Tratamentos do IFSC/USP continuam a surpreender
SÃO CARLOS/SP - Um estudo de caso publicado neste mês de março, no “Journal of Novel Physiotherapies”, de autoria de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), relata o caso de uma paciente fibromiálgica, com 59 anos de idade, residente em São Paulo, que após ter sido submetida, em 2018, ao já conhecido tratamento desenvolvido pelo Grupo de Óptica do Instituto, atingiu a marca de 42 meses sem qualquer novo indício da doença.
Segundo o autor principal do citado artigo, Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior, Joana D’arc Ventura (identificação com autorização da paciente) teve, em 2006, o diagnóstico de fibromialgia - confirmado através da exclusão de outras doenças -, e cujos sintomas já vinham sendo percebidos pela paciente desde 1989. Dores nos membros superiores e inferiores, no troco, fadiga, progressiva diminuição da força, má qualidade do sono, dores de cabeça, intestino irritável, estresse, depressão, dificuldade de concentração e de memória; estes foram os sintomas que a paciente relatou ter quando começou a fazer o tratamento desenvolvido pelo IFSC/USP, e que estavam sendo amenizados através de diversos medicamentos.
Sujeita, em 2018, a dez sessões de tratamento e acompanhada de seis em seis meses pelos pesquisadores responsáveis pelo tratamento, Joana foi avaliada nesses períodos nos seguintes parâmetros:
*Consequências Fibromialgia;
*Escala de dor (0/10);
*Qualidade do sono segundo o método de Petersburg (0/21);
*Avaliação de ansiedade por método de Hads;
*Avaliação de depressão segundo o método de Beck;
Quarenta e dois meses após o tratamento realizado em 2018, os resultados foram os seguintes:
*Consequências da fibromialgia - melhoria em 95,2%;
*Qualidade de vida - melhoria em 99%;
*Escala de dor - 0;
*Qualidade do sono - 19 (máximo 21);
*Avaliação de ansiedade por método de Hads - melhoria 95,2%
*Avaliação de depressão segundo o método de Beck - melhoria de 98%
Joana D’arc não tem mais problemas relacionados com concentração ou perda de memória, estando atualmente cursando o 2º ano de fisioterapia em uma universidade na cidade de São Paulo.
Para conferir toda a informação relativa a este caso e publicada no artigo científico acima indicado, acesse o link - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2023/03/SEM-FIBROMIALGIA-42-MESES.pdf
SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com o pesquisador Dr Marcelo Saito Nogueira, da Tyndall National Institute (Ireland) e Universidade College Cork (Ireland), testaram uma terapia com laser de baixa potência como tratamento alternativo ou complementar à utilização de terapias medicamentosas para o tratamento da neuralgia do trigêmeo, tendo obtido resultados muito positivos.
Um estudo foi apresentado pelos pesquisadores desta pesquisa em janeiro deste ano - confira em https://www.spiedigitallibrary.org/conference-proceedings-of-spie/12354/123540H/Application-of-low-level-laser-therapy-in-trigeminal-neuralgia/10.1117/12.2650557.short?SSO=1) no decurso do Congresso da SPIE WEST. A SPIE é a maior associação mundial para pesquisa em fotônica. Esse congresso foi no Vale do Silício na Califórnia (US).
A neuralgia do trigêmeo é considerada uma das dores faciais mais graves e comuns e é caracterizada por uma dor paroxística semelhante a um choque elétrico, ou dor aguda, restrita a um ou mais ramos do nervo trigêmeo.
A neuralgia do trigêmeo pode se desenvolver a partir de causas idiopáticas e/ou pode estar relacionada a outras condições, como neoplasias, esclerose múltipla, compressão da raiz do nervo trigêmeo e outros comprometimentos nervosos, sendo que os tratamentos mais utilizados são terapias medicamentosas em altas doses ou cirúrgicas, que, no entanto, podem causar efeitos colaterais.
Um potencial tratamento alternativo ou complementar da neuralgia do trigêmeo é a terapia a laser de baixa potência, que é conhecida por controlar diferentes tipos de dor, procedimento esse que foi testado por pesquisadores do IFSC/USP como adjuvante à terapia medicamentosa e que mostrou resultados positivos. “Nosso trabalho avaliou os resultados obtidos no tratamento medicamentoso associado à terapia a laser, com base em um relato de caso clínico de um paciente com neuralgia do trigêmeo, sendo que os resultados foram avaliados a cada sessão, quanto à evolução do paciente.”, esclarece o Prof. Vitor Hugo Panhóca, especialista em Dor Orofacial pela EPM-UNIFESP e pesquisador do IFSC/USP, que é coordenador desse estudo juntamente com o Prof. Vanderlei Bagnato, realizado com os demais coautores deste estudo.
