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KIEV - A Rússia atacou alvos militares e de infraestrutura na Ucrânia no início desta terça-feira, incluindo a capital Kiev e a cidade ocidental de Lviv, disseram autoridades ucranianas.

A Ucrânia afirmou ter abatido 32 dos 35 drones Shahed de fabricação iraniana lançados da região russa de Bryansk e do Mar de Azov.

Mas uma "instalação extremamente importante" foi atingida em Lviv, longe das linhas de frente e a cerca de 70 km da fronteira com a Polônia, membro da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse o governador regional Maksym Kozytskiy. Ele não deu outros detalhes sobre a instalação.

Não houve menção a vítimas nos ataques aéreos durante a noite, os mais recentes realizados por Moscou desde que Kiev iniciou uma contraofensiva na qual diz ter recapturado 113 quilômetros quadrados de território até então ocupado pelas forças russas.

A Força Aérea informou no aplicativo de mensagens Telegram que as defesas aéreas estiveram em ação na maioria das regiões da Ucrânia.

"No entanto, a principal direção de ataque dos drones iranianos foi a região de Kiev. Mais de duas dúzias de Shaheds foram destruídos aqui", afirmou.

O gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse que os drones atacaram a região de Kiev em várias ondas, com o alerta aéreo durando mais de quatro horas. Vários prédios comerciais e administrativos e algumas casas particulares foram danificados, informou.

O Ministério da Energia disse que destroços da queda de drones danificaram as linhas de eletricidade na região de Kiev e também na região de Mykolaiv, no sul, cortando a eletricidade de centenas de moradores.

O porta-voz da Força Aérea Yuriy Ihnat declarou em uma entrevista de rádio que simplesmente não era possível para os sistemas de defesa aérea cobrirem todo um país tão grande quanto a Ucrânia.

A Força Aérea disse que a Rússia também atingiu a cidade industrial de Zaporizhzhia, no sudeste do país, com mísseis Iskander e S-300.

Yuriy Malashko, chefe da administração militar da região de Zaporizhzhia, disse que a Rússia tinha como alvo a infraestrutura de telecomunicações e agricultura e propriedades agrícolas.

As Forças Armadas da Ucrânia disseram que, segundo informações preliminares, a Rússia disparou sete mísseis contra Zaporizhzhia.

A promotoria disse que uma mulher de 70 anos foi morta e três pessoas ficaram feridas na segunda-feira durante um ataque de artilharia russa na região de Sumy, no nordeste.

A Reuters não pôde verificar os relatos de forma independente. Não houve comentários imediatos da Rússia.

 

 

Olena Harmash em Kiev e Lidia Kelly / REUTERS

UCRÂNIA - A Ucrânia acusou nesta terça-feira (06/06) as forças russas de terem explodindo uma grande barragem e usina hidrelétrica em Kherson, região do sul da Ucrânia sob controle de Moscou, gerando uma ameaça do que Kiev chamou de "desastre ecológico" devido a possíveis inundações maciças.

Funcionários de ambos os lados da guerra ordenaram que centenas de milhares de residentes se retirem da região. Já as autoridades russas responderam que a barragem de Kakhovka, no rio Dnipro, foi danificada por ataques militares ucranianos.

A companhia hidrelétrica estatal da Ucrânia disse que a usina foi "totalmente destruída" após uma detonação dentro da casa de máquinas. "A estação não pode ser restaurada", afirmou.

O rompimento da barragem pode ter consequências amplas: inundação de povoados rio abaixo; escassez de água rio acima, dreno dos suprimentos de água potável que abastecem o sul, na Crimeia – península que foi anexada pela Rússia.

Outra consequência grave é a redução da quantidade de água disponível para esfriar os reatores de Zaporíjia, a maior usina nuclear da Europa. A Agência Internacional de Energia Atômica da ONU escreveu no Twitter que seus especialistas estavam monitorando de perto a situação na usina, e não havia "nenhum risco imediato de segurança nuclear" na instalação.

