SÃO PAULO/SP - A frase "você é aquilo que come" nunca foi tão real! Isso porque o que tem no prato pode, de fato, definir como você se sentirá depois da refeição, sabia? Apesar daquela sensação gostosa depois de abusar das guloseimas, também podemos sentir reações bastante adversas e incomodas, dependendo do que ingerimos.
Quem alerta sobre isso é o nutrólogo Thiago Volpi: "alimentos que possuem alto teor de gordura e/ou são processados tendem a aumentar o processo inflamatório no corpo, elevando o nível de açúcar no sangue. A opção é sempre recorrer às opções mais naturais para diminuir o colesterol ruim", indica.
Mas e o chocolate? Ele causa felicidade mesmo sendo gorduroso? Segundo o especialista, apesar da fama de 'causadores da felicidade', os chocolates com baixo teor de cacau são gordurosos e muito calóricos, o que causará sensação de mal-estar. O oposto do que queremos, né? Por isso, a dica é investir nas versões com mais de 70% de cacau, uma vez que só elas estimulam a produção de serotonina — o hormônio da felicidade.
Quem também gera debates sobre o assunto é o queridinho dos brasileiros: o café! Apesar de muito bem-vindo nos lares e aliado das rotinas cansativas, o médico destaca que a bebida pode causar sensações bastante desagradáveis quando consumida em excesso, como irritação — devido à adrenalina —, insônia, ansiedade e até problemas gastrointestinais. Eita!
Triptofano e serotonina: os heróis da felicidade!
Thiago também explica que a felicidade proporcionada por algumas comidas é decorrente de sua composição. "Os alimentos que são ausentes de triptofano, aminoácido responsável pela produção da serotonina, o hormônio do humor, causam o efeito contrário da felicidade, principalmente se consumidos em exagero", avisa.
E onde encontrar o tal do triptofano? Descubra na lista abaixo:
Já para garantir o bem-estar diário, confie em opções como laranja, cereais e verduras!
Preciso ficar longe dos vilões da felicidade para sempre?
É claro que não! Na alimentação, o equilíbrio é a chave de tudo, viu? "Consumir de vez em quando esses alimentos é normal, o problema é quando exageramos no consumo de açúcares e gorduras. Por isso, é sempre recomendado passar com um médico especialista para acompanhar e balancear a dieta mais adequada para cada paciente", finaliza o nutrólogo.
Confira o vídeo abaixo:
Fonte: Thiago Volpi, médico nutrólogo e fundador do Espaço Volpi.
Thaís Lopes Aidar / ALTO ASTRAL
NOVA YORK - Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, cerca de 30 países restringiram o comércio de alimentos, energia e outras commodities, aponta monitoramento do Fundo Monetário Internacional (FMI). O momento atual é descrito como o maior teste para a economia global desde a Segunda Guerra, com o conflito no Leste Europeu sendo mais um componente na crise gerada pela pandemia de covid-19.
O FMI destaca que apenas a cooperação internacional será capaz de atenuar problemas globais como “a escassez de alimentos, eliminar as barreiras ao crescimento e salvar o clima”. O texto é assinado pela diretora gerente do Fundo, Kristalina Georgieva; Gipa Gopinath, vice-diretora gerente; e Ceyla Pazarbasioglu, diretora de estratégia, política e revisão.
“Custos de uma maior desintegração econômica seriam enormes entre os países”, de acordo com o Fundo. Para economias avançadas, a fragmentação traria mais inflação, e a produtividade seria prejudicada com o rompimento de parcerias com outras nações. O FMI estima que apenas a fragmentação tecnológica pode levar a perdas de 5% do PIB para muitos países.
Para os países em desenvolvimento, as exportações seriam dificultadas por uma reconfiguração nas cadeias de suprimentos e pelas barreiras a novos investimentos. O texto aponta ainda para novos custos de transações, que surgiriam se os países tivessem que desenvolver sistemas de pagamento independentes. A alternativa para não se render à fragmentação geoeconômica é reformular a forma de cooperação entre as economias, indicam as diretoras do FMI.
Como primeiro passo para esta renovação, estaria a necessidade de fortalecer o comércio para aumentar a resiliência do sistema global. A redução de barreiras comerciais aliviaria a escassez e baixaria o preço dos alimentos, indica o Fundo, alertando que não só países, mas empresas também precisam diversificar suas exportações.