Para este procedimento foram utilizados dois dos aparelhos que aplicam laser e que foram desenvolvidos no IFSC/USP e que já estão sendo comercializados, com aplicações na região dos ramos do nervo trigêmeo, três vezes por semana, conforme protocolo desenvolvido pelos pesquisadores. O resultado clínico observado foi excelente, resultando em redução das dores e administração da dose medicamentosa entre 50 a 100% .
“Em nossa opinião, estes resultados ocorreram devido aos efeitos da fotobiomodulação, proporcionando por meio de vias anti-inflamatórias e analgésicas, alívio da dor neurálgica e promoção também da homeostase celular necessária para o restabelecimento da função tecidual”, conclui Vitor Panhóca.
SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebe no próximo dia 24 deste mês, às 10h30, no Auditório Prof. Sérgio Mascarenhas”, o recém-empossado presidente do CNPq, Prof. Ricardo Galvão.
Em sua visita ao Campus USP de São Carlos, Ricardo Galvão será o palestrante do primeiro colóquio que o IFSC/USP fará este ano, subordinado ao tema “O papel do CNPq no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia”, onde serão apresentadas, com detalhes, as ações e programas do CNPq, o histórico de sua contribuição nos últimos anos, bem como o recente aumento no valor da bolsas e perspectivas futuras.
Este colóquio terá transmissão ao vivo pelo Canal Youtube do IFSC/USP - https://www.youtube.com/@IFSCUSP1/live
SÃO CARLOS/SP - No âmbito da “Semana de Recepção aos Calouros - 2023”, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) realiza no próximo dia 16 a sua habitual Aula Magna subordinada ao tema “Desafios científicos e políticos na construção de uma sociedade sustentável”, que ocorrerá às 14h00, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas, e que será ministrada pelo Prof. Dr. Paulo Eduardo Artaxo Netto, docente e pesquisador do Instituto de Física da USP.
Esta Aula Magna trará como mote principal o quanto as mudanças climáticas representam um enorme desafio para a sociedade, tendo em consideração diversos pontos de vista, sendo que a Ciência já aponta os riscos relacionados com as emissões de gases de efeito estufa desde os trabalhos da autoria de Arrhenius, em 1982. Atualmente, estamos em um momento crítico da Humanidade, no caminho da construção de uma sociedade sustentável.
Desta forma, o Prof. Dr. Paulo Eduardo Artaxo Netto discutirá com os alunos os aspectos científicos e políticos do enfrentamento das mudanças climáticas.
A não perder.
Uma porta aberta para a educação e inclusão na cidade de São Carlos
SÃO CARLOS/SP - Satisfação e muita emoção marcaram o lançamento oficial do projeto “Cientistas do Amanhã - Jovens Negros”, um evento que ocorreu na tarde do dia 09 deste mês de março, no Conjunto de Apoio Didático (CAD) na Área-2 do Campus USP de nossa cidade. Em simultâneo, foram inaugurados os novos espaços físicos do “Programa Vem Saber”, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP).
Os novos espaços compreendem a ”Sala do Conhecimento”, que antigamente tinha uma capacidade para quarenta alunos, agora remodelada em formato de auditório e preparada para acolher sessenta alunos, o que corresponde a poder receber duas escolas simultaneamente, permitindo um aumento no fluxo de professores e alunos que constantemente procuram por esse espaço para desenvolverem suas atividades.
Outro espaço que foi inaugurado é a “Sala Multi-Uso”, um espaço onde vai ser desenvolvido o projeto “Cientistas do Amanhã - Jovens Negros”, com a introdução de novos experimentos através de equipamentos que facultarão aos jovens estudantes uma série de conhecimentos que serão importantes para a sua vida acadêmica.
O lançamento do projeto “Cientistas do Amanhã - Jovens Negros” é uma atualização do programa “Cientistas do Amanhã”, que comemorou no ano de 2022 o seu décimo aniversário, sob a responsabilidade de seu criador, o docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes. O objetivo maior continua a ser apoiar os alunos das escolas de nossa cidade a alcançarem o ensino superior - a entrarem na universidade -, sendo que até o presente momento aderiram a este programa largas centenas de jovens, sendo que a grande maioria logrou entrar em cursos superiores.
