SÃO CARLOS/SP - A pandemia do COVID-19 evidenciou a necessidade de testes rápidos, precisos e de baixo custo. Da experiência de muitos países constatou-se que uma gestão adequada para minimizar os efeitos da pandemia depende da testagem em larga escala, como recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
Duas abordagens principais têm sido utilizadas para detecção, sendo que nem sempre são adequadas para diagnóstico. O método útil para detectar material genético do vírus SARS-CoV-2, que causa a COVID-19, é o chamado RT-PCR (de real-time polymerase chain reaction em inglês). O RT-PCR é sensível com alta taxa de acerto e pode detectar a infecção pelo vírus mesmo na ausência de sintomas. A segunda abordagem consiste em detectar anticorpos induzidos pela infecção, o que tem sido feito por meio de testes sorológicos ou testes rápidos. Em ambos os casos a detecção de anticorpos é feita com imunossensores, que são biossensores contendo antígenos específicos para o anticorpo que se deseja detectar. Entretanto, como uma pessoa infectada pode demorar para gerar anticorpos, a detecção com imunossensores não se mostra adequada para o diagnóstico de infecção.
O grande problema de fazer o diagnóstico com o RT-PCR é o alto custo do teste, que requer equipamentos sofisticados que só podem ser operados por técnicos especializados. Além disso, o teste é demorado, pois o processo todo requer pelo menos algumas horas. Esses fatores podem explicar porque a porcentagem da população testada no Brasil é ainda muito baixa.
Uma alternativa para o RT-PCR seria empregar genossensores, que são biossensores que permitem a detecção de material genético, inclusive de vírus, a um custo muito menor, por não demandar o uso de equipamentos caros ou sofisticados. De fato, já há genossensores para diagnosticar muitas doenças, e o desenvolvimento de genossensores para o SARS-CoV-2 parece um caminho natural. É isso que uma equipe multidisciplinar e multiinstitucional acaba de fazer. Numa parceria de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, Instituto de Química de São Carlos, Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, todos da USP, Embrapa Instrumentação de São Carlos, Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, de Curitiba, e a Start U Cloning Solutions, foi criado um genossensor que pode ser capaz de detectar o RNA do SARS-CoV-2.
O genossensor é um produto da nanotecnologia, consistindo de uma camada ultrafina de um ácido e de uma sequência de DNA do SARS-CoV-2 (chamada de sonda), depositada sobre uma lâmina de vidro recoberta com ouro. Nos testes realizados pelo grupo foi detectada uma sequência de DNA que simula o RNA do SARS-CoV-2. O resultado só é considerado positivo quando a sonda “reconhece” o DNA que simula o vírus. Os pesquisadores investigaram quatro técnicas para a detecção: medidas de impedância elétrica, medidas de impedância eletroquímica, medidas ópticas e análise de imagens dos genossensores empregando algoritmos de aprendizado de máquina (inteligência artificial).
A razão pela qual foram empregadas várias técnicas é para garantir um diagnóstico preciso de diferentes formas. Com medidas de impedância, por exemplo, consegue-se detectar o material genético com uma sensibilidade superior à da RT-PCR. Além disso, as medidas podem ser feitas utilizando um equipamento recém desenvolvido por pesquisadores do IFSC e Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), cujo custo de componentes é inferior a R$ 1.000,00.
Outra grande inovação no trabalho é o diagnóstico por análise de imagens, em que são obtidas imagens de microscopia dos genossensores que tiveram contato com amostras do DNA que simula o SARS-CoV-2. Essas imagens são processadas com técnicas computacionais para reconhecimento de padrões, uma estratégia de aprendizado de máquina, e o diagnóstico de positivo para o DNA do SARS-CoV-2 é obtido com precisão acima de 99%. O interessante dessa abordagem é que ela dispensa o uso de equipamentos de medida: basta obter uma imagem. No trabalho desenvolvido isso foi feito utilizando microscopia eletrônica de baixa resolução, mas os pesquisadores acreditam que o mesmo pode ser feito utilizando microscópios ópticos, que são muito mais acessíveis.
