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WASHINGTON - Um importante conselheiro de segurança nacional de Donald Trump disse à Reuters na terça-feira que irá pressionar por mudanças na Otan caso o ex-presidente retorne ao poder, e que isso poderia resultar no fim da proteção a alguns países-membros contra um ataque externo.

Keith Kellogg, tenente-general reformado e ex-chefe de gabinete do Conselho de Segurança Nacional do ex-presidente, disse em entrevista que se um membro da aliança formada por 31 países não gastar pelo menos 2% do seu produto interno bruto na área de defesa, como seria o combinado em estatuto, ele apoiaria a remoção da proteção daquela nação sob o Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte.

O Artigo 5 afirma que um ataque contra um membro da aliança será considerado um ataque contra todos os países, e os membros da aliança devem responder de forma apropriada e conjunta. Sem essas proteções, não há garantia alguma a um país membro de que outros membros da Otan virão a seu auxílio.

“De onde eu venho, as alianças são importantes”, disse Kellogg, que também serviu como conselheiro de segurança nacional do ex-vice-presidente Mike Pence. “Mas se você vai fazer parte de uma aliança, contribua para a aliança, faça parte da aliança.”

Trump recebeu repreensões imediatas do presidente democrata Joe Biden e de nomes importantes da política do Ocidente assim que sugeriu, em comício no fim de semana, que não defenderá aqueles aliados da Otan que não gastarem o suficiente na área de defesa e que até encorajaria a Rússia a atacá-los.

Kellogg recusou-se a dizer se tinha discutido a proposta com Trump, embora tenha dito que eles têm conversado frequentemente sobre o futuro da Otan. Trump está perto de garantir a nomeação presidencial do Partido Republicano para as eleições gerais que ocorrerão no dia 5 de novembro.

Kellogg disse que, se Trump vencer, provavelmente sugerirá uma reunião da Otan em junho de 2025 para discutir o futuro da aliança. Ele disse que a Otan poderia posteriormente tornar-se uma “aliança com um sistema escalonado”, na qual alguns membros gozam de maiores proteções com base no cumprimento dos artigos fundadores da organização.

A campanha de Trump não respondeu ao pedido de comentário, mas identificou Kellogg como uma figura política que deve desempenhar um papel em uma eventual futura administração.

Trump e os seus aliados têm sinalizado cada vez mais que pretendem repensar o compromisso dos EUA com a Otan, que já vem de décadas, e há muito tempo se queixam de que os membros europeus da aliança não estão desembolsando uma quantia justa para a área de defesa.

Além de perder as proteções do Artigo 5, disse Kellogg, outras sanções menos severas seriam possíveis, como a perda de acesso a treinamentos ou a recursos de equipamentos compartilhados. Os países membros, acrescentou ele, deveriam sentir-se livres para se retirarem da aliança.

“Se o presidente Trump for reeleito, assim que a eleição terminar, eu daria a todos o que chamamos de ordem de advertência. Isso permitiria que eles se preparem e depois poderemos discutir melhor o assunto em junho", afirmou o conselheiro.

“Acho que é uma conversa muito adulta e é uma das muitas conversas sobre segurança nacional que precisam ser realizadas.”

 

PROTEÇÕES DA OTAN NÃO SÃO AUTOMÁTICAS

Kellogg disse que se o Artigo 3 do Tratado do Atlântico Norte não for respeitado, as proteções proporcionadas pelo Artigo 5 não deverão ser consideradas automáticas.

O Artigo 3 afirma que os países membros da Otan devem fazer esforços apropriados para desenvolver as suas capacidades individuais de defesa. Embora o Artigo 3 não estabeleça que os países devem gastar pelo menos 2% do seu PIB na defesa, os países membros comprometeram-se, após cúpula em 2014 no País de Gales, a avançar para esse valor dentro de uma década.

De acordo com estimativas da Otan de julho do ano passado, 11 dos 31 países estavam a caminho de atingir essa meta em 2023, incluindo os Estados Unidos, o Reino Unido e vários países do Leste Europeu próximos ou fronteiriços com a Rússia.

“Todos entendem o Artigo 5 -- um ataque a um é um ataque a todos -- mas esquecem todos os outros artigos que são construídos sob ele ou em cima dele”, afirmou Kellogg. "Um deles é o Artigo 3."