Além disso, outra prioridade seria intensificar os esforços conjuntos para lidar com a dívida de países. “Com cerca de 60% dos países de baixa renda com vulnerabilidades significativas, alguns precisarão de reestruturação da dívida.”
Em terceiro lugar, a modernização dos pagamentos internacionais é colocada como forma de garantir o crescimento. Uma possível solução, indica o FMI, seria o esforço para desenvolver uma plataforma digital pública de infraestrutura para pagamentos – inclusive conectando os sistemas com as moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês).
O artigo encerra recomendando o enfrentamento das mudanças climáticas, classificadas como “desafio existencial que está acima de tudo”. A diferença entre os compromissos firmados e a adoção de políticas precisa ser reduzida, apontam as autoras, que defendem formas de precificar a emissão de carbono combinadas com investimentos em energias renováveis e compensação aos mais afetados pelas mudanças climáticas.
Aramis Merki II / ESTADÃO
ALEMANHA - A Ucrânia limitou as exportações de óleo de girassol, trigo, aveia e gado, em um esforço para proteger sua economia devastada pela guerra. A Rússia proibiu a exportação de fertilizantes, açúcar e grãos para outros países. A Indonésia, que produz mais da metade do óleo de palma do mundo, interrompeu as exportações do produto. E a Turquia suspendeu as exportações de manteiga, carne de vaca, de cordeiro e de cabra, milho e óleos vegetais.
A invasão da Ucrânia pela Rússia desencadeou uma nova onda de protecionismo, à medida que os governos, desesperados para garantir alimentos e outras commodities para seus cidadãos em meio à escassez e ao aumento dos preços, erguem novas barreiras para impedir as exportações em suas fronteiras.
As medidas costumam ser bem intencionadas. Mas, assim como as compras motivadas pelo pânico esvaziaram as prateleiras dos supermercados em vários momentos durante a pandemia, a atual onda de protecionismo só irá agravar os problemas que os governos estão tentando mitigar, alertam especialistas em comércio.
As restrições de exportações estão tornando grãos, óleos, carnes e fertilizantes – já com preços recordes – mais caros e ainda mais difíceis de se encontrar. Isso está colocando uma pressão ainda maior sobre os pobres do mundo, que estão usando uma parcela cada vez maior de suas rendas para pagar por comida, aumentando o risco de agitação social nos países mais pobres que lutam contra a insegurança alimentar.
Desde o início do ano, os países impuseram um total de 47 restrições à exportação de alimentos e fertilizantes – com 43 delas implementadas desde a invasão da Ucrânia, no final de fevereiro, de acordo com o monitoramento de Simon Evenett, professor de comércio internacional e desenvolvimento econômico da Universidade de St.Gallen. “Antes da invasão, havia um número muito pequeno de esforços para tentar restringir as exportações de alimentos e fertilizantes”, disse Evenett. “Depois da invasão, percebeu-se um grande aumento.”
Ngozi Okonjo-Iweala, diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), disse em um discurso na quarta-feira que a guerra “justificadamente” reforçou os problemas relacionados à interdependência econômica. Mas ela pediu aos países que não tirassem conclusões equivocadas a respeito do sistema comercial internacional, dizendo que ele ajudou a impulsionar o crescimento global e forneceu bens importantes aos países mesmo durante a pandemia. “Embora seja verdade que as cadeias de suprimentos globais possam estar sujeitas a transtornos, o comércio também é uma fonte de resiliência”, afirmou.
Agravamento
Evenett disse que a dinâmica “ainda está se desdobrando” e provavelmente piorará nos próximos meses. A época de plantio do trigo no verão da Ucrânia está sendo prejudicada conforme o conflito mantém os agricultores longe de seus campos e leva os trabalhadores para a guerra. E os supermercados na Espanha, Grécia e Reino Unido já estão pondo em prática restrições à quantidade de cereais ou óleo que as pessoas podem comprar. “Já estamos sentindo o efeito na Europa dos suprimentos limitados dessas colheitas importantes”, disse.
Várias outras proibições relacionadas à exportação de alimentos não estão ligadas à guerra, mas ainda influenciarão a dinâmica global do aumento dos preços.
