KIEV - A Rússia intensificou as tentativas de romper as defesas da Ucrânia com combates pesados no norte e no leste do país, destacando a necessidade de Kiev por mais armas ocidentais, disseram autoridades ucranianas nesta sexta-feira, 26.
Os militares ucranianos disseram que batalhas ferozes estavam em andamento, um dia depois que mísseis e drones russos mataram pelo menos 11 pessoas, no que pareceu ser uma resposta às promessas de nações ocidentais de fornecer tanques à Ucrânia.
Depois de semanas de negociações, Alemanha e Estados Unidos prometeram à Ucrânia dezenas de tanques modernos para ajudar a repelir as forças russas, abrindo caminho para Canadá, Polônia, Finlândia, Noruega e outros seguirem o exemplo.
A Rússia acusou os Estados Unidos de "despejar armas na Ucrânia" e repreendeu o presidente Joe Biden, dizendo que ele tinha a chave para encerrar o conflito na Ucrânia, mas não a usou.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, agradeceu aos aliados por seu apoio, mas renovou os apelos por sanções mais duras contra Moscou e mais armas para repelir os invasores no 12º mês da guerra.
"Este mal, esta agressão russa pode e deve ser detida apenas com armas adequadas. O Estado terrorista não entenderá nada além disso", disse Zelenskiy em seu discurso noturno na televisão na quinta-feira.
Autoridades locais relataram nesta sexta-feira intensos bombardeios no norte, nordeste e leste da Ucrânia, cenário de alguns dos combates mais pesados desde a invasão russa em 24 de fevereiro do ano passado.
"A luta feroz continua nas linhas de frente. Nossos defensores estão mantendo firmemente suas posições e infligindo perdas ao inimigo", disse Oleh Synehubov, governador da região de Kharkiv, no nordeste.
A Reuters não pôde verificar os relatos do campo de batalha.
As linhas de frente ficaram praticamente congeladas nos últimos dois meses, com a Rússia tentando ganhar terreno no leste depois de ocupar faixas de território lá e proteger um corredor de terra que tomou no sul da Ucrânia.
Espera-se que ambos os lados lancem uma ofensiva de primavera, embora os Estados Unidos tenham aconselhado publicamente a Ucrânia a não a fazer isso até que as armas mais recentes estejam instaladas e o treinamento seja fornecido --um processo que deve levar vários meses.
Por Tom Balmforth e Ivan Lyubysh-Kirdey / REUTERS