 

Cerca de 100 povoados podem ser inundados

As autoridades ucranianas já alertaram que o rompimento da barragem poderia liberar 18 milhões de metros cúbicos de água e inundar Kherson e dezenas de outras áreas onde centenas de milhares de pessoas vivem.

O Centro Mundial de Dados para Geoinformática e Desenvolvimento Sustentável, uma organização não-governamental ucraniana, estimou que cerca de 100 povoados e cidades seriam inundados. Também considerou que o nível da água começaria a cair somente após entre cinco e sete dias.

Mykhailo Podolyak, conselheiro sênior do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse que "um desastre ecológico global está acontecendo agora" e que "milhares de animais e ecossistemas serão destruídos nas próximas horas."

Vídeos postados exibem o estrago provocado. Um mostra uma longa estrada sendo inundada; em outro, é possível ver um castor correndo para um terreno elevado para fugir das águas.

Zelenski convocou uma reunião de emergência para lidar com a crise, informaram autoridades ucranianas.

O Ministério do Interior ucraniano apelou para que residentes em dez povoados na margem direita do Dnipro e partes da cidade de Kherson rio abaixo recolham seus documentos essenciais e animais de estimação, desliguem eletrodomésticos e saiam.

 

"Ato terrorista"

O prefeito instalado pela Rússia na cidade ocupada de Nova Kakhovka, inicialmente negou os relatos da mídia social de que a barragem havia explodido, mas depois disse que a construção havia sido bombardeada em "um grave ato terrorista".

A Ucrânia controla cinco das seis barragens ao longo do Dnipro, que vai desde a sua fronteira norte com Belarus até o Mar Negro e é crucial para o abastecimento de água potável e energia elétrica de todo o país.

Imagens do que parecia ser uma câmera de monitoramento com vista para a barragem que circulam nas redes sociais supostamente mostram uma explosão e o rompimento da barragem.

Oleksandr Prokudin, chefe da Administração Regional Militar de Kherson, disse em um vídeo postado no Telegram pouco antes das 7h (horário local) que "o exército russo cometeu mais um ato de terror", e alertou que a água atingirá "níveis críticos" dentro de cinco horas.

 

 

 

(md/cn (AP, AP, AFP, DPA, Reuters)

dw.com

UCRÂNIA - A Rússia executou um ataque aéreo nesta quinta-feira contra Kiev que matou pelo menos três pessoas, incluindo uma criança, uma incursão que provocou pânico na capital ucraniana após uma semana de bombardeios.

O ataque, que começou às 3H00 locais (21H00 de Brasília, quarta-feira) com mísseis de cruzeiro e balísticos, deixou três mortos e 12 feridos, segundo as autoridades ucranianas.

"No bairro de Desnianski: três pessoas mortas, incluindo uma criança (nascida em 2012), e 10 pessoas feridas, incluindo uma criança. No bairro de Dniprovskyi: duas pessoas feridas", anunciou no Telegram a Administração Militar de Kiev.

Ao mesmo tempo, a Rússia começou a retirar na quarta-feira centenas de crianças de regiões de fronteira com a Ucrânia, alvos de intensos bombardeios nos últimos dias, e onde a situação é "alarmante", segundo o Kremlin.

Nesta quinta-feira, oito pessoas ficaram feridas em uma cidade da região de Belgorod, próxima da fronteira e alvo de disparos contínuos de artilharia, anunciou o governador Vyacheslav Gladkov.

"Shebekino está sob fogo ininterrupto", afirmou Gladkov no Telegram. As forças ucranianas bombardeiam "o centro e os arredores" da cidade, acrescentou.

"Oito pessoas ficaram feridas. Não há mortes", disse.

"A vida dos civis e da população está sob ameaça, em particular em Shebekino e nas localidades próximas", afirmou Gladkov.

O governador, no entanto, negou as informações divulgadas em alguns canais do Telegram sobre um "avanço" das tropas ucranianas na região de Belgorod.