No trabalho realizado pela equipe até o momento ainda não foram usadas amostras de pacientes, o que está previsto em uma próxima fase. A partir da experiência da equipe e de resultados da literatura para outros genossensores, acredita-se ser possível diagnosticar a COVID-19 em amostras de saliva ou de outros fluidos, como se faz hoje com o PCR.
Os resultados sobre esses genossensores foram consolidados num artigo recém submetido para publicação em 11 de dezembro de 2020 (portanto, ainda aguardando revisão por pares), intitulado "Detection of a SARS-CoV-2 sequence with genosensors using data analysis based on information visualization and machine learning techniques". A equipe tem expectativa que pesquisadores e empresas possam empregar a tecnologia descrita no artigo para criar testes com genossensores em larga escala. A divulgação imediata dos resultados, mesmo antes da análise por uma revista científica, se deve à urgência da busca por soluções para o diagnóstico efetivo e de baixo custo da COVID-19.
Esta pesquisa foi publicada já no repositório de artigos ChemRxiV (antes da revisão por pares), podendo ser consultada no link abaixo.
*Por: Rui Sintra - Assessoria de Comunicação - IFSC/USP
SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está selecionando voluntários de ambos os sexos, com idades entre 18 e 60 anos, para participarem da pesquisa de tratamento de Disfunção Temporomandibular (DTM), com o equipamento Vacumlaser, que promove a pressão negativa associada ao laser, e um outro equipamento – o Recúpero – que é constituído de ultrassom associado ao laser.
A DTM está muitas vezes associada a dores fortes na articulação temporomandibular, dor nos músculos da mastigação, dor ou desconforto para abrir a boca, pacientes que rangem os dentes e tem dor na face.
Esta é uma iniciativa do IFSC/USP, com o apoio da FAPESP e da empresa MMOPTICS, onde estarão vetados de participar pessoas com as seguintes características:
– Portadores de diabetes;
– Portadores de marca-passo;
– Pessoas com alterações de pressão arterial;
– Pessoas sob suspeita de infeção por COVID-19
– Grávidas;
– Portadores de fibromialgia;
Este tratamento está aprovado pelo Comité de Ética da Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC) sob o número CAE-09096219000008148.
Esta pesquisa de tratamento será realizada pela doutoranda Patricia Tamae, com supervisão do Dr. Vitor Hugo Panhoca e Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, pesquisadores do IFSC/USP.
Os interessados em participar desta pesquisa para tratamento da DTM deverão se inscrever, para realizar a triagem, enviando mensagem no whatsapp da pesquisadora Profa. Patricia Tamae, no número 16-99798-4665.
*Por: Rui Sintra - IFSC/USP
A eficiência do Tratamento Fotossônico
SÃO CARLOS/SP - Um artigo científico publicado em novembro último pelo Journal of Novel Physioterapies, assinado por pesquisadores do IFSC/USP, UFSCar, Hagler Institute for Advanced Study (Texas A&M University), e pelas “Clínicas MultFISIO Brasil” de São Carlos e Ribeirão Preto, mostra os resultados de um estudo desenvolvido com 450 pacientes fibromiálgicos submetidos ao tratamento com equipamento que emite o ultrassom e o laser terapêutico de forma simultânea, utilizando todas as variações possíveis em aplicações na palma da mão.
Os pesquisadores conseguiram, nesse estudo, entender porque é fundamental a aplicação na palma da mão, resultando, com isso, uma diminuição drástica das consequências da Fibromialgia (doença ainda sem cura). “Na verdade, as mãos são os locais mais adequados para esse tratamento, tendo em consideração que é aí que existe uma maior quantidade de células receptivas em pacientes fibromiálgicos, comparativamente a quem não sofre da doença”, comenta o Dr. Antônio Aquino Jr., primeiro autor do artigo científico. Segundo o pesquisador, a palma da mão possui uma quantidade grande de terminações nervosas, possibilitando, assim, uma forma de tratamento sistêmico através do protocolo aplicado e equipamento desenvolvidos no IFSC/USP. Com a utilização combinada de ultrassom e laser, os pesquisadores conseguiram analisar a significativa melhora nos pacientes, principalmente na diminuição das dores e no progressivo aumento das atividades diárias.