Em dezembro, Robert O'Brien, conselheiro de segurança nacional de Trump entre 2019 a 2021, e que ainda discute questões de política externa com o ex-presidente, disse à Reuters que poderia impor tarifas comerciais aos países da Otan caso eles não gastem pelo menos 2% do seu PIB com defesa. E essa proposta provavelmente estaria entre as políticas a serem discutidas durante um segundo mandato de Trump.

 

 

Por Gram Slattery / REUTERS

 ISTAMBUL - A Turquia atuará para ratificar a proposta de adesão da Suécia à Otan em conjunto com a cooperação de Estocolmo na luta contra o terrorismo, disse o presidente turco Tayyip Erdogan na última sexta-feira.

Suécia e Finlândia solicitaram adesão à Otan no ano passado em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, abandonando as políticas de não-alinhamento militar que tiveram durante a Guerra Fria. A candidaturas precisam ser aprovadas por todos os membros da aliança.

Enquanto atrasa a ratificação da candidatura sueca à Otan por mais de um ano, Erdogan inesperadamente concordou após a cúpula da aliança na Lituânia neste mês em encaminhá-la ao Parlamento da Turquia quando a legislatura se reunir novamente em outubro.

"O cronograma de trabalho do Parlamento turco determinará o processo de adesão da Suécia à Otan (ratificação)", disse Erdogan a repórteres em um voo retornando de países do Golfo, de acordo com seu gabinete.

"Será favorável à Suécia se eles tomarem medidas concretas na luta contra organizações terroristas e na extradição de terroristas."

Ancara acusa Estocolmo de fazer pouco contra indivíduos que a Turquia vê como terroristas, principalmente membros do proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e o grupo que Ancara acusa de orquestrar um golpe fracassado em 2016, tendo a extradição como ponto crítico.

O tribunal superior da Suécia bloqueou recentemente a extradição de dois cidadãos turcos que Ancara diz fazerem parte de um grupo terrorista.

"Esperamos que as promessas sejam cumpridas", disse Erdogan.

Erdogan estava se referindo a um acordo que Turquia, Suécia e Finlândia fecharam no ano passado em Madri com o objetivo de abordar os temores de segurança de Ancara.

A Turquia condenou na quinta-feira a destruição parcial de um Alcorão em frente à embaixada do Iraque em Estocolmo, mas Erdogan não comentou publicamente sobre o incidente enquanto estava no avião.

 

 

 

Por Ece Toksabay e Huseyin Hayatsever / REUTERS

BRUXELAS - O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, recebeu na noite desta segunda-feira (17), em Bruxelas, a primeira-ministra Giorgia Meloni e agradeceu a Itália por seu apoio fundamental à aliança militar.  

“Foi um grande prazer encontrar novamente a primeira-ministra Giorgia Meloni após a cúpula da Otan da semana passada. Agradeci à Itália por sua contribuição fundamental para a Otan e o apoio inabalável à Ucrânia”, escreveu Stoltenberg no Twitter.  

Na publicação, o representante da Otan informou ainda que ele e a premiê italiana discutiram “a resposta da aliança militar aos desafios em todas as direções, incluindo terrorismo e instabilidade na frente sul”.  

O encontro, que durou cerca de duas horas, ocorreu na residência de Stoltenberg, na capital da Bélgica, onde líderes de 60 países se reúnem para participar da cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) até esta terça-feira (18). (ANSA).

 

 

ISTOÉ

TURQUIA - Por duas vezes no mesmo dia, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, conseguiu surpreender o Ocidente: primeiro com uma exigência adicional para aprovar a adesão da Suécia à Otan, e depois com um acordo surpreendente de última hora.

Na segunda-feira, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, anunciou que Erdogan concordava em encaminhar ao Parlamento turco a candidatura da Suécia para ingressar na aliança militar "o mais rápido possível".

Antes que a confirmação de Ancara fosse anunciada, Erdogan fez um último movimento que surpreendeu a todos. Em uma coletiva de imprensa antes de deixar Istambul para a cúpula da Otan em Vilnius, ele levantou outra condição para a adesão da Suécia à aliança.

O presidente turco afirmou que seu país espera nos portões da União Europeia (UE) há mais de 50 anos e, se dirigindo a Bruxelas, disse: "Abram caminho para a Turquia na União Europeia, e então abriremos o caminho para a Suécia [na Otan], assim como abrimos caminho para a Finlândia."