Gladkov anunciou na quarta-feira o início da retirada de menores de duas localidades alvos de disparos de artilharia e morteiros.

"A partir de hoje estamos evacuando nossas crianças dos distritos de Shebekino e Graivoron", disse. "Um primeiro grupo de 300 crianças será enviado hoje para Voronezh", cidade cerca de 250 quilômetros ao nordeste.

Um jornalista da agência Ria Novosti disse que diversos ônibus com cerca de 150 pessoas chegaram à cidade.

Enquanto isso, as tensões com o Ocidente aumentaram nesta quarta-feira, após a Alemanha anunciar uma drástica redução do corpo diplomático russo em seu território, com o fechamento de quatro dos cinco consulados.

Moscou criticou a decisão, que chamou de "provocação impensada", e prometeu uma "resposta justa".

Em Washington, o Pentágono anunciou um novo pacote de armas de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,53 bilhão) para a Ucrânia, incluindo sistemas de defesa aérea e dezenas de milhões de cartuchos de munição.

 

 

AFP

ESPANHA - O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, desembarcou nesta quinta-feira (23) em Kiev para expressar solidariedade à Ucrânia, um dia antes do aniversário de um ano do começo da guerra com a Rússia.

"Volto a Kiev um ano depois do início da guerra. Estaremos ao lado da Ucrânia e de seu povo até que a paz retorne a Europa", escreveu Sánchez no Twitter. Ele também publicou um vídeo de sua chegada de trem à capital ucraniana.

Sánchez, que foi recebido pelo vice-ministro ucraniano das Relações Exteriores, se reunirá com o presidente ucraniano Volodimir Zelensky, e os dois devem oferecer uma entrevista coletiva.

Pouco depois de sua chegada, Sánchez visitou as localidades de Irpin e Bucha, no subúrbio de Kiev. Também fará um discurso no Parlamento ucraniano

Esta é a segunda visita do chefe de Governo espanhol à capital ucraniana desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022. Sánchez viajou a Kiev em 21 de abril do ano passado.

A viagem acontece na mesma semana das visitas a Kiev do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (segunda-feira), e da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni (terça-feira).

Na quarta-feira, a Espanha anunciou que enviará seis tanques Leopard 2A4 à Ucrânia.

Os tanques não estavam em operação e devem passar por reparos antes do envio, informou a ministra espanhola da Defesa, Margarita Robles.

A ministra não revelou um prazo para o envio, mas destacou que a Espanha pode recuperar mais tanques deste tipo para enviá-los à Ucrânia "em caso de necessidade" e se os aliados solicitarem.

 

 

por AFP

UCRÂNIA - Colocado em evidência pela crise dos óvnis entre Estados Unidos e China, o uso militar de balões tem se intensificado na Guerra da Ucrânia. Só na quarta (15), seis artefatos espiões usados pelos russos foram abatidos no céu de Kiev.

Não há nenhuma correlação entre o episódio e a derrubada de balões pelos EUA em seu território e no Canadá, que disparou uma crise diplomática com Pequim —dona de pelo menos um dos flutuantes, que disse ser apenas de uso meteorológico e fora de sua rota.

No caso ucraniano, a função dos balões era bem específica. "Esse objetos carregam refletores de radar e algum equipamento de inteligência. O propósito [dos artefatos] era possivelmente detectar e exaurir nossas defesas antiaéreas", afirmou no Telegram a Administração Militar da Cidade de Kiev.

Refletores de radar são instrumentos muito simples, criados em 1945 nos EUA e usados extensivamente na Guerra Fria. São objetos desenhados para devolver uma onda de radar para a fonte de emissão, reforçando seu sinal e posição —assim, os russos podem detectar onde estão os radares de baterias antiaéreas ucranianas para futuro bombardeio.

Além disso, por consistirem em uma ameaça baratíssima, são ideais para fazer os ucranianos desperdiçarem munição antiaérea tão necessária nesta fase aguda da guerra, que completa um ano no próximo dia 24.