“O artigo científico mostra, claramente, os gráficos que indicam, porcentualmente, como os pacientes melhoram seu estado em apenas dez sessões. Em um universo de 240 pacientes selecionados para esta pesquisa, 70% manifestaram ao menos 50% de melhoras na dor, enquanto 60% relataram ao menos 50% de recuperação das suas atividades diárias”, enfatiza Aquino Jr, que complementa “Quando fazemos essa aplicação na palma da mão, ocorre uma recepção rápida das ondas ultrassônicas e da luz laser, possibilitando uma potencialização do efeito analgésico e anti-inflamatório junto ao sistema nervoso, proporcionando que o limar da dor do paciente fique normalizado. Assim, durante o sono, o paciente não acorda com tanta frequência, o que, com o decorrer do tempo, as sensações de fraqueza, fadiga e impossibilidade de movimentos diminuam drasticamente, levando à melhora de humor e de ansiedade, contribuindo para que ele reverta um quadro de depressão que na maior parte das vezes está associado à doença”, destaca Aquino Jr..
“Após os dados desta pesquisa clínica, o tratamento denominado “Fotossônico” segue em constante aperfeiçoamento, visando sempre melhorar a qualidade de vida do paciente fibromiálgico. No entanto, o tratamento não substitui a medicação prescrita pelos médicos, pelo que os pacientes fibromiálgicos deverão continuar a tomar seus remédios.”, relata Fernanda M. Carbinatto
Em São Carlos, a “MultFISIO Brasil” (Telf. (16) 3372-4508 / (16) 99762-7273), que também assina o artigo científico, direciona os pacientes para suas unidades distribuídas pelo país, a saber:
Assinam este artigo científico, os(as) pesquisadores(as):
Antonio Eduardo de Aquino Junior, Fernanda Mansano Carbinatto, Daniel Marques Franco, Juliana da Silva Amaral Bruno, Michelle Luise Souza Simão, Ana Carolina Fernandes, Ana Carolina Negraes Canelada, Neurivaldo Antonio Viviani Junior e Vanderlei Salvador Bagnato.
*Por: Rui Sintra - jornalista IFSC/USP
Medição de propriedades elétricas de materiais com destaque para fluidos biológicos
SÃO CARLOS/SP - O IFSC/USP acaba de desenvolver um protótipo portátil de um espectrômetro de impedância elétrica capaz de medir propriedades elétricas de diversos materiais, principalmente fluidos biológicos. Com esse novo instrumento, abre-se uma nova porta para a detecção de contaminações por vírus e bactérias, além de diversas doenças, como o câncer de mama, pâncreas, cabeça e pescoço, e próstata.
Desenvolvido pelo Pós-Graduando Lorenzo Buscaglia (24) no decurso de seu mestrado em Física Aplicada/Instrumentação no IFSC/USP, sob supervisão do Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior e com patrocínio da FAPESP, este novo equipamento portátil poderá detectar doenças através de sangue, suor, ou saliva, de forma rápida e barata, comparativamente a outros equipamentos do mercado, importados, e com alto custo, conforme explica Lorenzo. “De fato, já existem equipamentos que fazem estas detecções, mas eles são extremamente caros, pois além de incluir hardware de maior custo, são importados. Nosso grupo de pesquisa apostou em um modelo portátil e de baixo custo, pois a maioria também é pesada e não pode ser transportada. A versão comercial mais similar atualmente entrou no mercado em 2018, mas seu custo é da ordem de dois mil dólares, o que é inviável para muitas aplicações”, sublinha Lorenzo. O novo equipamento foi designado SIMPLE-Z, teve seu registro solicitado junto à Agência de Inovação da USP (AUSPIN) e está pronto para a fabricação em escala. Poderá ser facilmente adquirido pela classe médica, além de poder ser empregado em laboratórios de ensino em universidades e no ensino médio.