Mas Bruxelas rejeitou a exigência de Erdogan, sublinhando que a Otan e a UE têm processos separados. No entanto, uma declaração conjunta emitida após o acordo da Otan disse que a Suécia "apoiaria ativamente os esforços para revigorar o processo de adesão da Turquia à UE, incluindo a modernização da união aduaneira entre UE e Turquia e a liberalização de vistos".

 

Reaproximação com o Ocidente?

Embora a mídia pró-governo na Turquia tenha retratado o apoio da Suécia como uma vitória para Erdogan, especialistas dizem que essa não é uma conquista nova para Ancara, já que a Suécia é um dos países da UE que tem sido favorável à adesão da Turquia.

Ozgur Unluhisarcikli, diretor do escritório do think tank German Marshall Fund em Ancara, acredita que a ação de Erdogan ainda pode ser considerada uma mensagem importante. "Acho que, depois das eleições, Erdogan está buscando relações mais positivas com os EUA e a Europa e quer ser aceito por eles", diz Unluhisarcikli. "Pegue suas palavras sobre abrir caminho para a UE, por exemplo; nada acontecerá a esse respeito, e ele sabe disso. Mas o que ele quer dizer é: 'Não me exclua'."

Outra teoria é que a Turquia, com taxas de inflação recordes e uma lira em rápida depreciação, está mudando sua política de equilíbrio entre a Rússia e o Ocidente em favor do Ocidente, principalmente por razões econômicas.

Ancara poderia obter vantagens econômicas ao modernizar a união aduaneira da UE com a Turquia. Essa modernização visa expandir a união para incluir produtos agrícolas, setores de serviços e compras governamentais, além de produtos industriais. As empresas turcas também procuram se proteger contra os sofisticados acordos comerciais da UE com países terceiros.

 

A rota da Turquia à UE e os direitos humanos

As negociações sobre a adesão de Ancara à UE, que começaram em Bruxelas em 2005, não conseguiram fazer progressos concretos. Especialmente após a tentativa de golpe em julho de 2016, as negociações foram paralisadas, pois as medidas antiterroristas tomadas por Ancara levaram a violações dos direitos humanos.

Observadores na Europa argumentam que, para um renascimento significativo nas relações Turquia-UE com uma perspectiva de adesão, a Turquia deve primeiro normalizar suas relações com o Conselho da Europa, uma organização internacional fundada para defender os direitos humanos, a democracia e o Estado de Direito na Europa. É independente da UE, mas nenhum país jamais aderiu ao bloco sem antes pertencer ao Conselho da Europa.

A Turquia é membro do conselho, mas o relacionamento deles tem sido difícil nos últimos anos. Ancara não seguiu a decisão do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, o órgão mais conhecido do conselho, de "libertar imediatamente" Osman Kavala, ativista e filantropo turco que está preso desde 2017, e Selahattin Demirtas, proeminente político curdo que está preso desde 2016.

Se não houver progresso no caso Kavala, o Conselho da Europa começará a negociar possíveis sanções contra a Turquia no segundo semestre deste ano. Portanto, há muito mais que Ancara precisa fazer para o processo de adesão à UE do que aprovar a adesão da Suécia à Otan.

 

Ancara conseguirá os F-16?

Embora a jornada da Turquia na UE não esteja rumando a um destino realista no futuro próximo, a decisão de Ancara sobre a Suécia pode ser o início de novas negociações com Washington. Contatos diplomáticos recentes com os Estados Unidos também contribuíram para o consenso alcançado em Vilnius.

Na véspera da cúpula da Otan, o presidente dos EUA, Joe Biden, saudou a decisão de seu colega turco. "Estou pronto para trabalhar com o presidente Erdogan e a Turquia para melhorar a defesa e a dissuasão na área euro-atlântica", disse Biden em comunicado divulgado pela Casa Branca.

Antes da cúpula, outra declaração vital veio de Vilnius. O conselheiro de segurança nacional americano, Jake Sullivan, disse que os EUA provavelmente prosseguiriam com a transferência de jatos F-16 para a Turquia, em consulta com o Congresso.