Antonio Carlos Hernandes sublinha o motivo para a atualização deste projeto: “Até este momento nunca se tinha feito um recorte dos contingentes de alunos que passaram por aqui - gênero, cor e raça, algo que muda agora com a atualização do programa, que passa se denominar “Cientistas do Amanhã - Jovens Negros”. E este projeto tem um objetivo muito claro, que é prover um apoio efetivo aos jovens estudantes negros das escolas de nossa cidade para que possam ter acesso ao ensino superior. O que vamos oferecer aqui, ao longo de cada ano, são trabalhos de pré-iniciação científica e de aulas que ajudem esses jovens a interpretar e entender as disciplinas básicas em suas escolas, para que possam ter acesso ao ensino superior”, pontua o docente. Do contingente de alunos selecionados - cerca de 100 -, mais de 50% são oriundos da Escola João Batista Zavaglia, localizada na periferia da cidade de São Carlos.
Neste evento, que reuniu autoridades locais, professores, alunos e dirigentes da USP, o sentimento comum é que estavam sendo dados passos importantes na luta contra a discriminação, em um processo de inclusão importantíssimo a partir da escola, junto aos mais novos, abrindo caminhos para o futuro de largas centenas de alunas e alunos negros.
Dentre outras individualidades que marcaram presença neste evento estiveram os Profs. Osvaldo Novais de Oliveira Junior e Ana Paula Ulian de Araújo, na circunstância, Diretor e Vice-Diretora do IFSC/USP, cujos comentários foram unânimes. “A oferta deste projeto de inclusão e de educação é uma oportunidade para alunas e alunos negros dos ensinos fundamental e médio que almejam um lugar na Universidade, um lugar de destaque na sociedade. Assim, e em paralelo, este projeto é essencial para que a USP cumpra uma de suas missões, que é transferir o conhecimento para a sociedade e, neste caso, contribuindo igualmente para a educação no Estado de São Paulo e no Brasil como um todo”, destacou Osvaldo Novais de Oliveira Junior. Corroborando com estas afirmações, a Vice-Diretora do IFSC/USP complementou “Este é projeto e uma ação que são fundamentais em termos de inclusão. Enquanto não tivermos situações igualitárias para que todos tenham os mesmos acessos, as mesmas oportunidades, os mesmos direitos, iremos sempre necessitar de ações, de programas específicos e de atitudes como esta que presenciamos hoje. Este projeto é fundamental não só em termos de ensino, como também em termos sociais e o Prof. Antonio Carlos Hernandes e sua equipe estão de parabéns.
A mesa de honra que presidiu ao lançamento do projeto “Cientistas de Amanhã - Jovens Negros” foi constituída pelos Profs. Antonio Carlos Hernandes, José Galizia Tundisi (Secretário Municipal de Ciência e Tecnologia), Osvaldo Novais de Oliveira Junior (Diretor do IFSC/USP), Brno Zancheta (Professor e Vereador da Câmara Municipal de São Carlos), Débora Gonzalez Costa Blanco (Dirigente de Ensino de São Carlos) e Frank Nelson Crespilho (atual responsável pelo IEA - Polo de São Carlos).
Evento promovido pelo IFSC/USP assinala “Dia Internacional da Mulher”
SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), realizam no dia 08 de março, a partir das 15h00, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas” e com transmissão ao vivo pelo Canal Youtube do Instituto, o evento “Missão... Mulher”, uma roda de conversa que assinala o “Dia Internacional da Mulher”.