SÃO CARLOS/SP - O Diário Oficial do Município publicou na sua edição desta terça-feira (15/03), a Chamada Pública Nº 01/2022, Processo Nº 2145/2022, para aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural para o atendimento do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Os envelopes serão recebidos e cadastrados até às 15h do próximo dia 18 de abril.
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) oferece alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a estudantes de todas as etapas da educação básica pública. O governo federal repassa, a estados, municípios e escolas federais, valores financeiros de caráter suplementar efetuados em 10 parcelas mensais (de fevereiro a novembro) para a cobertura de 200 dias letivos, conforme o número de matriculados em cada rede de ensino. No mínimo 30% desses recursos devem ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar.
“Esse ano o valor por DAP (CAF) passou de R$ 20 mil para R$ 40 mil dos recursos do PNAE a serem gastos com a Agricultura familiar. Outra mudança foi com relação a Declaração de Aptidão ao Pronaf, a chamada DAP, que esse ano foi substituída pelo Cadastro do Agricultor Familiar (CAF). Hoje adquirimos os hortifrutigranjeiros de aproximadamente 80 agricultores familiares de São Carlos”, explica Fábio Cervini”, secretário de Agricultura e Abastecimento.
EUA - Três gigantes do ramo alimentício dos Estados Unidos anunciaram na terça-feira (8) a suspensão das operações na Rússia, em resposta à invasão da Ucrânia. Coca-Cola, McDonald’s e Starbucks interromperam suas operações no país por tempo indeterminado.
A primeira empresa a anunciar a suspensão foi o McDonald’s. A companhia fechou os 850 restaurantes que possui no país, mas se comprometeu a manter os salários dos 62 mil colaboradores russos da rede de fast-food na Rússia.
"A situação é extraordinariamente difícil para uma marca mundial como a nossa e há muitas considerações a fazer", enfatizou o diretor-geral do McDonald’s, Chirs Kempczinski, em mensagem.
Segundo a agência AFP, 80% dos restaurantes do McDonald’s na Rússia são gerenciados diretamente pela empresa, representando um volume de 9% dos negócios do grupo, além de 3% do lucro operacional.
Horas depois, foi a vez da rede de cafés Starbucks anunciar a interrupção das operações na Rússia. Segundo o CEO da empresa, Kevin Johnson, todos os franqueados da companhia no país concordaram em suspender as atividades comerciais e se comprometeram a apoiar os cerca de 2.000 colaboradores do grupo no país.
“Continuamos acompanhando os trágicos eventos e hoje decidimos suspender todas as atividades comerciais na Rússia, incluindo o envio de todos os produtos da Starbucks”, disse Johnson em comunicado à imprensa.
A empresa, que reiterou sua condenação "aos horríveis ataques da Rússia na Ucrânia", adiantou que, à medida que a situação evoluir, continuará tomando medidas que estejam alinhadas com seus "valores", informou a agência EFE.
No fim da tarde, a Coca-Cola divulgou à imprensa que também suspenderá as operações na Rússia, seguindo os passos do McDonald’s e da Starbucks.
“Continuaremos monitorando e avaliando a situação à medida que ela evolui”, comunicou a Coca-Cola por meio de nota. Entretanto, a empresa não deu maiores detalhes sobre quais serão as atividades exatas interrompidas na Rússia.
A PepsiCo, grupo detentor de marcas como Pepsi e Ruffles, também está sob pressão com as operações ainda vigentes na Rússia. Segundo o Wall Street Journal, a empresa procura alternativas para se posicionar em resposta ao público ocidental da companhia.
Lucas Ferreira, do R7, com informações da AFP e Reuters
SÃO PAULO/SP - A preocupação com a saúde mental ganhou evidência nos últimos anos. Muito por causa de algumas pessoas influentes e, aparentemente, sem nenhum tipo de problema, que revelaram momentos difíceis de suas vidas. Um exemplo foi a ginasta multicampeã Simone Biles, que preferiu não disputar algumas provas das Olimpíadas de Tóquio, para cuidar da sua saúde mental.
Atitudes como essa ajudaram algumas pessoas a refletirem e darem mais importância para o assunto. A busca por soluções para problemas como ansiedade, estresse e depressão é cada vez maior e, aos poucos, a saúde mental conquista a relevância necessária na sociedade. O entendimento de que alguns distúrbios podem ser provocados por reações químicas e fisiológicas do organismo, também é fundamental para combater situações adversas.