“A técnica de espectroscopia de impedância pode ser aplicada em inúmeras áreas da saúde e, inclusive, pode ser acoplada a dispositivos vestíveis. Dependendo do software instalado, poderá fornecer informações à distância, o que abre um novo universo de oportunidades”, comemora Lorenzo.
Para o Prof. Osvaldo Novais de Oliveira Junior “Um instrumento como o Simple-Z é um sonho antigo do Grupo de Polímeros e de seus parceiros nos trabalhos de sensores e biossensores. Sempre ficávamos frustrados de não poder fazer a detecção fora de um ambiente de laboratório, e os espectrômetros portáteis são muito caros. Com o Simple-Z, poderemos finalmente fazer medidas em qualquer lugar e a baixo custo. Ressalto que o custo do instrumento é barato porque o Lorenzo propôs soluções de software que eliminaram limitações dos componentes eletrônicos utilizados”.
O Simple-Z inclui circuitos que geram os sinais e medem a resposta, transmitindo a mesma de forma instantânea para o computador, onde fica registrada em uma base de dados. Para fazer a medição de qualquer fluido, basta ligar o aparelho num sensor ou biossensor sobre o qual é depositado o fluido. A detecção é assim feita em poucos minutos. Neste momento, falta apenas desenvolver uma interface amigável para um usuário sem nenhum tipo de treinamento.
Segundo o jovem pesquisador, o custo de mercado deste equipamento poderá ser de cerca de R$ 1.300,00 (~ U$D 250) cada unidade.
*Por: Rui Sintra - IFSC/USP
Os mais significativos resultados de projetos tecnológicos desenvolvidos no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP)
SÃO CARLOS/SP - A Unidade EMBRAPii do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) - primeira unidade Embrapii credenciada na região - irá realizar a partir do dia 27 de novembro, o lançamento dos mais significativos resultados dos projetos tecnológicos mais relevantes desenvolvidos no Instituto, em parceria com cerca de duas dezenas de empresas, cujo foco se centraliza na área da saúde humana, saúde ambiental ou melhoria na produção de alimentos, com grandes benefícios para a sociedade.
Assim, no dia 27 de novembro, às 17h00, será lançado o projeto intitulado “Desenvolvimento de Instrumentação para monitoramento da fermentação do mosto de bebidas por espectroscopia infra-vermelho e da bebida final”, realizado em parceria com a empresa BR Tecnologia em Bebidas Lda.. Nesta apresentação, serão divulgados os resultados do citado projeto e a apresentação de um novo produto que auxiliará as cervejarias de todos os tipos a avaliar a cor e o amargor da cerveja.
O segundo projeto a ser apresentado será lançado no dia 04 de dezembro, às 17h00, subordinado ao tema “Desenvolvimento de Processo e Planta para a Síntese Química de Curcumina e Aplicações do Ativo como Fotossensibilizador em Estudos que envolvam Terapia Fotodinâmica”, pela empresa PDT Pharma Indústria e Comércio de Produtos Farmacêuticos Lda..
Todos os eventos serão online e abertos à participação de todos os interessados, com explicações e demonstrações sobre os temas.
A Unidade EMBRAPPii do IFSC/USP tem plena certeza de que as parcerias estabelecidas com os setores empresarial e industrial são as formas mais eficazes de transferir o conhecimento inovador gerado na Universidade diretamente para a sociedade, consolidando, assim, a contribuição da cidade de São Carlos para o desenvolvimento do País.
Para participar nos eventos acima citados, acesse o link.
https://www.youtube.com/sitecepof
Para obter informações adicionais, utilize o email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
(Rui Sintra - IFSC/USP)
Nova pesquisa para tratamento da COVID-19
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa realizada no Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) permitiu desenvolver um “pseudo-vírus” do SARS-Covid-2 destinado a estudar a ação e eficácia de novos fármacos em laboratórios de classe-2, ou seja, em laboratórios considerados perfeitamente comuns, existentes nas universidades e em centros de pesquisa.