O episódio se soma ao avistamento de balões na Moldova e na Romênia, de origem desconhecida mas que os governos locais assumiram como russos, nesta semana. No caso moldavo, o espaço aéreo do pequeno país chegou a ser fechado.

Apesar do burburinho devido à crise EUA/China, não há nada de novo sobre uso de balões em conflitos e espionagem. Nos anos 1960, os soviéticos passaram a enviar sistemas antiaéreos para Cuba, ilha que adotou o comunismo e alinhamento com Moscou após a revolução liderada por Fidel Castro ser atacada pelos EUA com embargo e uma invasão frustrada.

A CIA (Agência Central de Inteligência) criou as chamadas operações Paládio, na qual submarinos soltavam balões com refletores justamente para ajudar seus sensores a localizar o sinal de radar das baterias antiaéreas soviéticas.

Os refletores também são usados para confundir radares e sensores inimigos. Na guerra atual, os russos criaram uma solução engenhosa para evitar o bombardeamento de pontes estratégicas usadas para envio de reforços, como mostrou o site The War Zone.

Quando a principal ponte da região de Kherson ficou sob fogo de artilharia guiada americana usada por Kiev, a Rússia instalou boias com refletores no rio Dnieper para criar uma ponte fantasma para os radares, dificultando a mira dos ucranianos.

Acabou não sendo suficiente para evitar que os russos deixassem a margem oeste do rio, e a capital homônima da região, mas demonstra que a ideia simples segue tendo validade no campo de batalha.

 

 

por IGOR GIELOW / FOLHA de S.PAULO

KIEV - A Rússia intensificou as tentativas de romper as defesas da Ucrânia com combates pesados no norte e no leste do país, destacando a necessidade de Kiev por mais armas ocidentais, disseram autoridades ucranianas nesta sexta-feira, 26.

Os militares ucranianos disseram que batalhas ferozes estavam em andamento, um dia depois que mísseis e drones russos mataram pelo menos 11 pessoas, no que pareceu ser uma resposta às promessas de nações ocidentais de fornecer tanques à Ucrânia.

Depois de semanas de negociações, Alemanha e Estados Unidos prometeram à Ucrânia dezenas de tanques modernos para ajudar a repelir as forças russas, abrindo caminho para Canadá, Polônia, Finlândia, Noruega e outros seguirem o exemplo.

A Rússia acusou os Estados Unidos de "despejar armas na Ucrânia" e repreendeu o presidente Joe Biden, dizendo que ele tinha a chave para encerrar o conflito na Ucrânia, mas não a usou.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, agradeceu aos aliados por seu apoio, mas renovou os apelos por sanções mais duras contra Moscou e mais armas para repelir os invasores no 12º mês da guerra.

"Este mal, esta agressão russa pode e deve ser detida apenas com armas adequadas. O Estado terrorista não entenderá nada além disso", disse Zelenskiy em seu discurso noturno na televisão na quinta-feira.

Autoridades locais relataram nesta sexta-feira intensos bombardeios no norte, nordeste e leste da Ucrânia, cenário de alguns dos combates mais pesados desde a invasão russa em 24 de fevereiro do ano passado.

"A luta feroz continua nas linhas de frente. Nossos defensores estão mantendo firmemente suas posições e infligindo perdas ao inimigo", disse Oleh Synehubov, governador da região de Kharkiv, no nordeste.

A Reuters não pôde verificar os relatos do campo de batalha.

As linhas de frente ficaram praticamente congeladas nos últimos dois meses, com a Rússia tentando ganhar terreno no leste depois de ocupar faixas de território lá e proteger um corredor de terra que tomou no sul da Ucrânia.

Espera-se que ambos os lados lancem uma ofensiva de primavera, embora os Estados Unidos tenham aconselhado publicamente a Ucrânia a não a fazer isso até que as armas mais recentes estejam instaladas e o treinamento seja fornecido --um processo que deve levar vários meses.