Embora Ancara e Washington argumentem que não há ligação entre as duas questões, os desenvolvimentos levaram à especulação de que a decisão de Erdogan de desbloquear o caminho da Suécia para a Otan trouxe a Turquia um passo mais perto de um acordo sobre os F-16.

Ancara tem repetido seu desejo de comprar 40 novos caças Lockheed Martin Corp F-16 e cerca de 80 kits de modernização para seus aviões de guerra existentes. No entanto, apesar dos esforços de Biden para obter o apoio do Congresso sobre o assunto, alguns membros do Congresso, principalmente o presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, Bob Menendez, não ficaram convencidos da venda por causa da compra pela Turquia dos sistemas de mísseis russos S-400, bem como outras preocupações – incluindo o bloqueio da adesão da Suécia à Otan pela Turquia.

Depois que Erdogan deu sinal verde para a adesão da Suécia, Menendez também mandou uma mensagem cautelosamente otimista. O senador americano disse que, apesar de suas ressalvas, está discutindo o assunto com o governo Biden e pode decidir em breve sobre a questão dos caças.

"Se eles [o governo Biden] puderem encontrar uma maneira de garantir que a agressão da Turquia contra seus vizinhos cesse, que tem havido uma pausa nos últimos meses, isso é ótimo, mas deve haver uma realidade permanente", disse Menendez.

"Os F-16 podem não vir imediatamente, mas é provável que tenham sido dadas fortes garantias de que serão entregues", argumenta Asli Aydintasbas, ex-jornalista da Turquia, em seu artigo no Washington Post.

De acordo com Aydintasbas, uma redefinição mais ampla pode estar em andamento se a Turquia e o Ocidente jogarem suas cartas da maneira certa. Só o tempo dirá se os novos desenvolvimentos da Otan iniciarão um novo capítulo para a Turquia com seus aliados ocidentais.

 

 

 

Autor: Sinem Özdemir, Kayhan Karaca, Gulsen Solaker / DW.com

TÓQUIO - O chefe da Otan, Jens Stoltenberg, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, prometeram nesta terça-feira fortalecer os laços, dizendo que a invasão russa da Ucrânia e sua crescente cooperação militar com a China criaram o ambiente de segurança mais tenso desde a Segunda Guerra Mundial.

Os comentários vieram em um comunicado divulgado durante a viagem de Stoltenberg ao Japão, após uma visita à Coreia do Sul, na qual ele pediu a Seul que aumentasse o apoio militar à Ucrânia e fez advertências semelhantes sobre o aumento da tensão com a China.

"O mundo está em um ponto de inflexão histórico no ambiente de segurança mais severo e complexo desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disseram os dois líderes no comunicado.

O documento também levantou preocupações sobre as ameaças nucleares da Rússia, exercícios militares conjuntos entre a Rússia e a China perto do Japão e o desenvolvimento de armas nucleares pela Coreia do Norte.

Stoltenberg disse a repórteres que uma vitória russa na Ucrânia encorajaria a China em um momento em que está fortalecendo suas Forças Armadas, "intimidando seus vizinhos e ameaçando Taiwan".

Ele acrescentou: "Esta guerra não é apenas uma crise europeia, mas o desafio à ordem mundial."

"Pequim está observando de perto e aprendendo lições que podem influenciar suas decisões futuras. O que está acontecendo na Europa hoje pode acontecer no Leste Asiático amanhã."

O Ministério das Relações Exteriores da China não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre essas observações de Stoltenberg.

Respondendo a comentários semelhantes feitos por Stoltenberg durante sua visita a Seul, a China disse na segunda-feira que é uma parceira dos países, não um desafio, e que não ameaça os interesses ou a segurança de nenhuma nação.

Em dezembro, o Japão revelou planos abrangentes para reforçar suas capacidades de defesa, mudanças antes impensáveis para um país pacifista que o colocarão em terceiro no ranking de gastos militares depois dos Estados Unidos e da China.

 

 

Por Sakura Murakami e Kentaro Sugiyama / REUTERS

SUÉCIA - As autoridades turcas adiaram "indefinidamente" uma reunião trilateral com a Suécia e a Finlândia para discutir a adesão à NATO para ambos os países, após uma série de protestos em Estocolmo em que foram queimadas efígies do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan e mesmo cópias do Corão.