Seis mulheres com diversas profissões e pertencentes a gerações diferentes irão dialogar entre si sobre o que é ser Mulher, suas dificuldades e aspirações no seio profissional, familiar e social, tendo como pano de fundo a preservação da saúde;
Em um cenário que simula uma grande sala de convívio e que estimula, por isso, uma conversa amena longe de palestras, simpósios ou apresentações formais para públicos específicos, este evento irá contar com as seguintes convidadas:
*Profª Drª Sabrina Peviani (Fisioterapeuta) - De forma remota, por se encontrar na cidade de Cacoal - Rondônia -, ela irá falar sobre a saúde da mulher, principais fatores de risco, tratamentos e prevenção;
*Drª Fernanda Mansano Carbinatto (Farmacêutica) - Abordará os riscos das mulheres contraírem varizes, e ainda o perigo de se desenvolverem úlceras venosas por determinados fatores;
*Drª Natália Inada (Pesquisadora) - Falará sobre os riscos do HPV e do câncer de colo do útero;
*Drª Eliana Duchêne (Advogada) - Abordará aspectos relacionados com o Direito da Família, que atingem diretamente as mulheres: divórcio, a guarda dos filhos e o direito à habitação, estão entre os assuntos;
*Profª Yvonne Primerano Mascarenhas (Cientista) - Relata como era difícil a ascensão das mulheres no mundo académico e social, motivo pelo qual atualmente, e entre as suas inúmeras atividades, se dedica a motivar as meninas e meninos a ingressarem na universidade;
*Barbara Kolstock Monteiro (Psicóloga) - Irá falar sobre as causas dos problemas relatados pelas restantes convidadas, propondo soluções de acompanhamento psicológico que amenizem ou neutralizem os efeitos nefastos.
Esta roda de conversa será moderada pelo Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior (Pesquisador do CEPOF) e por Rui Sintra (Jornalista e Assessor de Comunicação do IFSC/USP).
Para assistir este evento ao vivo, acesse o Canal Youtube do IFSC/USP - https://www.youtube.com/ifscusp1
Investigação incide sobre ação das variantes da protease
SÃO CARLOS/SP - Desde 2016 que os laboratórios do CIBFar, um CEPID da FAPESP alocado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) sob a coordenação do Prof. Glaucius Oliva, desenvolvem um trabalho ativo voltado ao desenvolvimento de novos medicamentos para o combate a diversos vírus, com uma atuação intensa que foi concentrada no desenvolvimento de candidatos antivirais para o vírus Zika até o ano de 2020, ano em que todos os esforços passaram a estar concentrados no combate à pandemia da COVID-19. Uma vez mais, o CIBFar tomou a frente científica com o objetivo de encontrar novos fármacos para o tratamento dessa doença.
Em um desses projetos, liderado pelo pesquisador Andre Schützer de Godoy, o CIBFar tem buscado compreender como funcionam as proteases virais, que são fundamentais para o ciclo do vírus. Desde 2020 que a equipe do CIBFar tem obtido bastante sucesso nas pesquisas nessa área, sendo que em 2021, entre outros estudos que foram feitos, emergiu o primeiro trabalho utilizando o Sincrotron brasileiro, o SIRIUS (https://revistapesquisa.fapesp.br/foi-uma-honra-sermos-os-primeiros-usuarios-externos-do-sirius/). Agora, o grupo tenta entender como novos medicamentos desenvolvidos contra esses alvos afetam as proteases em um nível estrutural, e também tentar entender como variantes do Coronavírus que já estão em circulação podem comprometer a eficácia desses medicamentos.
O que é a protease e como ela age
O Coronavírus é usualmente conhecido pela imagem de uma esfera coberta por espinhas (as chamadas Spikes). De fato, essa imagem mais não é do que uma espécie de envelope que contém no seu interior o material genético do vírus. “Quando esse vírus chega nas células e após as Spikes reconhecerem os receptores, ele “joga” esse material genético dentro delas, sequestrando toda a “maquinaria celular”. Esse material produz algumas proteínas que são essenciais para a sobrevivência e disseminação do vírus pelo organismo, sendo que dentre essas proteínas está a protease. Essa é a proteína que se transformou em um alvo óbvio para o desenvolvimento de novos medicamentos contra a doença, como os dois medicamentos aqui estudados”, pontua Andre Godoy.
Novos medicamentos e a ameaça das variantes da protease
O “Paxlovid” e o “Ensitrelvir” foram os dois medicamentos lançados mundialmente em finais do ano passado para combater a COVID-19. O primeiro, lançado pela Pfizer e já contando com a aprovação do FDA e da ANVISA, e o segundo, desenvolvido pela farmacêutica japonesa Shionogi, mas ainda sem aprovação pelas principais agências mundiais, têm como ponto negativo o alto custo para os pacientes. Apesar de diferentes, ambos os fármacos agem no mesmo alvo do vírus - a protease. O trabalho que a equipe desenvolveu foi exatamente sobre o princípio ativo desses dois medicamentos, tendo sua equipe buscado nos bancos de dados genômicos - cerca de 7 milhões de genomas - as variantes que existem dessa protease próximas ao sítio ativo - apenas 16 - produzido cada uma delas em laboratório e verificando como elas se comportam frente aos medicamentos.