A alimentação, inclusive, tem um importante papel na saúde humana. Além de algumas funções já conhecidas – como fatores de emagrecimento e ganha de peso -, a ciência, aos poucos, comprova que a comida ainda interfere no funcionamento cerebral. Um estudo recente da Penn State College of Medicine, nos Estados Unidos, descobriu que a ingestão regular de cogumelos, por exemplo, pode diminuir a probabilidade de desenvolver distúrbios mentais.
Pensando nisso, com a ajuda do nutrólogo Fernando Cerqueira, separamos 6 alimentos importantes para o combate e a prevenção de problemas relacionados à saúde mental, como ansiedade, depressão e estresse. Confira:
1 – Cogumelos
Seja shitake, champignon, ou qualquer outro tipo de cogumelo comestível, estudos reforçam cada vez mais a sua importância para o cérebro. “São os benefícios associados ao aminoácido ergotioneína, um antioxidante que pode proteger as células e os tecidos do corpo contra danos relacionados à saúde mental”, explica o nutrólogo.
2 – Brócolis
Aposto que alguém já mandou você comer brócolis quando era criança. Acredite, por mais que o paladar infantilizado da época não fosse muito receptivo ao alimento, quem te pedia isso queria o seu bem. “O legume fortalece a imunidade, previne doenças cardíacas e tem propriedades antioxidantes”, conta Cerqueira.
3 – Couve
Mas cuidado com os acompanhamentos e o preparo. A vontade de refogar uma couve com alho e servi-la em uma feijoada é tentadora, eu sei. E não há nada de errado nisso. É preciso ter apenas equilíbrio e parcimônia. “A folha ajuda a desintoxicar o organismo, regular o intestino e a saúde dos ossos”, diz o especialista.
4 – Espinafre
Mais uma lição aprendida desde cedo. Dessa vez com os quadrinhos e as animações do personagem Popeye – um típico marinheiro que ficava extremamente forte após ingerir espinafre. E de acordo com Cerqueira, isso fazia todo sentido: “o vegetal é rico em ácidos graxos essenciais, que atuam na formação das células e nos processos metabólicos”, afirma.
5 – Escarola
Outra forma de enriquecer a salada com nutrientes funcionais e importantes para o bom funcionamento cerebral. “Cheio de fibras, o ingrediente melhora a absorção de nutrientes e possui ação anti-inflamatória”, explica o nutrólogo.
6 – Feijão
Queridinho dos brasileiros, o feijão não podia ficar de fora dessa lista. “O grão é fonte de selênio, que contribui com a redução do estresse, e vitaminas do complexo B”, finaliza Cerqueira.
Fonte: Fernando Cerqueira, médico formado pela UninCor e possui especialização em Nutrologia pela ABRAN. É membro da Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia (Sobraf) e fellow endocrinológico pela UW School Of Medicine.
Felipe Bomfim / SAÚDE EM DIA
Quem doar alimentos no drive-thru receberá uma
publicação das Edições Sesc
SÃO CARLOS/SP - No dia 11 de dezembro, sábado, das 10h às 14h, acontece o DRIVE-THRU - AÇÃO URGENTE CONTRA FOME, em frente ao Sesc São Carlos, na Avenida Comendador Alfredo Maffei, 700. O evento é realizado pelo Sesc e Senac, com apoio do Sincomercio, Prefeitura Municipal, RÁDIO SANCA e EPTV.
Esta é mais uma forma de participar da CAMPANHA AÇÃO URGENTE CONTRA FOME que se mantem no estado de São Paulo em todas as Unidades do Sesc e Senac, e só em São Carlos já arrecadou quase duas toneladas de alimentos que chegaram a centenas de famílias em situação de vulnerabilidade por meio das instituições sociais parceiras do programa Mesa Brasil Sesc.
Durante a realização do Drive-thru quem passar pelo local e doar alimentos não perecíveis, receberá gratuitamente uma publicação das Edições Sesc.