O pesquisador do IFSC/USP, Prof. Francisco Gontijo Guimarães, coordenador das pesquisas relacionadas ao “pseudo-vírus”, explica que esse falso vírus - produzido pelo bolsista da FAPESP, Dr. Mohammad Sadraeian - é uma partícula viral que possui todas as propriedades do vírus SARS-Covid-2, com a diferença que ele não infecta as células, permitindo que se estude aprofundadamente a eficácia de um fármaco no vírus real, ou neutralizar sua ação nas células.
Produzido nos laboratórios do IFSC/USP, o “pseudo-vírus” já foi sujeito a um estudo aprofundado sobre sua interação e internalização em células pulmonares, a neutralização do vírus pelos anticorpos específicos que o corpo humano produz, e, ainda, suas características físicas.
Por outro lado, está sendo realizados estudos no sentido de se netutralizar o vírus por ação de Terapia Fotodinâmica e o uso de radiação UVC (in vivo). “ A grande vantagem do desenvolvimento do “pseudo-vírus” é que podemos fazer as pesquisas de forma fácil em laboratórios menos complexos. Assim, em vez de trabalharmos com o vírus real, que é impossível neste momento, trabalhamos com uma cópia fiel e inofensiva”, sublinha Francisco Guimarães.
Esta pesquisa está inserida em um projeto aprovado pela CAPES para o fomento às pesquisas da COVID-19, projeto esse que também aprovou outras duas pesquisas realizadas em nosso Instituto e que serão divulgadas em breve, pelo que elas se cruzam entre si em uma única direção. A primeira, desenvolvida pelo Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano), coordenado pelo Prof. Valtencir Zucolotto, tem como objetivo criar sistemas de entrega de moléculas para tratamento da COVID-19, enquanto a segunda, desenvolvida no Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), coordenada pelos Profs. Glaucius Oliva e Rafael Guido, tem como objetivo o desenvolvimento de novos fármacos para combater a COVID-19.
Estes trabalhos de pesquisa vêm consolidar a tradição que o IFSC/USP tem em estudos para o tratamento de vírus, como, por exemplo, aquele que foi feito para o HIV.
*Por: Assessoria de Comunicação - IFSC/USP
O foco é combater infecções durante o uso de ventilação mecânica
SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) finalizaram o processo de desenvolvimento de um tubo endotraqueal especial que evita a formação de colônias bacterianas, evitando, dessa forma, infecções. O trabalho foi recentemente publicado pela prestigiosa revista da Academia Americana de Ciências – Procedings of the National Academy of Science (PNAS), no último mês de agosto.
O processo de intubação nada mais é que a introdução de um tubo na traqueia, um procedimento médico rotineiro que se realiza sempre que existe a necessidade de auxiliar a respiração de pacientes que estejam com doenças respiratórias, ou pelo fato do sistema nervoso estar comprometido em dar o comando aos pulmões para inflarem e desinflarem.
O designado tubo endotraqueal é, de fato, um objeto estranho ao corpo humano, sendo que na região da traqueia onde ele fica instalado existem mucos e outros fluidos, que, em situação normal, são constantemente trocados. Porém, na presença do tubo, esses fluidos e mucos acumulam-se e, devido a esse fato, inicia-se um processo de multiplicação bacteriana e as infecções se estabelecem, sendo muito comum os pacientes intubados contraírem pneumonia.
O trabalho dos pesquisadores do Grupo de Óptica do IFSC/USP consistiu em aderir aos tubo endotraqueal uma molécula de curcumina - que é totalmente amigável ao ser humano, não causando nenhum problema -, seguindo-se a introdução, nesse tubo, de uma fibra óptica - pouco mais grossa que um fio de cabelo - que ilumina o interior do tubo.
Dessa forma, quando as moléculas são iluminadas, um processo chamado “ação fotodinâmica” ocorre na superfície do tubo, produzindo espécies reativas de oxigênio, que atacam as bactérias, evitando assim qualquer infecção.