 

 

Por Tom Balmforth e Ivan Lyubysh-Kirdey / REUTERS

KIEV - Ao menos 14 pessoas, incluindo o ministro do Interior da Ucrânia, morreram em uma queda de helicóptero na periferia de Kiev na quarta-feira (18). O governo do país invadido pela Rússia em fevereiro passado não descarta sabotagem no aparelho.

Denis Monastirski estava na aeronave com outras autoridades de sua pasta quando ela caiu em Brovari, cerca de 20 km a nordeste da capital. O veículo atingiu um jardim de infância, e ao menos 1 das 14 vítimas identificadas é uma criança que estava em solo. Há também 29 feridos, 15 dos quais alunos da escola.

"É uma tragédia", disse o presidente Volodimir Zelenski. O relato inicial, do governo provincial de Kiev, era de 18 mortos, mas o número foi revisado duas vezes para baixo. Morreram também os números 2 e 3 do ministério, que lida com as emergências internas do país.

Se comprovada a tese de sabotagem, Monastirski será a mais alta autoridade assassinada desde que as forças de Vladimir Putin atacaram o país vizinho, há quase 11 meses. Mas a pasta então liderada pelo ministro afirma que também estão sendo estudadas outras hipóteses, como defeito técnico e violação de regras de segurança pelos pilotos.

Zelenski reforçou a hipótese de sabotagem durante sua participação por videoconferência no Fórum Econômico Mundial, em Davos. "Isso não foi acidente. Nenhum acidente acontece durante uma guerra. Tudo que acontece é resultado da guerra", declarou o líder, que disse ainda não temer por sua segurança ao ser questionado pelo apresentador do painel, o jornalista Fareed Zakaria.

A primeira-dama, Olena Zelenska, que participa presencialmente do encontro na Suíça, também lamentou a queda do helicóptero. "Um outro dia terrível para a Ucrânia. Uma tragédia que ceifou a vida de todos os que estavam no helicóptero e da liderança do nosso Ministério do Interior", disse.

O incidente ocorre após um dos mais rumorosos ataques contra civis da guerra. No sábado (14), um míssil atribuído à Rússia atingiu um prédio residencial em Dnipro, matando 45 pessoas —ainda há duas dezenas de desaparecidos. O governo de Zelenski acusou os russos de usar um míssil Kh-22, disparado de bombardeiros Tu-22 em espaço aéreo russo, pelo estrago. O modelo foi criado na União Soviética para destruir grandes navios, como porta-aviões, mas tem sido empregado pontualmente contra alvos terrestres, o que diminui a eficácia de seu sistema de guiagem desenhado para superfícies aquáticas.

O Kremlin negou ter mirado o prédio e disse que a tragédia foi fruto de fogo amigo de baterias antiaéreas ucranianas. Um assessor de Zelenski chegou a cogitar a ideia e, pressionado, renunciou. A Força Aérea então emitiu uma rara declaração dizendo que não tem como abater Kh-22 e modelos semelhantes.

No leste ucraniano, os combates prosseguem ferozes na região de Bakhmut, em Donetsk, uma das quatro regiões anexadas ilegalmente por Putin em 30 de setembro. Kiev espera que a Otan, a aliança militar do Ocidente, decida em encontro na sexta-feira (20) pelo envio de tanques de guerra para o país.

O Reino Unido prometeu 14 unidades, pressionando a Alemanha a liberar o emprego do germânico Leopard-2, amplamente usado no continente. Ao menos a Polônia e a Finlândia, grandes operadoras do modelo, já prometeram o envio se liberadas por Berlim.

Pode não ser tão simples. Segundo publicou nesta quarta o jornal The Wall Street Journal (EUA), autoridades alemãs só querem dar o OK para a exportação a terceiros se os americanos fizerem os mesmos com seus tanques de guerra.