A Turquia solicitou o cancelamento deste mecanismo trilateral, que se destina a impulsionar a adesão dos dois países à Aliança Atlântica. As conversações, que datam de Agosto de 2022, estavam previstas para Fevereiro, de acordo com o Daily Sabah.

As tensões aumentaram nas últimas semanas à medida que a Turquia condenou a Suécia por permitir a realização de protestos fora da embaixada turca no país, e continuou a acusar Estocolmo de permitir que apoiantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) - que Ancara considera uma organização terrorista - realizassem protestos contra a Turquia.

Desde que apresentaram o seu pedido oficial de adesão em Maio de 2022 no auge da invasão russa da Ucrânia, a Suécia e a Finlândia têm procurado a aprovação turca para aderir ao bloco. No entanto, Ancara solicitou uma série de garantias, especialmente da Suécia, relacionadas precisamente com dissidentes e alegados membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Acusou o país de "abrigar terroristas".

No entanto, durante o mês passado, o apoio público aos grupos curdos que a Turquia considera terroristas aumentou, levando a um aumento da tensão entre os dois países, o que parece estar a comprometer as conversações.

A situação levou mesmo o governo finlandês a colocar sobre a mesa a possibilidade de avançar com o processo de adesão sem a Suécia. Na terça-feira, o Ministro dos Negócios Estrangeiros finlandês Pekka Haavisto reconheceu pela primeira vez que os dois países deveriam repensar a estratégia de avançar em conjunto, se necessário. "Temos de estar preparados para reavaliar a situação", disse ele.

A Suécia sustenta ter cumprido todos os seus compromissos ao abrigo do pacto, mas Erdogan advertiu que, na situação atual, o governo sueco não pode "esperar" por um endosso final da adesão da Suécia.

 

 

Fonte: (EUROPA PRESS)

por Pedro Santos / NEWS 360

RÚSSIA - O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo diz que não haverá conversações de paz para acabar com a invasão da Ucrânia enquanto a OTAN e o pessoal dos EUA estiverem no país.

O diplomata russo Alexander Darchiev, chefe do Departamento Norte-Americano do Ministério dos Negócios Estrangeiros, delineou duas condições para o lançamento de "negociações sérias" para estabelecer a paz no contexto da guerra na Ucrânia, dizendo que sem elas, "não é possível" avançar no diálogo.

Salientou que a OTAN e os Estados Unidos devem pôr fim aos pacotes de ajuda financeira e militar, bem como à presença de membros no país, ou ao reconhecimento da "situação real no território do país", como declarou numa entrevista com a agência russa TASS.

"Será prematuro iniciar negociações sérias sobre garantias de segurança no contexto da Ucrânia e da região euro-atlântica, desde que sejam injetados armas e fundos no regime (ucraniano), desde que os militares dos EUA e da NATO permaneçam no país, e a menos que certos desenvolvimentos práticos no terreno sejam reconhecidos", disse Darchiev.

Após esta enumeração, o diplomata russo assegurou que "a bola está agora no campo dos Estados Unidos". Entretanto, salientou que o Kremlin fez "uma tentativa honesta de chegar a um acordo", razão pela qual Moscovo, "nestas circunstâncias", não confia "nos Estados Unidos ou no Ocidente".

"Como se revelou há algum tempo, as doces garantias ocidentais de não ter quaisquer intenções agressivas e de estar comprometido com os acordos de Minsk disfarçaram o esforço para rearmar o exército ucraniano e concentrar forças para retomar os Donbas e destruí-lo", disse ele.

 

 

 

Fonte: (EUROPA PRESS)

por Pedro Santos / NEWS 360

BRUXELAS - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aumentará sua força de manutenção da paz em Kosovo se houver uma escalada das tensões com a vizinha Sérvia, disse o chefe da aliança na quarta-feira (17), às vésperas de negociações mediadas pela União Europeia (UE) entre os vizinhos dos Bálcãs ocidentais.

"Temos agora uma missão significativa, uma presença militar no Kosovo perto de 4 mil soldados", disse Jens Stoltenberg em entrevista coletiva após conversas com o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, que estava ao lado dele, em Bruxelas.

"Se necessário, vamos mover forças, implantá-las onde for necessário e aumentar nossa presença. Já aumentamos a presença no norte. Estamos prontos para fazer mais."