A equipe de pesquisadores está agora realizando mais testes e ensaios para, finalmente, testar em seres humanos.
Se este protocolo for bem sucedido, a solução poderá ser um alivio para os problemas de infecção relacionados com a ventilação mecânica em todo mundo, especialmente agora, em um momento grave onde as infecções respiratórias são as principais preocupações relacionadas com a pandemia da COVID-19.
Esta pesquisa teve a colaboração de pesquisadores da Universidade de Coimbra (Portugal).
*Por: Rui Sintra - Jornalista - IFSC/USP
SÃO CARLOS/SP - Na sessão (28) o Vereador Robertinho Mori deu ênfase a Carta encaminhada ao governador do Estado de São Paulo por meio do Prof. Dr. Tito Jose Bonagamba- Prof. Titular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP destacando que o Governador e sua Equipe sempre valorizam a importância da Ciência no combate ao novo coronavírus, pois acreditam na Ciência e consequentemente nas universidades públicas paulistas, órgãos vinculados à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo. É imprescindível conhecer o trabalho realizado nas universidades públicas paulistas e federais instaladas em nosso Estado, que realizam pesquisa básica e aplicada de qualidade, incluindo desenvolvimento e inovação com o apoio da Fapesp, formando elevado número de profissionais qualificados em todas as áreas de conhecimento, com resultados de interesse para a Sociedade.
Diante deste contexto o Projeto de Lei nº. 529/2020 que tramita na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), segue o caminho contrário ao discurso utilizado pelo Governador no combate ao novo coronavírus, lembrando que a data de 24 de setembro nos remete a um dos atos mais importantes do Governo do Estado de São Paulo e da Alesp. Em 24 de setembro de 1948, foi promulgada a Lei nº 161/1948, decorrente do Projeto de Lei no 10/1947 proposto pelo deputado estadual Miguel Petrilli que transformou o interior do Estado de São Paulo com a criação dos Campi da USP nas cidades de Ribeirão Preto (Medicina ) e São Carlos (Engenharia);
O parlamentar informou ainda que protocolou uma Moção de Apelo ao Governador e aos Parlamentares motivado pelas manifestações dos renomados pesquisadores como Prof. Dr. Tito J. Bonagamba ; Prof. Dr. Vanderlei Bagnato; Prof. Dr. Osvaldo Novais de Oliveira Junior - IFSC/USP , entre outros, que encaminharam Carta Aberta aos Deputados da ALESP, assim como publicações sobre os riscos que a ciência corre com a aprovação do Projeto de Lei 529.
SÃO CARLOS/SP - Devido à emergência nacional causada pela pandemia da COVID-19, as instalações onde funcionava a Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF), pertencente à Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, e onde se procediam aos tratamentos da fibromialgia, úlceras vasculogênicas e câncer de pele, entre outros, foram cedidas para reforçar as infraestruturas de triagem destinadas ao combate ao novo coronavirus. Por esse motivo, o IFSC/USP, que mantinha nesse local todos os pesquisadores que exerciam suas atividades nos citados tratamentos, tiveram que transferir esses serviços para diversos locais, de forma a que os pacientes não fossem prejudicados.
O IFSC/USP, em parceria com a Clínica Cicatrizze Laserterapia, estão convocando pacientes portadores de úlceras venosas, residentes apenas da cidade de São Carlos, para iniciarem um novo projeto de pesquisa para tratamento de cicatrização de feridas localizadas em membros inferiores, utilizando, para isso, um novo equipamento desenvolvido pelo Grupo de Óptica do Instituto, idealizado pelo cientista, Prof. Vanderlei Bagnato.
Esse novo tratamento, dividido por sessões, utiliza uma combinação de pressão negativa (vácuo) diretamente sobre a úlcera, puxando a circulação sanguínea para o local da lesão, seguindo-se uma estimulação com laser e a aplicação de oxigênio com o intuito de aumentar a circulação, para assim se proceder a uma evolutiva cicatrização.
Os interessando em participar desse projeto deverão entrar em contato com a Clínica Cicatrizze Laserterapia, localizada na San Lucca Center, Rua 7 de Setembro, 3134, segundo andar, centro.