Estudo analisou motivos e identificou que a própria cultura, a legislação brasileira e a falta de comunicação contribuem para que milhões de toneladas de frutas, legumes e verduras sejam jogadas fora todos os anos
SÃO CARLOS/SP - O Brasil, quarto maior produtor mundial de alimentos e apontado como principal exportador do planeta na próxima década, ainda enfrenta sérios desafios relacionados ao desperdício. De acordo com a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), das 140 milhões toneladas produzidas por ano, 26,3 milhões vão para o lixo. No mundo, o desperdício atinge 931 milhões de toneladas de alimentos por ano, seja na produção rural, seja na indústria, no supermercado, em feira livre, restaurantes ou mesmo na casa do consumidor. De acordo com os pesquisadores, caso esse problema não seja resolvido a tempo, o bem-estar das gerações futuras pode estar ameaçado, pois enquanto a população mundial aumenta, o desperdício não diminui. Logo, a segurança alimentar se torna uma questão cada vez mais urgente.
Para apontar ações que possam reduzir o prejuízo, uma pesquisa de doutorado realizada na UFSCar pela professora e pesquisadora Camila Moraes, sob a orientação de Andrea Lago da Silva, docente do Departamento de Engenharia de Produção (DEP), estudou as causas do desperdício de alimentos que ocorre entre fornecedores e supermercados e apontou que a própria cultura e a legislação brasileira, além da falta de comunicação entre diferentes setores da cadeia produtiva, contribuem para que milhões de toneladas de frutas, legumes e verduras sejam jogadas fora todos os anos. Camila Moraes, que desenvolveu sua tese - "Mitigação do desperdício de alimentos: práticas e causas na díade fornecedor-supermercado" - junto ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade, analisou, em sua pesquisa, quatro redes de supermercados de diferentes estados do Brasil e dois fornecedores de cada uma delas, sendo três redes no estado de São Paulo e uma em Santa Catarina. Com base nessa análise, ela mapeou 27 causas do desperdício.
Principais causas do desperdício
O estudo avaliou atividades de distribuição, armazenagem, exibição, manuseio e descarte de frutas, legumes e verduras em lojas e centros de distribuição. "Os supermercados não dizem para os fornecedores quanto eles esperam vender ou mesmo quanto eles costumam vender daquele produto. Essa falta de informação e medição gera problemas gigantescos. Há muita dificuldade em prever a demanda e planejar a produção. Os fornecedores, em geral, acabam se baseando apenas no que venderam de cada alimento, sem saber, de fato, quanto está sendo comprado pelo cliente final", destaca Moraes. Já dentro dos supermercados, uma das situações identificadas é a divergência de dados. Além disso, muitas pessoas que trabalham com o manuseio dos alimentos não o fazem corretamente quando vão limpar ou organizar as gôndolas. "Esses profissionais precisam de treinamento. Muitos não sabem, mas determinadas frutas e legumes quando ficam próximos demais têm seu processo de maturação acelerado. Faltam embalagens e transporte adequados, e muitas vezes refrigeração", ressalta.
Os padrões rígidos de aparência e forma de frutas, legumes e verduras impostos pelos supermercados também influenciam diretamente no desperdício dos fornecedores. De acordo com a pesquisa, a própria cultura do consumidor brasileiro, como apertar os alimentos na hora da compra e exigir uma estética perfeita, também contribui para a alta quantidade de alimentos que vão para o lixo. "Embora os alimentos sejam desperdiçados em todos os estágios da cadeia, suas causas não ocorrem necessariamente no mesmo estágio que o próprio desperdício. De acordo com a pesquisa, quando o desperdício aparece nos elos finais, isso indica que, provavelmente, todos os processos anteriores também tiveram perdas", explica a pesquisadora.
Do total de alimentos desperdiçados todos os dias no país, 40%, ocorre na distribuição após o processamento, sendo que o varejo é responsável por 12% desse total. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados, os principais motivos do desperdício para produtos perecíveis são validade vencida (36,9%), impropriedade para venda (30%), avaria dos produtos (18,2%) e danos em equipamentos (4,8%), seguidos de furto externo (19,8%) e erros de inventário (13,5%). Entretanto, Moraes ressalta que a taxa de 12% não reflete a realidade, pois o varejo centra suas ações na redução do seu próprio desperdício, transferindo custos para outros elos da cadeia.
"A pesquisa identificou um comportamento individualista dos supermercados. Devido ao seu grande poder de mercado, o setor empurra o desperdício. Ou o supermercado faz uma promoção para o consumidor ou ele pede para devolver o produto", explica.