As tensões entre Sérvia e Kosovo aumentaram este mês quando o governo kosovar disse que obrigará os sérvios que vivem no norte, que são apoiados por Belgrado e não reconhecem as instituições de Kosovo, a começar a usar placas de carros emitidas em Pristina.

A situação se acalmou depois que o primeiro-ministro de Kosovo, Albin Kurti, sob pressão dos Estados Unidos e da União Européia, concordou em adiar a regra das placas de carros até 1º de setembro e as forças de paz da Otan supervisionaram a remoção dos bloqueios de estradas estabelecidos pelos sérvios.

No entanto, Vucic disse na entrevista coletiva na Otan que as conversas com Kurti na quinta-feira, que serão mediadas pela UE, serão difíceis porque os dois lados discordam em quase tudo.

Kurti, que se reuniu com Stoltenberg mais tarde, sublinhou a determinação de Kosovo em se tornar membro da Otan.

"As ameaças, riscos e desafios que a Otan enfrenta no atual ambiente de segurança também são sentidos por nosso país", disse ele a repórteres, ligando os problemas à influência da Rússia.

RÚSSIA - A Otan exigiu, nesta quarta-feira (17), uma "inspeção urgente" da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na usina de Zaporíjia, no sul da Ucrânia, alvo de ataques dos quais russos e ucranianos se acusam mutuamente, aumentando o temor de um desastre nuclear. Kiev alertou que qualquer cenário é possível, enquanto suas equipes de resgate participam de exercícios simulados de agressões a instalações nucleares e suas tropas reforçam uma contraofensiva na Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

A explosão em um depósito militar russo na Crimeia, na terça-feira (16), é parte de uma tentativa ucraniana de enfraquecer as bases de retaguarda russas, no sul da Ucrânia. O exército russo revelou que um depósito militar perto de Djankoi, no norte da região anexada pela Rússia, tinha "sido danificado em consequência de um ato de sabotagem", sem, no entanto, nomear os responsáveis.

Em um vídeo obtido pela agência de notícias AFP, é possível ver nuvens de fumaça, das quais surgem bolas de fogo. “Várias infraestruturas civis, incluindo uma linha de alta tensão, uma central elétrica, uma linha ferroviária, bem como várias casas foram danificadas”, informou o exército russo.

As explosões ocorrem uma semana depois que outro aeródromo militar russo foi danificado, em Saki, na Crimeia. Moscou mencionou, então, um acidente, enquanto especialistas e imagens de satélite pareciam revelar o resultado de um ataque ucraniano. Pelo menos nove aviões foram destruídos, segundo o analista dinamarquês Oliver Alexander.

Desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Crimeia tem servido como base logística para as forças russas. A ofensiva no sul da Ucrânia, que permitiu a Moscou conquistar grandes extensões de território nas primeiras semanas da guerra, começou por esta região.

O Instituto Norte-Americano para o Estudo da Guerra (ISW) analisa que esses ataques a posições russas na Crimeia sejam "parte de uma contraofensiva ucraniana coesa destinada a recuperar o controle da margem ocidental do Dnipro". As forças de Kiev também dispararam contra pontes que atravessam esse rio, com o objetivo de impedir o abastecimento e o reforço das tropas russas presentes na região de Kherson, prossegue o relatório americano.

Nesta quarta-feira, a Ucrânia ameaçou derrubar a ponte Kerch, construída por Moscou para conectar a Rússia à península anexada da Crimeia. "Esta ponte é uma estrutura ilegal e a Ucrânia não deu permissão para a sua construção", escreveu o assessor presidencial ucraniano, Mikhailo Podoliak, no Telegram.

Neste 175º dia da guerra, o governador pró-ucraniano da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, relatou vários bombardeios russos que deixaram pelo menos dois mortos e treze feridos nas regiões separatistas do leste da Ucrânia.

 

Infraestruturas são alvo

Ao mesmo tempo, os russos miram nas infraestruturas ucranianas, como as redes de abastecimento de água. É o que destaca Franck Galland, especialista em questões de segurança relacionadas aos recursos hídricos.

“Antes do conflito, Mariupol havia investido maciçamente em redes para abastecimento de água. Hoje, estes investimentos estão todos parados e a infraestrutura existente foi destruída. Mesmo se houver paz amanhã, a cidade levará cerca de 20 anos para se reconstruir”, explicou em entrevista à RFI o autor de "War and Water” (edições Robert Laffont). “A população não é abastecida e os hospitais, sem água, não podem tratar dos feridos”, acrescenta.