É algo bizantino, dado que aliados europeus da Otan não operam modelos de Washington —a Polônia irá fazê-lo em breve. Mas os EUA têm um número incerto, na casa de dezenas, de seus modelos M-1A2 Abrams deslocados para missões na Europa, e assim Berlim parece querer pressionar o governo de Joe Biden a tomar a frente, talvez enviando alguns deles para a Ucrânia.

 

 

por IGOR GIELOW / FOLHA de S.PAULO

Ucrânia – A Ucrânia disse nesta segunda-feira que abateu todos os drones russos em uma onda maciça de ataques, depois que Moscou lançou uma terceira noite consecutiva sem precedentes de ataques aéreos contra alvos civis, intensificando a guerra aérea no feriado de Ano Novo.

Enquanto isso, autoridades russas estavam abaladas com relatos de que um grande número de soldados russos havia sido morto em um ataque a um dormitório onde estavam alojados na Ucrânia ocupada ao lado de um depósito de munição. Kiev e blogueiros nacionalistas russos disseram que centenas de soldados russos morreram. Autoridades instaladas pela Rússia falaram de muitas baixas sem fornecer um número.

A Rússia realizou no ano novo ataques noturnos a cidades ucranianas, incluindo Kiev, a centenas de quilômetros das linhas de frente. Isso marca uma mudança de tática depois de meses em que Moscou costumava espaçar esses ataques com cerca de uma semana de intervalo.

Depois de disparar dezenas de mísseis em 31 de dezembro, a Rússia lançou dezenas de drones Shahed de fabricação iraniana em 1 e 2 de janeiro. Mas Kiev disse na segunda-feira que abateu todos os 39 drones na última onda, incluindo 22 na capital.

Kiev afirmou que a nova tática é um sinal do desespero da Rússia, já que a capacidade da Ucrânia de defender seu espaço aéreo melhorou.

A Rússia tentou destruir a infraestrutura de energia da Ucrânia por meses, mas falhou quando a Ucrânia obteve melhores defesas, disse o chefe de gabinete presidencial Andriy Yermak no Telegram.

“Agora eles estão procurando rotas e tentativas de nos atingir de alguma forma, mas suas táticas de terror não funcionarão. Nosso céu se transformará em um escudo.”

O presidente Volodymyr Zelenskiy elogiou os ucranianos por mostrarem gratidão às tropas e uns aos outros e disse que os esforços da Rússia serão inúteis.

“Drones, mísseis, tudo mais não vai ajudá-los”, declarou ele sobre os russos. “Porque estamos unidos. Eles estão unidos apenas pelo medo.”

Os sistemas de defesa aérea da Ucrânia trabalharam durante a noite para derrubar os drones que chegavam e alertar as comunidades sobre o perigo que se aproximava.

“Está muito alto na região e na capital: ataques noturnos de drones”, disse o governador de Kiev, Oleksiy Kuleba.

“Os russos lançaram várias ondas de drones Shahed. Visando instalações de infraestrutura vitais. A defesa aérea está funcionando.”

A Rússia, que afirma ter anexado cerca de um quinto da Ucrânia, voltou-se para ataques aéreos em massa contra cidades ucranianas desde que sofreu derrotas humilhantes no campo de batalha no segundo semestre de 2022.

Moscou diz que seus ataques, que reduziram o aquecimento e a energia de milhões no inverno, visam diminuir a capacidade de combate de Kiev. A Ucrânia afirma que os ataques não têm propósito militar e visam ferir civis, um crime de guerra.

 

 

REUTERS

RÚSSIA - O presidente russo, Vladimir Putin, garantiu na quarta-feira (5) que a situação militar nos territórios ucranianos que Moscou anexou se "estabilizará", depois de sofrer uma série de derrotas no campo de batalha e ver várias cidades serem retomadas pelas forças de Kiev.

"Partimos do princípio de que a situação nos novos territórios se estabilizará", disse o mandatário russo a um grupo de professores durante uma chamada de vídeo transmitida pela televisão.