Além de identificar as causas do desperdício, a pesquisa realizada na UFSCar ainda analisou quais são as barreiras que impedem que o cenário seja alterado. E um dos principais obstáculos é a própria legislação brasileira sobre doação de alimentos. "É um fator que gera receio em algumas redes de supermercados, dificultando o trabalho de doação que poderia evitar que o alimento fosse para o lixo. Órgãos como Procon e Anvisa têm critérios rígidos e, muitas vezes, divergentes entre si. Faltam incentivos fiscais e governamentais para a realização de doações e compostagem, por exemplo. Se o que não fosse vendido no supermercado, que não é pouco, fosse para doação, a gente começaria a ter uma mudança no panorama da fome no Brasil", lembra a pesquisadora.
Os aspectos culturais também foram caracterizados como barreiras. Pesquisadora da área de Cadeia de Suprimentos há 30 anos, a docente da UFSCar Andrea Lago da Silva ressalta que o próprio comportamento do consumidor brasileiro gera um alto volume de desperdício. "É uma questão cultural. Crescemos acreditando que precisamos ter a mesa farta e abundante, que muitas vezes gera sobra e desperdícios, e preferimos, de modo geral, comprar alimentos perfeitos, sem defeitos. Essa tendência aumenta o desperdício. Até 15% das frutas, legumes e verduras produzidas são desperdiçadas no varejo", comenta Silva.
Desafios e perspectivas
O desperdício de alimentos no Brasil gera impactos sociais, econômicos e ambientais, por exemplo, com a emissão de gases do efeito estufa durante a produção de um alimento que não é consumido e vai para o lixo. A professora do DEP lembra que, quando o alimento é jogado fora, os recursos naturais e da sociedade não são recuperados. Explica ainda que a troca de informações com fornecedores, previsão de demanda mais precisa, treinamentos e o acesso à tecnologia podem ajudar a criar ações que diminuam o desperdício. Incentivos à redução do desperdício nos restaurantes e lares também são uma ação relevante.
De acordo com a pesquisa da UFSCar, o baixo estímulo à cooperação entre os elos da cadeia e empresas é uma das principais barreiras para adoção das práticas de redução do desperdício, principalmente quando dependem da ação em conjunto. Para Silva, o início da solução desse problema está nos supermercados, que são o centro do sistema alimentar moderno e têm o poder de ensinar as pessoas a pensarem diferente, atingindo tanto o público consumidor quanto os fornecedores. "O desperdício é um problema complexo, do qual as práticas para mitigação devem seguir uma visão sistêmica e integrada. Devido ao seu grande poder de mercado e à possibilidade de influenciar as decisões na cadeia de suprimentos, os supermercados podem disseminar inovações e informações, exercendo também um papel de coordenador desse processo e importante elo de comunicação", afirma.
O combate também deve passar pelo treinamento de funcionários do varejo para a redução do desperdício nas atividades ligadas a frutas, legumes e verduras. Ainda de acordo com a docente, supermercados que contam com nutricionistas e outros profissionais que usam alimentos que já estão machucados, porém continuam saudáveis, para criar produtos, como sucos e compotas na própria loja, desperdiçam bem menos. "Uma cenoura machucada, por exemplo, continua com todos os seus nutrientes, apesar de estar feia", lembra Silva. De acordo com a tese de doutorado da UFSCar, o varejo brasileiro (em especial, as redes de grande e médio portes) dispõe de acesso a pesquisas, metodologias, tecnologias e bons exemplos de trabalhos desenvolvidos no que diz respeito à redução do desperdício. Porém, as práticas que necessitam de maiores investimentos dependem diretamente do interesse desses agentes, que preconizam o retorno financeiro imediato, mais do que a redução.
Para Camila Moraes, a atenção do público sobre a dimensão ética do desperdício de alimentos pressiona cada vez mais as empresas a mostrarem seus esforços de redução, sob uma perspectiva de responsabilidade social. "As descobertas do estudo podem ajudar os gerentes a identificarem e mapearem as causas do desperdício de alimentos em suas operações, bem como analisar quais as melhores práticas de redução de acordo com as particularidades de cada organização", defende. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), ressaltam a urgência de padrões de produção e consumo sustentáveis e a necessidade de reduzir pela metade o desperdício de alimentos no nível de varejo e consumidor, além de reduzir as perdas ao longo da cadeia de produção e fornecimento.