 

Medo de acidente nuclear

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que é "urgente autorizar uma inspeção pela AIEA" na usina nuclear de Zaporíjia. Ele também pediu a "retirada de todas as forças russas" da maior central elétrica da Europa, controlada por Moscou desde o início de março. A ocupação russa da usina de Zaporíjia "representa uma ameaça séria para as instalações [e] aumenta o risco de um acidente ou um incidente nuclear", alertou.

 

Ciberataque

Nesta terça-feira (16), o operador público ucraniano de usinas nucleares Energoatom denunciou um ciberataque russo "sem precedentes" contra o seu site, afirmando, no entanto, que a operação na usina não foi interrompida. O grupo de piratas russos "People's Cyber ​​​​Army" usou 7,25 milhões de robôs de internet que atacaram o site Energoatom por três horas, garantiu a empresa ucraniana, mas sem "impacto considerável".

A Ucrânia deve se preparar para "todos os cenários" na usina nuclear de Zaporíjia, ocupada por tropas russas e alvo de repetidos bombardeios, alertou o ministro do Interior ucraniano, Denys Monastyrsky, nesta quarta-feira.

Moscou e Kiev se acusam mutuamente por esses ataques que visam a usina. "Ninguém poderia imaginar que as tropas russas iriam disparar contra reatores nucleares usando tanques. Era algo impensável", afirmou o ministro durante uma viagem a Zaporíjia, cidade localizada a cerca de cinquenta quilômetros desta instalação nuclear.

 

Preparação para acidentes nucleares

Dezenas de equipes de resgate ucranianas participaram, nesta quarta-feira, de exercícios de primeiros socorros em caso de acidente nuclear em Zaporíjia. Equipados com máscaras de gás e roupas de proteção, eles treinaram para retirar os feridos e limpar os veículos contaminados.

"Devemos nos preparar para todos os cenários possíveis", disse Monastyrsky,  acusando a Rússia de ser um "estado terrorista”. De acordo com a mesma fonte, “enquanto a Rússia controlar a usina nuclear de Zaporíjia, há grandes riscos".

O chefe do operador nuclear ucraniano Energoatom, Petro Kotin, estima que até 500 soldados russos, bem como cerca de cinquenta veículos militares, incluindo blindados e tanques, estejam na usina nuclear de Zaporíjia neste momento. “O pior é que, nas últimas duas ou três semanas, eles colocaram esses veículos na sala de máquinas das unidades 1 e 2", onde a eletricidade é produzida, disse Kotine, ex-diretor da instalação.

TURQUIA - Ministro das Relações Exteriores turco criticou os países nórdicos por permitirem o que ele considera "propaganda terrorista". Ambas as nações aguardam o aval de Ancara para aderir à Otan.

A Suécia ainda não extraditou os suspeitos que a Turquia procura por acusações relacionadas ao terrorismo, afirmou nesta quarta-feira (27/07) o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu.

"Eles devem cumprir suas responsabilidades, ou vamos bloquear seu pedido de adesão à Otan", noticiou a emissora estatal TRT World. Ele também afirmou que "a propaganda de terror na Suécia e na Finlândia continua".

A Suécia e a Finlândia solicitaram a adesão à Otan em resposta à invasão russa da Ucrânia, mas foram confrontadas com a oposição da Turquia, sob a alegação de que os dois países nórdicos estariam apoiando o "terrorismo". O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou-os de serem um reduto seguro para militantes curdos.

Os pedidos de adesão à Otan precisam ser aprovados por unanimidade por seus 30 países-membros, dos quais a Turquia é um deles e, portanto, tem poder de veto.

Ancara retirou suas objeções em junho depois que os dois países nórdicos "consideraram de forma expedita os pedidos pendentes da Turquia pela deportação ou extradição de suspeitos de terrorismo".

Nesta quarta-feira, segundo o jornal governista Daily Sabbah, Cavusolgu afirmou que o acordo está sendo verificado por seu ministério. "Se as obrigações forem cumpridas, será enviado ao presidente, e ele o enviará ao Parlamento. Claro que o Parlamento decidirá, mas ele não pode ser enviado neste momento."

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