Dois medicamentos concentrados em um só
“Nesta pesquisa encontramos duas coisas muito interessantes. A primeira foi que algumas dessas variantes já em circulação parecem ser resistentes a um desses medicamentos, ou seja, podem comprometer a eficácia no tratamento da COVID-19 por meio da geração de resistência. Além disso, observamos que uma mesma variante não parece ser resistente a ambos os medicamentos. Em virtude de os dois fármacos serem ligeiramente diferentes do ponto de vista estrutural - e aqui falamos do aspecto químico – esses dados podem indicar que a combinação dos dois fármacos possa ser um boa maneira de evitar resistência”, sublinha o pesquisador acrescentando ainda que a caracterização estrutural dessas variantes foi realizada através de cristalografia de raios-x, onde se utilizou novamente o SIRIUS para esse fim. Dessa forma, a equipe de Andre Godoy conseguiu resolver as questões relacionadas com as sete principais variantes que mostravam resistência aos medicamentos, sendo que isso permitiu compreender em um nível molecular o que provocava a resistência.
O pesquisador do CIBFar admite que este é um trabalho bastante importante, sublinhando a forte parceria que foi feita com o SIRIUS e cujos resultados foram obtidos há cerca de seis meses. Em termos clínicos e através deste trabalho, Andre Godoy acredita que se abrem portas para que, no futuro, se possam realizar estudos e pesquisas que promovam a combinação destes dois medicamentos - ou de outros com as mesmas características - em um só, de forma que se evite a formação de linhagens resistentes. “O CIBFar vai permanecer muito atento a estas variantes resistentes de protease, embora elas não constituam uma preocupação ou ameaça em larga escala, por enquanto”, conclui o pesquisador.
(CONFIRA AQUI O ARTIGO CIENTIFICO)
https://www.jbc.org/article/S0021-9258(23)00136-9/fulltext#secsectitle0065
SÃO CARLOS/SP - O docente e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, conquistou no início deste mês de março, em Washington (DC) - Estados Unidos -, dentre de mais de uma centena de premiados, uma das maiores distinções anualmente atribuídas pela “Optica - Advancing Optics and Photonics Worldwide”, em reconhecimento pelos trabalhos, pesquisas, estudos, liderança e difusão do conhecimento na área de óptica -, o prêmio “Robert E. Hopkins Leadership Award”.
Este prêmio foi estabelecido em 1997 com o intuito de ajudar a fortalecer o vínculo entre a comunidade mundial de pesquisadores na área de óptica e a sociedade, sendo que o “Robert E. Hopkins Leadership Award” reconhece um pesquisador ou um grupo de pesquisa que gerou um impacto significativo na comunidade global de óptica e fotônica, ou na sociedade como um todo, decorrente das pesquisas realizadas.
A este prêmio foi dado o nome de Robert Earl Hopkins (30 de junho de 1915 - 4 de julho de 2009), que desempernhou o cargo de presidente da Optical Society of America em 1973, sendo reconhecido como um especialista em design de instrumentos ópticos, óptica asférica, interferometria, lasers e testes de lentes. Ele é conhecido no meio acadêmico mundial como o "pai da engenharia óptica".
A Optica (anteriormente OSA) - Advancing Optics and Photonics Worldwide - https://www.optica.org/en-us/home/ , é uma sociedade científica internacional dedicada a promover a geração, aplicação, arquivamento e disseminação de conhecimento no campo. Fundada em 1916, é a principal organização para cientistas, engenheiros, profissionais de negócios, estudantes e outros interessados na ciência da luz. As renomadas publicações, reuniões, recursos online e atividades presenciais da Optica alimentam descobertas, moldam aplicações na vida real e aceleram realizações científicas, técnicas e educacionais.
Confira a lista de cientistas distinguidos nos diversos prêmios atribuídos pela “Optica” https://www.optica.org/en-us/about/newsroom/news_releases/2023/march/optica_names_17_recipients_for_2023_awards_and_med/
SÃO CARLOS/SP - O Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (GO-IFSC/USP) acaba de ver concedida mais uma patente de invenção, traduzida no projeto de desenvolvimento de um microendoscópio de refletância e fluorescência portátil acoplado a smartphones.