Em 2050, a população mundial deve ultrapassar os 9,5 bilhões de habitantes. Esse aumento criará um desafio para atender à demanda estimada de alimentos. O Brasil tem capacidade para expandir sua produção em 41%, enquanto os Estados Unidos em apenas 10%, União Europeia em 12% e China em 15%, de acordo com levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Isso pode ser visto como uma oportunidade do ponto de vista político-econômico.
No Departamento de Engenharia de Produção da UFSCar, outras pesquisas são desenvolvidas para analisar o desperdício de alimentos. Para o futuro, a professora Andrea Lago da Silva acredita que inovações tecnológicas direcionadas ao rastreio de produtos, compartilhamento de dados, embalagens, além de uma discussão sobre o conceito de prazo de validade também podem ajudar a enfrentar o desperdício. "Desde já, precisamos ter a consciência e mudar o comportamento dentro de casa. Quando for jogar um alimento fora, se questione se não daria para fazer outra receita com ele. Temos que buscar alternativas", ressalta.
* O presente trabalho foi realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), processo nº 2017/00763-5, do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Brasil (305819/2016-0) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), código de financiamento 001
Ação marcou a comemoração de 93 anos da Polícia Rodoviária Federal e contou com a participação dos Ministérios da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, da Justiça e Segurança Pública e do programa Pátria Voluntária
BRASÍLIA/DF - Uma parceria entre o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o programa Pátria Voluntária arrecadou 486 toneladas de alimentos. A ação fez parte de um evento em comemoração aos 93 anos da PRF, realizado na última quarta-feira (18), em Brasília (DF).
As cestas vão atender a todos os estados do país e serão distribuídas a instituições beneficentes previamente cadastradas pelo Pátria Voluntária. As doações foram arrecadadas entre os dias 30 de junho a 8 de agosto deste ano, por meio da campanha Estrada Solidária, coordenada pela PRF.
A titular do MMFDH, Damares Alves, apontou que a ação reforça o compromisso das instituições em garantir os direitos básicos às pessoas que mais precisam. “Temos aqui dois ministérios, o Pátria Voluntária e a PRF, todos juntos pensando nos brasileiros que mais precisam e que passam por situações de vulnerabilidade. Parabéns à PRF que conseguiu arrecadar tantos alimentos e a nível nacional. O Brasil todo vai ser beneficiado com a ação”, destacou a ministra.
O Pátria Voluntária é um Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado. O objetivo é incentivar a participação dos cidadãos na promoção de práticas sustentáveis, culturais e educacionais voltadas à população brasileira mais vulnerável. O trabalho voluntário, de caráter não remunerado, é articulado pelo poder público, organizações da sociedade civil e o setor privado.
Condecoração
Ainda durante o evento, a ministra Damares Alves foi condecorada com a medalha Washington Luís, que é concedida pela PRF a personalidades de fora da instituição que tenham uma intensa contribuição com a corporação. Também participaram da cerimônia a primeira-dama e presidente do Conselho do Pátria Voluntária, Michelle Bolsonaro, e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.
Andradina/SP - Desde o mês de abril de 2021 ad Secretarias de Assistência Social e Política Sobre Drogas e a Agricultura, Meio Ambiente, Produção e Agricultura Familiar vêm concedendo diversos produtos agrícolas para as famílias cadastradas nos CRAS do município de Andradina.
De acordo com a secretária de Agricultura, Leila Rodrigues o projeto “Cesta Verde PAA” garante ganhos nas duas pontas: os agricultores familiares podem escoar a sua produção e ter retorno financeiro garantido, e as famílias que mais precisam, recebem os alimentos. Em cada Cesta Verde vão 10kg de alimentos (frutas, verduras, legumes e tubérculos).
A secretária de promoção Social Silvana Silva informou que até agora foram atendidas 374 famílias em situação de vulnerabilidade social, aos quais, são selecionadas pela equipe técnica dos CRAS, e passam a contar com esses produtos nas suas refeições diárias, principalmente neste momento difícil provocado pela pandemia da COVID-19.
Nas montagens das cestas de produtos alimentícios, toda a manipulação dos itens e a entrega aos beneficiários seguem todos os critérios sanitários preconizados como a higienização individual constante, o uso de máscaras e o distanciamento social. Desta forma, foram agendados horários específicos tanto para a entrega dos produtos como para a retirada pelas famílias, de forma a não haver aglomeração.
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