheiro”, lamenta a capitã.

A Agência Brasil tenta contato com o presidente do Santos Dumont, identificado como Jó, desde a última quarta (22). Embora tenha visualizado as mensagens no Whatsapp, ele não as respondeu até a publicação da matéria.

Monitoramento

O caso do Santos Dumont não é único. Atletas de outras equipes da Série A2 (que, na maioria, como a equipe sergipana, não têm vínculos profissionais) também procuraram a CBF, mesmo sem necessariamente registrar denúncia. Uma queixa formalizada foi a das jogadoras do Audax, da primeira divisão feminina, que, segundo Romeu Castro, já foi resolvida. Aos clubes da Série A1 a entidade destinou R$ 1,92 milhão, sendo R$ 120 mil por agremiação.

A história foi revelada pelo blog Dibradoras na última segunda (20). Nesse mesmo dia, equipe e jogadoras se acertaram para o pagamento da bolsa-auxílio (as meninas do Audax, a maior parte oriunda de projeto social, não têm vínculo profissional) referente aos 15 dias de março pós-paralisação, abril e maio. Superintendente de futebol do time paulista, Adelsio Reis diz à Agência Brasil que o aporte chegou no último dia 15. “Esperávamos um ofício com o direcionamento. A orientação veio por telefone, em contato com o dono do Audax”, informa.

“Nesse ponto, houve uma confusão interna deles, felizmente solucionada. A comunicação oficial da CBF foi dirigida a todos pelo site. Aparentemente não havia chegado ao conhecimento do Gustavo [Teixeira, filho do proprietário do clube], que, conversando comigo, prontamente resolveu a questão”, afirma Castro.

Segundo o supervisor da CBF, “a absoluta maioria dos clubes” está cumprindo as obrigações com as atletas. “A CBF se comunicou com os 52 clubes que disputam as competições nacionais de futebol feminino, colhendo informações sobre a situação que atravessavam e as demandas emergenciais. Temos em operação, inclusive, um sistema de monitoramento sobre casos da covid-19 com cada clube, com prioridade à situação clínica, essencial para nortear ações de retorno às atividades. Lembrando que a modalidade opera num regime misto, com uma maioria de equipes não profissionais na Série A2 e um processo sólido de profissionalização na A1. Então, a forma e destino da aplicação dos recursos, obviamente, varia conforme as necessidades de gestão de cada clube”, conclui.

Desafio

A Federação Internacional de Jogadores de Futebol (FIFPro) fez um alerta recente sobre o impacto da pandemia do novo coronavírus na sustentabilidade do futebol feminino se algumas recomendações não fossem seguidas. Entre elas, conforme documento publicado pela entidade, “garantir que os investimentos pré-crise sejam garantidos e não sejam retirados” e “exigir que nenhuma pessoa com base em seu sexo seja excluída de qualquer incentivo financeiro, programa de remuneração ou atividade que receba assistência financeira”.

“O futebol é sustentável?”, indaga à Agência Brasil a ex-capitã da seleção brasileira feminina Aline Pellegrino. “É uma questão importante que esse auxílio emergencial da CBF levanta. O futebol é um só e, em momentos de crise, todos serão afetados. Mas, ao pensar estratégias para esse tipo de situação, é preciso fazer uma distinção entre o futebol masculino e o feminino. O auxílio emergencial é importante, mas, para o futebol feminino, a forma de implementar essa mesma medida, talvez precisasse de uma estratégia diferente”, avalia.

Hoje diretora da modalidade na Federação Paulista de Futebol (FPF), a ex-zagueira menciona a importância de departamentos de futebol feminino na “cadeia produtiva” do esporte. “Seja em clube, federação ou confederação. É dentro deles que os alinhamentos serão feitos”, destaca Aline, explicando o procedimento adotado em São Paulo. “Realizamos uma videoconferência com os 16 times participantes do nosso Estadual Feminino para entender a situação de cada um, porque são equipes com características diferentes. Eles vão responder a questionários e, a partir das respostas, vamos traçar um panorama da modalidade e quais medidas e estratégias serão tomadas diante desse cenário”, finaliza.

 

*Por:Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional - São Paulo (AGÊNCIA BRASIL)

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