Essencialmente dedicado a fazer imagens microscópicas de células e tecidos, este novo dispositivo está especialmente indicado para auxiliar no diagnóstico de lesões da mucosa da boca e do colo do útero, e para avaliação de lâminas com material de esfregaço celular, como de sangue ou a citologia de Papanicolau.
O equipamento é constituído por um mini-microscópio de uso manual conectado a uma sonda (conjunto de fibras ópticas), que permite uma visualização amplificada de células e tecidos em tempo real, através de um smartphone que pode também gravar as imagens para posterior análise.
O Prof. Sebastião Pratavieira, um dos inventores do novo dispositivo, explica as características desta nova aposta inovadora. “O uso do microscópio tradicional teve que evoluir ao longo do tempo. Primeiro, para um funcionamento correto, ele necessitava estar ligado a um computador de mesa, sendo que mais tarde se evoluiu para um laptop. Como a ciência não para, hoje demos mais um salto na inovação, fizemos diversas alterações e aí conseguimos desenvolver, através de miniaturização, um microscópio que, com várias lentes e com uma fina fibra óptica - que é um guia de luz -, pode ser conectado a um smartphone e gravar todas as imagens que são obtidas nas células e tecidos das mucosas, com a finalidade de diagnosticar as doenças. Outra hipótese é utilizar o mesmo equipamento para análises microscópicas em lâminas histológicas”, relata o pesquisador.
A Profª Cristina Kurachi, docente e pesquisadora do IFSC/USP, orientadora do trabalho desta patente, explica que “Métodos de diagnóstico que auxiliem a avaliação do paciente na cadeira do consultório e com análise em tempo real são de grande relevância para diminuir o tempo e os custos relacionados ao diagnóstico de diferentes patologias”.
O projeto foi realizado durante o estágio do aluno Pablo Gómez García, na época como visitante no IFSC/USP e com a colaboração do aluno de doutorado Ramon Gabriel Teixeira Rosa. A possibilidade de obtenção de imageamento do tecido in vivo com resolução microscópica traz um grande avanço para a avaliação clínica dos pacientes no consultório, sendo que com o uso acoplado ao smartphone torna o método de incorporação mais viável pelos médicos e dentistas.
Esta invenção é da autoria de Cristina Kurachi, Sebastião Pratavieira, Pablo Gómez Garcia e Ramon Gabriel Teixeira Rosa.
SÃO CARLOS/SP - Neste início de 2023 o Grupo de Óptica “Prof. Dr. Milton Ferreira de Souza” do Instituto de Física de São Carlos (GO-IFSC/USP), celebra sua vigésima patente concedida dentre as quase cem depositadas, algumas ainda aguardando julgamento do Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI.
Para o Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, que coordena esses projetos, a patente é uma forma de avaliar e legitimar algo que tem utilidade para a sociedade. “O fato de nós termos um excelente lote de patentes concedidas e um número elevado de patentes que aguardam a decisão final mostra que a equipe técnico-científica do Grupo, como um todo, vem desenvolvendo com muita seriedade e competência uma de suas missões, que é a transformação do conhecimento em benefícios para a sociedade, com soluções inéditas e inovadoras que ajudam a resolver diversos problemas. Essas patentes estão em temas relevantes, que impactam a sociedade”, complementa o pesquisador.
O processo de submissão, concessão e licenciamento de patentes é um processo árduo, que conta com o apoio da Agência USP de Inovação, órgão que muito tem auxiliado para que o conhecimento gerado seja repassado para a sociedade.
O Grupo de Óptica “Prof. Dr. Milton Ferreira de Souza” do Instituto de Física de São Carlos (GO-IFSC/USP) é sede do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica – CePOF (um CePID - Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP), do Instituto Nacional de Óptica Básica e Aplicada às Ciências da Vida (programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia - INCT do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), intermediado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq).
O Grupo de Óptica também é sede do Laboratório de Apoio à Inovação e ao Empreendedorismo em Tecnologias Fotônicas (USP Fóton), do Sistema Nacional de Laboratórios de Fotônica (SISFOTON), parte da Iniciativa Brasileira Fotônica (IBFOTON) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), sendo igualmente uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII), atuando em Biofotônica e Instrumentação.
Para conferir a listagem e as patentes, basta acessar -
https://www.ifsc.usp.br/cepof/cepof-publicacao-patentes/
https://drive.google.com/drive/folders/1Lzz1aQM_Hfp34aSbs2HUQCJvHYv6SCh5
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