Enfermeira responsável: Elissandra Moreira Zanchin.
Apoio na Gestão dos Tratamentos: Dr. Antonio Eduardo de Aquino Junior (pesquisador do IFSC/USP).
Telefone para contato: 34123036 – ou pelo Celular 997316004
Sistema pode ajudar em salas de espera, salas de aula, consultórios e outros ambientes
SÃO CARLOS/SP - Um novo equipamento desenvolvido no Grupo de Óptica do IFSC/USP, sob a supervisão do pesquisador Prof. Vanderlei Bagnato, promove a descontaminação de partículas suspensas no ar, minimizando as chances de contaminação para os ocupantes de espaços fechados. O novo equipamento faz com que todo ar existente em um determinado recinto circule rapidamente por um sistema, que, usando radiação UVC interna, descontaminando o mesmo de forma rápida. Além disso, o sistema desenvolvido promove um gradiente de pressão, proporcionando a decantação mais rápida das partículas que, estando no chão, não chegam facilmente à área de respiração das pessoas. Em outras palavras, o sistema remove as partículas da área de respiração, sem causar poeiras, diminuindo as chances de contágio.
Para que minimize as chances de contágio, o sistema foi idealizado para descontaminar o ar de forma continua, até porque gotículas e aerossóis expelidos à medida que as pessoas falam, respiram ou tossem, estão carregados de microorganimos contidos na saliva e nas vias respiratórias.
Além dos cuidados que se deve ter com equipamentos de uso pessoal (máscaras e higienização), bem como a descontaminação de utensílios, pacotes, mobílias, superfícies e assoalhos, ainda resta prestar atenção ao ar que nos envolve e que respiramos. Ao existir um indivíduo contaminado em uma sala, sua respiração, tosse, espirros e fala, ajuda a transmitir para o ar vírus e bactérias. Estas partículas permanecem no ar na forma de micro partículas, ou mesmo em aerossol por várias horas. Sendo abundantes na região de nossa respiração (dentro do volume de ar que se aspira), existem grande chances de que apenas respirando as pessoas adquiram os microorganismos. Independentemente das partículas expelidas na respiração, as vestes, cabelo e outras partes do corpo podem, também, carregar por algum período, partículas infectadas que são deixadas no meio ambiente. Mesmo utilizando máscaras, um pouco destas partículas vaza para o ambiente. Certamente, as máscaras diminuem muito estes fatores, mas não os anulam por completo.
Como funciona o sistema:
O sistema funciona da seguinte maneira: um fluxo de ar quase laminar é criado próximo ao chão, arrastando as partículas em suspensão. O fluxo de ar e partículas passam pelo sistema com desinfecção em exposição intensa ao UVC e é retornado ao ambiente, por cima. Ao passar pelo UVC, em alguns segundos a descontaminação ocorre.
Experimentos realizados mostram que durante uma única passagem nesta intensa luz, 99,99% dos microorganismos são eliminados. Com diversas passagens, atinge-se alta diminuição microbiana. A operação do sistema é que a cada 15 mim, 100 m3 de ar circulam pelo sistema. Desta forma, quando ligado, todo o ar de uma sala de tamanho médio (5x5x4 m) passa pelo sistema a cada 15 minutos. A grande vantagem do sistema é que tudo que circula passa pelo processo de descontaminação, e aquilo que a pressão de cima para baixo ajuda a depositar no chão, representa menos risco às pessoas. A
Várias salas do IFSC-USP (incluindo salas de aula) já estão sendo equipadas com este sistema, afim de permitir a circulação e manutenção de estudantes e funcionários essenciais , diminuindo riscos de contaminação.
A empresa parceira neste projeto já idealizou um sistema com designer especial para vários ambientes. Em locais de alta circulação e de estadia de pessoas, estes equipamentos serão, certamente, indispensáveis. Em princípio, o sistema opera com grande segurança e sem risco para as pessoas, podendo ser empregado em diversas situações.
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