Putin também assinou um decreto pelo qual a Rússia se apropria formalmente da central nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pelas tropas russas, mas gerida até então por funcionários ucranianos.

Após o anúncio, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, informou que viajava para a capital ucraniana para discutir a implementação de uma zona de proteção ao redor da usina nuclear.

A usina, a maior da Europa, encontra-se em Zaporizhzhia, uma das quatro regiões oficialmente anexadas por lei pela Rússia nesta quarta-feira. As outras três são Lugansk e Donetsk, no leste, e Kherson, no sul.

Apesar da anexação destes territórios, Moscou vem sofrendo várias derrotas militares no último mês. Um alto funcionário do Parlamento russo pediu aos militares que parassem de "mentir" e dissessem a verdade sobre a evolução da situação na Ucrânia.

"Os relatórios do Ministério da Defesa não mudam. O povo sabe disso. Nosso povo não é burro. Isso pode levar à perda de credibilidade", criticou o presidente da Comissão de Defesa da Câmara Baixa, Andrei Kartapolov.

 

- "Desocupação de Lugansk" -

Enquanto isso, Kiev reivindica novas vitórias, tanto no sul quanto no leste do país. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, informou que três novas aldeias foram retomadas na região de Kherson (sul) e que a contra-ofensiva "continua".

Horas antes, o governador ucraniano da região, Serguei Gaidai, indicou no Telegram que as tropas de Kiev iniciaram a retomada de cidades em Lugansk, até então controlada quase integralmente pela Rússia e bastião dos separatistas pró-Moscou desde 2014.

Agora é oficial. A desocupação da região de Lugansk começou", declarou.

A Ucrânia já havia reivindicado na terça-feira avanços no norte da região de Kherson (sul). Além disso, quase toda a região de Kharkiv (nordeste) está novamente sob controle ucraniano.

O exército russo, por sua vez, afirmou nesta quarta-feira ter bombardeado nas últimas 24 horas territórios perto de Lyman, um centro ferroviário estratégico na região de Donetsk retomado por Kiev no fim de semana passado. A cidade, localizada na região de Donetsk, foi recapturada no fim de semana por tropas ucranianas.

Na região de Kherson, as forças de Moscou "mantêm suas posições e repelem ataques de forças inimigas superiores em número", acrescentou.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que os territórios serão russos "para sempre" e prometeu que Moscou vai recuperar as áreas perdidas.

Há alguns dias, Putin prometeu que usaria todos os meios disponíveis para defender as zonas anexadas, inclusive armas nucleares, mas isto não impediu o avanço da contraofensiva ucraniana nem as entregas de armas pelos países ocidentais.

Na terça-feira, o exército russo reconheceu parcialmente suas derrotas ao publicar mapas que ilustram os êxitos mais recentes da contraofensiva ucraniana.

 

- "Pelo menos há silêncio" -

Autoridades da ocupação russa afirmaram, no entanto, que a retirada russa no sul era tática e temporária.

"O reagrupamento no fronte nas condições atuais permite reunir forças e dar um golpe nas tropas ucranianas", disse Kirill Stremooussov, designado comandante em Kherson, à agência russa Ria Novosti.

Embora as autoridades russas tentem minimizar os reveses, os correspondentes de guerra da imprensa russa enfatizam sua magnitude e muitos analistas pró-Kremlin criticam o exército russo.

"Não haverá boas notícias no futuro próximo. Nem da frente de Kherson, nem da frente de Lugansk", comentou Alexander Kots, do jornal Komsomolskaïa Prava.

Em Lyman, para onde os jornalistas da AFP viajaram nesta quarta-feira, Tatiana Slavuta, 62, não sabe se a "situação é melhor ou pior" desde que Kiev recuperou a cidade. "Pelo menos agora há silêncio e nenhum bombardeio", disse.

Na frente diplomática, a União Europeia (UE) chegou a um acordo nesta quarta-feira para uma nova série de sanções contra instituições e personalidades russas.

E Moscou exigiu participar na investigação sobre os vazamentos no gasoduto Nord Stream, depois que a Suécia, responsável pela investigação, bloqueou o acesso à área da suposta sabotagem no Mar Báltico.

A Rússia insinua que o governo dos Estados Unidos estaria por trás da sabotagem dos gasodutos que são cruciais para o fornecimento de energia da Europa, enquanto o Ocidente suspeita de Moscou.

 

 

AFP

VATICANO - O papa Francisco apoiou na quinta-feira (15) a necessidade de manter o diálogo com a Rússia para tentar encerrar a guerra na Ucrânia, destacando que Kiev tem o direito a se defender.

"Acho que é sempre difícil entender o diálogo com os Estados que iniciaram a guerra, e parece que o primeiro passo foi dado de lá, daquele lado. É difícil, mas não devemos descartar isso, temos de dar a oportunidade de diálogo a todos, a todos", declarou o Pontífice aos jornalistas no voo de retorno à Itália após sua viagem de três dias ao Cazaquistão.

Segundo o argentino, "há sempre a possibilidade de que, no diálogo, se possam mudar as coisas, e também oferecer outro ponto de vista, outro ponto de consideração".

Jorge Bergoglio admitiu que iniciativas deste tipo podem ser mal-entendidas, pela opinião pública, mas enfatizou que é preciso manter aberta a "única porta racional para a paz".

"Não excluo o diálogo com qualquer potência, seja em guerra, seja o agressor. Às vezes o diálogo tem de se fazer assim, mas deve fazer-se, cheira mal, mas tem de ser feito. Sempre um passo à frente, uma mão estendida, sempre", acrescentou.

Questionado sobre o envio de armamento para a Ucrânia, o Papa explicou que esta é uma decisão política, "que pode ser moral, moralmente aceita, se for feita de acordo com as condições de moralidade, que são muitas".

No entanto, "pode ser imoral, se for feito com a intenção de provocar mais guerra ou vender as armas ou descartar as armas de que já não se precisa".

"A motivação é o que, em grande parte, qualifica a moralidade deste ato. Defender-se não é somente lícito, mas também uma expressão de amor à pátria. Aquele que não se defende, aquele que não defende algo, não ama, mas aquele que defende, ama", ressaltou.

O argentino insistiu ainda na necessidade de refletir sobre o conceito de "guerra justa" e lamentou que a paz esteja em debate "há tantos anos", sem que os discursos sejam concretizados.

"Devemos refletir ainda mais sobre o conceito de guerra justa, porque hoje todo mundo está falando de paz, há muitos anos as Nações Unidas falam de paz, estão fazendo muitas coisas sobre paz. Mas neste momento quantas guerras estão em andamento?", perguntou.

Francisco citou o conflito na Ucrânia, no Azerbaijão e Armênia, na Síria, lembrando que "estamos numa guerra mundial".

"Quais interesses movem estas coisas? Depois há o Chifre da África, o norte de Moçambique ou a Eritreia e uma parte da Etiópia, depois Myanmar, com este povo sofredor que tanto amo, o povo Rohingya que gira, gira, gira como um cigano e não encontra paz", acrescentou.

Para o Pontífice, a resposta é o "comércio das armas", que é "um negócio assassino". "Alguém que entende de estatísticas me disse que se parassem de fabricar armas durante um ano, isso resolveria toda a fome do mundo. Eu não sei se é verdade ou não. Mas fome, educação, nada, não se pode porque é preciso fazer armas", criticou.

Por fim, o argentino falou da importância de uma "consciência de paz" e da capacidade de "chorar" perante a guerra.

"A guerra em si é um erro, é um erro! E nós, neste momento, estamos respirando este ar: se não há guerra, parece que não há vida", lamentou.

"Uma coisa eu aprendi: é a capacidade de se arrepender e pedir perdão pelos erros da guerra. E não só pedir perdão, mas também pagar pelos erros da guerra", concluiu.

 

 

(ANSA)

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